Execução e controle das despesas com pessoal conforme as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF



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Transcrição:

Execução e controle das despesas com pessoal conforme as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF Amigos concursandos! Desejo a todos muita paz, tranqüilidade e que seus objetivos estejam caminhando em perfeita harmonia, conforme estabelecido. Propaganda! Prezados estudantes de Teresina! No período de 14 a 19 de maio estarei ministrando aulas nessa linda capital no curso Instituto de Estudos Empresariais IEMP. Até lá e obrigado pelo convite! O dia das mães se aproxima! Como sabemos que existem muitas mamães concursandas, deixo esta singela mensagem: Pela sua garra e bravura... Pela sua coragem e vontade de vencer... Pelo seu esforço e dedicação... Por todas as alegrias que você nos proporciona mesmo diante das dificuldades... Ser mãe é simplesmente ser vitoriosa... Que a sua vitória nos concursos seja alcançada em breve... Feliz Dias das Mães! No nosso encontro de hoje abordaremos algumas regras estabelecidas na LRF acerca da execução e controle das despesas com pessoal. Esse assunto tem sido bastante exigido em concursos e certamente muitos questionamentos virão nos próximos certames. Assim sendo, vamos ao assunto de hoje! Bom estudo! Por que a ênfase da LRF no controle de gastos com pessoal? 1

Justifica-se porque grande parte dos Entes da Federação tem comprometido elevado percentual de sua receita com pessoal e encargos sociais. Quando um Estado compromete grande parte de suas receitas com despesas de pessoal, praticamente inviabiliza investimentos em outras áreas, a exemplo da construção de rodovias, hidroelétricas, escolas, universidades etc. Com o intuito de preservar gerações futuras, mediante a construção de um Estado mais equilibrado, o legislador deu uma atenção especial a esse item de despesas, estabelecendo restrições e limites de gastos com pessoal. Para os efeitos da LRF, despesas com pessoal são aquelas relacionadas a espécies remuneratórias, bem como as relativas à manutenção da seguridade social dos seus servidores. Dessa forma, despesas com auxílio alimentação, assistência pré-escolar, vale-transporte e outras semelhantes, não são consideradas despesas com pessoal. A LRF parte do princípio de que verbas indenizatórias não são consideradas espécies remuneratórias, ou seja, não entram do cálculo do percentual de gasto com pessoal. Atenção! As despesas provenientes de terceirização de mão-de-obra em substituição a servidores e empregados públicos são consideradas despesas com pessoal, portanto são aferidas na observação do limite da LRF, sendo contabilizadas em item à parte, de maneira destacada da despesa total com pessoal do órgão, no grupo outras despesas de pessoal. Portanto, muita atenção! As despesas provenientes de terceirização de mão-de-obra em substituição a servidores e empregados públicos são computadas na despesa total com pessoal do Ente, porém, destacadas no subgrupo outras despesas de pessoal. 2

A apuração das despesas total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência. Os gastos com pessoal dos entes da federação não poderão ser superiores aos percentuais da receita corrente líquida, conforme demonstrados a seguir: UNIÃO: Não poderá gastar com pessoal mais do que 50% da Receita Corrente Líquida. Esse percentual é dividido entre os poderes da seguinte forma: 2,5% para o Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas da União; 6% para o Poder Judiciário; 40,9% para o poder Executivo; 0,6% para o Ministério Público da União: Importante! Dos 40,9% previstos para o Poder Executivo da União, 3% serão destinados para organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios e ainda a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio (art. 20, I, alínea c) da LRF, c/c art. 21, XIII e XIV da CF). ESTADOS/DF: Não poderão gastar com pessoal mais do que 60% da Receita Corrente Líquida. Esse percentual é dividido entre os poderes da seguinte forma: 3% para o Legislativo, incluindo os Tribunais de Contas; 6% para o Poder Judiciário; 49,0% para o Poder Executivo; 2% para o Ministério Público dos Estados Importante! Nos Estados em que houver Tribunal de Contas dos Municípios, os percentuais de 3% e de 49% serão, respectivamente, acrescidos e reduzidos em 0,4% (quatro décimos por cento). 3

Exemplo: Nos Estados de Goiás e Ceará existem Tribunal de Contas do Estado e dos Municípios. Assim sendo, os Poderes Legislativos daqueles Estados ficam com 3,4% e os Poderes Executivos, com 48,6%. MUNICÍPIOS: Não poderão gastar com pessoal mais do que 60% da Receita Corrente Líquida. Esse percentual é dividido entre os poderes da seguinte forma: 6% para o Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas do Município, se houver; 54% para o Poder Executivo; Os percentuais acima serão repartidos no âmbito dos poderes entre os seus órgãos de forma proporcional à média das despesas com pessoal, em percentual da receita corrente líquida, verificadas nos três últimos exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação da LRF. Praticar para assimilar! (Procurador Ministério Público Especial TCE/SC 2005) Segundo o art. 20 da Lei nº 101/2000, a repartição dos limites globais com despesa de pessoal, na esfera municipal, não poderá exceder a: (a) o Executivo, 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento) e o Legislativo, 3% (três por cento), incluído o Tribunal de Contas do município, se houver. (b) o Executivo, 49% (quarenta e nove por cento) e o Legislativo, 11% (onze por cento), excluído o Tribunal de Contas do município, se houver. (c) o Executivo, 54% (cinqüenta e quatro por cento) e o Legislativo, 6% (seis por cento), incluído o Tribunal de Contas do município, se houver. (d) o Executivo, 54% (cinqüenta e quatro por cento) e o Legislativo, 6% (seis por cento), excluído o Tribunal de Contas do município, se houver. (e) o Executivo, 60% (sessenta por cento) e o Legislativo, 2% (dois por cento), incluído o Tribunal de Contas do município, se houver. Resolução 4

A opção correta é a letra c. Existem alguns Municípios que têm Tribunal de Contas, a exemplo de São Paulo e Rio de Janeiro. Caso haja, o percentual do Legislativo deverá ser repartido com o respectivo Tribunal de Contas. Atenção! Não confundir com Tribunal de Contas dos Municípios. Esse Tribunal pertence ao Estado Federado e tem por finalidade fiscalizar todos os municípios do estado. Importante! Na verificação do atendimento dos limites acima mencionados, não serão computadas as seguintes despesas com pessoal: Indenização por demissão de servidores ou empregados; Relativas à demissão voluntária; Convocação Extraordinária do Congresso Nacional em caso de urgência ou interesse público relevante. Decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da apuração a que se refere o 2º do art. 18 desta LRF. Com pessoal do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima, custeadas com recursos transferidos pela União; Com inativos, quando custeadas com recursos proveniente da arrecadação de contribuições dos segurados e de compensação financeira entre os diversos regimes de previdência social; Das demais receitas diretamente arrecadas por fundo vinculado a tal finalidade, inclusive o produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem com seu superávit financeiro; Além disso, no que diz respeito à seguridade social, nenhum benefício ou serviço poderá ser criado, majorado ou estendido sem a indicação da fonte de custeio total. É a denominada contrapartida da geração de despesa previdenciária. Assim, será nulo de pleno direito qualquer ato que atente contra as regras acima, bem como aquelas que resulte aumento de despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do titular do respectivo poder ou órgão. 5

A verificação do cumprimento dos limites acima referidos será efetuada ao final de cada quadrimestre pelo Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas e o Sistema de Controle Interno de cada poder e pelo Ministério Público (art. 22 da LRF). Caso os limites de gastos com pessoal estabelecidos na LRF não sejam cumpridos, o excesso deverá ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos 1/3 no primeiro. Medidas que poderão ser adotadas a fim de eliminar os referidos excessos nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos 1/3 no primeiro: Redução de pelo menos 20 % das despesas com cargos em comissão e funções de confiança (redução de valores ou da extinção dos cargos e funções); Exoneração dos servidores não estáveis; Redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos vencimentos à nova carga horária; Atenção! A redução de valores ou a extinção dos cargos e funções foi considerada inconstitucional liminarmente em função do termo redução de valores, haja vista que a CF proíbe e redução de vencimentos (art. 39, 3º c/c art. 7º, inciso VI, da CF). Portanto, enquanto não julgado o mérito, essa previsão fica suspensa (ADIN 2.238-5). Se a adoção de tais medidas não resultar em diminuição dos excessos nos prazos estabelecidos, enquanto perdurar o excesso o ente incorrerá nas seguintes proibições (art. 23, 3º): Receber transferências voluntárias; Obter garantia, direta ou indireta, de outro ente da federação; Contratar operações de crédito, salvo as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução de despesas com pessoal. Atenção! As proibições acima estão suspensas enquanto não julgado o mérito da ADIN 2.238-5. 6

Importante! Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por cento) do limite de cada Poder ou órgão a LRF veda a quem houver incorrido no excesso praticar os seguintes atos: Concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição; Criação de cargo, emprego ou função; Alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa; Provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança; Contratação de hora extra, salvo no caso de convocação extraordinária do Congresso Nacional e outras situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias. Por hoje é só! Um forte abraço. Prof. Deusvaldo Carvalho 7