Brasil: império na América. Relações com Portugal e Inglaterra. Primeiro Reinado. A consolidação da independência. Relações com Portugal e Inglaterra



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Transcrição:

Brasil: império na América A independência A consolidação da independência Movimentos emancipacionistas regionais Conjuração Mineira: 1789 Conjuração Carioca: 1794 Conjuração Baiana (Revolta dos Alfaiates): 1798 Conspiração dos Suassunas (Olinda, PE): 1801 Revolução Pernambucana (Revolução dos Padres): 1817 Relações com Portugal e Inglaterra A Independência do Brasil, restringiu-se à esfera política, não alterando em nada a realidade sócio-econômica, que se manteve com as mesmas características do período colonial. José da Silva Lisboa Visconde de Cairu Relações com Portugal e Inglaterra Há muito Portugal dependia economicamente da Inglaterra o Brasil deixou de ser colônia de Portugal, para entrar na esfera do domínio britânico. Para Inglaterra industrializada, a independência da América Latina era uma promissora oportunidade de mercados, tanto fornecedores, como consumidores. Com a assinatura dos Tratados de 1810 (Comércio e Navegação e Aliança e Amizade), Portugal perdeu definitivamente o monopólio do comércio brasileiro e o Brasil caiu diretamente na dependência do capitalismo inglês. A independência não marcou nenhuma ruptura com o processo de nossa história colonial. As bases sócioeconômicas (trabalho escravo, monocultura e latifúndio), que representavam a manutenção dos privilégios aristocráticos, permaneceram inalteradas. O "sete de setembro" foi apenas a consolidação de uma ruptura política, que já começara 14 anos atrás, com a abertura dos portos. Primeiro Reinado 1824 Primeira constituição 1826 morte de D. João VI - sucessão portuguesa. Abre mão do trono de Portugal em favor de sua filha Maria da Glória. 1820-1831 a instabilidade política cresce. Incidentes políticos graves, como o assassinato do jornalista oposicionista Líbero Badaró em São Paulo, em 1830, acirram os ânimos. D. Pedro I abdica em 7 de abril de 1831 e retorna a Portugal. 1

Constituição imperial 1824: era para ser proclamada mas foi outorgada (1822-1824 foi o período de elaboração e conflitos) CARTA DE LEI DE 25 DE MARÇO DE 1824 Manda observar a Constituição Política do Império, oferecida e jurada por Sua Majestade o Imperador. Constituição imperial Governo: monarquia unitária e hereditária; A existência de quatro poderes: o Legislativo, o Executivo, o Judiciário e o Poder Moderador, este acima dos demais poderes, exercido pelo Imperador; Catolicismo como religião oficial; Define quem é considerado cidadão brasileiro; As eleições eram censitárias, abertas e indiretas; Constituição imperial Submissão da Igreja ao Estado, inclusive com o direito do Imperador de conceder cargos eclesiásticos na Igreja Católica (padroado); Foi uma das primeiras do mundo a incluir em seu texto (artigo 179) um rol de direitos e garantias individuais; O Imperador era irresponsável (não respondia pelos seus atos judicialmente). Constituições brasileiras Constituição de 1891 promulgada Estados Unidos do Brasil Constituição de 1934 promulgada Estados Unidos do Brasil Constituição de 1937 outorgada Estados Unidos do Brasil Constituição de 1946 promulgada Estados Unidos do Brasil Constituição de 1967 semi-outorgada República Federativa do Brasil Constituição de 1988 promulgada República Federativa do Brasil Movimentos sociais e revoltas Durante o governo de D. Pedro I Confederação do Equador (1824) Definição de territórios Província Cisplatina = Uruguai 1926-1928 Guerra Cisplatina: o Uruguai conseguiu a independência contra o Brasil num conflito violento. A República Oriental do Uruguai contou com o apoio da Inglaterra e em 1928 teve reconhecida a independência pelas Províncias Unidas do Prata e pelo Brasil. 2

Província Cisplatina transformase no Uruguai Mudanças no trono Período Regencial (1831-1840) Tendo o herdeiro do trono cinco anos, iniciaram-se as regências. Inicialmente composta por três membros: provisória, em 1831 e permanente, 1831-1835; depois composta por um membro: Diogo Antônio Feijó (1835-1837) e Araújo Lima (1837-1840). Mudanças no trono As Transformações Políticas Depois da abdicação de D. Pedro I, o poder político no Brasil ficou dividido em três grupos diferentes, que dominaram a vida pública brasileira até 1834, ano da morte de D. Pedro I. GRUPO DOS RESTAURADORES Defendia volta de D. Pedro I ao governo do Brasil. Era composto alguns militares e grandes comerciantes portugueses. Uma das principais figuras desse grupo foi José Bonifácio, tutor do príncipe Pedro de Alcântara. GRUPO DOS MODERADOS Defendia o regime monárquico, mas não estava disposto a aceitar um governo absolutista e autoritário. Era favorável a um poder no Rio de Janeiro e lutava para manter a unidade territorial do Brasil. GRUPO DOS LIBERAIS EXALTADOS Defendia um maior poder administrativo para as Províncias. Era favorável a uma descentralização do poder, que se concentrava a mudança do regime monárquico para um regime republicano. Regências Regência Trina Provisória Devido à minoridade do herdeiro do trono para governar o Brasil foram eleitos, provisoriamente, Francisco de Lima e Silva, José Joaquim Carneiro de Campos e Nicolau Campos Vergueiro. Essa regência durou de abril a julho de 1831. Câmara dos Deputados: centro das disputas políticas do Período Regencial. Regências Regência Trina Permanente Governou mais de 4 anos. Membros: Francisco de Lima e Silva, João Braúlio Muniz e José Costa Carvalho. Foi a regência do período mais violento. O Padre Diogo Feijó se projetou como defensor da ordem pública através da criação da Guarda Nacional. José Bonifácio, tutor de D. Pedro II, foi substituído pelo Marquês de Itanhaém. O Ato Adicional de 1834 alterou a Constituição de 1824: aboliu o Conselho de Estado e transformou a Regência Trina em Una. Guarda Nacional: destacamento militar criado para conter as revoltas do período 3

Regências una Conflitos do período regencial Regência Una de Feijó (1835-1837) Era regente Diogo Antônio Feijó, padre. Foi prejudicada pela forte disposição parlamentar. Regência Una de Araújo de Lima (1837-1840) Feijó renunciou em favor de Araújo de Lima. Essa regência terminou devido à antecipação da maioridade de Dom Pedro que, com 14 anos de idade, foi coroado imperador do Brasil e passou a usar o título de D. Pedro II. Conflitos do período: crises políticas Federação do Guanais (Movimento republicano Bahia 1832) Revolta dos Malês O desejo de maior autonomia provincial que, foi concedida pelo Ato Adicional (1834), que criou os legislativos provinciais, fazendo outras concessões federalistas. (movimento de libertação de escravos muçulmanos Bahia 1835) Conflitos do período: crises políticas Cabanagem (movimento provocado pelo abandono da província. Negros e indígenas com apoio de parte de outras classes. Pará 1835-1840) Farroupilha (buscavam maior autonomia e isto levou à tentativa de independência republicana. RS 1835-1845) Trecho do quadro A batalha dos Farrapos, de Wasth Rodrigues Conflitos do período: crises políticas Sabinada (movimento republicano setores das camadas médias urbanas comerciantes, profissionais liberais e oficiais militares. Bahia 1837-1848) Bandeira da Sabinada Balaiada (revolta de fundo social. Pobres da região, escravos, fugitivos e prisioneiros. O motivo era a disputa pelo controle do poder local. Maranhão 1838-1841) Fabricantes de Balaios Segundo Reinado A partir do golpe da maioridade D. Pedro II se torna o imperador do Brasil. Em 1840, a Assembléia Nacional aprovou a antecipação da idade do príncipe Pedro de Alcântara. Era a vitória do Clube da Maioridade. Assim, o jovem Pedro foi aclamado imperador, como título de D. Pedro II, em 23 de julho de 1840. Iniciavase o Segundo Reinado, período que durou quase meio século (1840 a 1889). 4

Organização política Por volta de 1840, os políticos regressistas criaram o Partido Conservador. E os progressistas constituíram o Partido Liberal. Esses dois grupos dominaram a vida pública brasileira durante todo o Segundo Reinado (1840-1889). Devido à exigência de rendas, só 1% da população brasileira tinha direito ao voto. Os liberais e conservadores desenvolveram uma fórmula que trouxe estabilidade política ao Segundo Reinado. Modernidade no império No decorrer do século XIX, principalmente no período de 1850 a 1900, o Brasil viveu grandes transformações: O centro econômico do país deslocou-se das velhas áreas agrícolas do nordeste para o centro-sul. O café tornou-se o principal produto agrícola do país. Superou todos os demais produtos como açúcar, tabaco, algodão e cacau. Modernidade no Império Nas fazendas de café de São Paulo o trabalho do escravo foi sendo substituído pelo trabalho assalariado do imigrante europeu (italianos, alemães etc.). O dinheiro obtido com a venda do café foi aplicado na industrialização do Brasil. Surgiram inicialmente indústrias alimentares, de vestuário e de madeira. As cidades se desenvolveram e surgiram importantes serviços urbanos (iluminação das ruas, bondes, ferrovias, bancos, teatros, etc.). Ciclo do café O clima e o tipo de solo do sudeste brasileiro favoreciam amplamente o desenvolvimento da lavoura cafeeira. O país tinha disponibilidade de novas terras e já contava com a mão-de-obra escrava, que foi deslocada para a cafeicultura. Com todos esses recursos, o Brasil tornou-se em pouco tempo o principal produtor mundial de café. De 1830 até o fim do século, o café foi o principal produto exportado pelo Brasil. Os grandes lucros gerados pela exportação do café possibilitaram a recuperação econômica do Brasil, que tinha suas finanças abaladas desde o período da Independência, devido à queda das exportações agrícolas. Movimento abolicionista Abolição: sim ou não? Leis paliativas: Ingleses: Bill Aberdeen (1845) Brasil: Leis Eusébio de Queiros (1850) Lei do Ventre Livre (1871) Lei dos Sexagenários (1885) Campanha abolicionista (a partir de 1880): Joaquim Nabuco e José do Patrocínio Missa campal de Ação de Graças, no Rio de Janeiro, reúne a Princesa Isabel e cerca de vinte mil pessoas, celebra a abolição, no dia 17 de maio de 1888. 5

Revoltas Revoltas Liberais (SP e MG 1842) Revolta Praieira (PE caráter socialista 1848-1850) Ronco da Abelha (Nordeste revolta de escravos de menor dimensão e sem organização contra o censo 1851-1854) Revolta dos Muckers (fanatismo religioso no RS 1874) Revolta do Quebra-Quilos (Nordeste caráter popular contra o sistema de medidas 1874-1875) Conflitos externos Questão Christie(Inglaterra 1863) Questões Platinas Guerra contra Oribe e Rosas (Uruguai e Argentina 1851-1852) Guerra contra Aguirre (Uruguai 1864) Guerra do Paraguai (em aliança com Uruguai e Argentina contra o Paraguai 1864-1870) Guerra da Tríplice Aliança Brasil, Argentina e Uruguai, aliados, derrotaram o Paraguai após cinco anos de lutas durante os quais o Brasil enviou mais de 160 mil homens à guerra. Guerra da Tríplice Aliança Algo em torno 50 mil não voltaram alguns autores asseveram que as mortes no caso do Brasil podem ter alcançado 60 mil se forem incluídos civis, principalmente nas então províncias do Rio Grande do Sul e de Mato Grosso. A derrota marcou uma reviravolta decisiva na história do Paraguai, tornando-o um dos países menos desenvolvidos da América do Sul. Consolidação do exército brasileiro: Duque de Caxias Crise da monarquia Interferência de D.Pedro II nos assuntos religiosos, provocando um descontentamento na Igreja Católica; Críticas feitas por integrantes do Exército Brasileiro, que não aprovavam a corrupção existente na corte. Além disso, os militares estavam descontentes com a proibição, imposta pela Monarquia, pela qual os oficiais do Exército não podiam se manifestar na imprensa sem uma prévia autorização do Ministro da Guerra; Crise da Monarquia A classe média (funcionário públicos, profissionais liberais, jornalistas, estudantes, artistas, comerciantes) estava crescendo nos grandes centros urbanos e desejava mais liberdade e maior participação nos assuntos políticos do país. Identificada com os ideais republicanos, esta classe social passou a apoiar o fim do império; Falta de apoio dos proprietários rurais, principalmente dos cafeicultores do Oeste Paulista, que desejavam obter maior poder político, já que tinham grande poder econômico; 6

Fim da Monarquia Diante das pressões citadas, da falta de apoio popular e das constantes críticas que partiam de vários setores sociais, o imperador e seu governo encontravam-se enfraquecidos e frágeis. Doente, D.Pedro II estava cada vez mais afastado das decisões políticas do país. Enquanto isso, o movimento republicano ganhava força no Brasil. D. Pedro II e família em Petrópolis, em foto de Otto Hees, a última antes do fim do Império. Da esquerda para a direita: a imperatriz, D. Antonio, a princesa Isabel, o imperador, D. Pedro Augusto (filho da irmã da princesa Isabel, d. Leopoldina, duquesa de Saxe), D. Luís, o conde D'Eu e D. Pedro de Alcântara (príncipe do Grão- Pará) Início da República No dia 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca, com o apoio dos republicanos, demitiu o Conselho de Ministros e seu presidente. Na noite deste mesmo dia, o marechal assinou o manifesto proclamando a República no Brasil e instalando um governo provisório. Após 67 anos, a monarquia chegava ao fim. No dia 18 de novembro, D.Pedro II e a família imperial partiam rumo à Europa. Exercício 1 Muitos europeus emigraram para o Brasil e para os países da América Hispânica da metade do século XIX em diante. Esses fluxos de imigração a) variaram conforme sua procedência, seus motivos e destinos, e em certos casos foram provocados por perseguições políticas nos países de origem (sobretudo de anarquistas e socialistas). b) ofereceram uma alternativa para a substituição da mão-de-obra escrava, em declínio em toda a América Latina desde que a Espanha impôs leis de proibição do tráfico de africanos pelo Atlântico. c) impediram a formação de identidades nacionais, uma vez que provocaram mudanças profundas na formação étnica e cultural dos países latino-americanos (principalmente no Brasil e na Argentina). d) iniciaram a industrialização e a agricultura no Brasil e na América Hispânica, pois os imigrantes, em sua maioria, traziam capitais e conhecimento tecnológico adequados à renovação econômica. e) foram ocasionais e descontrolados, e, na maior parte dos casos, revelavam as más condições sociais e econômicas dos países de origem e o fascínio pela oportunidade de obter terras para produção de subsistência. 2 Leia o excerto que segue:... A rebelião já estava extinta e como não havia rebeldes em armas, o capitão Longuinho e seus soldados promoveram toda sorte de arbitrariedades contra a população indefesa. Além de violentar os lares e roubar os haveres, a força aplicou em dezenas de rapazes inocentes o colete de couro. (...) Os campinenses sofreram algo com os ingênuos caboclos de Carga d Água, os verdadeiros Quebra-Quilos. Sofreram horrivelmente com os cangaceiros de Neco de Barros e Alexandre de Viveiros que já viviam fora da lei, assassinando e depredando. Mas com a milícia imperial, aquela que vinha apenas manter a ordem, seu sofrimento foi muitas vezes maior, não teve limites! (EPAMINONDAS CÂMARA: Datas Campinenses, p. 21; RG Editora e Gráfica, 1998). Neste contexto NÃO podemos afirmar que: a) A revolta, liderada por João Carga d Água iniciou na serra de Bodopitá. De lá, os insurretos invadiram a cidade de Campina Grande num dia de feira, quebraram as medidas (caixas de madeira de um e de cinco litros de capacidade), fornecidas pelo poder público municipal e usadas pelos feirantes, e atiraram os pesos dentro do Açude Velho. b) Apesar da brutal repressão desencadeada pela polícia e dos revoltosos não terem conseguido tomar o poder em várias cidades como queriam, a reivindicação inicial de acabar com o novo Sistema Métrico Decimal foi conseguida. As autoridades provinciais entenderam que esta seria uma forma eficiente de acalmar a população. c) A revolta se estendeu para outros municípios do Brejo e do Cariri paraibano e até mesmo para Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte. Aos revoltosos, juntaram-se vários indivíduos armados que invadiram a cadeia pública, libertando os presidiários, e incendiaram cartórios e o arquivo municipal. d) O povo pobre nordestino, revoltado com as constantes cobranças de impostos, associou as novas medidas do Sistema Métrico Decimal, que substituía a braça, arroba e légua por metro, quilo e litro com a cobrança de novos impostos e se rebelou invadindo as Câmaras e destruindo as medidas e os editais, no que ficou conhecido como as Revoltas do Quebra- Quilos. e) A revolta durou alguns poucos meses e foi sufocada pelas forças policiais. A maioria dos seus líderes foram presos e, em represália, as forças da milícia imperial desferiram sobre a população de Campina Grande a mais brutal repressão de que se tem notícia na história da cidade. 3 Como elemento comum aos vários movimentos insurrecionais que marcaram o período regencial (1831-1840), destaca-se a) a oposição ao regime monárquico. b) a defesa do regime republicano. c) o repúdio à escravidão. d) o confronto com o poder centralizado. e) o boicote ao voto censitário. 7

4 Leia o texto a seguir. O que fazer com a revolução? Havia basicamente três respostas: negar (os absolutistas ou ultramonarquistas), completar e encerrar (vertente conservadora do liberalismo) e continuar (vertente revolucionária do liberalismo). Impossível era ignorá-la. (MOREL, Marcos. O período das Regências (1831-1840). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003, p. 21.) O texto faz referência ao contexto posterior à abdicação de D. Pedro I, detendo-se nas concepções sobre a revolução dos três grupos políticos que se embateram durante a Regência Trina (1831-1834). Assinale a alternativa que contempla esses três grupos. a) Saquaremas, luzias e caramurus. b) Restauradores, moderados e exaltados. c) Partido Brasileiro, Partido Português, Partido Inglês. d) Partido Conservador, Partido Liberal e Partido Republicano. e) Partido Conservador, Partido Liberal e Partido Progressista. 5 Marque a alternativa que melhor expressa a figura: (AQUINO, R. L. de. Fazendo a História. RJ:Ao Livro Técnico, 1990, p.144) 5 a) A gravidade dos movimentos sociais que redundaram na emancipação política do Brasil. b) Os problemas enfrentados no período Regencial e a emergência do Segundo Reinado. c) A proximidade do Primeiro Reinado, devido às revoltas regenciais. d) Os esforços dos partidos políticos para compor o Ministério da Conciliação. e) A crise financeira advinda dos gastos com as repressões às revoltas anunciando a República. 6 Sobre as revoltas do Período Regencial (1831-1840), é correto afirmar que a) indicavam o descontentamento de diferentes setores sociais com as medidas de cunho liberal e antiescravista dos regentes, expressas no Ato Adicional. b) algumas, como a Farroupilha (RS) e a Cabanagem (PA), foram organizadas pelas elites locais e não conseguiram mobilizar as camadas mais pobres e os escravos. c) provocavam a crise da Guarda Nacional, espécie de milícia que atuou como poder militar da Independência do país até o início do Segundo Reinado. d) a Revolta dos Malês (BA) e a Balaiada (MA) foram as únicas que colocaram em risco a ordem estabelecida, sendo sufocadas pelo Duque de Caxias. e) expressavam o grau de instabilidade política que se seguiu à abdicação, o fortalecimento das tendências federalistas e a mobilização de diferentes setores sociais. 7 O texto que segue trata da história das rebeliões e revoltas no Brasil. Havia um abismo entre os políticos do Rio de Janeiro e os das províncias. A Corte, pólo centralizador das decisões, com hábitos e atividades urbanas sedimentadas, era a metrópole do resto do Brasil. (JANOTTI, Maria de Lourdes M. A Balaiada. São Paulo : Brasiliense, 1987. p. 9). A conclusão da historiadora Maria de Lourdes Janotti está relacionada ao período no qual se desenvolveu, em território brasileiro, uma série de revoltas, entre elas, a Balaiada. A respeito da Balaiada, é correto afirmar que: (001) serviu de modelo para os mandões provinciais, no caso, os da província do Maranhão, que passaram a organizar grupos armados para a luta contra os representantes da metrópole lusitana. (002) foi uma rebelião liderada pela aristocracia do Maranhão, que utilizou setores das camadas populares como instrumentos de luta contra os políticos da Corte do Império Brasileiro. (004) expressava claramente o apoio da elite aristocrática do Maranhão ao Governo imperial. (008) representou, exclusivamente, o descontentamento das camadas populares diante dos desmandos cometidos pela aristocracia do Maranhão. (016) no Período da Regência, em 1838, envolveu aristocratas e populares do Maranhão contra os políticos da Corte Imperial Brasileira. 8 Durante o século XIX, no Brasil, desenvolveu-se uma campanha em favor da abolição da escravidão negra. A culminância dessa campanha deu-se com a Lei Áurea, em 1888. Ao ser extinta a escravidão, os libertos a) permaneceram nas mesmas condições de vida, dada a inexistência de uma política governamental que os integrasse à sociedade. b) iniciaram negócios próprios, inserindo-se no mercado capitalista, graças a subsídios do governo. c) ocuparam postos no mercado de trabalho capitalista, em razão da política governamental de educação formal. d) foram alvo de atitudes segregacionistas da sociedade branca, dificultando-lhes a ascensão social em razão das disposições previstas nas leis abolicionistas. 8

9 O segundo reinado no Brasil ocorreu sem as muitas instabilidades políticas que marcaram os primeiros anos da independência. Pernambuco, que mantinha uma tradição liberal, decorrente de movimentos, como a Revolução de 1817 e a Confederação do Equador, mostrou seu descontentamento com o governo central na Revolução Praieira de 1848. Com relação ao movimento praieiro, podemos afirmar que: a) tinha a liderança das elites políticas liberais e expressava também o radicalismo político dos grupos socialistas pernambucanos. b) foi cenário de confrontos militares, que obrigaram o governo a reforçar suas tropas e a julgar os rebeldes presos com rigor. c) foi um movimento político socialista, que expressou ideais de liberdade e de socialização das riquezas. d) ameaçou o governo central, pois contou com o apoio militar de várias províncias do Norte e do Nordeste. e) não passou de uma rebelião local, sem grandes repercussões políticas, restringindo-se a uma disputa por cargos administrativos. Analise esta charge: 10 Na bandeira, lê-se: Abaixo a Monarquia abolicionista! Viva a República com indenização! Considerando-se as informações dessa charge, é CORRETO afirmar que, nela, se faz referência a) à intensa mobilização das camadas populares a favor de uma transição da Monarquia para a República. b) à adesão de muitos fazendeiros escravocratas à República, logo após a abolição da escravatura. c) aos movimentos republicano e abolicionista no Brasil, que se fortaleceram desde a década de 1870. d) à decidida opção do regime monárquico pela abolição da escravatura, apesar da oposição republicana. 11 Considerando-se a dinâmica da economia brasileira no decorrer do Período Imperial, é CORRETO afirmar que a) o negócio açucareiro, embora decadente, permaneceu importante o suficiente para fornecer capitais para a industrialização da Região Sudeste. b) a produção cafeeira foi implantada, originalmente, no oeste paulista, tendo-se expandido, posteriormente, em direção ao litoral e ao Vale do Paraíba. c) o primeiro setor industrial moderno a surgir no País foi a tecelagem, implantada com auxílio de máquinas e técnicos importados dos países desenvolvidos. d) a transição do trabalho escravo para o livre foi dificultada por empecilhos colocados pelo Império à utilização de mão-de-obra européia. 12 Observe os dois trechos abaixo e responda ao que é proposto. Estes motins [populares nas ruas do Rio de Janeiro de 1831]... tiveram a vantagem de desenganar aos poucos facciosos e anarquistas que ainda nos incomodam, que o brasileiro não foi feito para a desordem, e que o seu natural é o da tranqüilidade (Diogo Antonio Feijó, 1831. In Marco Morel. O período das Regências(1831-1840). Rio de Janeiro: Zahar, 2003, p. 55). Este termo docilidade aplicado hoje [em 1831] aos brasileiros (...) quer dizer tolo; (...) em uma palavra, dócil deixa dizer brasileiro ovelha mansa, que trabalha como burro para pagar tributos, desnecessários em benefício dos satélites do governo. (Cipriano Barata, 1831. In Marco Morel. O período das Regências(1831-1840). Rio de Janeiro: Zahar, 2003, p. 55-56). Os dois fragmentos acima possibilitam atentar para as diferentes posições políticas de Feijó e Barata sobre o caráter do povo brasileiro, em 1831. A alternativa que expressa a diferença dessas posições políticas é: a) Para Feijó, o povo insatisfeito do Brasil deveria aprender que o brasileiro era dócil. Já para Barata este povo brasileiro, embora trabalhador, não era tolo, nem escravo da Corte e do governo do Rio de Janeiro. b) Para Feijó e Barata, o povo brasileiro era dócil. Contudo Feijó se diferenciava de Barata porque acreditava que a docilidade estava apenas no Rio de Janeiro, enquanto Barata pensava que estaria nas cidades satélites ao governo carioca. c) Para Barata, o governo da Corte interpretava docilidade como sinônimo de burrice, enquanto Feijó acreditava que o povo brasileiro era dócil, porque tinha poucos anarquistas e estes não desejavam ferir a natural tranqüilidade nacional, pois eram ordeiros. d) Para Feijó e Barata, parte do povo brasileiro era dócil. Segundo Feijó, o interior do Brasil era dócil e a Corte era anárquica. Já para Barata era o oposto: as províncias rebeldes e a capital ordeira. e) Feijó acreditava que os motins populares no Rio de Janeiro eram exceções à regra geral do brasileiro, naturalmente tranqüilo, enquanto Barata julgava que o caráter do brasileiro era ser rebelde, anarquista e faccioso, merecendo ser controlado em benefício do governo. 9

13 A manutenção do Parlamentarismo, durante quase todo o Segundo Reinado, esteve relacionada: a) ao apoio dado pelos liberais ao monarca, de forma a manter o poder dos conservadores circunscrito às áreas interioranas do país. b) à concessão de muitos poderes ao imperador e à alternância dos partidos liberal e conservador no governo. c) à inexistência de eleições para a escolha dos senadores e deputados, todos nomeados pelo imperador. d) à estabilidade do cargo de presidente do Conselho de Estado, escolhido pela Câmara dos Deputados. e) à difusão dos ideais revolucionários franceses, adotados pelo monarca na condução da política imperial. 14 A primeira Constituição Brasileira, outorgada em 1824, apresentava uma novidade em relação às monarquias constitucionais existentes no Ocidente: a existência de um quarto poder, o Poder Moderador, idealizado pelo pensador liberal suiço Henri-Benjamim Constant de Rebecque, mas que na prática funcionava de maneira oposta à que ele havia concebido. Sobre as características do Poder Moderador criado pela Constituição de 1824, é CORRETO afirmar que ele assegurava: a) a liberdade de imprensa no país. b) o equilíbrio entre os demais poderes. c) a participação do povo nas eleições. d) o controle dos órgãos do Estado pelo Imperador. e) a igualdade de todos perante as leis. 15 Assinale a alternativa correta sobre a economia cafeeira durante o Império. a) A abolição da escravidão inviabilizou a expansão do plantio, por falta de mão-de-obra especializada. b) A decadência da economia cafeeira no Vale do Paraíba coincidiu com a franca expansão do plantio no chamado Oeste Paulista. c) O escoamento do produto foi facilitado pela ampla construção de estradas, que permitia aos caminhões o transporte até os portos. d) O fim do império teve como conseqüência imediata a desestruturação e decadência da economia cafeeira e a substituição por uma política industrialista. e) A política imperial preocupou-se essencialmente em favorecer os interesses dos produtores de açúcar do Nordeste, ignorando as necessidades dos produtores de café. 16 Entre 1864 e 1870, a Guerra do Paraguai opôs o Paraguai à Tríplice Aliança, composta por Argentina, Brasil e Uruguai. Sobre essa Guerra, é possível afirmar corretamente que a) se relaciona ao processo de construção dos Estados Nacionais na região do Prata e à disputa pela hegemonia na região. b) demonstrou a fragilidade militar dos países envolvidos e permitiu a penetração armada e comercial norte-americana na região. c) resultou exclusivamente da ambição excessiva de Solano López, ditador do Paraguai, e de seus interesses expansionistas. d) consolidou a hegemonia espanhola na região e impediu a conclusão do processo de independência política do Paraguai. e) levou ao rompimento das relações diplomáticas entre os quatro países e à busca, por eles, de parcerias mercantis com a Inglaterra. 17 Assinale a(s) proposição(ões) VERDADEIRA(S) em relação ao processo de independência do Brasil. 01. A independência do Brasil, a sete de setembro de 1822, atendeu aos interesses da elite social do Brasil Colônia e da burguesia portuguesa favorecida pelo decreto de Abertura dos Portos de 1808. 02. A revolta em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, liderada pelo alferes Joaquim José da Silva Xavier, apressou os planos de D. Pedro, apoiado pela aristocracia. Forçado pelas circunstâncias, teve de proclamar a independência. 04. No período colonial ocorreram numerosos motins e sedições como: a Aclamação de Amador Bueno, em São Paulo; a Guerra dos Emboabas e a Revolta de Vila Rica, em Minas Gerais. 08. A Maçonaria no Brasil, no século XIX, defendia os princípios liberais. As Lojas Maçônicas, em especial as do Rio de Janeiro, tiveram papel importante no movimento pela separação do Brasil de Portugal. 16. A independência, proclamada por D. Pedro, foi aceita incondicionalmente por todas as províncias. 18 Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, com relação às contestações ao poder monárquico ocorridas no Brasil oitocentista. ( ) Durante o período joanino, não ocorreram revoltas contra a monarquia portuguesa estabelecida nos trópicos. ( ) O Primeiro Reinado foi um período muito conturbado, durante o qual a principal revolta interna foi a Confederação do Equador. ( ) No período regencial, as revoltas disseminaram-se pelo Brasil afora, atingindo as províncias fronteiriças do Rio Grande do Sul e do Pará. ( ) O Segundo Reinado foi o período de consolidação do projeto centralizador da Coroa, não havendo ocorrência de revoltas. A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) V -V -F -V. b) V -F -V -F. c) F -V -V -F. d) F -V -F -V. e) F -F -V -V. 10

19 Analise o texto abaixo: Brasileiros! Salta aos olhos a negra perfídia, são patentes os reiterados perjuros do imperador e está conhecida nossa ilusão ou engano em adotarmos um sistema de governo defeituoso em sua origem, e mais defeituoso em suas partes componentes. As constituições, as leis e todas as instituições humanas são feitas para os povos e não os povos para elas. Eia, pois brasileiros, tratemos de constituir-nos de um modo análogo às luzes do século em que vivemos; o sistema americano deve ser idêntico; desprezemos instituições oligárquicas, só cabidas na encanecida Europa. (Manifesto da Confederação do Equador. In: PESSOA, Reynaldo C. A idéia republicana no Brasil, através de documentos. São Paulo : Alfa-Ômega, 1973, p.16). Com base no texto e em seus conhecimentos sobre a história da América Latina, assinale a alternativa correta. a) O manifesto expunha claramente o descontentamento dos confederados do Equador em relação ao imperador de Portugal, na época, D. João VI. b) Trata-se de um manifesto de 1824 em que os confederados manifestavam o seu descontentamento com o regime colonial espanhol. A partir desse momento, ficava oficialmente declarada a independência do Equador. c) Com esse documento, os confederados do Equador manifestavam-se surpreendidos e decepcionados com o imperador D. Pedro I, que tinha então dissolvido a Constituinte no Brasil. d) Os confederados do Equador queriam a instituição imediata de um governo forte para governar o Império Brasileiro. e) Somente interessava aos manifestantes o estabelecimento de um governo calcado nos princípios básicos republicanos e a libertação de todos os escravos existentes em território brasileiro. 20 A caricatura anterior foi publicada no jornal rio - grandino Bisturi e trata-se de uma alegoria em homenagem à Lei Áurea, de 13 de maio de 1888. Acerca dessa legislação, pode-se afirmar: I - Como busca representar a figura, foi uma lei que determinou a liberdade dos escravos, sem distinções de sexo ou idade, embora, como a Lei do Ventre Livre, garantisse a manutenção de uma forma de continuidade de prestação de serviços compulsória aos antigos senhores. II - Essa lei constituiu a culminância de um processo histórico lento e gradual, que passara por outras leis, como a Eusébio de Queiroz, a do Ventre Livre e a dos Sexagenários. III - A lei foi aprovada graças à ação da ampla maioria republicana no Congresso Nacional, com a aquiescência integral de liberais e conservadores. IV - Tal lei foi também resultado da pressão britânica que, desde o início do século XIX, insistia na extinção da escravidão do Brasil, em nome de valores humanitários e com interesses na constante ampliação de mercados. V - A lei viria a constituir, a curto prazo, um dos fatores que levaria à desagregação da forma monárquica de governo. Estão corretas: a) I, II e III. b) II, III e V. c) III, IV e V. d) II, IV e V. e) I, III e IV. 21 Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto abaixo, na ordem em que aparecem. Uma das mais importantes instituições da administração militar do Império brasileiro, a, foi criada durante o período. Ela foi responsável, até meados do século XIX, pela tarefa fundamental de. a) Guarda Nacional - regencial - controle social b) Companhia das Ordenanças - colonial - defesa das fronteiras c) Companhia das Ordenanças - joanino - controle social d) Guarda Nacional - colonial - patrulhamento das vilas e) Companhia de Auxiliares - regencial - defesa das fronteiras 22 Assinale a alternativa que contém uma ou mais causas que não contribuíram para o processo que pôs fim ao Império Brasileiro. a) Movimento abolicionista, mentalidade positivista, lançamento do Manifesto Republicano. b) Movimento republicano, atritos do governo imperial com a Igreja, luta contra a monarquia. c) Insatisfações do exército, formação de partidos republicanos, trabalho assalariado. d) Abolição da escravidão, conflitos interoligárquicos, aliança entre exército e cafeicultores. e) Aliança do exército com o imperador, processo de imigração, pensamento liberal. 23 A partir dos anos 70 do século XIX teve início, no Brasil, a decadência de Segundo Reinado, repleta de crises que desembocaram na Proclamação da República em 1889. Analise as afirmações sobre esse processo. Assinale V ou F: ( ) Na década de 1870, o movimento republicano ganhou base social definida e peso político, quando em sua sustentação entraram setores dinâmicos e de crescente presença social, política e econômica:profissionais liberais, militares, cafeicultores e setores médios e populares urbanos. ( ) Desgastado permanentemente por seus compromissos com a ordem escravista, o regime imperial brasileiro isolou-se ainda mais em conseqüência da Questão Religiosa e da Questão Militar. ( ) A concessão de autonomia provincial, o desenvolvimento industrial no Sudeste criou uma classe operária combativa e a defesa da universalização do voto pelo movimento republicano são fatores responsáveis pela queda da monarquia. ( ) A estrutura federativa, a conspiração tutelada pelo Exército e a defesa da eliminação da discriminação entre brancos e negros foram os elementos básicos do enfraquecimento da ordem monárquica brasileira. ( ) No final da década de 1880, a República tornou-se uma alternativa viável, a curto prazo, graças à aproximação entre as elites civis e rurais republicanas e a corporação militar, insatisfeita com o regime monárquico. 11

24 Com relação à cultura e à vida cotidiana no Brasil Imperial, é correto afirmar: a) As indústrias nascentes, na segunda metade do século XIX, não puderam utilizar mão-de-obra infantojuvenil, mesmo recrutando essa força de trabalho através de anúncios de jornais, porque houve forte resistência da sociedade civil a essa prática. b) As camadas médias e as camadas populares urbanas tinham amplas e diversificadas possibilidades de ocupação, mobilidade e ascensão social, devido a um intenso processo de urbanização no país, que remontava ao período colonial. c) Os hábitos culturais trazidos pelos imigrantes tiveram pouca penetração na cultura brasileira, especialmente na área cafeeira da província de São Paulo, devido à resistência das suas elites às influências européias. d) A pacata vida cotidiana da Parahyba do Norte, capital da província da Parahyba, foi abalada, após 1850, por dois acontecimentos impactantes: as epidemias, matando milhares de escravos, e o afluxo de milhares de retirantes sertanejos, após a grande seca de 1877. e) Os grandes centros urbanos do país tornaram-se cosmopolitas, isto é, abertos a idéias e costumes da cultura européia, o que resultou em maior democratização étnica da sociedade brasileira. f) A modernização da Capital (Rio de Janeiro), na segunda metade do século XIX, significou melhorias materiais na cidade - bondes, iluminação, encanamento etc. -, mas não foi acompanhada de quaisquer mudanças nas idéias, costumes e práticas culturais. 25 Santa Catarina foi o cenário de uma curiosa experiência social, no século XIX, com a instalação de uma comunidade em que as pessoas tinham como propósito produzir de acordo com a sua vocação e dividir a produção, em harmoniosa vida comunitária. Estamos falando da: a) colônia de açorianos e madeirenses, no litoral. b) colônia industrial do Saí. c) colônia Nova Ericeira. d) colônia de russos, no norte do Estado. e) colônia socialista do Peperi-Guaçu. Obs.: houve outras experiências socialistas/anarquistas no Brasil imperial (Revolta Praieira em Pernambuco e Colônia Cecília no Paraná) 26 Durante o Segundo Reinado, com a consolidação de um projeto político nacional após os conturbados anos da década de 30 do século XIX, o Brasil ampliou sua projeção externa e esteve envolvido em várias questões importantes no plano internacional, principalmente na região da Bacia do Prata. Sobre a política externa do Segundo Reinado para essa região, é correto afirmar: a) Foi negociado o fim da Guerra da Cisplatina. b) O Brasil subjugou a Argentina na guerra contra Aguirre. c) foi celebrada uma aliança com o Paraguai para conter a expansão uruguaia. d) O Brasil promoveu a paz na região. e) Foi criada a Tríplice Aliança contra o Paraguai. 27 "Não vejo razão para se querer impor-nos uma opinião que não temos e um procedimento igual ao daqueles que sendo ricos podem dispensar certos serviços que nós não estamos em condições de fazê-lo. Se acham que presentemente o trabalho escravo já não remunera o produtor e é ônus para os que dele se utilizam, que libertem os que assim pensam, independente da Lei, mas não venham obrigar aos que de modo contrário e por necessidade, divergem de semelhante inteligência a terem igual procedimento." (HOLANDA, Sérgio B. de. História Geral da Civilização Brasileira. Livro 5, Tomo II - O Brasil monárquico: Relações e transações. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1969) O trecho acima é de uma carta escrita por Rodrigues de Azevedo, um fazendeiro de Lorena, na segunda metade do Século XIX. Ele expressa a posição dos cafeicultores do Vale do Paraíba em relação ao trabalho escravo, totalmente diferente do ponto de vista dos cafeicultores do Oeste Paulista. Nesse sentido, com relação à abolição da escravatura, podemos afirmar: a) Os cafeicultores do Vale do Paraíba eram favoráveis à abolição e os do Oeste Paulista, contra. b) Os cafeicultores do Vale do Paraíba e do Oeste Paulista eram favoráveis à abolição. c) Os cafeicultores do Oeste Paulista eram favoráveis à abolição e os do Vale do Paraíba, contrários. d) Os cafeicultores do Oeste Paulista não tinham uma posição definida sobre a questão e os do Vale eram contrários. 28 Assinale a alternativa que está fora de contexto do processo que acelerou a eliminação do trabalho escravo no Brasil, culminando com a Abolição da Escravatura: a) Resistência negra à manutenção do regime escravocrata. b) Maior produtividade da mão-de-obra imigrante. c) Proibição do tráfico negreiro. d) Pressão internacional contra o trabalho escravo. e) Esgotamento das jazidas de ouro nas Minas Gerais. 29 Assinale V ou F. A idéias liberais ganharam o mundo da época, influenciando, inclusive, a libertação das colônias da América. No Brasil, a Constituição de 1824 consagrou algumas das idéias liberais, porém: ( ) não libertou os escravos, apesar da grande pressão do povo e dos intelectuais do Rio de Janeiro. ( ) terminou por validar práticas políticas reacionárias, apesar da pressão liberal de algumas forças políticas. ( ) aceitou o voto censitário, limitando a cidadania e os direitos democráticos. ( ) acabou com a figura política do senador vitalício, a pedido do imperador do Brasil. ( ) não satisfez aos liberais mais radicais, não fazendo referência à famosa Declaração Universal dos Direitos do Homem. 12

30 Observe os dados da tabela: Os fatores que favoreceram a situação apresentada na tabela foram a) a abolição do tráfico negreiro e a doação de minifúndios com a Lei de Terras. b) a crise do escravismo e a expansão da lavoura cafeeira no Sudeste. c) o apogeu do extrativismo da borracha na Amazônia e o fim da escravidão. d) a consolidação da industrialização brasileira e problemas na Europa. e) a necessidade de ocupar regiões no Sudeste e o sucesso do sistema de parceria. 13