Revista: Archivos Brasileiros de Hygiene Mental: Órgão Oficial da Liga Brasileira de Higyene Mental. Ano 1 Março de 1925 - N 1



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Transcrição:

Revista: Archivos Brasileiros de Hygiene Mental: Órgão Oficial da Liga Brasileira de Higyene Mental. Ano 1 Março de 1925 - N 1 Bolsista: Samantha Valério Parente Souza Prof.: Margarida de Souza Neves Departamento de História PUC - Rio

Algumas informações sobre a revista e a Liga: A revista Archivos Brasileiros de Hygiene Mental foi publicada pela primeira a audácia vez em 1925 de pronunciar-se e continuou até sobre 1947. si A mesmo revista trazia e os as demais, idéias defendidas pelos integrantes da Liga Brasileira de Hygiene Mental, de atrever-se a dizer quem é seu eu, com todos os riscos e que propunha medidas disciplinares que se estendiam a todo o meio social: perigos. à cidade, Em ao suma: trabalho, transfigurar à escola, sua aos corpos carne e seu à família, espírito pois em de acordo com o estatutos um espelho da Liga ela textual foi reconhecida (LOUREIRO: com os 1991. seguintes p. 5). fins: a) prevenção das doenças nervosas e mentais pela observância dos princípios da higiene geral e, em especial, do sistema nervoso; b) proteção e amparo no meio social aos egressos dos manicômios e aos deficientes mentais passíveis de internação; c) melhoria progressiva nos meios de assistir e tratar os doentes nervosos e mentais em asilos públicos, particulares ou fora deles; d) realização de um programa de higiene mental e de eugenética no domínio das atividades individuais, escolares, profissionais e sociais. (ABHM, Editorial, 1925)

Paratexto: Sumário: Artigo 1: Higiene Mental e Educação (J. P. Fontenelle) Artigo 2: Higiene Mental da criança, baseada nas leis de psicologia. (W. Radecki) Artigo 3: Notas sobre a Higiene Mental no Exército. (Murillo de Campos) Artigo 4: Idéias Gerais sobre a Higiene Mental. (F. Esponsel) Artigo 5: A seleção individual de imigrantes no programa da Higiene Mental. (Juliano Moreira) Artigo 6: Profilaxia social das Toxicomanias. (I. Cunha Lopes) Artigo7: Considerações Gerais sobre Profilaxia Mental e delinquência. ( Heitor Carrilho) Artigo 8: Legislação sobre imigração. Meios de evitar o ingresso dos deficientes morais. (Álvaro Cardoso)

Paratexto No início da revista há um texto introdutório sobre a função dos Archivos para a Liga que é o de propagar as normas de Higiene neuro-psiquicas não só nas camadas populares mas também entre as cultas, e explica que esta será publicada duas vezes por ano. Há no final da revista uma seção permanente sobre o alcoolismo com uma extensa bibliografia. Traduções de resenhas e análises de médicos estrangeiros. Notas com notícias sobre a contribuição da Higiene Mental no 2 Congresso Brasileiro de Higiene. Atas da Sessão do Conselho Executivo realizado em 14 de fevereiro de 1925. O Estatuto da Liga que foi reconhecida como utilidade pública por decreto n 4.778, de 27 de dezembro de 1923.

Artigo N 3: Notas sobre a Hygiene Mental no Exército (p.91-100) Autor: Dr. Murillo de Campos encarregado da Clínica psiquiátrica do Hospital Central do Exército. Segundo o médico entre os anos 1906 até 1916 na guarnição da Capital, aumentou a ocorrência de degeneração mental, a frequência de tais distúrbios atingiu a 4,2 para 1000 do efetivo médio. Entre os soldados são diagnosticados os seguintes distúrbios: psicose alcoólica, demência precoce, psicose maniodepressiva e a epilepsia. Os oficiais são acometidos por outros tipos de degeneração mental: paralisia geral, paranóia e estados paranóides e a psicose alcoólica. O que é interessante é que apenas os soldados são acometidos de epilepsia.

Artigo N 3: Notas sobre a Hygiene Mental no Exército (p.91-100) Dr. Campos propõe normas profiláticas para que pudesse ser evitado a audácia a entrada de pronunciar-se de soldados sobre degenerados si mesmo e no os demais, exército. de atrever-se Ele afirma a dizer que quem indivíduos é seu eu, tarados com todos tem os uma riscos e predileção perigos. pelo Em suma: serviço transfigurar militar. sua carne e seu espírito em um espelho textual (LOUREIRO: 1991. p. 5). Seria necessário para se ingressar no exército um atestado do prefeito da cidade sobre o indivíduo que este não tem nenhum tipo de enfermidade mental e que se ficha policial está limpa. Depois de sua incorporação um médico da unidade e os oficiais instrutores fariam inspeções e passariam a observar o soldado para ter certeza de que ele não possui nenhum tipo de lacunas psíquicas. Outro fator importante a ser observado seria os antecedentes hereditários que denunciariam alguns estigmas psíquicos, tais como: cicatrizes, instabilidade de conduta anterior, circunstancias de alistamento voluntário e hábitos alcoólicos.

Artigo N 3: Notas sobre a Hygiene Mental no Exército (p.91-100) Este tipo de verificação não poderia ser feito com os oficiais e por isso seus distúrbios mentais só eram diagnosticados tardiamente. Quando esses distúrbios mentais fossem percebidos nos soldados, um médico deveria ser imediatamente avisado antes que lhes fossem impostas as punições, pois se não forem diagnosticados a tempo os deficientes ficam expostos as sanções disciplinares e judiciais, que poderiam piorar ainda mais seu estado de saúde. A solução de todos esses problemas seria a adoção de uma ficha para que os oficiais façam exame físico nos homens que estão sob sua direção.

Artigo N 3: Notas sobre a Hygiene Mental no Exército (p.91-100) A ficha era dividida em duas partes : Antecedentes Antecedentes de família Antecedentes pessoais: Pedagógicos: Sociais meio, profissão, conduta. Estado Atual: Estado Físico Estado psíquicos: Médicos: Tratamento, doenças, incidentes na vida. Estado Físico: Talhe, desenvolvimento, saúde geral e força. Estado dos Sentidos, doenças físicas, vícios de organização, deformidades, estigmas. Estados psíquicos: inteligência, instrução, sentimentos, sensibilidades, vontade, caráter, tendências, estigmas(desequilíbrio, instabilidade, anormalidade, impulsividade, inadaptabilidade), moléstias nervosas, psíquicas e alcoolismo.

Artigo N 5: A seleção individual de imigrantes no programa da Hygiene Mental Autor: Dr. Juliano Moreira Diretor Geral da Assistência a Alienados, Presidente da sociedade Brasileira de Neurologia, Psiquiatria e Medicina Legal, Presidente de Honra da Liga Brasileira de Hygiene Mental. Neste artigo Juliano Moreira fala sobre a necessidade fiscalizar os imigrantes que chegam ao Brasil, a fim de se evitar que imigrantes degenerados se estabeleçam aqui e espalhem uma corrente perniciosa no país. Juliano Moreira estava inspirado nas leis americanas que proibiam a entrada de alienados, idiotas, doentes de afecções incuráveis e condenados a crimes no país. A entrada destes delinqüentes no Brasil também seria prejudicial no aspecto econômico, pois o governo gastaria mais para o tratamento dos mesmos. Juliano Moreira chamava estes imigrantes de propagadores do mal. Apesar de se espelhar nas leis americanas, o alienista não concordava que fosse estabelecida a proibição da entrada de certos grupos étnicos, como era nos EUA, cada imigrante deveria ser observado de forma individual sem se levar em conta sua etnia.

Artigo N 5: A seleção individual de imigrantes no programa da Hygiene Mental (...) Almejo à saúde mental da nacionalidade brasileira que elementos maus não venham de países estranhos concorrer para abaixar-lhes o nível. Juliano Moreira (p.115)

Artigo N 7: Considerações sobre Profilaxia Mental e Delinquência Autor: Dr. Heitor Carrilho Diretor do Manicômio Judiciário do Rio de Janeiro. (p.131-139) O médico neste artigo prega a finalidade da profilaxia mental em prol da coletividade. A profilaxia mental visa, pois, suprimir as causas perturbadoras dessa eurythmia social, corrigindo e orientando o indivíduo defeituoso para que ele, por si e pelos seus descendentes, possa tornar-se um elemento de progresso coletivo. (...) é necessário que se reconheça que o crime é, de fato, na maioria dos casos, a expressão de anormalidades psíquicas momentâneas ou permanentes que merecem ser estudadas em todos os íntimos aspectos de sua determinação. Na opinião de Heitor Carrilho as prisões deveriam ser um local de observação e estudo, chega a dizer que elas deveriam se transformar em hospícios de correção.

Artigo N 7: Considerações sobre Profilaxia Mental e Delinquência Para Heitor Carrilho a finalidade das penitenciárias é médico-social. Ao estudo bio-antropológico do delinqüente segue-se a sua lógica conseqüência a correção de suas taras, para que, com o desaparecimento de sua nocividade, venha ser um fator da eurythmia social. O médico defende a criação de uma ficha psicológica em que seja feito um perfil mental e o mais importante que conste de um estudo de fatores hereditários. Defende também a atuação da profilaxia mental dentro das penitenciárias que contribui para correção de delinqüente, com o afastamento de suas taras, em benefício da harmonia social.

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