I Resultado Nacional Em maio, os números do setor foram atípicos, tal como a maioria das estatísticas referentes à indústria. Refletindo a paralisação dos caminhoneiros, a produção da indústria de transformação no país apresentou declínio de 10,9% na passagem mensal, após exclusão de fatores sazonais, sendo a queda mais acentuada desde dezembro de 2008. Em comparação a maio de 2017, o recuo observado foi de 6,6%, Foi o pior resultado desde outubro de 2016 (-7,3%), interrompendo doze meses consecutivos de taxas positivas. Comparado ao que vinha sendo observado até abril, o faturamento do setor de autopeças sofreu intensa e atípica redução. As variações para todos os canais de vendas de autopeças foram negativas em dois dígitos, algo incomum para qualquer contexto econômico. A retração de 19,2% em maio foi melhor apenas ao que se verificou nos meses de dezembro de 2013 a 2017, quando, por razões sazonais, foram contabilizadas quedas de 25,1%, 30,9%, 26,9%, 21,8% e 19,8%, respectivamente. Frente a abril deste ano, a distribuição do faturamento pelos canais de venda revela números estarrecedores. Para as montadoras, a receita nominal dos fabricantes de autopeças encolheu 20,9%. No mercado de reposição, a queda foi de 13,1% e no intrassetorial, 15,8%. A greve dos caminhoneiros afetou também as exportações, que já vinham sendo prejudicadas pela crise na Argentina. O faturamento decorrente das exportações caiu 24,2% em dólares e 19,1% em reais. A comparação com o mesmo mês do ano anterior também exibe resultados negativos. A exceção são as exportações medidas em reais, que, em razão da desvalorização sofrida pela moeda local no período, apresentaram crescimento de 1,0%. Convém notar que a taxa média de câmbio estava em US$/R$ 3,21 em maio de 2017, enquanto neste ano alcançou US$/R$ 3,64. Uma desvalorização, portanto, da ordem de 13,0%. Para o acumulado do ano e nos últimos doze meses, o faturamento nominal seguiu crescendo a dois dígitos. Em virtude do ritmo mais intenso das operações no setor a partir do segundo semestre de 2017, contabilizou-se avanço de 18,1% e 21,9%, respectivamente. Em todos os canais de venda os números foram satisfatórios. Por conta da paralisação dos caminhoneiros, foram registradas várias interrupções nas atividades fabris, o que acabou provocando recuo de 4 p.p no nível de utilização da capacidade (NUCI). A respeito de novas contratações, houve incremento de quase 9% frente a maio do ano passado, o que espelha o aquecimento que vinha sendo observado no setor até abril. É provável que esfriem as admissões nos próximos meses. Veja outros indicadores no Relatório de Acompanhamento Econômico exclusivo para sócios. [1]
[Tabela 1] Resumo do Desempenho Discriminação Mai 18/ Abr 18 Mai 18/ Mai 17 Acum 18/ Acum 17 Variação acumulada em 12 meses Faturamento líquido¹ nominal consolidado (%) -19,20-9,09 18,14 21,93 Faturamento líquido nominal: vendas para as montadoras (%) -20,90-13,17 17,46 25,45 Faturamento líquido nominal: vendas para a reposição (%) -13,10-1,30 13,23 11,76 Faturamento líquido nominal: exportação em reais (%) -19,12 1,04 27,82 21,54 Faturamento líquido nominal: exportação em dólares (%) -24,20-10,82 20,75 20,16 Faturamento líquido nominal: vendas intrassetoriais (%) -15,77-15,15 6,29 13,09 Emprego nacional (%) 0,13 8,89 8,79 5,58 Capacidade ociosa² (p.p.) 4,72 0,51-8,04-11,40 Fonte: Pesquisa Conjuntural M ensal do Sindipeças Notas: * Os valores podem sofrer alterações devido à ajustes realizados mensalmente. ¹Faturamento líquido nominal: descontando todos os impostos. ²Cálculo da comparação anual feita através da média do ano corrente x média do ano anterior Variação [Gráfico 1] Faturamento líquido nominal consolidado Variação em % (acumulado dos últimos 12 meses/12 meses imediatamente anteriores)¹ 10,74% 11,99% 14, 16,78% 18,53% 21,00% 21,85% 22,22% 23, 23,92% 23,71% 25,57% 21,93% jun/17 ago/17 out/17 dez/17 fev/18 abr/18 ¹A partir das informações de Janeiro/2017, a métrica adotada é através do acumulo dos últimos 12 meses/12 meses imediatamente anteriores, substituindo a forma de cálculo anterior que era a somatória do acumulado do ano/mesmo período do ano anterior. [Gráfico 2] Distribuição do faturamento por segmento Participação mensal em % 100% 3,9 3,8 3,6 3,6 3,7 3,8 3,5 3,4 3,6 3,4 3,4 3,5 3,6 90% 16,5 19,1 17,6 16,5 18,5 18,0 18,3 19,1 18,9 20,0 18,5 18,3 18,3 80% 70% 15,2 15,3 15,6 14,7 15,0 16,1 15,3 16,1 16,4 14,6 15,4 15,3 16,5 30% 64,4 61,8 63,2 65,2 62,8 62,2 62,9 61,4 61,2 62,0 62,7 62,9 61,5 20% 10% 0% jun/17 ago/17 out/17 dez/17 fev/18 abr/18 Intrassetorial Exportação (em R$) Reposição Montadoras [2]
[Gráfico 3] Utilização da capacidade instalada Participação mensal em % Capacidade ociosa Capacidade utilizada mai/15 jun/15 jul/15 ago/15 set/15 out/15 nov/15 dez/15 jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 jun/16 ago/16 out/16 dez/16 fev/17 abr/17 jun/17 ago/17 out/17 dez/17 fev/18 abr/18 63% 61% 62% 59% 58% 55% 56% 49% 53% 55% 57% 62% 61% 65% 68% 68% 63% 73% 71% 70% 37% 39% 38% 41% 42% 45% 44% 51% 47% 45% 43% 38% 39% 35% 32% 32% 37% 27% 29% 30% [Gráfico 4] Evolução do emprego nacional Variação em relação ao mesmo mês do ano anterior jun/16 ago/16-15,12% -14,42% -13,11% -12,13% -11, -9, -8,71% -7, -4,80% -4,30% -2,24% -1,00% 0, 0,29% 1,62% 1, 3,74% 4,14% 5, 6,28% 7,68% 9,73% 8,69% 8,97% 8,89% out/16 dez/16 fev/17 abr/17 jun/17 ago/17 out/17 dez/17 fev/18 abr/18 mai/15 jul/15 set/15 nov/15 jan/16 mar/16 II Produção Industrial [Gráfico 5] Capacidade ociosa x importações Imp. (bilhões de US$ FOB) 30% 20% 10% 0% Média móvel trimestral da capacidade ociosa (%) 1,4 1,2 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 Cap. Ociosa Importação Fonte: Secex/MDIC e Sindipeças. Elaboração do Sindipeças. [3]
[Gráfico 6] Produção industrial autopeças x montadoras Sendo 2012 = 100 (número-índice) 145 125 Indústria automobilística Indústria de autopeças 105 85 65 45 Prod. Autopeças Prod. Montadoras 25 mai-08 out-08 mar-09 ago-09 jan-10 jun-10 nov-10 abr-11 set-11 fev-12 jul-12 dez-12 mai-13 out-13 mar-14 ago-14 jan-15 jun-15 nov-15 abr-16 set-16 fev-17 jul-17 dez-17 mai-18 Fonte: PIM-IBGE. Elaboração do Sindipeças. [Gráfico 7] Faturamento em autopeças x produção de autoveículos Variação mensal (em %) Faturamento em autopeças 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0-0,1-0,2-0,3-0,4 mai-12 ago-12 nov-12 fev-13 mai-13 ago-13 nov-13 fev-14 mai-14 ago-14 nov-14 fev-15 mai-15 ago-15 nov-15 fev-16 mai-16 ago-16 Produção de autoveiculos nov-16 fev-17 mai-17 ago-17 nov-17 fev-18 mai-18 Fat. Autopeças Prod. Montadoras Fonte: Anfavea e Sindipeças. Elaboração do Sindipeças O contém dados consolidados até maio de 2018. A pesquisa é realizada com 60 empresas associadas ao Sindipeças que representam 36,2% do faturamento total da indústria de autopeças no Brasil. [4]
Equipe técnica Assessoria de Economia Carlos Cavalcanti Lissa Chesky Guilherme Gatti Mais informações ld-economia@sindipecas.org.br Telefone: [55 11] 3848-4804 Sindipeças Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores Abipeças Associação Brasileira da Indústria de Autopeças Avenida Santo Amaro, 1.386 Vila Nova Conceição 04506-001 São Paulo, SP, Brasil Telefone: 55 (11) 3848-4848 sindipecas@sindipecas.org.br www.sindipecas.org.br Direitos autorais Copyright 2018 do Sindipeças. Solicita-se a menção da fonte Sindipeças para a reprodução total ou parcial das informações contidas neste trabalho. [5]