LAUDO DE CARACTERIZAÇÃO E MONITORAMENTO DOS RECURSOS NATURAIS



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Transcrição:

LAUDO DE CARACTERIZAÇÃO E MONITORAMENTO DOS RECURSOS NATURAIS CONDOMÍNIO RESIDENCIAL ALDEIA DA MATA Avenida Invernada, 2373, Valinhos-SP Síndico Alexandre Regazzini Maria Elisa Von Zuben Tassi Engª Agrônoma Janeiro 2011

SUMÁRIO 1. Introdução..... 3 2. Diagnóstico Ambiental das áreas..... 4 3. Especificação e caracterização dos Recursos Naturais..... 6 4. Detalhamento do acompanhamento efetuado pelo profissional... 9 5. Revisão Bibliográfica..... 14 6. Considerações Finais... 15 ANEXOS - ART... 16 2

1. INTRODUÇÃO Em cumprimento com as leis federais (Lei de Florestas 4.771 de 15/09/1965 e Lei de Recursos hídricos 9.433 de 08/01/1997) de preservação e manutenção da biodiversidade local, assim como das Leis municipais número 4123 (04/05/2007) que dispõe sobre a necessidade de caracterização e monitoramento ambiental dos recursos naturais dos loteamentos fechados e condomínios horizontais residenciais no Município de Valinhos, segue abaixo um diagnóstico dos recursos naturais do condomínio residencial Aldeia da Mata. O projeto do condomínio foi elaborado pela FTA Desenvolvimento Imobiliário S. A. (Sauerlagana Arquitetos Associados S/C). O empreendimento possui área total de 19.312,00 m², com 21 lotes e está atualmente com 11 casas construídas, 2 obras em fase final e 1 uma obra iniciada no ano de 2010 além de 7 lotes sem edificações. O referido condomínio encontra-se em área de Preservação Permanente APP, por estar localizado próximo a uma nascente intermitente (temporária) Figura 1. Segundo o certificado de averbação no registro de imóveis, consta que foi aprovado através do Decreto n. 4531 de 23 de maio de 1996 (posteriormente em 09/08/2000) o projeto de substituição da implantação do Condomínio Aldeia da Mata, sendo que faixa de preservação permanente atinge as áreas de uso comum 1 e 2, não incidindo nas construções a serem edificadas ou obras de infra-estrutura do condomínio (09/08/2001). laudo. Foram realizadas vistorias durante todo o ano de 2010, para elaboração do presente 3

2. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DAS ÁREAS São duas as áreas onde existem recursos naturais (denominadas Área 1 e 2), tendo como referência o projeto completo de implantação/substituição (Projeto de condomínio fechado Lei federal N 54/64 4591, de 16/12/1964), totalizando 5.991,9 m² de mata, salvo um ponto de clareira, além da nascente intermitente. Vista do Condomínio atual e no início de sua implantação. Fonte: Google e FTA O clima da região é tropical alternadamente seco e úmido, nos domínios da Mata atlântica, em área coberta pela Floresta Estacional Semidecidual. Segundo a Lei 4.186 (que dispõe sobre o Zoneamento municipal) a área do condomínio está localizada em área especial de proteção, destinada a resguardar a drenagem urbana, além de possuir parte de sua área considerada como Área de Preservação Permanente APP. 4

Outro fator que contribui para a preservação da área é o entorno do condomínio, com existência de uma Estação Ecológica e outros fragmentos florestais (foto 1), que formam corredores ecológicos de avi-fauna. Toda esta região abriga um acervo de fauna e flora ainda em condições de ser preservado para que futuras gerações possam desfrutar dos benefícios dessa paisagem para fins científicos, culturais e educacionais, além de seu valor como banco de sementes. Foto 1: Vista aérea das proximidades do condomínio e dos fragmentos florestais existentes Caracterizado como floresta estacional semi-decidual, destaca-se em sua vegetação grandes árvores como jequitibá, peroba, jacarandá, entre outras. Apesar de pequeno, o fragmento florestal abriga diversos representantes da fauna regional, como sagüi de tufos, saracura, gambá, cutia, maritaca, saíra, tico-tico, seriema, picapau, periquito entre outras. 5

3. ESPECIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS A caracterização geral já se encontra disponível no laudo anterior, uma vez que as características gerais não se alteram. Os fragmentos florestais identificados apresentam grande biodiversidade de fauna e flora, com a presença de exemplares nativos de Cedro (Cedrela fissilis), Pau-pólvora (Trema micrantha), Ipê-roxo (Tabebuia heptaphylla), Bico de pato (Machaerium nyctitans), Caneleiro (Cenostigma macrophyllum), Embaúba (Cecropia sp.), Pata de vaca (Bauhinia forficata), Goiabeira (Psidium guajava). E exemplares exóticos de Santa Bárbara (Melia Azedarach), algumas leucenas (Leucaena leucocephala), e um bosque de Fícus (Fícus benjamina), dentre outras como algumas cítricas. A mata é habitada por uma família de sagüis-de-tufos-pretos (gênero Callitrix) que podem ser vistos em bando pelos fragmentos no interior do condomínio. Uma grande diversidade de aves, como a Saracura, ou galinha d agua (Família Rallidae), répteis como cobras (verdes, corais - Micrurus, Erythrolamprus, Oxyrhopus e Anilius, etc) e muito insetos também habitam o local. Sagui-de-tufos-pretos alimentado por moradores do condomínio, na área de uso comum e Saracura (foto1: Lisa Tassi; Foto 2: internet-wikipédia) Nota-se a presença de muitos cipós e trepadeiras pelas matas. Essas conexões de trepadeiras auxiliam na movimentação dos mamíferos de uma árvore para outra, além de participarem de maneira significativa nos processos de abertura de clareiras e sucessão 6

natural. A abundância destas plantas geralmente aumenta com perturbações da floresta, mas também varia conforme outros fatores. No que diz respeito aos recursos hídricos, a Área 1 possui uma várzea oriunda do canal de escoamento intermitente, localizado na propriedade vizinha (em cota mais elevada, ao Sul), apresentando sinais de processo erosivo em curso. Este canal percorre a área do condomínio até desaguar nas cotas mais baixas do terreno do condomínio. Figura 1: ilustração explicativa sobre o tipo de nascente encontrada Foto 3 (Lisa Tassi): Vegetação típica de várzea, na divisa do condomínio A Área 2 apresenta terreno bastante íngreme, possuindo aproximadamente 60% de declividade, e que segundo Lei federal pertence à Área de Proteção Permanente. Em parte do topo do morro, em área próxima à 200 m², não existe vegetação arbórea, embora o local esteja praticamente sem interferência humana, por dificuldade de acesso. 7

Quanto à arborização das vias, nota-se que existe grande potencial para enriquecimento do espaço, especialmente pelo fato de ausência de fiação elétrica em alguns pontos dos passeios. Nestas áreas foram identificadas a magnólia amarela (Michelia champaca), alguns palmeiras de médio porte e exemplares de uma árvore leguminosa do tipo Senna, além de exemplares de urucum (Bixa orellana), jabuticaba (Myciaria cauliflora), primavera (Bouganvillea sp.), acerola (Malpighia glabra), mangueira (Mangifera indica) dentre outros. Cumprindo função de cerca viva também temos o sansão do campo (Mimosa caesalpineafolia). Há ainda muita área com potencial enriquecimento ornamental. Dentre as espécies espontâneas identificadas, temos a Ora pro Nobis (Pereskia aculeata), também conhecida como Carne-dos-pobres por ser rica em ferro e é muito utilizada na culinária mineira. Foto 4 (Lisa Tassi): Vegetação espontânea na mata ciliar do condomínio - Exemplar de Ora-pro Nóbis (Pereskia Aculeata) 8

4. DETALHAMENTO DO ACOMPANHAMENTO EFETUADO PELO PROFISSIONAL Ao longo do ano de 2010, o referido condomínio foi vistoriado e orientado para o correto cuidado e manejo dos recursos naturais. As principais atividades executadas seguem descritas abaixo: Plantio de cercas-vivas em alguns locais, para intensificar a vegetação próxima as cercas limítrofes do condomínio. Tais mudas estão se desenvolvendo lentamente, com poucos indivíduos mortos. Três (3) exemplares arbóreos e frutíferos foram plantados na área verde, como substituição de plantas mortas. Nas calçadas, a presença de árvores plantadas pela incorporadora do condomínio já vem apresentando sinais de envelhecimento, por ser um arbusto de pequeno porte e de madeira mole e fraca. Sugere-se a substituição dos 5 exemplares existentes por outras árvores que formam uma copa mais firme e vistosa. Alguns moradores já realizaram a substituição destes exemplares. Algumas residências não possuem árvores nas calçadas. A poda na vegetação, executada para limpeza, controle, desbrota e segurança aconteceu em alguns locais específicos, beirando a mata e arborização urbana e por motivos particulares, como a implantação do sistema de câmeras, todas com acompanhamento técnico. Quando a poda originou um volume grande de material vegetal, este foi recolhido através de caçambas, já em outros casos, os restos vegetais foram acondicionados no próprio condomínio, após ser picado e deixado na borda da mata. 9

Foto 5 e 6 (Lisa Tassi): Acompanhamento nas podas de limpeza e adequação da vegetação Orientação sobre o manejo dos resíduos internos (lixos domésticos e restos vegetais). Todos os materiais (folhas e galhos) varridos internamente são dispostos na mata, diminuindo a quantidade de resíduos a sair do condomínio e reintroduzindo matéria orgânica ao fragmento florestal. Em local de sub-bosque, o material que antes era roçado e capinado, hoje está sendo mantido como forma de preservar a vegetação, mantendo a cobertura vegetal natural. Foi iniciada campanha de coleta de pilhas, assim como os moradores foram orientados sobre a coleta, para fins de re-uso de óleos de cozinha. Foi orientado sobre os dias de coleta de material reciclável, que até então não era feita pelo condomínio. A Lixeira externa do condomínio também foi adequada, uma vez que todo o lixo ficava disponibilizado no chão da calçada externa do condomínio, atraindo cães e gatos. 10

Foto 7: Detalhe para a vegetação (mato) deixada próximo à área Social Foto 8 e 9: Área com matéria orgânica deixada sob o solo e detalhe para pilha de material varrido e depositado na borda da mata Foi iniciada uma obra (construção). Para os trabalhos de terraplanagem e limpeza do terreno, foram retirados 50 caminhões de terra, assim como foi retirada uma capoeira com espécies exóticas que se encontrava no lote vizinho. Ao longo do ano também foram registrados vazamentos de água em alguns pontos (asfalto) do condomínio, necessitando de pequenos reparos. Foto 10 e 11: Retirada de terra e restos vegetais para início de obras do condomínio 11

Foi registrado também o arranquio acidental de árvore (resedá -Lagerstroemia indica), localizada na calçada externa, por conta de um acidente com um caminhão. Ressaltase que neste mesmo local, porém em outro mês, outro acidente aconteceu, desta vez comprometendo a estrutura do muro do condomínio. Três (3) exemplares arbóreos foram transplantados para um local mais adequado (bosque), pois estavam muito próximos de construção (salão social). Os exemplares não sofreram danos, e encontram-se em ótimo estado de desenvolvimento. Fotos 12 e 13: Vista do Exemplar antes de ser transplantado e em processo de transplante. Detalhe para o solo descoberto Alguns bueiros e bocas de lobo estiveram destapados e/ou com aberturas, contribuindo assim para o aumento de deposição de sedimentos (areias, plásticos, etc) podendo ocasionar entupimentos além de acesso de animais. Foram tomadas a providencias para reparo. 12

Foto 14: Vista de bueiros desprotegidos Foi realizada uma adequação/ reforma no gramado e projeto paisagístico do salão social do condomínio. Dessa forma, além de melhorar a estética do local, foram tomadas providências para um melhorar o escoamento de água. Foto 15 e 16: Vista do declive, ao lado do salão social, antes (sem cobertura vegetal) e depois da reforma (com grama). O topo do morro existente no condomínio continua coberto de vegetação do tipo capim gordura, mantendo assim a vegetação de cobertura. Porém reforça-se a importância de se realizar o plantio com mudas para reflorestar este local. Sugere-se aproximadamente 30 exemplares, seguindo um espaçamento de 3 m x 3 m, para assim acelerar o processo de sucessão secundária, diminuindo o tempo necessário para a recomposição florestal natural. 13

Foto 17 e 18: Vista de área sem vegetação arbórea em topo de morro, com detalhe, ao fundo, para a obra iniciada no ano de 2010 5. Referencias bibliográficas Preservação e Recuperação das Nascentes / Calheiros, R. de Oliveira et al. Piracicaba: Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios PCJ - CTRN, 2004. XII40p. : il.; 21cm 14

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS O acompanhamento, praticamente semanal, das atividades ligadas aos recursos naturais do condomínio, permitiram uma melhoria e adequação do mesmo para com o meio ambiente. Atualmente, percebe-se que tanto os condôminos, como equipe interna se apropriaram de técnicas antes desconhecidas, passando assim a se atentarem para o correto manejo dos bens naturais. Este condomínio vem mantendo o correto manejo e cuidado para com a vegetação e fauna existentes, a fim de melhorar a diversidade e preservação dos recursos a pesar da proximidade que algumas residências tem para com a Área de Preservação Permanente. Nada mais havendo no momento a acrescentar, damos pôr encerrado o presente Laudo Técnico Ambiental, que vai editado em 15 (quinze) folhas impressas no anverso, seguindo esta datada e assinada para todos os fins de Direito, acompanhando ainda com a Anotação de Responsabilidade Técnica- ART. Valinhos, 28 de janeiro, 2011 Maria Elisa Von Zuben Tassi Enga. Agrônoma CREA 5062-69233 15