Universidade Estadual de Campinas Extensão Universitária: parâmetros e indicadores para avaliação de desempenho da comunidade não-docente em atividades de Extensão Universitária Maria das Dores Pimentel Nogueira (Marizinha Nogueira) Universidade Federal de Minas Gerais Setembro /2011
1 Plano de Trabalho de Extensão Universitária- 1975 Criação do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasilieiras. 2 Programa de Fomento à Extensão Universitária 1993 3 Plano Nacional de Extensão-1999
Questões Consensuais: Função social da universidade, entendida como compromisso da instituição pública na busca de soluções para os graves problemas sociais que afligem a grande maioria da população. A extensão é vista como instrumento básico para realizar a função social da universidade; Institucionalização da extensão, seja ao nível interno das próprias universidades, seja ao nível do MEC;
Indissociabilidade entre as atividades de ensino, pesquisa e extensão como componentes do processo acadêmico; O caráter interdisciplinar da atividade extensionista a ser incentivado; Financiamento da ação extensionista nas IES públicas como responsabilidade governamental, garantida a autonomia das instituições; Importância do processo de troca entre os saberes acadêmico e popular na produção do conhecimento.
Extensão é um processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre universidade e a sociedade A extensão é uma via de mão-dupla, com trânsito assegurado à comunidade acadêmica, que encontrará, na sociedade, a oportunidade da elaboração da práxis de um conhecimento acadêmico. No retorno à universidade, docentes e discentes trarão um aprendizado que, submetido à reflexão teórica, será acrescido àquele conhecimento.
Este fluxo que estabelece a troca de saberes sistematizados/acadêmico e popular, terá como conseqüência: a produção de conhecimento resultante do confronto com a realidade brasileira e regional; e a democratização do conhecimento acadêmico e a participação efetiva da comunidade na atuação da universidade. Além de instrumentalizadora deste processo dialético de teoria/prática, a extensão é um trabalho interdisciplinar que favorece a visão integrada do social.
O trabalho acadêmico é concebido como um processo orgânico e contínuo, produzido coletivamente, que se estende desde a produção e a sistematização do conhecimento até a transmissão dos resultados. A extensão é concebida como uma dimensão da atividade acadêmica. É um processo que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre universidade e sociedade.
Através da extensão ocorre a troca entre os saberes sistematizadoacadêmico e o popular, que possibilitará a produção de conhecimento resultante do confronto com a realidade regional e nacional, propiciando a efetiva participação da comunidade na atuação da universidade.
Defende-se, como um princípio, o compromisso social da universidade, que deve estar empenhada na busca de soluções para os problemas da maioria da população. A extensão universitária é o instrumento que vai possibilitar a Instituição de Ensino Superior cumprir sua função social.
A ação extensionista deve ser desenvolvida de modo a tornar as comunidades autônomas, evitando qualquer forma de dependência ou assistencialismo. Da mesma forma, recomenda-se que a extensão seja realizada em articulação com as administrações públicas, nas esferas federal, estadual e municipal, alertando-se, no entanto, que a universidade não pode substituir o poder público em suas funções constitucionais.
O estágio curricular é o momento da prática profissional, da consciência social e do compromisso político, sendo um instrumento adequado para viabilizar a extensão universitária. O estágio deve responder às questões sociais dimensionadas nos debates entre universidade e comunidade, fortalecendo a relação entre ambas. Recomenda-se ainda que a participação dos discentes em projetos e atividades de extensão deve ser computada para integralização curricular.
A interdisciplinaridade é meta a ser buscada em todo o trabalho acadêmico. A extensão é um dos espaços que propiciam a realização de atividades acadêmicas de caráter interdisciplinar, possibilitando a integração de áreas distintas do conhecimento, contribuindo para uma nova forma de fazer ciência, de maneira integrada, revertendo a tendência comum nas universidades de compartimentação do conhecimento da realidade.
O princípio da indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão é fundamental no fazer acadêmico. A relação entre o ensino e a extensão conduz a mudanças no processo pedagógico, pois alunos e professores constituem-se em sujeitos do ato de aprender. Ao mesmo tempo que a extensão possibilita a democratização do saber acadêmico, através dela, este saber retorna à universidade testado e reelaborado.
A relação entre pesquisa e extensão ocorre quando a produção do conhecimento é capaz de contribuir para a transformação da sociedade. A extensão como via de interação entre universidade e sociedade constitui-se em elemento capaz de operacionalizar a relação entre teoria e prática.
A institucionalização da extensão: No nível das IES, com a recomendação da existência de um órgão na estrutura da instituição, responsável pela extensão, no mesmo patamar hierárquico do ensino e da pesquisa; com o estabelecimento de legislação interna que regulamente as atividades próprias, além de recursos orçamentários. No nível do MEC, com a criação de um órgão que seja o interlocutor para as universidades, nas questões da extensão.
Institucionalização da Extensão Necessidade de registro e formalização das ações de extensão (Programas, Projetos, Cursos, Eventos, Prestação de Serviços). Elaboração da Proposta; Aprovação no Departamento; Aprovação na UnidadeAcadêmica; Registro na Pró-Reitoria de Extensão; Disponibilização em Nível Nacional.
Aspectos metodológicos: Ação extensionista deve ser realizada, prioritariamente, sob a forma de programas articulados, que subordinam projetos de maneira integrada e interdisciplinar. Os programas podem ser articulados considerando um eixo temático ou regional. Além de projetos podem compor um programa: cursos, publicações, eventos, etc; - Metodologias participativas / pesquisa-ação
Amplia-se a visão de sala de aula, de espaço de produção teórico-abstrata, numa dimensão tradicional, para se considerar sala de aula todo espaço, dentro ou fora da universidade, onde se realiza o processo histórico social. Professores e alunos são sujeitos do ato de aprender e de produzir conhecimentos, no confronto com a realidade.
A Lei de Diretrizes e Bases (1996): determina o fim dos antigos currículos mínimos, obrigatórios na construção dos currículos dos cursos de graduação. Acena com as novas Diretrizes Curriculares que abrem caminhos para eliminação do excesso de pré e co-requisitos entre as disciplinas. Inclusão de atividades denominadas complementares, no projeto pedagógico de tais cursos, abrindo possibilidades, no Currículo, da introdução de ações de Extensão, ao lado de outras atividades, como as de Pesquisa
Plano Nacional de Educação O PNE, Lei 10.172 de 9/01/2001, capítulo sobre a Educação Superior (artigo 23), traça objetivos e metas que permitem às Universidades desenvolverem, com autonomia, ações de ensino, pesquisa e extensão, de forma indissociável, flexibilizando o Currículo. O PNE - 2011 a 2020, enviado pelo governo federal ao Congresso em 15/12/2010: Assegurar, no mínimo, 10% do total de créditos curriculares exigidos para a graduação em programas e projetos de extensão universitária.
Modalidades Creditação ou registro nos históricos escolares de atividades de extensão, pesquisa ou monitoria Disciplinas eletivas ou optativas isoladas Estágios não-obrigatórios Disciplinas cursadas em outras instituições Atividades complementares obrigatórias ou livres Atividades curriculares (pesquisa e extensão) em projetos de intervenção de caráter multidisciplinar
Avaliação institucional deve ser parte da rotina acadêmica (nortear políticas, identificar distorções para corrigí-las e democratizar informações); O modelo a ser implementado deve considerar a realidade de cada universidade; A avaliação da extensão deve estar inserida na avaliação institucional das IES, tendo como pressupostos: a) demonstrar a qualidade do que se produz na extensão;
b) abranger todas as ações de extensão: programas,projetos, eventos, cursos, produções acadêmicas e prestações de serviços; c) ser contínua, processando-se no decorrer das atividades; d) ser qualitativa e quantitativa, realizada pela comunidade universitária e pela sociedade; e) ter seus resultados considerados no planejamento e tomada de decisões das IES nas áres de ensino, extensão e pesquisa.
Em 2001 Dimensões: Política de gestão Infraestrutura Relação Universidade / Sociedade Plano Acadêmico Produção Acadêmica
Criação de indicadores de extensão para serem incorporados ao Censo da Educação Superior do INEP/MEC Criação de indicadores para serem incorporados à planilha orçamentária da ANDIFES (podendo ser apropriada pelas IES estaduais e municipais)
Proposta da Comissão Permanente de Avaliação da Extensão CPAE / Censo do Inep Módulo IES Dimensão Polític a de gestão Financ iamento da extensão Indicador Núm ero total de bols as acadêm icas de extens ão Núm ero de bols as acadêm icas de extens ão financiadas com recursos orçamentários. Valores totais de recursos destinados a programas e projetos de extens ão: advindos : recurs os da m atriz orçam entária ins titucional; recurs os advindos de contratos, convênios, editais e cham adas públicas (dis cutir com o Inep) No item Recursos Humanos no Módulo IES acrescentar quantos técnicos participam de ações de extensão.
Proposta da Comissão Permanente de Avaliação da Extensão CPAE / Censo do Inep Dimensão Plano acadêmico Indicador Previsão de ações de extensão como componente curricular ( ) s im ( ) não Núm ero de alunos com creditação curricular pela participação em ações de extensão.
Proposta da Comissão Permanente de Avaliação da Extensão CPAE / Censo do Inep Módulo Docente Dimensão Plano acadêmico Indicador Número de horas semanais do Plano de Trabalho Docente des tinadas a E xtens ão ¹ (item acres centado na atuação docente) Possui bolsa de extensão ( ) sim ( ) não Indicação de área(s ) tem ática(s ) de extens ão de atuação do docente. Áreas: Comunicação, Cultura, Direito Humanos e Justiça, E ducação, Meio Ambiente, Saúde, Tecnologia e Produção e T rabalho (incluir na atuação docente abaixo do código dos curs os com codificação da área) Número de ações de extensão coordenadas pelo docente. Ações: Programa, Projeto, Curso, E vento, Prestação de serviço ( incluir na atuação docente com código e quantidade) 1)Número de docentes envolvidos em ação de extensão por titulação e por regim e de trabalho poderá s er obtido a partir do cruzam ento des s a inform ação em dados já exis tentes. 2)
Proposta da Comissão Permanente de Avaliação da Extensão CPAE / Censo do Inep Módulo Aluno Dimensão Plano acadêmico Indicador F orm a de participação do aluno na extens ão univers itária¹: B ols is ta ( ) Não bols is ta ( )
Indicadores de Extensão para Incorporação na Matriz MEC-OCC-ANDIFES FORPROEX/Comissão Permanente de Avaliação da Extensão
Indicadores Número de alunos da instituição que participam de ações de extensão com relação ao número total de alunos da instituição. Número de cursos de graduação da instituição que prevêem creditação curricular para atuação em ações de extensão com relação ao número total de cursos da instituição.
Sugestão de fórmula onde naext = número de alunos da instituição participantes em ações de extenso ntota = número total de alunos da instituição cursosext = número de cursos da instituição com projetos pedagógicos que prevejam creditação curricular para atuação em ações de extensão (PNE 2001) ntotc = número total de cursos de graduação da instituição y, z podem variar de 0,1 a 1, a critério do FORPLAD
Participação de Técnicos em atividades de Extensão Lei Federal Nº 11.091, de 12 de janeiro de 2005. Dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnicos- Administrativos em Educação das IFES/MEC Capítulo II Art. 3º:... princípios e diretrizes IV - reconhecimento do saber não instituído resultante da atuação profissional na dinâmica de ensino, de pesquisa e de extensão; X - oportunidade de acesso às atividades de direção, assessoramento, chefia, coordenação e assistência, respeitadas as normas específicas.
Participação de Técnicos em atividades de Extensão Capítulo IV Art. 8º II - planejar, organizar, executar ou avaliar as atividades técnico-administrativas inerentes à pesquisa e à extensão nas Instituições Federais de Ensino; III - executar tarefas específicas, utilizando-se de recursos materiais, financeiros e outros de que a Instituição Federal de Ensino disponha, a fim de assegurar a eficiência, a eficácia e a efetividade das atividades de ensino, pesquisa e extensão das Instituições Federais de Ensino.
Participação de Técnicos em atividades de Extensão Decreto Federal Nº 7.423, de 31 de dezembro de 2010 - Trata da concessão de bolsas para desenvolvimento de atividades de ensino e extensão universitária. Art. 9º. A concessão de bolsas de extensão deverá estar prevista em programa ou projeto que preencha os seguintes requisitos: II - ser coordenado por docente em efetivo exercício na instituição; III - ser desenvolvido por no mínimo dois terços de pessoas vinculadas à instituição, sejam docentes, servidores técnico-administrativos ou estudantes regulares de graduação ou pós-graduação; Art. 10. A avaliação das atividades dos programas e projetos que se utilizem das bolsas de extensão referidas neste Decreto é de responsabilidade do órgão de extensão competente da instituição, e se baseará, entre outros: II - na participação de estudantes, docentes e pessoal técnico-administrativo da instituição em eventos de extensão ou em eventos integrados de pesquisa e extensão, locais, regionais ou nacionais, com apresentação de trabalho, preferencialmente com publicação;
UFMG - Indicadores de Extensão para alocação de vagas docentes: eixos 1- Incentivo à expansão da atividade extensionista na UFMG, com a incorporação de uma maior proporção de docentes no desenvolvimento dessa dimensão da atividade acadêmica. 2- Incentivo à uma maior estruturação orgânica e articulação das atividades de extensão, com o aumento do seu alcance, bem como o incremento do seu potencial de reflexão. 3- Mensuração do volume da atividade de extensão realizada pelos departamentos e estímulo para que essa atividade seja crescentemente qualificada.
Cursos de Graduação da UFMG com previsão de creditação curricular de atividades de extensão: Número total de cursos de graduação da UFMG Número de cursos com previsão de creditação curricular de atividades de extensão 80 64
Decreto Federal nº7.423 de 31/12/2010 Dispõe sobre relações IFES e Fundações de Apoio. Capítulo II Das Relações Entre Fundações De Apoio E Instituições Apoiadas Art.6º 1o Os projetos desenvolvidos com a participação das fundações de apoio devem ser baseados em plano de trabalho, no qual sejam precisamente definidos: III - os participantes vinculados à instituição apoiada e autorizados a participar do projeto, na forma das normas próprias da referida instituição, identificados por seus registros funcionais, na hipótese de docentes ou servidores técnico-administrativos, observadas as disposições deste artigo, sendo informados os valores das bolsas a serem concedidas; 3o Os projetos devem ser realizados por no mínimo dois terços de pessoas vinculadas à instituição apoiada, incluindo docentes, servidores técnico-administrativos, estudantes regulares, pesquisadores de pós-doutorado e bolsistas com vínculo formal a programas de pesquisa da instituição apoiada.
Decreto Federal nº7.423 de 31/12/2010 Dispõe sobre relações IFES e Fundações de Apoio. Capítulo III Das Bolsas Art. 7o - Os projetos realizados nos termos do 1o do art. 6o poderão ensejar a concessão de bolsas de ensino, pesquisa, extensão e estímulo à inovação pelas fundações de apoio... 1o A instituição apoiada deve, por seu órgão colegiado superior, disciplinar as hipóteses de concessão de bolsas, e os referenciais de valores, fixando critérios objetivos e procedimentos de autorização para participação remunerada de professor ou servidor em projetos de ensino, pesquisa ou extensão, em conformidade com a legislação aplicável.
Resolução do Conselho Universitário da UFMG Nº 01/2011, de 11 de março de 2011. Disciplina critérios para a participação de servidores e para a concessão de bolsas no âmbito dos projetos de ensino, pesquisa, extensão e estímulo à inovação, desenvolvidos com a colaboração das fundações de apoio da Universidade Federal de Minas Gerais- UFMG. III - Atividades de Extensão, assim consideradas aquelas que envolvam processos educativos, artísticos, culturais e científicos que, de forma articulada com o ensino e a pesquisa, tenham por objetivo ampliar a relação da UFMG com a sociedade;
Edital PROEX 06/2011, Programa de bolsas de extensão para o ano de 2012 PBEXT/2012. Por meio deste Edital, a Pró-Reitoria de Extensão da UFMG PROEX convida docentes e servidores técnico-administrativos em educação, com nível superior, em efetivo exercício na UFMG a apresentarem propostas de Programas/Projetos para pleito de bolsas do Programa de Bolsas de Extensão para o ano de 2012 PBEXT 2012, de acordo com as condições nele definidas. DOS PROPONENTES Poderão ser proponentes docentes e servidores técnico- administrativos em educação, com nível superior, em efetivo exercício na UFMG, sendo o proponente considerado o coordenador do respectivo Programa/Projeto.
Termo Programa de Bolsas Institucionais de extensão para 2012. Por meio deste Termo, a Pró-Reitoria de Extensão da UFMG PROEX convida os coordenadores de Programas/Projetos contemplados com bolsas institucionais de extensão em 2011 a apresentarem proposta de renovação para o ano de 2012, de acordo com as condições nele definidas. DOS PROPONENTES Poderão ser proponentes docentes e servidores técnico-administrativos em educação, com nível superior, em efetivo exercício na UFMG, sendo o proponente considerado o coordenador do respectivo Programa/Projeto.