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Transcrição:

MIGLIACCI, Lívia Avaliação da capacidade de cicatrização da epiderme e derme de Rattus novergicos albinus submetidos à emulsão de Vitamina K a 10% após lesão cutânea induzida. Orientadora: Jeanete Moussa Alma Co-Orientadora: Adriana I.C. de Carvalho São Paulo 2005

Avaliação da capacidade de cicatrização da epiderme e derme de Rattus novergicos albinos submetidos à emulsão de Vitamina K a 10% após lesão cutânea induzida. Resumo Introdução: A vitamina K é um cofator lipídico necessário para a coagulação sangüínea normal, pode ser encontrado na forma de K1 (filoquinona), K2 (menaquinona) e K3 (forma sintética). Na pele acelera a cicatrização de lesões, promovendo queda nos níveis dos ácidos mucopolissacarídeos e do colágeno sem interferir nos níveis de elastina. A vitamina k na cosmetologia auxilia rejuvenescimento da pele. Objetivo: Avaliar a capacidade de cicatrização da epiderme e derme de Rattus novergicos albinus submetidos à emulsão de Vitamina K a 10% após lesão cutânea induzida. Metodologia: Foram utilizados 08 ratos machos da espécie Rattus novergicos albinus da linhagem Wistar, com aproximadamente 24 a 26 semanas de idade, e peso de 350 gramas em média. Mantidos no biotério da instituição segundo o que preconiza o COBEA. Distribuídos em dois grupos: Grupo 1 controle (lesionados de forma induzida e tratados com emulsão placebo) e Grupo 2 propósito (lesionados de forma induzida e tratados com emulsão de vitamina K).As aplicações ocorreram durante 21 dias consecutivos, ao 21º dia foram sacrificados e retirados fragmentos que foram fixados e incluídos.lâminas foram montadas através, de bateria de coloração para Hematoxilina e Eosina (HE). Resultados: Ambos os grupos foram lesionados na epiderme, no grupo 1 a cicatrização é imperfeita; possui hiperpigmentação,a estrutura arquitetônica esta desorganizada enquanto que a derme apresenta infiltrado leucocitário, nota-se numerosas glândulas, granulações e fibras desorganizadas na epiderme. Há formação incorreta de tecido conjuntivo. No grupo 2 nota-se organização arquitetônica da epiderme e há completa reparação de todo o tecido de epiderme até adiposo.conclusão:o uso tópico de emulsão de vitamina K 10%, aplicada em lesão cutânea induzida, apresentou-se satisfatória no que se refere ao processo de cicatrização de epiderme e derme de Rattus novergicos albinos. Unitermos: Cicatrização, Vitamina K, senil.

1.0 Introdução De modo geral as vitaminas são substâncias orgânicas de complexidade variável, composta por átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio. Funcionam como catalisadores bioquímicos, e são necessárias em quantidades pequenas (CHAMPE, 1996). Das vitaminas lipossolúveis, a vitamina K é a única que possui função de coenzima na carboxilação de certos resíduos de ácido glutâmico presente em algumas proteínas responsáveis pela coagulação sangüínea. (PARADA,2003). Esta vitamina é liberada, absorvida e transportada com a gordura da dieta. Elas não são facilmente excretadas na urina, em quantidades significativas são armazenadas no fígado e tecido adiposo. (CHAMPE, 1996). A vitamina K é encontrada em vegetais clorofilados, tais como alfafa, alface, espinafre, couve-flor e repolho. (PARADA,2003). O principal papel da vitamina K é a modificação pós-traducional de vários fatores de coagulação do sangue. (CHAMPE, 1996). A vitamina K apresenta-se de diversas formas, a principal é a filoquinona ou vitamina K1 encontrada em folhas verdes dos vegetais, menaquinona ou vitamina K2 que é sintetizada por bactérias intestinais, e a menadiona ou vitamina K3, composto semelhante à série da vitamina K, mas não é encontrada naturalmente, porém se administrada é alquilada in vivo a uma das menaquionas. (MURRAY, 1998). No homem, quando em baixas concentrações, exerce funções na biossíntese da protrombina no fígado. (CHAMPE, 1996). A protrombina é uma enzima proteolítica que hidrolisa ligações peptídicas específicas na proteína sangüínea fibrinogênio, convertendo-o em fibrina, a proteína fibrosa insolúvel que mantém a estrutura do coágulo. (LEHNINGER, 1995). A coagulação do sangue é um processo bioquímico complexo. A vitamina K não participa da coagulação, mas é imprescindível na biossíntese da protrombina e da proconvertina. (LEHNINGER, 1995). Não estão ainda determinadas as doses mínimas diárias necessárias para manter a normalidade da coagulação. Admite-se como sendo 0,5 a 1 microgramas por kg de peso o mínimo necessário. (EYE,

2002). No homem, os sintomas de deficiência são muito raros, porque a flora intestinal produz a vitamina em quantidades suficientes para contribuir significativamente para o seu fornecimento. (KARLSON, 1967). A vitamina K combate às doenças de pele e previne e ameniza as características do envelhecimento, acelera a cicatrizações de lesões, pois no tecido conjuntivo promove queda nos níveis dos ácidos mucopolissacarídeos e do colágeno sem interferir com os níveis de elastina. Este fato indica a terapia da vitamina K na cosmetologia para rejuvenescimento da pele. (EYE, 2002). A cicatriz é uma reparação conjuntiva e epitelial da pele ulcerada, ou destruída. É lisa, sem poros, pêlos e saliências da pele normal; rósea, hiperpigmentada ou hipocrômica, plana saliente ou deprimida, móvel ou aderente e retrátil. (BECHELLI, 1975) Pode assumir aspecto e cor da pele normal ou tornase retraída, irregular, espessa, saliente e consistente ao tato como na cicatriz queloidiana. O valor das cicatrizes para diagnóstico retrospectivo é pequeno, pois indicam grosseiramente a forma, extensão e profundidade da lesão original. (BECHELLI, 1975) O processo de cicatrização exige nutrientes específicos e um bom estado nutricional geral do indivíduo. A fase inicial é chamada de inflamatória e caracteriza-se pela homeostase, coagulação, ativação da resposta imune local, fagocitose e a migração celular, sendo a vitamina K fundamental neste momento, tanto isso é verdade que em estados de carência de vitamina K há um aumento no tempo de cicatrização. (SOUZA, 2003). Visto que é comprovada a ação da Vitamina K, em terapia sistêmica no que se refere à cicatrização; o presente estudo se propõe a observar micro e macroscópicamente a epiderme de ratos novergicos albinos quando submetida à ação tópica da vitamina K imediatamente após lesão provocada na epiderme e derme.

2.0 Objetivo Avaliar a capacidade de cicatrização da epiderme e derme de Rattus novergicos albinus submetidos à emulsão de Vitamina K a 10% após lesão cutânea induzida.

3.0 Metodologia e desenvolvimento 3.0 Metodologia e Desenvolvimento 3.1 Amostra Foram utilizados 08 ratos machos da espécie Rattus novergicos albinus da linhagem Wistar, com aproximadamente 24 a 26 semanas de idade, e peso de 350 gramas em média. Mantidos no biotério da instituição, segundo o que preconiza o COBEA 1. 3.2 Emulsão de vitamina K e placebo Origem: Manipulação Farmácia: Manipularis Farmacêutico Responsável: Theóphilo Marinho Neto 3.3 Procedimento Os 08 ratos foram distribuídos em dois grupos denominados: Grupo 1 controle e Grupo 2 propósito.ambos os grupos, após sedação e verificação da ausência de reflexos, foram submetidos a corte longitudinal da epiderme e derme, com aproximadamente 3,5 centímetros. Todos receberam desde o primeiro dia dipirona sódica, diluída em água, para eliminar a sensação de dor. O controle foi tratado com emulsão placebo e propósito com emulsão de vitamina K a 10%. 3.4 Aplicação Feita diariamente em um período de 20 dias por um mesmo pesquisador no mesmo horário. Tomou-se a região da coxa posterior esquerda e direita, respectivamente controle e propósito em um mesmo animal. O parâmetro de delimitação adotado foi a coluna vertebral correspondente ao metâmero lombar. 3.5 Obtenção da Biopsia e coleta de dados. No 21 dia de tratamento, os animais foram induzidos em câmara de inalação, e verificada a diminuição dos reflexos sacrificados por injeção de 0,4ml de Pentobarbital 118mg/Kg. (DL 50 - Merck Index).Por meio de material cirúrgico esterilizado, foi removido fragmento do tecido tratado. Os fragmentos retirados foram fixados e incluídos, e laminas foram montadas através de bateria de coloração para Hematoxilina e Eosina (HE). 1 Colégio Brasileiro de Experimentação animal.

4.0 Resultados 1 2 3 4 5 CORTES HISTOLÓGICOS DE PELE DE RATO COM LESÃO INDUZIDA E TRATADA COM EMULSÃO PLACEBO Figura 1 epiderme de rato com lesão induzida cuja cicatrização é imperfeita, pois se observa que a epiderme possui hiperpigmentação e sua estrutura arquitetônica esta desorganizada enquanto que a derme apresenta infiltrado leucocitário. Na figura 2 a derme apresenta-se desorganizada na região onde foi induzida a lesão, numerosas glândulas e granulações. Na figura 3 observa-se a fibras desorganizadas na epiderme. A seta na figura 4 mostra a formação incorreta de conjuntivo e tecido muscular comprometido (próximo às células adiposas) o mesmo observa-se na figura 5, onde a desordem do conjuntivo é notada (seta). 1 2 3 4 5 6 CORTES HISTOLÓGICOS DE PELE DE RATO COM LESÃO INDUZIDA E TRATADA COM EMULSÃO DE VITAMINA K As Figuras 1, 2 e 3 mostram a epiderme com cicatrização após utilização de emulsão de vitamina K, note que a organização arquitetônica da epiderme foi completamente restabelecida. Na figura 4 (seta) nota-se a formação de fibras conjuntivas completamente reparadas. O mesmo observa-se na figura 5. Na figura 6 observa-se todo o tecido de epiderme até adiposo completamente integro.

5.0 Considerações finais e Conclusão O processo de cicatrização exige nutrientes específicos e um bom estado nutricional geral do indivíduo. A fase inicial é chamada de inflamatória e caracteriza-se pela homeostase, coagulação, ativação da resposta imune local, fagocitose e a migração celular. A vitamina K é fundamental neste momento. (SOUZA, 2003). Tal processo ocorre de duas formas específicas ditas, primeira e segunda intenção. A primeira intenção refere-se ao tipo de reparação nas quais as bordas do tecido dilacerado ficam relativamente próximas, podendo-se fechar mecanicamente, com certa facilidade, a brecha produzida pela injúria através do mecanismo reparativo, iniciado pela hemorragia e seguido pela inflamação e cicatrização. A partir do coagulo e do tecido lesado, são liberados fatores quimiotáticos e vasoativos que promovem a exsudação de fagócitos do sangue para as margens da lesão. Após 6 horas, a margem da ferida já contém fagócitos, com 24 horas há o predomínio dos neutrófilos, e com 48 horas o número de fagócitos decresce enquanto que o de macrófagos apresenta-se aumentando (BOGLIOLLO, 1998). Nesse intervalo, as células da camada basal da epiderme entram em mitose, migrando sobre a superfície do coágulo, visando recompor o epitélio. Os fibroblastos presentes nas margens são ativados, proliferam-se e migram em direção ao coágulo, passando assim a sintetizar os elementos da matriz extracelular. O endotélio dos capilares adjacentes emite filopódos, que digerem a lamina basal, para alongar-se no espaço intersticial, formando prolongamentos que formem uma nova célula endotelial. Após diversas mitoses, formam-se brotos em direção ao coágulo. O tecido conjuntivo frouxo é formado, rico em capilares sangüíneos contendo leucócitos e matriz extracelular composta de fibras colágenas (Tipo III), que recebe o nome de tecido de granulação. Esse tecido é edemaciado, já que não apresenta estruturas juncionais e permite a passagem de lipídios para o interstício. Em cerca de 5 dias, o tecido de granulação já ocupa

toda a ferida e a epiderme retorna a espessura normal e inicia a queratinização. (ROBBINS, 1996). Com o tempo, o colágeno tipo I passa a predominar em relação ao tipo III e as fibras colágenas tornam-se mais grossas e compactas. Nas semanas seguintes, os fibroblastos sintetizam actina causando a contração da cicatriz, aproximando as bordas da ferida (ROBBINS, 1996). Já a chamada cicatrização por segunda intenção, refere-se à reparação, na qual as bordas ficam muito afastadas para que o processo primário de reconstrução mecânica permita uma reparação ad integrum, ou existam corpos estranhos ou agentes infecciosos que impeçam ou compliquem a inflamação ou reparação para atingir a recuperação total. Nestes casos pode existir uma inflamação exsudativa ou produtiva mais prolongada ou crônica, bem como um franco predomínio da permanência do tecido de granulação, até chegar à restauração total do tecido, e o coágulo formado fica sujeito a infecções. Surge reação inflamatória exuberante e uma intensa exsudação de fagócitos causando uma formação abundante de tecido granuloso. (BOGLIOLLO, 1998) Como as bordas da ferida são distantes, a regeneração é lenta. As células da epiderme proliferam-se a partir das margens, onde ocorre hiperplasia devido a grande quantidade de fatores de crescimento liberados. (ROBBINS, 1996) Este tipo de ferida sofre as mesmas transformações que a cicatrização de primeira intenção, mas é muito mais intensa e evidenciável a retração da cicatriz pelos miofibroblastos. A resistência da cicatriz aumenta com o passar do tempo, mas não retorna ao original. Desta forma os pesquisadores avaliaram que a vitamina K, poderia agir sobre o processo de cicatrização, visto a vasta literatura sobre os efeitos benéficos da Vitamina K em processos de cicatrização. Pareceu-nos interessante pesquisar suas ações tópicas e sua aplicabilidade principalmente se tal vitamina mantiver sua ação anti-hemorrágica sobre a superfície da pele lesada, por exemplo, em pós-operatório e como auxiliar no processo de reparação. Alem disso o custo da

vitamina K possibilita sua utilização por vários extratos sociais, pois quando comparada aos similares cosmecêuticos ou medicamentosos oferecidos em farmácias com a finalidade de cicatrização, nota-se que também a via de administração tópica favorece seu uso pelo paciente. A vitamina k é encontrada com facilidade em qualquer vegetal clorofilado, o estudo, portanto sua extração e manipulação tornam-se fácil, e sua aplicabilidade na clínica de reabilitação de pacientes com problemas de cicatrização é viável. Ao comparar as laminas de ratos submetidos à lesão induzida e tratados com emulsão de vitamina K e emulsão placebo nota-se que os tecidos tratados desenvolveram a cicatrização e a reparação de forma mais efetiva, pois observados a luz da microscopia apresentam-se com sua organização histológica semelhante a tecidos não lesionados. Em contrapartida, os tecidos não tratados com vitamina k, ou seja, tratados com emulsão placebo apresentam desordem na estrutura arquitetônica da derme e da epiderme. Concluímos então, que o uso tópico de emulsão de vitamina K 10%, aplicada em lesão cutânea induzida, apresentou-se satisfatória no que se refere ao processo de cicatrização de epiderme e derme de rattus novergicos albinus, pois o tempo e a reparação do tecido comparado ao controle ocorreram de modo mais rápido e mais próximo de um tecido normal.

6.0 Referências Bibliográficas. KARLSON, Peter. Bioquímica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1967. Cap XXII. p.465. CHAMPE, Pamela. Bioquímica Ilustrada. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. Cap 28. p. 344-6. LEHNINGER, L. Albert; NELSON, L. David; COX, M. Michael. Princípios de bioquímica. São Paulo: Sarvier, 1995. Cap. 9. p. 194 PARADA, Carlos Ferreira (coordenador) et al. Bioquímica Básica 2003. São Paulo: MNP, 2003. Cap.IV. EYE, Guenther Von. Vitaminas Lipossolúveis. Disponível em: <http://abcdocorposalutar.com.br/artigo.php?codart=380#vk>. Acesso em : 05 fev. 2005. SOUZA, Thelma Theodoro. Vitamina K. Disponível em: <http://nutricaoempauta.com.br/novo/47/entparent.html>. Acesso em: 05 fev. 2005. ALMA, Jeanete Moussa; VIEIRA, A.M; AMORIM, C.R.; ALVES, D.O; OLIVEIRA, K.C.R; ALVES, F.O. Aparelho de Anestesia Para Ratos: Sistema Anti- Poluição, Catanduva, SP; III Congresso Médico Acadêmico; Inst. Promotora/financiadora: Faculdade de Medicina de Catanduva, 1999. MURRAY, Robert K. et al. Harper: Bioquímica. São Paulo: Atheneu, 1998. Cap. 53 ALMA, Jeanete Moussa. A importância dos Métodos de Coloração Histológicas para Identificação de Lesões de Pele, como método que auxilia na Formulação precisa de Cosmecêuticos, 1999. BECHELLI, L. M.; CURBAN, G. V. Compêndio de Dermatologia. São Paulo: Atheneu, 1975. p.35 ROBINS, S. L, et al, Patologia Estrutural e Funcional, 5 ed., Rio de Janeiro, RJ, Ed. Guanabara Koogan, 1996, p. 76-78 BRASILEIRO FILHO, G.; BOGLIOLO, Patologia Geral, 2 ed., Rio de Janeiro, RJ, Ed. Guanabara Koogan, 1998, p. 62-64