2010 ANO INTERNACIONAL DA BIODIVERSIDADE FUNDAÇÃO RELICTOS

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Transcrição:

2010 ANO INTERNACIONAL DA BIODIVERSIDADE FUNDAÇÃO RELICTOS

Biodiversidade É o estudo da variedade de espécies de organismos vivos encontrados nos diversos ecossistemas do planeta. A Biodiversidade está vinculada tanto ao número de diferentes categorias biológicas quanto à abundância relativa dessas categorias.

Biodiversidade A Convenção sobre a Diversidade Biológica a define como a variabilidade entre os seres vivos de todas as origens, a terrestre, a marinha e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos dos quais fazem parte, isso inclui a diversidade no interior das espécies, entre as espécies e entre espécies e ecossistemas.

"Biodiversidade é uma das propriedades fundamentais da natureza, responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas e fonte de imenso potencial de uso econômico. É a base das atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras e florestais e, também, para a estratégica indústria da biotecnologia.

As funções ecológicas desempenhadas pela biodiversidade são pouco compreendidas. Possui, além de seu valor intrínseco, valor ecológico, genético, social, econômico, científico, educacional, cultural, recreativo e estético. Com tamanha importância, é preciso evitar a perda da biodiversidade.

Existem 17 países no mundo considerados "megadiversos" pela comunidade ambiental. Reúnem em seu território imensas variedades de espécies animais e vegetais. Sozinhos, detêm 70% de toda a biodiversidade global. A "megadiversidade" aparece em regiões de florestas tropicais úmidas. É o caso de países como o Brasil, a Colômbia, o Peru, a Indonésia e a Malásia.

O Brasil abriga aproximadamente 20% de todas as espécies animais do planeta. De cada cinco espécies vegetais do mundo, uma está aqui. A explicação para tamanha abundância é que os 8,5 milhões de Km2 do território brasileiro englobam várias zonas climáticas: a equatorial, a semi-árida e a subtropical.

A variação de climas é a principal mola para as diferenças ecológicas. O Brasil é dono de sete biomas (zonas biogeográficas distintas), entre eles a maior planície inundável (o Pantanal) e a maior floresta tropical úmida do mundo (a Amazônia).

A Floresta Amazônica, possui um terço de todas as espécies vivas do planeta. No Rio Amazonas e em seus afluentes, estima-se que haja quinze vezes mais peixes que em todo o continente europeu. Apenas 1 hectare da floresta pode possuir até 300 tipos de árvore.

Estimam se que na Floresta Amazônica existam mais de 10 milhões de espécies vivas. Somente no Alto Juruá, no Acre, temos: 616 espécies de aves, 50 de répteis, 300 de aranhas, 140 de sapos, 16 de macaco, 1.620 de borboleta.

Calcula-se que hoje no Brasil a exploração da biodiversidade responda por cerca de 5% do PIB do país, 4% dos quais vêm da exploração florestal e 1% do setor pesqueiro. É um patrimônio mal explorado.

Pesquisas sobre o potencial farmacêutico de espécies não existem no país. O contrabando de espécies na biopirataria é grande. São problemas que só serão resolvidos quando o país perceber que é mais vantajoso tirar dinheiro da floresta viva do que devastá-la.

As florestas brasileiras, federais, estaduais ou municipais estão desamparadas. Faltam proteção, demarcação e infraestrutura mínima que permitam uma fiscalização efetiva para evitar invasões, organizar pesquisas científicas e possibilitar visitas seguras.

A riqueza natural Brasileira esta ameaçada. Áreas de proteção integral não são suficientes para garantir a manutenção da biodiversidade brasileira.

Percentual de território preservado em unidades de conservação por bioma é insuficiente: Amazônia 20% Mata Atlântica 7% Cerrado 5% Pampa 2,59% Pantanal 2% Caatinga 0,32%

O Parque Estadual do Rio Doce está situado na região do Vale do Aço, inserido nos municípios de Marliéria, Dionísio e Timóteo. A unidade de conservação abriga a maior floresta tropical de Minas, em seus 36.970 hectares e é a primeira unidade de conservação estadual criada em Minas Gerais. O Decreto lei nº 1.119 que criou oficialmente o Parque, foi assinado em 14 de julho de 1.944.

O Parque Estadual do Rio Doce é uma Unidade de Conservação de proteção integral. Abriga cerca de 40 lagos - inclusive o mais fundo do País, com 39.3 metros de profundidade, a Lagoa do Bispo. É considerado modelo na América Latina e faz parte da reserva da Biosfera da Mata Atlântica, reconhecida pela Unesco e esta inserido na Lista Ramsar de Áreas Úmidas.

Como principal ecossistema do Vale do Aço o Parque Estadual do Rio Doce é a maior área contínua de Mata Atlântica mineira, com cerca de: 400 espécies de aves, 38 de anfíbios, 17 de peixes, 10.000 espécies botânicas. Abriga também espécies ameaçadas como o muriqui ou mono-carvoeiro, a onça-pintada, o macuco, a maior orquídea do Brasil a Cattleya warnerri e o Megasoma gyas um dos maiores besouros do mundo.

Os fatores responsáveis pela perda da Biodiversidade: Perda e fragmentação dos hábitats; Introdução de espécies e doenças exóticas; Exploração excessiva de espécies de plantas e animais; Uso de híbridos e monoculturas na agroindústria; Contaminação do solo, água, e atmosfera por poluentes; e Mudanças Climáticas.

As pressões da ocupação humana na zona costeira reduziu a Mata Atlântica a 10% de sua vegetação original. Na periferia da cidade do Rio de Janeiro são encontradas áreas com mais de 500 espécies de plantas por hectare, muitas são árvores de grande porte, ainda não descritas pela ciência.

Diversas espécies de plantas de importância econômica mundial são originárias do Brasil, destacando-se dentre elas o abacaxi, o amendoim, a castanha do Brasil (também conhecida como castanha do Pará), a mandioca, o caju e a carnaúba.

O Brasil abriga o maior número de: Primatas com 55 espécies, o que corresponde a 24% do total mundial; Anfíbios com 516 espécies; Animais vertebrados com 3.010 espécies vulneráveis, ou em perigo de extinção.

O país conta com a mais diversa flora do mundo, número superior a 55 mil espécies descritas, 22% do total mundial. Possui a maior riqueza de espécies de palmeiras (390 espécies) e de orquídeas (2.300 espécies).

Possui também 3.000 espécies de peixes de água doce totalizando três vezes mais que qualquer outro país do mundo.

Organização Mundial de Saúde afirma que 80 % da população dos países em desenvolvimento recorrem à farmacopéia natural para cura de doenças. Nos Estados Unidos, 25 % dos produtos farmacêuticos receitados contém ingredientes derivados de plantas, são mais de 3 mil antibióticos derivados de microorganismos. Estima-se que a indústria farmacêutica, em todo o mundo, arrecade US$ 200 bilhões por ano com produtos derivados da biodiversidade.

Um estudo desenvolvido pela Universidade de São Paulo (USP) descobriu que a aranhacaranguejeira (Acanthoscurria gomesiana) ) produz uma substância, a gomesina, extremamente eficaz no combate a 24 espécies de bactérias, nove fungos e cinco leveduras.

O laboratório americano Bristol-Myers Squibb, que vem faturando US$ 5 bilhões por ano com a venda de um medicamento feito a partir de uma substância proveniente da biodiversidade brasileira. Trata-se do Captopril, usado para combater a hipertensão, cujo princípio ativo foi retirado do veneno da jararaca.

O Guaraná é originário da Amazônia e um extraordinário estimulante, que dá energia física ao organismo. Contém muita cafeína. Indicado para casos de esgotamento físico, atividades intelectuais, e é afrodisíaco.

Em junho de 2005, a Aché Laboratórios Farmacêuticos lançou no mercado o Acheflan, o primeiro medicamento totalmente brasileiro. Trata-se de um antiinflamatório cujo princípio ativo foi retirado da Cordia verbenacea, um arbusto conhecido popularmente por ervabaleeira, comum em todo o litoral brasileiro e muito usado pela população em forma de chá e infusões.

A biodiversidade é a espinha dorsal dos sistemas de produção envolvendo animais, culturas, forragens, florestas e aqüicultura. É essencial para manter o sistema biosfera funcionando, e indispensável para fornecer insumos básicos para a agricultura e para o homem. A conservação de material genético para uso futuro em melhoramento, estudos de genética e recomposição de áreas degradadas é essencial.

As atividades agrícolas sempre exerceram grande pressão ambiental, pelo: uso inadequado de recursos naturais; intensa degradação ambiental que provoca; destruição de habitats; destruição de espécies potencialmente úteis.

O desafio enfrentado pelo mundo moderno é de atender à necessidade de aumentar a produção de alimentos para a população em crescimento, conservando os fundamentos ecológicos necessários para sustentar esse aumento. Sabe-se que a base alimentar humana limita-se a poucas espécies o que representa risco para segurança alimentar no futuro.

Ao destruir-se um bosque e mudar o clima local, não se sabe o que se perde em plantas e animais úteis para a medicina ou para a alimentação, nem mesmo qual o papel que desempenhavam no sistema ecológico onde se desenvolveram.

Só uma sociedade bem informada a respeito da riqueza, do valor e da importância da biodiversidade é capaz de preservá-la. Washington Novaes Muito Obrigado