Licenciamento Ambiental nos Municípios: a Lei Complementar nº 140



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Transcrição:

Licenciamento Ambiental nos Municípios: a Lei Complementar nº 140 I Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável Brasília, 29 de março de 2012

SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - SISNAMA O Sistema Nacional do Meio Ambiente Sisnama, criado pela lei 9.638, de 31 de agosto de 1981, tem como principais funções: concretizar a Política Nacional do Meio Ambiente; estabelecer um conjunto articulado de órgãos, entidades, regras e práticas responsáveis pela proteção e pela melhoria da qualidade ambiental; e garantir a descentralização da gestão ambiental, através do compartilhamento entre os entes federados (União, Estados e Municípios).

SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - SISNAMA Governos Federal - Estaduais Municipais CONAMA CONSELHOS ESTADUAIS CONSELHOS MUNICIPAIS Conferências de Meio Ambiente (Instrumentos de Gestão e Planejamento: p.ex: Zoneamento Ambiental, Monitoramento, Criação de Unidades de Conservação, Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente, Licenciamento Ambiental e outros (Ver Art 9 o Lei 6938/81)

SISTEMA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE - SISNAMA GRANDE DEMANDA DA SOCIEDADE LEGISLAÇÃO RIGOROSA BAIXA CAPACIDADE DE IMPLEMENTAÇÃO

Constituição Federal: Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: (...) III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; Parágrafo único. Lei complementar fixará normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.

Histórico da Regulamentação do art. 23 da CF: PL nº 12/2003 Dep. Sarney Filho; OUT/2004 - Seminário RJ A Regulamentação do art. 23 da CF e o Fortalecimento do SISNAMA; DEZ/2004 - Comissão Tripartite Nacional- Cria GT para tratar da regulamentação do art. 23; MAR/2005 Instalado o GT com participação do MMA, IBAMA, ABEMA, ANAMMA, CNM, ANA, Conselheiros do CONAMA, entre outros; JUL/2005 GT encerra seus trabalhos e Comissão Tripartite Nacional - Aprova a minuta de PLC, sugerindo seu encaminhamento ao Congresso Nacional; encaminhamento ao Congresso Nacional; 1º semestre 2006 Secretaria de Assuntos Federativos consulta Federações de Municípios sobre o texto do PLC ; JAN/2007 PLC remetido ao Congresso Nacional; 19/DEZ/2009 Câmara aprova Substitutivo ao PLP nº 12/2003; OUTUBRO de 2011 - PL aprovado pelo plenário do Senado.

O Licenciamento Ambiental no LC nº 140/2011 Alteração do art. 10 da Lei nº 6.938/1981: Art. 10 - A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) (...) LC 140 - Art. 20. O art. 10 da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, passa a vigorar com a seguinte redação: Art. 10. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental. 1o Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão publicados no jornal oficial, bem como em periódico regional ou local de grande circulação, ou em meio eletrônico de comunicação mantido pelo órgão ambiental competente. União, Estados e Municípios são responsáveis pelo licenciamento ambiental.

Atuação Supletiva: Ação do ente da Federação que se substitui ao ente federativo originariamente detentor das atribuições, nas hipóteses definidas nesta Lei Complementar; Casos de ocorrência da atuação supletiva: i) Art.14, 3º. O decurso dos prazos de licenciamento, sem a emissão da licença ambiental, não implica emissão tácita nem autoriza a prática de ato que dela dependa ou decorra, mas instaura a competência supletiva referida no art. 15. prazos do licenciamento ambiental - art. 14 da Resolução CONAMA 237/97. E se o União não cumprir seus prazos?

ii) Art. 15. Os entes federativos devem atuar em caráter supletivo nas ações administrativas de licenciamento e na autorização ambiental, nas seguintes hipóteses: I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado ou no Distrito Federal, a União deve desempenhar as ações administrativas estaduais ou distritais até a sua criação; II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Município, o Estado deve desempenhar as ações administrativas municipais até a sua criação; e III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado e no Município, a União deve desempenhar as ações administrativas até a sua criação em um daqueles entes federativos. O que é órgão ambiental capacitado?

iii) Art. 5º O ente federativo poderá delegar, mediante convênio, a execução de ações administrativas a ele atribuídas nesta Lei Complementar, desde que o ente destinatário da delegação disponha de órgão ambiental capacitado a executar as ações administrativas a serem delegadas e de conselho de meio ambiente. Parágrafo único. Considera-se órgão ambiental capacitado, para os efeitos do disposto no caput, aquele que possui técnicos próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e em número compatível com a demanda das ações administrativas a serem delegadas. Quem define o que é órgão ambiental capacitado? Quem define quais são os técnicos necessários? Quem define qual o número de técnicos compatível com a demanda de ações a serem delegadas? Risco de nova onda de judicialização e federalização do licenciamento ambiental. Necessidade de que o regulamento da LC estabeleça quem cabe avaliar a capacidade do órgão ambiental.

Atuação Subsidiária: Ação do ente da Federação que visa a auxiliar no desempenho das atribuições decorrentes das competências comuns, quando solicitado pelo ente federativo originariamente detentor das atribuições definidas nesta Lei Complementar. Caso de ocorrência da atuação supletiva (art. 16): A ação administrativa subsidiária dos entes federativos dar-se-á por meio de apoio técnico, científico, administrativo ou financeiro, sem prejuízo de outras formas de cooperação. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente originariamente detentor da atribuição nos termos desta Lei Complementar.

Critérios de definição do ente competente: localização do empreendimento; tipo de atividade (militar, material radioativo, energia nuclear); conforme tipologia fundada nos critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento: i) no caso da União estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional; ii) no caso dos Municípios definida pelos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente; não há mais a definição do órgão competente com fundamento no impacto do empreendimento (???); a razão da excepcionalidade do critério da APA.

Compete ao IBAMA licenciar: a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva; c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas; d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados; f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas, conforme disposto na Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999; g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); ou h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento Parágrafo único. O licenciamento dos empreendimentos cuja localização compreenda concomitantemente áreas das faixas terrestre e marítima da zona costeira será de atribuição da União exclusivamente nos casos previstos em tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento.

Compete ao Estado licenciar - atribuição residual XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7º (União) e 9º (Municípios); XV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo Estado, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);

Compete ao Município licenciar: a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); Licenciamento ambiental e os Municípios: Acre (1/22), Bahia* (80/417), Ceará 6/184), Espírito Santo (9/78), Goiás (13/246), Pará (42/143), Pernambuco 6/167 (1/185), Rio de Janeiro (30/92), Rio Grande do Norte (6), Rio Grande do Sul* (294/496), Santa Catarina (11/293), São Paulo (104/645) (Fonte: PNC/2009; * Informações dos Estados/2012)

Exemplo de Sistema Estadual - Rio Grande do Sul: Código Estadual de Meio Ambiente (Lei Estadual n 11.520, 3-8-2000) Art. 69: "caberá aos municípios o licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades consideradas como de impacto local, bem como aquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou Convênio". Atividades de impacto local: Resolução nº 102/2005 do Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONSEMA), com alterações/inclusões pelas Resoluções nº s 110/2005, 111/2005, 168/2007 e 232/2010.

RS - Resolução CONSEMA Nº 105 de 24/05/2009

BAHIA - Resolução CEPRAM Nº 3.925 de 30/01/2009

(Rio Grande do Sul continuação) Resolução CONSEMA nº 04/2000: critérios para o licenciamento ambiental municipal (Histórico); Resolução CONSEMA nº 167/2007: dispõe sobre a qualificação dos municípios, os critérios (atualização) e as diretrizes para o exercício da competência do licenciamento ambiental das atividades de impacto local, bem como sobre a gestão ambiental compartilhada no Estado. 294 municípios dentre 496 habilitados pelo CONSEMA

RS - Resolução CONSEMA Nº 04 de 28/04/2007 Art. 1º - Os Municípios para realizarem o licenciamento ambiental das atividades de impacto local, conforme dispõe a Resolução CONSEMA nº 005/98, deverão habilitar-se junto à SEMA. Art. 2º - Visando à habilitação junto a SEMA para a realização do licenciamento ambiental das atividades consideradas de impacto local, deverá o Município: a) ter implantado Fundo Municipal de Meio Ambiente; b) ter implantado e em funcionamento Conselho Municipal de Meio Ambiente, com caráter deliberativo, tendo em sua composição, no mínimo, 50% de entidades não governamentais; c) possuir nos quadros do órgão municipal do meio ambiente, ou a disposição deste órgão, profissionais legalmente habilitados para a realização do licenciamento ambiental, emitindo a devida Anotação de Responsabilidade Técnica (ART); d) possuir servidores municipais com competência para exercício da fiscalização ambiental; e) possuir legislação própria disciplinando o licenciamento ambiental e as sanções administrativas pelo seu descumprimento; f) possuir Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, o Município com população superior a 20.000 habitantes, ou Lei de Diretrizes Urbanas, o Município com população igual ou inferior a 20.000 habitantes; g) possuir Plano Ambiental, aprovado pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente, de acordo com as características locais e regionais.

RS - Resolução CONSEMA Nº 167 de 22/10/2007

Instrumentos para Pactuação de uma Gestão Ambiental Compartilhada Conferência Nacional do Meio Ambiente Tripartite Nacional e Tripartites Estaduais Articulação do Licenciamento Ambiental: Definição das Tipologia de Atividades de Impacto Local Desenvolvimento e Implementação de Ferramentas Estratégicas (Avaliação Ambiental Estratégica, Plano Nacional de Recursos Hídricos, Plano Nacional de Áreas Protegidas) Rede de Conselhos e Fundos do Meio Ambiente

Instrumentos para Pactuação de uma Gestão Ambiental Compartilhada Programa Nacional de Capacitação dos Gestores e Conselheiros Municipais SINIMA Sistema de Informações do Meio Ambiente (SISLIC - IBAMA, Portal Nacional do Licenciamento Ambiental, SISNUC Cadastro Nacional de Unidades de Conservação, Desenvolvimento de Ferramentas de Geoprocessamento em software livre) Financiamento do Sistema: TCFA, Compensação Ambiental, Taxas de Licenciamento Ambiental.

Instrumentos para Pactuação de uma Gestão Ambiental Compartilhada Acordos de Cooperação Técnica assinados entre os Ibama e os OEMAS até 2011: Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Piauí, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Acordos em vias de serem assinados: Rio grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Goiás, Maranhão, Ceará, São Paulo, Pará, Espírito Santo, Distrito Federal, Amapá, Acre e Tocantins. A título de exemplo do sucesso dos acordos firmados, o estado da Bahia, após assinatura do acordo com o Ibama, em 2011, teve um incremento na base cadastral em torno de 43 mil novos cadastramentos de empresas, correspondente a uma elevação aproximada de 200%, o que demonstra a eficácia desse tipo de atuação conjunta.

Obrigado! Ministério do Meio Ambiente Secretaria Executiva Departamento de Gestão Estratégica volney.zanardi@mma.gov.br