AGRUPAMENTO DISCIPLINA Pontifícia Universidade Católica de São Paulo CARGA HORÁRIA : 51 PROFESSORES NÚCLEO 1 : Diagnóstico Psicológico : 1 Saúde A : Supervisão de Estágio : Célia Maria de Souza Terra/ Denigés Maurel Regis Neto/ Elizabeth Costa Pinto Brandão/ Hélio Roberto Deliberador/ Maria Cecilia Vilhena / Maria Claudia Vieira/ Maria Elisabeth Montagna/ Maria Ruth Gonçalves Pereira/ Marina Pereira Gomes/ Regina Sonia G. F. Nascimento / Teresa Endo OBJETIVOS Levar o aluno a desenvolver uma formação teórico-prática no Diagnóstico Psicológico, como modalidade de atendimento em Psicologia Clínica e como dimensão fundamental nos diferentes trabalhos realizados pelo psicólogo. Desenvolver as habilidades iniciais como psicólogo clínico, propiciando a articulação entre teoria e prática, através do atendimento de casos em diagnóstico psicológico. Deve propiciar o desenvolvimento de atitude ética no atendimento psicológico. Levando em consideração os referenciais teóricos múltiplos, dá ênfase especial ao aprendizado do raciocínio clínico. Discute os encaminhamentos, bem como a elaboração e problematização da produção de um laudo psicológico. As supervisões, reflexões e programas do núcleo são, portanto, referidos à tarefa de manejos clínicos próprios e questões suscitadas na situação de atendimento em diagnóstico psicológico. Diagnóstico psicológico é o processo no qual se recebe o paciente do modo como ele pode apresentar seu sofrimento psíquico e auxiliá-lo na análise 1
das suas demandas e de seus desdobramentos. Efetua o atendimento clínico e o estudo que busca detectar como as modalidades de funcionamento psicológicas, familiares e/o sociais do paciente geram sofrimentos, estagnações, distúrbios. Os dois programas do Núcleo são imprescindíveis para a realização dos estágios. São eles: Programa 1: O processo de diagnóstico psicológico - a prática clínica Programa 2: Contextualização e fundamentação teórica do diagnóstico psicológico 2
ATIVIDADES PREVISTAS PARA OS ALUNOS Os casos serão distribuídos por duplas de alunos, havendo possibilidade de mais de um caso por dupla a depender da disponibilidade de tempo até o final do semestre. Cada dupla será responsável pela execução de todas as etapas do processo de diagnóstico, a saber: Conhecimentos dos dados da triagem e estabelecimento de contrato inicial com o cliente para convocação; Realização de entrevistas iniciais e coleta de dados; Construção de hipóteses diagnósticas; Planejamento e escolha de estratégias de investigação (observações, aplicação de testes, visitas a escolas ou domicílio, etc.); Contato com outros profissionais sempre que necessário (neurologista, psiquiatra, fonoaudióloga, psicopedagoga, etc.; Organização dos dados do caso e tomada de decisões sobre a necessidade de encaminhamentos, bem como sobre as estratégias de encerramento do estudo diagnóstico; Realização de entrevistas devolutivas e orientação para o caso; Elaboração necessários; do parecer psicológico e outros tipos de relatórios Providências para assegurar os encaminhamentos indicados. INSTITUIÇÃO E CLIENTELA Clínica Psicológica Ana Maria Poppovic; São atendidas crianças, adolescentes e adultos indicados pelo setor de triagem da Clínica Psicológica da PUCSP. 3
PROGRAMA 1 : O Processo de Diagnóstico Psicológico - a prática clínica Nº DE CRÉDITOS : 03 PERÍODO/ANO : 7º/2015 PROFESSORAS : Katia El-Id, Marina Pereira Gomes, Maria Elisabeth Montagna. OBJETIVOS Compreender a tarefa do diagnóstico psicológico como um processo psicológico que exige enquadre e intervenções específicos e que pode produzir efeitos terapêuticos; Propiciar o desenvolvimento do pensamento clínico através da experiência clínica processual do diagnóstico psicológico; Possibilitar a compreensão dos múltiplos fatores (momento do pedido de ajuda, história pessoal, fatores transgeracionais e sócio-culturais intervenientes na tarefa/processo de diagnóstico psicológico e sua integração no julgamento clínico) que implicam na tomada de decisões de encaminhamento do demandante; Desenvolver a capacidade de selecionar os instrumentos de avaliação psicológica que também podem ser utilizados como técnicas de contato e comunicação, entre psicólogo e cliente; Fornecer subsídios, de acordo com as resoluções e normas do CFP, para elaboração de documento, solicitação de exames complementares e arquivamento de material, atendendo os aspectos ético-profissionais. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. Apresentação do Núcleo, da Clínica e dos Programas. 2. O processo do diagnóstico: sua história, enquadre, objetivos e indicações; a polêmica a seu respeito. 4
Texto: Marilia Ancona Lopez - O contexto geral do diagnóstico psicológico. In: Trinca, Diagnóstico psicológico: a prática clínica. Cap. 1. Texto complementar: Silvia Ancona-Lopez: Psicodiagnóstico: processo de intervenção? In: Ancona-Lopez, Psicodiagnóstico: Processo de Intervenção? 3. Processo Diagnóstico como um continuum: da entrevista inicial à entrevista final. A escuta clínica do motivo da consulta. Entrevistas dirigidas e de anamnese como ferramentas de investigação diagnóstica. Texto: Ocampo - A entrevista inicial. In: Ocampo, O processo de Psicodiagnóstico e as Técnicas Projetivas, Cap. II Texto complementar: Arzeno - O primeiro contato na consulta.in: Arzeno, Psicodiagnóstico Clínico novas contribuições, Cap. IV Texto complementar: Aberastury - A entrevista inicial com os pais. In: Aberastury, Psicanálise da Criança, Cap. V Texto complementar: Soifer - Fundamentação teórica.in; Soifer, Psicodinamismos da Família com Crianças, Cap. 1 4. Diagnóstico Formal e Avaliação Informal. O Processo Diagnóstico Compreensivo. Aspectos práticos do atendimento clínico: a identificação do cliente; a convocação: a apresentação, o contato telefônico, etc. Texto: Sendin - Bases conceptuales y definicion del processo diagnostico. In: Sendin, Diagnóstico Psicológico Bases Conceptuales, Cap.2 Texto complementar: Trinca - Processo diagnóstico de tipo compreensivo. In: Trinca, Diagnóstico psicológico: a prática clínica. Cap. 2 Texto complementar - Monique Augras: Por que não a fenomenologia? In: Augras, O ser da Compreensão, Cap. 1 5. Recursos utilizados no contato inicial nas diferentes faixas etárias: Entrevista livre, desenho, observação lúdica, procedimento do 5
Desenho-Estória, Jogo de Rabiscos e outros (jogo da velha, forca, linha da vida, etc.). Texto: Perron-Borelli - A relação na situação de exame: testes e entrevistas In: Perron-Borelli, O Exame Psicológico da Criança, Cap IX Texto: Ocampo: A hora de jogo diagnóstica. In: Ocampo, O Processo de Psicodiagnóstico...,Cap. VII Texto complementar: Safra,G.: Procedimentos clínicos utilizados no Psicodiagnóstico. In: Trinca, Diagnóstico psicológico: a prática clínica. Cap. 5 Texto complementar: Safra,G.: Apresentação do Método de Consulta. In Safra, G., Curando com histórias: a inclusão dos pais na consulta terapêutica das crianças (cap 2). 6. Recursos utilizados no contato inicial nas diferentes faixas etárias (cont.) A construção de Hipótese Diagnósticas e o planejamento da investigação. Os exames complementares. 7. SEMANA DE INTEGRAÇÃO 8. O diagnóstico dos problemas de aprendizagem: especificidades do processo diagnóstico e escolha dos procedimentos de investigação. Texto: Pain, Sara - O problema de aprendizagem: fatores (Cap. IV). In: Pain, Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Texto: Fernandez, Alicia Especificidade do Diagnóstico Psicopedagógico. In Fernandez, A., A Inteligência Aprisionada (cap. 2) Texto: Montagna, M. E., Considerações sobre o uso do raciocínio clínico na Escala Wechsler de Inteligência Infantil. In Montagna, M.E., O Uso do Raciocínio Clinico na Escala Wechsler de Inteligência. 9. O diagnóstico dos problemas de aprendizagem: problematizações. A avaliação psicopedagógica. A importância da inclusão da escola no processo diagnóstico. (Palestra com profª Marilda Piero Ribeiro) 10. Prova individual em classe. 6
11. Redação e veiculação de documentos decorrentes do processo diagnóstico: parecer, laudo, relatórios - questões técnicas e éticas. Texto: Resolução CFP nº030/2001 e Manual de elaboração de documentos decorrentes de avaliações psicológicas (CFP). Texto: Roteiro de Parecer Psicológico (equipe de professores do N1). 12. Término do processo diagnóstico: modalidades de manejo das entrevistas devolutivas finais. Texto: Ocampo - A entrevista de devolução de informação. In: Ocampo, O Processo de Psicodiagnóstico, Cap. IX. Texto complementar: Arzeno - Considerações atuais sobre a entrevista de devolução dos resultados de psicodiagnóstico. In: Arzeno, Psicodiagnóstico Clinico Novas Contribuições, Cap. 17. 13. SEMANA DE INTEGRAÇÃO 14. Entrevistas devolutivas (cont.). As entrevistas devolutivas em diferentes contextos: problematizações. O diagnóstico psicológico como processo de intervenção. Texto: Silvia Ancona-Lopez: Psicodiagnóstico: processo de intervenção? In: Ancona-Lopez, Psicodiagnóstico: Processo de Intervenção? 15. O processo diagnóstico na esfera jurídica. A perícia psicológica. A elaboração de laudos periciais. (Palestra com profissional convidado). 16. Considerações e critérios para a escolha dos encaminhamentos finais; a hierarquização dos encaminhamentos. 17. Aula de encerramento. Entrega dos trabalhos de Avaliação Final. ESTRATÉGIAS PARA APRENDIZAGEM Aulas expositivas Leitura e discussão de textos indicados Seminários clínicos Profissionais convidados. FORMAS DE AVALIAÇÃO Presença e participação nas aulas e eventos 7
Apresentação de questões pertinentes, decorrentes da leitura de textos indicados, dos seminários e palestra. Avaliação individual, em classe, sem consulta (11ª aula) Avaliação final sobre o percurso do processo diagnóstico desenvolvido no estágio (17ª aula) BIBLIOGRAFIA ABERASTURY, A. (1982) Psicanálise da Criança. Teoria e Técnicas. P. Alegre, Artes Médicas ANCONA-LOPEZ, M. (org.) & outros (2002) Psicodiagnóstico: processo de intervenção. São Paulo: Cortez ARZENO, M. E. G. (1995) Psicodiagnóstico Clínico - novas contribuições. P.Alegre: Artes Médicas AUGRAS, M. (1978) O ser da compreensão - Fenomenologia da situação de psicodiagnóstico. Petropólis: Vozes CFP: Resolução CFP: 07/2003 Manual de Elaboração de Documentos Escritos Decorrentes de Avaliação Psicológica FERNANDEZ, A. (2008) A Inteligencia Aprisionada. São Paulo, ARTMED. MONTAGNA, M. E. (2005) O Uso do Raciocínio Clinico na escala Wechsler de Inteligência. Tese de Doutorado, PUCSP, São Paulo. OCAMPO, M. L. & outros (1981) O Processo de Psicodiagnóstico e as Técnicas Projetivas. São Paulo: Martins Fontes PAIN, S. (1985) Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas PERRON-BORELLI, M. & PERRON, R.(1980)O Exame Psicológico da Criança. Lisboa: Edição 70 TRINCA, W. & outros (1984) Diagnóstico Psicológico: a prática clínica. São Paulo: EPU, 1984. SAFRA, G. (2005) Curando com Histórias: A inclusão dos pais na consulta terapêutica de crianças. São Paulo, Ed. Sobornost. SENDIN, M.C. (2002) Diagnóstico Psicológico: bases conceptuales y guia pratico en los contextos clinico y educativo. Madrid, Ed. Psimática SOIFER, R. (1994) Psicodinamismos da Famílias com crianças. Petrópolis: Vozes 8
PROGRAMA 2 : Contextualização e Fundamentação Teórica no Diagnóstico Psicológico CARGA HORÁRIA : 51 PERÍODO/ANO : 7º/2015 PROFESSORES : Elizabeth Costa Pinto Brandão / Miriam Debieux OBJETIVOS Problematizar a constituição da criança e adolescente dadas as novas configurações familiares Abordar o processo de adoecimento psicológico e seu contexto sóciocultural Apresentar algumas visões teóricas do Diagnóstico Psicológico CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: Cronograma 1ª - Apresentação do Núcleo, da disciplina e da Clínica Psicológica. Questões contemporâneas. I O diagnóstico psicológico da criança e do adolescente dadas as novas configurações familiares 2ª - A idealização da família nuclear e a família atual Texto: VOLNOVICH, J. A criança, a família e a história. In: A psicose na criança. Ed. Relume Dumará. Tarefa: Elenco de questões sobre a clínica contemporânea com adolescentes. 3ª - Família e subjetivação: declínio da imago do pai. Discussão de caso Texto: ROSA, Miriam Debieux (2001) O não-dito familiar e a transmissão da história. In: Revista de Psicanálise. São Paulo: S. Marcos/Ed. Psychê. Vol. 8 O Diagnóstico de crianças 9
4ª - O Diagnóstico psicanalítico de crianças segundo A. Freud. E M. Klein. Texto: VOLNOVICH, J. Diagnóstico Psicanalítico ou psicanálise do diagnóstico, In: Lições Introdutórias à Psicanálise de Crianças. 5ª - O Diagnóstico psicanalítico de crianças, segundo F. Dolto e M. Mannoni Texto: o mesmo Apresentação de exemplo clínico 6ª - Adolescência e conflito de gerações na sociedade contemporânea. Textos: O adolescente e a contemporaneidade de Erane Paladino. In: Adolescência e conflito de gerações na sociedade contemporânea. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005. Questões da contemporaneidade: 7ª - Violência e atendimento clínico Texto: VÁRIOS Violência Doméstica contra crianças e adolescentes. Instituto Sedes Sapientiae 8ª - O atendimento clínico em situações de exclusão social Texto: ROSA, M.D. Escutando vidas secas. In: Textura. Vol. 2, 2002 9ª - Avaliação individual II Aspectos Psicológicos e Contexto Sócio-Cultural 10ª - A psicopatologia na pós-modernidade Texto: BIRMAN, J. A psicopatologia na pós-modernidade. In: Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental. 11ª - Toxicomanias Texto: PACHECO FILHO, R.A. Drogas: um mal estar na cultura contemporânea. In: Psicanálise e Universidade. PUC/SP, nº 9/10, 1998 12ª - Estruturas Clínicas a estrutura histérica e obsessiva Textos: DOR, J. A estrutura histérica e A estrutura obsessiva. In: Estruturas e Clínica Psicanalítica. 10
Discussão sobre o filme: O Processo do Desejo 13ª - Estruturas Clínicas a estrutura histérica e obsessiva Textos: DOR, J. A estrutura histérica e A estrutura obsessiva. In: Estruturas e Clínica Psicanalítica. Discussão sobre o filme: O Processo do Desejo 14ª Apresentação de trabalhos dos alunos 15ª - Apresentação de trabalhos dos alunos. Encerramento 16ª Semana de Integração 17ª - Semana de Integração BIBLIOGRAFIA BASZ, S. (1978) El Edipo en la clinica freudiana. Ed. Helguero, Argentina FREUD, A. (1976) Infância normal e patológica. Ed. Zahar FREUD, Z. (1924) A perda da realidade na neurose e psicose. (1924) Neurose e psicose. MEZAN, R. (1982) Freud: a trama dos conceitos. Ed. Perspectiva (1989) A vingança da esfinge. Ed. Brasiliense ROSA, M.D. (1995) A polêmica do diagnóstico na psicologia. In: Psicologia Revista, PUCSP, Vol. 1 (2000) Histórias que não se contam. O não-dito na psicanálise com crianças. Taubaté: Cabral Ed. SOBRINHO, O. (1985) Clínica da Psicose. Ed. Papirus UCHOA, D. (1979) Psiquiatria e psicanálise. São Paulo: Ed. Sarvier 11
CARGA HORÁRIA : 17 PERÍODO/ANO : 7º/2015 PROFESSORAS OBJETIVOS Reflexão : Elizabeth Costa Brandão/ Katia El-Id/ Marina Pereira Gomes/ Maria Claudia T. Vieira/ Maria Elisabeth Montagna / Maria Ruth Gonçalves Pereira / Marcos Alexandre de Medeiros. Colaborar no desenvolvimento da identidade profissional do aluno, particularmente no que diz respeito às questões envolvidas nas atividades clínicas desenvolvidas no núcleo. Oferecer subsídios que possam proporcionar aos alunos, em sua formação profissional, a oportunidade de integrar suas experiências clínicas iniciais com o conhecimento teórico obtido ao longo do curso. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Discussão de temas e questões suscitados pela experiência dos alunos no estágio do núcleo (atendimento clínico em processo de diagnóstico psicológico) e nos grupos de supervisão, conforme trazidos para discussão pelos próprios alunos, seja a partir de si mesmos, seja a partir de seus supervisores. Nesse sentido, essa atividade não tem um programa estipulado anteriormente. O professor tem a função de coordenar as discussões, auxiliando os alunos a expressarem e debaterem os temas e vivências trazidos, refletindo sobre os diferentes aspectos envolvidos na questão em pauta. 12
ESTRATÉGIAS PARA APRENDIZAGEM Entendida como atividade complementar à supervisão, a reflexão é realizada em grupo, mantendo-se o mesmo grupo de supervisão. Não há possibilidade de troca de grupo, dada a natureza da tarefa. FORMAS DE AVALIAÇÃO Presença e participação efetiva no processo de reflexão em grupo. A nota final é definida em conjunto com o professor supervisor. BIBLIOGRAFIA : não há. 13