Ecodesenho Permacultura Planejamento Ecológico



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Transcrição:

Ecodesenho Permacultura Planejamento Ecológico Tradução: Juliano Riciardi Um método para o processo de desenho O esquema que se segue foi proposto durante o curso que se realizou em Can Bosc no mês de maio de 2003, a cargo de Morag Gamble e Evan Raymond fundadores do SEED Internacional na escola da ecoaldea de Crystal Waters, Austrália. Existem outros esquemas possíveis, mas no geral são equivalentes. As distintas fases se podem descrever assim: 1ª Fase - Identificar Representa o ponto de partida do nosso processo de desenho. Nesta fase trataremos de identificar com precisão quais são os motivos para realizar o desenho. Iremos reconhecendo todos os dados possíveis sobre o tema a estudar e trataremos de compreender seu contexto geográfico, sócio-economico, energético, etc. Por exemplo, desenhar uma maneira eficiente de aproveitar a agua da chuva, ou propor uma estratégia para o tratamento de resíduos de um assentamento, ou ajudar a desenhar uma estratégia para revitalizar a economia de uma pequena localidade ou ecoaldea. Existem muitas maneiras de se conseguir os dados que nos interessam: * preparando um questionário para entregar aos interessados em receber o desenho, onde se realizam perguntas sobre todos aqueles aspectos que se tem que ter em conta: estilo de vida, necessidades, hábitos alimentícios, entorno, clima, economia, etc. * realizando entrevistas individuais com as pessoas afetadas pelo desenho, incluindo as crianças... * realizando um exercício de visão com todas as pessoas, para averiguar que elementos comuns e que aspirações devem cumprir o desenho desde o atual momento até 5 a 10 anos em frente... * pedindo uma lista dos resultados desejados e das coisas que se querem... * passando um tempo no local de desenho e observar os processos naturais ou não, que se estão dando ali (por ex. atividades das águas pluviais sobre o terreno, ventos, rios, especialmente se contaminados, etc) * propor visitas a outros lugares já desenvolvidos para ajudar a clariar as idéias Observar Identificar Investigar Evoluir Opções Desenho conceitual Realização Revisão Reflexão Estudar as Alternativas Desenhar - um processo continuado

2ª Fase - Investigar Nesta segunda fase do processo procuraremos conhecer todos os dados acerca do lugar e compreender suas potencialidades. Para isso tentaremos: * conseguir mapas de várias escalas do lugar, fotos aéreas, * conseguir informações sobre a história passada do lugar (uso do solo, tradições, geologia, clima, etc.) * perguntar para as pessoas que estão a muito tempo vivendo no lugar, as pessoas mais velhas da comunidade e dos arredores. * conhecer a legislação local. * realizar auditorias ambientais, sociais e energéticas. * tratar de compreender quais são os pontos fortes do lugar e o que ali tem em abundância. * fazer medições, etc Em geral, se trabalhamos no comércio, pediremos a nossos clientes que nos facilite também todos os dados como mapas metereológicos, fotos aéreas, analises da água, solo, etc. que se precise. 3ª Fase - Evoluir Uma vez que todos os dados estão disponíveis: * temos que começar a dar um sentido, analizá-los * reuní-los, compará-los e organizá-los * preparar um informe detalhado * preparar uma mapa analítico do sítio onde se indiquem possíveis problemas ou situações e possíveis intervenções * compreender as oportunidades do lugar, suas limitações e características * deduzir * Realizar uma análise de setores, dos pendentes e de redes 4ª Fase - Opções Nesta fase, se apresentam aos receptores do desenho todas as alternativas que emergem da análise realizada na fase anterior, sem excluir alguma, esperando que isto ajude a individuar exatamente o objetivo que se pretende alcançar. Também se tenta agrupar os elementos que surgiram das análises realizadas. 5ª Fase - Estudar as alternativas Nesta fase se comprova a viabilidade das alternativas encontradas: * se pode realizar uma analise dos elementos suas necessidades, produtos e caracteríticas

* se comprova que seja adequado para o meio ambiente * se comprova se vai aderir a visão dos receptores se responde as necessidades expressadas * se comprova sua viabilidade economica * se vereficam os princípios de desenho e a ética * se trata de antecipar os possíveis resultados * se está construindo sobre os pontos fortes? * se está adequado ao entorno?? * requer aportes mínimos??? Por exempo, todas estas comprovações se podem realiar com respeito a eventuais sistemas aquáticos, a gestão de pragas e dos maus, os excessos. Um possível processo de desenho 6ª Fase - Desenho conceitual Nesta fase é onde realmente começamos a agrupar todos os elementos uma vez escolhidos as linhas diretrizes do nosso desenho, havendo comprovado sua viabilidade nas fases anteriores. Aqui se produz um documento que explicita todas as partes do desenho e se darão indicações para realizá-lo com uma planilha de custos e a planificação temporal das várias fases necessárias para colocá-lo a caminhar. Também se incluirá uma lista de bibliografias de textos e materiais necessários (e como consegui-los localmente) Utilizaremos várias técnicas para realizar tudo isto: zoneamento diagramas de idéias assemblagem casual de elementos diagrama de fluxo identificar aquelas opções chaves realizáveis checar os princípios umbricação e conexões entre elementos integração com as construções tomada de decisões sobre o que fazer tratar de incluir todas as idéias do grupo realizar uma representação do resultado e discutir entre todos Realizar um projeto de desenho em todos os seus detalhes pode constituir um trabalho longo e laborioso. Neste projeto se deve explicar ao público como são abordados todos os temas, tratados em detalhes e porque esse desenho os ajudará a melhorar sua qualidade de vida, ajudar a solucionar os eventuais problemas existentes e melhorará o local de onde está instalado e seus arredores. 7ª Fase - Implantação

Finalmente chegamos no momento tão esperado o da realização. Nesta fase temos que levar em conta os seguintes aspectos: saber como gestar o projeto por em prática o desenho feito ter claro os fluxos de trabalho e de temporização. estabelecer ações e responsabilidades ter acesso aos recursos necessários contar com decisões e eleições óbvias fazer com que o desenho evolua 8ª Fase - Observação Apesar de estarmos mencionando a observação somente agora, o certo é que a observação é uma atividade que começa desde o primeiro momento e nos acompanha ao longo de todo o processo e o guia. Desenvolver uma boa capacidade de observação é um dode de qualquer desenhista em permacultura e uma busca de qualquer pessoa que pretende viver e interagir em um (eco) sistema modelado sobre o fuincionamento dos ecossitemas naturais. Assim, nos perguntaremos a cada momento, e especialmente uma vez realizada ações em nosso sítio, como o sítio responde a essas atuações ao longo do tempo. Para sacar o sentido de nossas observações podemos: manter um diário fazer fotografias e monitorar constantemente o sítio do desenho. 9ª Fase - Refletir As observações contínuadas nos farão compreender quais coisas estão funcionando e quais não estão. Trataremos então de: identificar os problemas e os exítos compreender porque as coisas estão funcionando ou não perguntar as pessoas que estão envolvidas ou afetadas perguntar se há maneiras melhores de se fazer as coisas chamar a todos os implicados a oferecer oportunidades também cabe perguntar se necessitamos mais informação 10ª Fase - e por último, Revisar Este é o momento em que repensamos e redefinimos as coisas. Para isso necessitamos: abrir um processo de consulta com as pessoas envolvidas e com os agentes sociais, podemos tentar provar outras opções podemos redefinir as linhas de ações e as motivações podemos chegar a repensar todo o projeto podemos querer envolver novas pessoas Mas o importante é que todo este processo se mantenha flexível e dinâmico, como os ecossitemas. O (observação) => Observação do lugar, seus arredores, os fluxos de energia que os atravessão, etc. B (Limites e recursos) => Limitações e recursos: registra-los e fazer um para com sua localização R (research) => Investigar E (examination and análisis) => Examinar e analisar os dados do sítio e outros

D (design) => desenhar I (implement) => Realizar => realizar M (monitoring, modification & maintenace) => Monitorar, modificar e manejar Conclusões Como se pode deduzir, um desenho de permacultura é um processo importante e não se pode improvisar. Requer sem dúvida, que desenvolvemos toda uma série de habilidades que no curso natural de nossa educação estão fomentadas cada vez menos. É notório, nos ambientes de permacultura, que quando queremos instalarmos em algum lugar, especialmente se este se encontra na natureza, é conveniente esperar pelo menos um ano antes de realizar desenho algum, justamente para dar esse processo de observação e recolhimento de dados na possibilidade de surgir coisas novas e que nos ajude a compreender as interações que ali estão se dando, sem as quais, estaremos destinados a recair na maneira habitual de fazer as coisas que tanto danificam a nossa mãe Terra...seremos capazes de esperar tanto??? FDOD = Análise de pontos fortes, pontos débeis, oportunidades e dasafios de uma situação. PNI = Individuar os aspectos positivos, negativos, os interessantes de uma situação. Análises de Necesidades = Se trata de individuar cada uma das necessidades e as maneiras de soluciona-las o mais localmente possível. Análises de Elementos = Individualizar Necessidades, produtos e características dos elementos chaves do desenho. Nos ajudará a conectar as necessidades de uns (inputs) com os produtos de outros (outputs). As caracter siticas (o comportamento) nos ajudarão saber como um elemento se pode utilizar de outras maneiras (multiplas funções). Elementos nas Zonas = Estudar em que zonas colocar cada elemento, estudando quantas vezes se necessita visitalo ao longo do ano ou quantas vezes necessitam nossa visita. Quantos mais visitas se necessitam mais perto da casa devem estar. Análises de abundancias e limitacões = Identificar problemas, vantagens, abundâncias e soluções. É uma ferramenta muito útil tanto na fase de investigação como na fase de revisão.