Décimo Sexto Boletim de Física e Espiritualidade



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Transcrição:

Décimo Sexto Boletim de Física e Espiritualidade A estrutura da matéria segundo os espíritos

MEDNESP 2013- Um convite para o trabalho e o amor Convido-vos agora, a refletirem neste inicio de Nova Era da Humanidade, na função de cada um de vocês no meio em que vivem. Acadêmicos, não é por acaso que tivestes a oportunidade de conhecer as letras, as ciências da Terra, de sentar num banco escolar e pensar livremente, e educar este pensamento. Tendes a oportunidade de, desenvolvendo o intelecto, aliado ao coração e a Fé Inabalável no Nosso Criador, reproduzir nas mentes que vos acompanham, como educadores de si mesmos, o ideal espírita que ora servis, e por todo o sempre servireis, o ideal do Amor. Não medis os esforços para a consolidação dos estudos, das trocas de idéias que produzem energia de Espiritualidade no ambiente materialista que momentaneamente habituais. Queridos amigos e irmãos acadêmicos dos mais diversos cantos do Brasil que hoje se encontram na lide de superação de suas dificuldades através do aprendizado, renovação e entendimento de si mesmos. Como é valiosa a oportunidade de estarmos no orbe terrestre como acadêmicos, principalmente em um tempo em que a ciência avança rapidamente em todos seus campos, com uma imensa produção de conhecimento técnico-científico. E esse progresso também se aplica à dimensão transcendente da alma humana, nos permitindo uma aliança entre ciência e espiritualidade, fé e razão, sentimento e intelecto. Este é o momento em que o preconceito arrefece e o terreno encontra-se fértil e semeado, aguardando o regar e o cuidar. Pensando no compromisso com esse grande ideal de aliança gostaríamos de convidar a todos para estarmos juntos no MEDNESP 2013, que acontecerá nos dias 29/05 a 01/06 em Maceió, Alagoas. O MEDNESP representa uma grande oportunidade para todos que desejam aprofundar o estudo da integralidade do ser humano e atualizar-se com os conhecimentos mais recentes no que concerne a ciência, saúde, espiritualidade e espiritismo. Oportunidade para que conheçamos profissionais da saúde e acadêmicos de todo o Brasil, os quais são exemplos de vida e humanidade. Oportunidade de estabelecer contatos, criar vínculos e unir forças, ao mesmo passo em que nos renovamos intimamente. E uma oportunidade também de conhecer a belíssima e aconchegante terra das Alagoas. Além disso, o MEDNESP é um espaço de produção e divulgação de novos conhecimentos. Portanto, convidamos os acadêmicos a enviarem seus trabalhos científicos, contribuindo assim, com o fortalecimento da pesquisa em Ciência, Saúde e Espiritualidade. A data limite para o envio de trabalhos é 31/03/2013. Nós, universitários e ainda jovens no corpo físico, carregados de idealismo e esperança, temos também a atribuição de levar a este encontro a alegria, a boa-vontade, a força e a fé no amanhã, levando a todos a esperança de um futuro ainda melhor carregado de amor e paz rejuvenescedora. Se este é seu primeiro encontro queremos que saiba que é uma alegria ter você conosco, fortalecendo ainda mais a corrente que continuará unindo a todos nós. Junte-se a nós no alojamento dos acadêmicos. Será muito bom poder conhecer suas experiências e aumentar a nossa família espiritual. Caso não seja marinheiro de primeira viagem, corra para manter acesa a chama do amor que nos une e sempre nos uniu. Será um prazer (RE)ENCONTRÁ-LOS! Confiai que Jesus é o Grande Semeador. Ele confia em vós como seus discípulos, os trabalhadores da última hora. Pensai na oportunidade que tendes de colaborar, de participar e coagir na construção do paradigma espiritual no meio acadêmico, na ciência que vos é instrumento. É por isso que vos reforço: é um momento de alegria. As luzes que acendeis nas universidades são as mesmas luzes que iluminam os vossos espíritos, os vossos caminhos. Desenvolvei a boa-vontade, a disciplina, o amor ao estudo e ao trabalho, mas acima de tudo mantede-vos com fé firme e sempre renovada no Pai, que vos colocou Bons Espíritos para vos auxiliarem. Jamais estamos sozinhos. Uma corrente de Fraternidade nos une, antes mesmo de reencarnarmos. O compromisso foi assumido antes. Agora é o momento de agirmos.força! Coragem! Amor, juventude abençoada! Hoje e sempre! *

Um grande abraço! Comissão Organizadora Departamento Acadêmico AME-AL/Departamento Acadêmico da AME-BR *Trechos retirados da Carta ao Universitário Espírita- Mensagem recebida durante o Bicentenário de Allan Kardec, em 30/ 10/ 2004, no Anhembi-SP. BOLETIM 16 FÍSICA E ESPIRITUALIDADE Prof. MARCUS VINÍCIUS AMEABC produpar1022@uol.com.br Janeiro/2013 Olá meus queridos irmãos em Cristo No boletim anterior, falamos um pouco da estrutura da matéria como a conhecemos no mundo encarnado. Foi uma aula um pouco formal de Física de Partículas Elementares, cujo objetivo foi dar um panorama das pesquisas em Física sobre a estrutura fundamental da matéria. Por se tratar de um tema extenso, nós o trataremos em mais dois boletins, esse e o próximo. Neste, trataremos de como podemos compreender a matéria a partir do que os espíritos nos falam na codificação kardeciana. No boletim 17, tentaremos expor (tentar não exercício de humildade, mas de incapacidade mesmo) alguns fundamentos do que a espiritualidade superior nos coloca como sendo a estrutura da matéria, muitos dos tópicos ainda completamente desconhecidos aqui na Terra (por enquanto). Espero que apreciem o boletim. Bons estudos! 1. A ESTRUTURA DA MATÉRIA SEGUNDO OS ESPIRITOS O texto que segue é, naturalmente, um exercício de investigação intuitiva, pautado na literatura espírita. Creio que lá já podemos encontrar fortes indícios de respostas a algumas questões formuladas no tema discutido. Do ponto de vista espiritual, o bóson de Higgs tem algo de mágico? Qual sua relação com o campo de Higgs? Por que os físicos a chamam de "partícula de Deus"? Na questão 22 do Livro dos Espíritos, os espíritos são indagados acerca da atribuição à matéria de propriedades como extensão e impenetrabilidade. Segundo os amigos espirituais, essa é uma definição condizente com nossa percepção, mas que certamente não supre por completo o que se chama de matéria. Uma matéria etérea e sutil, incapaz de causar sensações, também é matéria, mas não o consideramos assim, não pelo menos em senso comum. Mesmo o nosso perispírito,

envoltório material que é especialmente preparado com fluidos da mesma atmosfera onde o espírito em questão viverá sua experiência encarnatória, é, de acordo com os espíritos, matéria, porém em um nível que a nós parece ser sutil demais para receber tal denominação. Essa definição deve ter sido, sem dúvida, muito complexa ser compreendida quando da publicação da obra na segunda metade do século XIX. Hoje somos bombardeados por radiações eletromagnéticas de toda a natureza, sinais de rádio, celular, TV e outros nos permitem entender do que falam os espíritos. Hoje reconhecemos que o espectro eletromagnético é muito mais amplo que o que captamos com nossos cinco sentidos. Segundo os espíritos, essas radiações constituem matéria, apesar de serem intangíveis e não ocuparem espaço (atributo da extensão). Figura 6: Espectro Eletromagnético conhecido (http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/mylinks/viewcat.php?cid=48&min=390&orderby=titlea&show=10) Na questão 27, quando trata da distinção entre matéria e espírito, o livro menciona a ação de um fluido, o fluido universal. Diz a questão que: "Mas ao elemento material se tem que juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o Espírito e a matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o Espírito possa exercer ação sobre ela. Embora, de certo ponto de vista, seja lícito classificá-lo com o elemento material, ele se distingue deste por propriedades especiais. Se o fluido universal fosse positivamente matéria, razão não haveria para que também o Espírito não o fosse. Está colocado entre o Espírito e a matéria; é fluido, como a matéria, e suscetível, pelas suas inumeráveis combinações com esta e sob a ação do Espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que apenas conheceis uma parte mínima. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o Espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.

Assumindo a tese de que é o espírito que atua sobre a matéria, o fluido atuaria como uma espécie de "massa" pelo qual o espírito poderia, sob ação de sua vontade, moldar e produzir a matéria conhecida em todas as suas formas (aqui se incluem as radiações eletromagnéticas conhecidas). O fluido cósmico universal é, conforme veremos na sequência, o ponto de convergência entre a busca do bóson de Higgs e o que a vasta literatura espírita tem exposto desde meados do século XIX. Afinal, o que é este fluido? Qual a sua constituição? Será possível que, um dia, o detectemos e possamos manipulá-lo? Este fluido é mencionado em outras obras importantes. Por exemplo, na Gênese, de Allan Kardec, no capítulo sobre As Leis e as Forças, afirmam os espíritos que: "Há um fluido etéreo que enche o espaço e penetra os corpos. Esse fluido é o éter ou matéria cósmica primitiva, geradora do mundo e dos seres. São-lhe inerentes as forças que presidiram às metamorfoses da matéria, as leis imutáveis e necessárias que regem o mundo. Essas múltiplas forças, indefinidamente variadas segundo as combinações da matéria, localizadas segundo as massas, diversificadas em seus modos de ação, segundo as circunstâncias e os meios, são conhecidas na Terra sob os nomes de gravidade, coesão, afinidade, atração, magnetismo, eletricidade ativa. Os movimentos vibratórios do agente são conhecidos sob os nomes de som, calor, luz, etc. Em outros mundos, elas se apresentam sob outros aspectos, revelam outros caracteres desconhecidos na Terra e, na imensa amplidão dos céus, forças em número indefinido se têm desenvolvido numa escala inimaginável, cuja grandeza tão incapazes somos de avaliar, como o é o crustáceo, no fundo do oceano, para apreender a universalidade dos fenômenos terrestres. Ora, assim como só há uma substância simples, primitiva, geradora de todos os corpos, mas diversificada em suas combinações, também todas essas forças dependem de uma lei universal diversificada em seus efeitos que, pelos desígnios eternos, foi soberanamente imposta à criação, para lhe imprimir harmonia e estabilidade." Temos aqui uma citação riquíssima em informações: os espíritos amigos nos sugere que "gravidade, magnetismo, eletricidade" entre outras são variações do chamado fluido cósmico universal. Isso parece indicar que aquilo a que convencionamos chamar de campos em física (seja elétrico, magnético ou gravitacional) são nada mais que variações, espécie de condensações desse fluido.

Figura 7: Fluido Cósmico como princípio material que dá origem à matéria Uma questão que tem intrigado estudiosos de filosofia ou mesmo das ciências naturais mais "duras" é a que trata da natureza desses campos. Se uma carga elétrica é capaz de produzir ao seu redor um ente denominado "campo elétrico", algo como uma perturbação do espaço pelo qual se manifesta sua presença, qual a constituição desse campo? Dada a dificuldade do tema, muitos epistemólogos têm optado lidar com o problema da natureza do campo pela ótica dos modelos. Nesse sentido, campos seriam apenas modelos matemáticos que descreveriam o comportamento da natureza. Uma interpretação mais instrumentalista da realidade permitiria, inclusive, considerar que esses modelos poderiam lidar com entidades que não necessariamente existiriam na natureza, desde que conseguissem descrever com perfeição aspectos da natureza, permitindo, ao mesmo tempo, fazer previsões, pontos fundamentais para uma boa teoria física. Essa visão mais matemática do conceito de campo parece não ter guarida na visão dos espíritos, pois eles sugerem serem esses campos uma manifestação do fluido cósmico universal. Devem possuir, portanto, existência real, uma vez que a matéria é uma espécie de estado condensado desse fluido. Devemos, no entanto, perceber que tal visão estritamente matemática parece condizente com uma postura mais materialista, a qual a ciência tem assumido há pelo menos quatro séculos. Quando o trecho anterior afirma que as múltiplas forças são variações de matéria localizadas segundo as massas, fica um ponto extremamente provocador e que permite fazer um link com o que foi exposto da física de partículas com relação ao campo de Higgs: a massa seria, nas palavras dos espíritos, algo que conferiria localização "física" a esse fluido, um produto de um processo de densificação desse mesmo fluido (claro que tomo massa aqui no sentido mais usual do termo, apesar das enormes dificuldades em se definir algo aparentemente tão elementar). Assim, poderíamos ousar em tentar afirmar o que segue: quando físicos se perguntam acerca da origem da massa dos corpos, vemos na literatura espírita a ideia de que a massa é oriunda de um substanciação do fluido cósmico universal. Talvez esse processo de substanciação envolva a troca de partículas fundamentais, os tão desejados bósons de Higgs, que seriam os responsáveis por conferir massa aos corpos. Quanto à questão de qual a origem da massa dos bósons de Higgs ou, em outros termos, de onde vem a massa que os bósons de Higgs transferem à matéria, a resposta parece-nos óbvia: vem do fluido cósmico universal. O campo de Higgs, portanto, é um ente físico extremamente sutil, constituído de matéria elementar universal substanciada por processos ainda desconhecidos e que emite partículas mediadoras, os bósons de Higgs ou partículas de gravidade (grávitons). Devo admitir que ainda tenho dúvidas se o campo de Higgs e o fluido cósmico universal são o mesmo ente ou se o campo de Higgs já é, em algum nível, uma etapa posterior produto de alguma mudança do fluido universal. Por fim, quanto ao título de "partículas de Deus", apesar de um forte apelo em termos de propaganda, duas análises podem ser feitas: numa primeira análise, creio que encontrar uma evidência empírica do campo de Higgs é, de algum modo, ir em direção ao encontro de uma "prova" da existência do fluido cósmico universal. Essa posição pode ser, entretanto, relativizada numa outra interpretação, que apresento como um segundo ponto de argumentação: se admitirmos que todos os campos são, de algum modo, modificações do fluido cósmico universal, encontrar o campo de Higgs é apenas completar o quebra cabeça que fecha nosso modelo de interações da matéria. Mas ainda falta lidar com o espírito. E, com o tempo, essa busca será inevitável.

Em resumo, todas as partículas são de Deus, todos os serem que tentam compreender essas partículas são de Deus, todos os campos são de Deus: porque Dele emana tudo e cabe a nós, Seus Humildes servos, nos esmerarmos em compreender a extrema beleza de sua obra. Porque se toda obra tem um artífice, somente um o poderia produzir uma obra tão bela quanto o Universo e dessa conclusão, cedo ou tarde, ninguém se furtará a tomar consciência. CONCLUSÃO Concluo dizendo que a tão sonhada busca dos físicos pela teoria do campo unificado, que tem desembocado na postulação da conhecida Teoria das Cordas, ainda encontrará alguns entraves importantes. Primeiro, conforme veremos no próximo boletim, ainda não estamos de posse de todas as forças da natureza, pois que somente conhecemos as forças que regem a matéria, mas desconhecemos completamente as que governam o Espírito. Por ora, o fluido cumprirá o papel de elemento unificador, pois que dá origem às forças que governam a matéria. Tudo a seu tempo: enquanto encarnados, procuramos trazer à luz do conhecimento humano algumas verdades do Cristo. Outros desencarnados virão e encontrarão a terra fértil para nova semeadura e tudo isso criará condições para que nos aprofundemos no entendimento das leis da natureza. Que Jesus continue nos abençoando! Bibliografia Prof. Marcus Vinícius Russo Loures Luiz, André. Mecanismos da Mediunidade: a vida no mundo espiritual. 26ª edição. Rio de Janeiro: FEB, 1959. Ferreira, Paulo Antonio. Universo dual: a estrutura da matéria segundo os espíritos. Apostila psicografada. Guitton, Jean. Deus e a ciência. 5a impressão. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992. Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 76a ed, 1995. Denis, Leon. O problema do ser, do destino e da dor. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Pires, Herculano. Pesquisa sobre o amor. 1998.