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Transcrição:

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTÍCA, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS PROJETO BÁSICO PROJETO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E IMPLANTAÇÃO DE OFICINAS PERMANENTES - PROCAP CURITIBA/PR AGOSTO, 2012

2 GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTÍCA, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS PROJETO BÁSICO PROJETO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E IMPLANTAÇÃO DE OFICINAS PERMANENTES - PROCAP Projeto básico apresentado ao Departamento Penitenciário Nacional como parte da proposição para obtenção de apoio financeiro, com recursos do Fundo Penitenciário Nacional, para implantação de oficinas permanentes e cursos de capacitação profissional para pessoas presas, no exercício de 2012. CURITIBA/PR AGOSTO, 2012

3 Estado do Paraná Projeto Básico: Projeto de Capacitação Profissional e Implantação de Oficinas Permanentes - PROCAP. 41 folhas Projeto Técnico. Governo do Estado do Paraná, Secretaria de Estado da Justiça, Cidadenia e Direitos Humanos. Gestão: Maria Tereza Uille Gomes 1. Projeto de Capacitação Profissional e Implantação de Oficinas Permanentes - PROCAP 2. Sistema Penitenciário 3.Reintegração Social 4. Trabalho e Renda. 5.Formação Profissional.

4 RESUMO O projeto de Capacitação Profissional e Implementação de Oficinas Permanentes PROCAP, no sistema prisional do estado se faz necessário, pois vai ao encontro do cumprimento de metas estabelecidas no Plano Diretor do Estado do Paraná, em que os apenados, por meio de atividades laborais e educacionais têm contato com o mundo exterior, bem como, estão propensos a participar dos programas de ressocialização. Por isso, há necessidade em prepará-los para o mundo de trabalho por meio da qualificação e formação profissional. A implantação deste projeto visa a capacitação dos apenados em oficinas permanentes, as quais irão prepará-los para as demandas no mundo do trabalho, na implantação em canteiros de obras e sua preparação para reinserção na sociedade. A partir da análise do diagnóstico, foram contempladas, por estarem dentro dos requisitos solicitados, os seguintes estabelecimentos penais: Penitenciária Estadual de Ponta Grossa, Penitenciária Feminina do Paraná, Penitenciária Estadual de Londrina, Penitenciária Estadual de Cascavel e Penitenciária Estadual de Maringá. A partir da implantação do projeto, cada Estabelecimento Penal deverá cumprir as três fases do PROCAP que são: 1ª) Selecionar os presos que tem maior tempo de cumprimento de pena, para que os mesmos, possam ser capacitados e atuarem como multiplicadores nas oficinas; 2ª) Compra dos equipamentos; e 3ª) Capacitação nas Oficinas, as quais são destinadas aos presos com progressão de pena. E ainda, haverá acompanhamento e avaliação do projeto pela equipe de Qualificação Profissional, DIPRO e PDI-CIDADANIA/SEJU-PR Este projeto, então, apresenta-se em conformidade com a Portaria DEPEN nº 069, de 06 de fevereiro de 2012, que estabeleceu o Ciclo de Implementação do Projeto de Capacitação Profissional e Implementação de Oficinas Permanentes PROCAP, bem como com as deliberações da Reunião entre os representantes do Estado do Paraná e da Coordenação de Apoio ao Trabalho e Renda - COATR do DEPEN e às orientações contidas na Portaria que regula a apresentação das propostas ao DEPEN no Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Governo Federal Portal de Convênios do Governo Federal SICONV. Palavras-chave: 1.Projeto de Capacitação Profissional e Implantação de Oficinas Permanentes - PROCAP 2.Sistema Penitenciário 3.Reintegração Social 4.Trabalho e Renda 5.Formação Profissional.

5 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Convênios celebrados com a União na área de trabalho e renda e qualificação profissional entre 2006 e 2011... 21 Quadro 2 Estabelecimentos Penais e atividades de trabalho, renda e capacitação profissional realizadas... 21 Quadro 3 - Unidade sócio-territorial de abrangência do projeto... 24 Quadro 4 - Caracterização do público-alvo... 25 Quadro 5 - Caracterização do público-alvo... 25 Quadro 6 Sistema de Monitoramento e Avaliação... 38

6 LISTA DE TABELAS Tabela 1 População custodiada, no Brasil e no estado do Paraná, entre 2004 e 2011... 17 Tabela 2 Profissionais do [setor responsável pelas atividades de reintegração social no estado... 19 Tabela 3 Pessoas presas envolvidas em Programas de Laborterapia Trabalho Externo, no Estado do Paraná, comparativo 2008 e 2011... 23 Tabela 4 Pessoas presas envolvidas em Programas de Laborterapia Trabalho Interno, no Estado do Paraná, comparativo 2008 e 2011... 23

7 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CF/88 Constituição Federal de 1988 CGRSE - Coordenação-Geral de Reintegração Social e Ensino do DEPEN CNAS - Conselho Nacional de Assistência Social CNPCP - Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária COATR Coordenação de Apoio ao Trabalho e Renda CPB Código Penal Brasileiro CPF Cadastro de Pessoas Físicas CTPS - Carteira de Trabalho e Previdência Social DEPEN Departamento Penitenciário Nacional DEPEN-PR Departamento Penitenciário do Paraná DIOQ Divisão Ocupacional e de Qualificação DIPRO Divisão de Ocupação e de Produção DIRPP Diretoria de Políticas Penitenciárias EJA Educação de Jovens e adultos ENEM Exame Nacional do Ensino Médio FAT Fundo de Amparo ao Trabalhador FUNPEN Fundo Penitenciário Nacional IN Instrução Normativa INFOPEN Sistema Integrado de Informações Penitenciárias LDO Lei de Diretrizes Orçamentárias LEP Lei Federal de Execução Penal LOA Lei Orçamentária Anual LOAS - Lei Orgânica da Assistência Social MDS - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome MF Ministério da Fazenda MJ - Ministério da Justiça NOB - Norma Operacional Básica PDI Programa de Desenvolvimento Integrado PDI-CIidadania Programa para o Desenvolvimento Integrado PLANTEQ - Plano Territorial de Qualificação PNAS - Política Nacional de Assistência Social PNQ - Plano Nacional de Qualificação PROCAP - Projeto de Capacitação Profissional e Implementação de Oficinas Permanentes

8 PROERD Programa Educacional de Resistência às Drogas Projovem Programa Nacional de Inclusão de Jovens Brasileiros PRONATEC - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego RFB - Receita Federal do Brasil SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SEED Secretaria de Estado da Educação SEJU Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SENAR Serviço Nacional de Aprendizagem Rural SESC Serviço Social do Comércio SESI Serviço Social da Industria SICONV - Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Governo Federal SUAS - Sistema Único de Assistência Social

9 ÍNDICE GERAL 1 APRESENTAÇÃO... 10 2 INTRODUÇÃO... 11 2.1 Justificativas... 14 2.1.1 Caracterização do sistema prisional estadual... 17 2.1.2 O estado do Paraná e a reintegração social... 18 2.1.3 O estado Paraná e as atividades de apoio ao trabalho, renda e capacitação profissional de pessoas privadas de liberdade... 19 3 OBJETIVOS E FOCOS SÓCIO-TERRITORIAIS... 25 3.1 Objetivo Geral / Objeto do Convênio... 25 3.2 Objetivos específicos... 25 3.3 Unidade sócio-territorial de abrangência do projeto... 25 3.4 Caracterização do público-alvo... 26 3.4.1 Seleção do público-alvo... 27 3.5 Metas pactuadas... 28 4 DETALHAMENTO DA METODOLOGIA... 29 4.1 Competências e atribuições... 29 4.2 Ações básicas na execução do projeto... 32 4.2.1 Ações preparatórias (aquisições e contratações)... 32 4.2.2 Instalação dos itens adquiridos... 33 4.2.3 Capacitação das pessoas presas... 34 4.2.4 Ações para fortalecimento de trabalho, renda e qualificação profissional de pessoas presas nas unidades beneficiadas e em diversas outras... 34 4.2.4.1 Cooperação com a Superintendência Estadual da Receita Federal... 35 4.2.4.2 Cooperação com a Secretaria do Trabalho, Emprego e Economia Solidária 35 4.2.4.3 Cooperação com a Secretaria da Família e Desenvolvimento Social... 36 4.2.4.4 Cooperação com a o Tribunal de Justiça e com o Ministério Público do Estado... 38 4.2.5 Ações para avaliação e monitoramento do projeto... 39 4.3 Continuidade das ações implementadas / Futuro do Projeto... 40 4.4 Prazo de execução do projeto... 41 4.5 Detalhamento dos custos do projeto... 41

10 1 APRESENTAÇÃO O projeto ora apresentado compõe o processo de proposição, elaborado pelo estado do Paraná e encaminhado ao Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), para obtenção de recursos financeiros do Fundo Penitenciário Nacional (FUNPEN), no exercício de 2012, para a implementação do Projeto de Capacitação Profissional e Implementação de Oficinas Permanentes PROCAP, por intermédio da aquisição de equipamentos, insumos e serviços de pessoa jurídica, que oferecerá cursos de capacitação profissional para pessoas em privação de liberdade, para a implantação de oficinas permanentes, além de outras ações correlatas que visam facilitar a harmônica inserção do preso na sociedade. O principal marco legal adotado é a Lei 7.210, de 11 de julho de 1984, A Lei de Execução Penal, conhecida por LEP, que objetiva disciplinar, em todo o país, as normas que definindo o cumprimento de penas privativas de liberdade, regulamentando, assim, todos os aspectos significativos da trajetória prisional e estabelecendo as responsabilidades pela fiscalização e pela execução da pena. Como parte da responsabilidade estatal, e com o objetivo de prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade, a LEP estipula em seus artigos 10 e 11, como dever do Estado, as assistências: material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa. Mais especificamente em seus artigos 17 a 21, o legislador descreveu a assistência educacional, destacando que a mesma compreenderá a instrução escolar e a formação profissional. Estruturado em 3 eixos as partes pré-textual, a metodologia e pós-textual este documento traduz as principais justificativas, os objetivos, as metas e os passos necessários para cumprimento do que é estabelecido formas de gestão, parcerias, aquisições, instalação e organização dos serviços - além dos elementos complementares, tais como planilhas, apêndices e anexos. O 1º eixo descreve as principais características da realidade prisional do estado, seus principais indicadores e aspectos organizacionais, com destaque para os fatos críticos, negativos e positivos, destacando os cenários locais a serem afetados diretamente pela presente proposta, com suas características institucionais, perfis das populações custodiadas, e do tratamento penal, etc. Apresenta, assim, as principais razões pelas quais o estado busca apoio técnico-financeiro do DEPEN, além de caracterizar a metodologia a ser utilizada ao longo do processo de execução do objeto a ser pactuado. O 2º eixo estabelece os objetivos do projeto e o elenco de metas; identifica a instituição proponente e respectivos responsáveis; caracteriza as unidades sócio-territoriais a

11 serem alcançadas pelas ações propostas, bem como as unidades penais que receberão os itens a serem adquiridos e os cursos a serem realizados; quantifica e descreve aspectos do público a ser beneficiado diretamente e indiretamente pelo projeto; caracteriza as formas de gestão, parcerias e busca de financiamentos diversos; descreve a metodologia a ser utilizada, definindo as ações básicas, as responsabilidades, os prazos e os resultados de cada etapa; detalha os custos do projeto a serem viabilizados pelos recursos do FUNPEN e do próprio estado; apresenta as formas de gestão do tempo (cronograma), de parcerias (quadro de responsabilidades e competências), de gestão, monitoramento e avaliação. Por fim, o no 3º eixo, nas Considerações Finais, são demonstradas as formas de garantia de continuidade das ações do projeto, associadas à implementação das diretrizes gerais do estado para gestão prisional e reintegração social. São apresentadas, conclusivamente, as principais expectativas em relação à melhoria do sistema penal local, ao fortalecimento dos serviços penais e, especialmente, das ações de apoio ao trabalho e renda e qualificação profissional de pessoas presas, internadas e egressas do sistema penitenciário. 2 INTRODUÇÃO As Regras Mínimas para Tratamento de Prisioneiros, adotadas pelo 1º Congresso das Nações Unidas sobre Prevenção do Crime e Tratamento de Delinqüentes, realizado em Genebra, no período de 22 de agosto a 3 de setembro de 1955, são recomendadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) como referencial mínimo para organização dos sistemas de execução de penas e tratamento dos presos no mundo, tendo como princípio fundamental a sua aplicação de forma imparcial, não devendo existir qualquer espécie de discriminação, seja por origem, raça, cor, sexo, língua, religião, etc. Consta no documento que tais regras não objetivam detalhar um sistema penitenciário modelo, mas estabelecer, inspirando-se em conceitos geralmente admitidos em nossos tempos e nos elementos essenciais dos sistemas contemporâneos mais adequados, princípios e regras básicos que orientem uma boa organização penitenciária e da prática relativa ao tratamento de prisioneiros. Servem, também, para estimular o esforço constante com vistas à superação das dificuldades práticas que se opõem a sua aplicação. Observa-se, na legislação brasileira, que tais regras foram incorporadas e basearam as diretrizes para tratamento penal e realização dos serviços penais. Em 11 de julho de 1984 foi editada a Lei 7.210, de Execução Penal, conhecida por LEP, que intenta disciplinar, em todo o país, as normas que definindo o cumprimento de penas privativas de liberdade, regulamentando, assim, todos os aspectos significativos da trajetória prisional e estabelecendo

12 as responsabilidades pela fiscalização e pela execução da pena. Em seu art. 1º, determina que a execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado. Em congruência com a LEP, o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), pela Resolução nº 14, de 1994, assim iniciou o texto que estabelece regras mínimas para tratamento do preso no Brasil: Art. 1º. As normas que se seguem obedecem aos princípios da Declaração Universal dos Direitos do Homem e daqueles inseridos nos Tratados, Convenções e regras internacionais de que o Brasil é signatário devendo ser aplicadas sem distinção de natureza racial, social, sexual, política, idiomática ou de qualquer outra ordem. Art. 2º. Impõe-se o respeito às crenças religiosas, aos cultos e aos preceitos morais do preso. Art. 3º. É assegurado ao preso o respeito à sua individualidade, integridade física e dignidade pessoal. Art. 4º. O preso terá o direito de ser chamado por seu nome. A Resolução nº 5, de 19 de julho de 1999, do próprio CNPCP, estabelece as diretrizes básicas que devem nortear a política criminal e penitenciária no país: a promoção humana e garantia de direitos daqueles que cumprem pena; a melhoria do sistema de justiça criminal; a adoção de medidas preventivas (policiamento ostensivo) e repressiva (cumprimento efetivo de mandatos de prisão); o estímulo à adoção das penas alternativas; a mobilização e o envolvimento da sociedade nas questões pertinentes à política criminal e penitenciária; em ações de prevenção; etc. A mesma Resolução preconiza, do art. 15 ao 29, que devem ser priorizadas, dentre outras ações, a melhoria das condições das unidades prisionais, permitindo a proximidade do condenado com a sua família; garantir o respeito aos direitos dos presos como tratamento humano, estudo e trabalho, o apoio a convênios com órgãos públicos e entidades privadas para garantir as assistências de maneira adequada, dentre outros. A Lei Complementar nº 79, de 07 de janeiro de 1994, que criou o Fundo Penitenciário Nacional FUNPEN, com a finalidade de proporcionar recursos e meios para financiar e apoiar as atividades e programas de modernização e aprimoramento do Sistema Penitenciário Brasileiro, também caracterizou, como importantes as ações educacionais e de formação profissional do preso ao elencá-las no rol de seu artigo 3º, entre as ações passíveis de financiamento com os recursos do FUNPEN:

Art. Os recursos do FUNPEN serão aplicados em: (...) V implantação de medidas pedagógicas relacionadas ao trabalho profissionalizante do preso e do internado; VI formação educacional e cultural do preso e do internado; 13 Atualmente, no âmbito do MJ, a responsabilidade pela coordenação e análise de ações, planos, projetos ou programas voltados à profissionalização do preso, estimulando sua inserção ao mundo do trabalho foi atribuída à Coordenação de Apoio ao Trabalho e Renda (COATR), da Coordenação Geral de Reintegração Social e Ensino (CGRSE), vinculada à Diretoria de Políticas Penitenciárias (DIRPP), do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN). O estado do Paraná organiza administrativamente a sua gestão prisional por meio do Departamento Penitenciário do Estado do Paraná DEPEN-PR, gestor do sistema penitenciário, o qual constitui-se em unidade administrativa de natureza programática da Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania. A Lei Estadual n 17.013/2011 cria o Programa para o Desenvolvimento Integrado PDI-Cidadania, vinculado ao DEPEN-PR, em que priorizará a educação formal, a erradicação do analfabetismo, capacitação e profissionalização dos apenados visando a sua inserção social, com vistas à cultura da paz, ancorando-se também nos oito objetivos do milênio. O Programa PDI-Cidadania, almeja transformar as prisões em escolas, oficinas de trabalho e ambientes de paz e não violência, por meio de: observatórios do conhecimento; centrais de resíduos sólidos; canteiros produtivos de trabalho; associações de proteção e assistência aos condenados; cooperativas de trabalho de apenados e egressos; arranjos produtivos locais; consórcios e parcerias público privado. As ações e projetos vinculados ao PDI-Cidadania, com respeito ao meio ambiente mediante educação profissionalizante objetivam promover a reinserção social dos apenados do Sistema Penal do Estado do Paraná em situação de vulnerabilidade social, por meio do ensino profissionalizante para a inserção em atividades de trabalho e renda geradas por pequenos e médios empreendimentos de reciclagem de resíduos sólidos dentro das unidades penais consolidando as cadeias produtivas prioritárias destes materiais, tornando o Sistema Penal autossustentável. O PDI- Cidadania, por meio da Divisão Ocupacional de Produção e da Coordenação de Educação e Qualificação Profissional busca garantir as ações de capacitação profissional, implantação em canteiros de trabalho e ensino profissionalizante, aos apenados dos estabelecimentos penais de regimes semi-aberto, fechado e egressos. Estas ações acontecem

14 por meio da Rede de Qualificação Profissional composta pelas Instituições Públicas Estaduais e Federais, Instituições Privadas de Ensino Superior, Institutos, Fundações, Sistema S- SENAI, SENAC, SESC, SESI, SENAR, SEBRAE -, TV Paulo Freire / SEED-PR, TV Educativa, Órgãos Governamentais, Sindicatos, Associações e Institutos. Os cursos são ministrados na modalidade presencial e (ou) a distância, e são certificados por Instituições Educacionais competentes. Desta forma, entende-se que a educação profissional e tecnológica - inclusão digital, iniciação profissional e requalificação, cursos técnicos e tecnólogos, ingresso no ensino superior, permitirá a reinserção do apenado no mundo do trabalho e a oportunizará a mudança de vida, bem como de sua família. Ainda, a Coordenação de Educação e Qualificação Profissional, integrante do Programa de Desenvolvimento Integrado PDI-Cidadania, desenvolve uma série de programas, projetos e ações educacionais, proporcionando ao apenado a oportunidade de concluir a sua escolarização básica, ingressar no ensino superior e qualificar-se para o mundo do trabalho. O Plano Estadual de Educação na Prisão em construção, atende às diretrizes nacionais e estaduais e traz, na sua concepção, um modelo de educação prisional mais flexível, integrando educação profissional e tecnológica com a educação de jovens e adultos (EJA), e atendendo às particularidades do Sistema Penal. 2.1 Justificativas Nesse contexto de mudanças significativas, como será descrito a seguir, propõe-se o presente projeto para consequente estabelecimento de convênio com o DEPEN. A proposta em questão visa ofertar a possibilidade de capacitação profissional às pessoas presas, por meio do aparelhamento de oficinas permanentes, aquisição de insumos e oferecimento de cursos nos estabelecimentos penais, Penitenciária Feminina do Paraná, Penitenciária Estadual de Londrina, Penitenciária Estadual de Ponta Grossa, Penitenciária Industrial de Cascavel e Penitenciária Estadual de Maringá. O total de presos beneficiados será de aproximadamente 2.181 (dois mil, cento e oitenta e um), sendo inicialmente 125 (cento e vinte e cinco) beneficiários participantes dos cursos previstos no projeto e 2056 (dois mil e cinquenta e seis) pessoas privadas de liberdade nos estabelecimentos penais beneficiados que terão acesso às oficinas aparelhadas ou que serão beneficiadas com outras atividades derivadas do projeto como a obtenção de CPF, carteira de trabalho e outros. Desse modo, espera-se criar uma condição favorável para que as ações de capacitação

15 profissional de pessoas privadas de liberdade em todo o sistema prisional se consolide, como de extrema relevância, no âmbito estadual. A implantação de oficinas permanentes para oferta de cursos, vem ao encontro das necessidades de qualificação profissional e/ou profissionalização das pessoas privadas de liberdade nos estabelecimentos penais como uma das políticas setoriais previstas no Plano Diretor do Sistema Penitenciário do Paraná, tendo em vista a formação e qualificação profissional como contributiva para integrar os apenados em canteiros de trabalho nas unidades penais e buscando estabelecer as condições para a permanência dos apenados em sua região de origem, preservando seus vínculos familiares e sociais, aumentando as chances de reinserção no mercado de trabalho após o cumprimento do período de privação de liberdade. Os apenados-alunos reagem positivamente ao Programa de Qualificação Profissional, porém, o percentual de apenados que participam de tais projetos e programas é baixo, em razão do alto custo e da insuficiência de recursos financeiros para oferta de mais cursos. O Projeto de Capacitação Profissional e Implementação de Oficinas Permanentes PROCAPs, beneficiará as unidades selecionadas considerando-se a economia e mercado regional em que estão situadas, bem como o perfil dos apenados a serem atendidos. Ao apresentar a presente proposta de projeto, justifica-se a necessidade de se garantir acesso à formação profissional e ampliar o número de pessoas privadas de liberdade em atividades de qualificação profissional ou de produção, com foco na melhoria da experiência profissional e aumento na possibilidade de obtenção de um emprego. Uma devida qualificação profissional somada às habilidades humanas e conceituais aumenta significativamente a oportunidade de inserção no mercado do trabalho. As capacitações propostas também possuem como finalidade a disseminação da cultura do cooperativismo, do caminho do auto-emprego e de possíveis incubadores de empreendimentos de economia solidária, mostrando que a Geração de Trabalho e Renda para pessoas em situação de vulnerabilidade social como as privadas de liberdade, pode ser vista como uma das alternativas necessárias. É possível apresentar ainda, como justificativa precípua, os ditames constitucionais que preconizam a universalização dos direitos à educação (incluindo-se nesta a formação profissional), ao trabalho e à assistência social, esta última preconizada pelo art. 203 da Constituição Federal, indicando que deve ser prestada a quem dela necessitar, elencando a promoção da integração ao mercado de trabalho como uma de suas espécies. Além dos princípios e normas considerados anteriormente, vale ressaltar que a matriz apresentada aqui é alicerçada e norteada pela seguinte fundamentação legal:

16 a. Lei Estadual nº 1.767, de 17 de fevereiro de 1954 Criação do Departamento Penitenciário do Estado do Paraná b. Lei Estadual nº 13.667, de 05 de julho de 2002, é criada a Secretaria de Estado da Segurança, da Justiça e da Cidadania SESJ c. Lei Estadual nº 13.986, 30 de dezembro de 2002 é recriada a Secretaria de Estado da Justiça SEJU. d. Lei Estadual nº 12.433, de 29 de junho de 2011 - Remição de Pena pelo estudo e pelo trabalho e. Lei Estadual nº 17.138, de 02 de março de 2012- Autoriza o Governo do Estado a firmar convênio com as entidades civis de direito privado sem fins lucrativos e Associações de Proteção e Assistência aos Condenados APACs. f. Lei Estadual nº 17.139, de 02 de maio de 2012 Criação das APADs. g. Lei Estadual nº 17.140, de 02 maio de 2012 FUPEN. h. Decreto Estadual nº 1.276 de 31 de outubro de 1995 Estatuto Penitenciário do Estado do Paraná. i. Decreto Estadual nº 7.626 de 24 de novembro de 2011: EJA, educação profissional e tecnológica, educação superior. j. Decreto Estadual nº 4021/2012 de 12 de março de 2012 Dispõe sobre a criação do PDI-Cidadania e ARC-Cidadania. k. Resolução Estadual nº 111/2011, de 28 de outubro de 2011 - PLANO DIRETOR DO SISTEMA PENAL 2011-14 - Integração da esfera federal com a estadual em direção à solução para a crise carcerária existente no país. l. Plano Estratégico de Educação no âmbito do Sistema Prisional (PEESP) m. Lei Federal Complementar n. 79, de 07 de janeiro de 1994, que cria o Fundo Penitenciário Nacional (FUNPEN), e dá outras providências. n. Decreto-Lei Federal nº 3.689, de 03 de outubro de 1941, que institui o Código de Processo Penal. o. Decreto Federal n. 4.229, de de maio de 2002, que dispõe sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos. p. Lei Federal n. 8.742, de 07 de dezembro de 1993, Lei Orgânica da Assistência Social, que dispõe sobre a organização da assistência social. q. Resolução nº 14, de 11 de novembro de 1994, que estabelece as regras mínimas para o tratamento do preso no Brasil, no âmbito do CNPCP Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. r. Resolução nº 16, de 17 de dezembro de 2003, que dispõe sobre as Diretrizes

17 Básicas de Política Criminal, no âmbito do CNPCP Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. s. Lei nº 7.610 de 30 de julho de 1984. Lei Execução Penal (LEP) t. Lei nº 12.433, de 29 de junho de 2011 - Remição de Pena pelo estudo e pelo trabalho. No texto que se segue, são caracterizadas as diversas realidades encontradas no sistema prisional estadual e o que confirma a necessidade de se buscar apoio técnicofinanceiro do Governo Federal que, somado aos esforços orçamentários próprios do estado do Paraná possibilitarão a solução de uma série de demandas e o cumprimento das diretrizes existentes. 2.1.1 Caracterização do sistema prisional estadual Nos últimos anos houve um significativo crescimento da população prisional nacional e no estado em questão. No âmbito estadual houve um crescimento de 45.96% (quarenta e cinco, noventa e seus por cento) na população carcerária entre presos condenados e provisórios, elevando-se de 18.147 (dezoito mil, cento e quarenta e sete), em 2005 para 33.586 (trinta e três mil, quinhentos e oitenta e seis em 2011. Como se pode observar também, na Tabela 1, a seguir, de acordo com o Ministério da Justiça (2011), no Brasil, houve um crescimento de 53% na população carcerária nacional, entre presos condenados e provisórios, elevando-se de 336.358, em 2004, para 514.582 em 2011. Tabela 1 População custodiada, no Brasil e no estado do Paraná, entre 2004 e 2011 BRASIL Estado Paraná SISTEMA SEGURANÇA SISTEMA SEGURANÇA TOTAL PENITENCIÁRIO PÚBLICA PENITENCIÁRIO PÚBLICA TOTAL 2004 262.710 73.648 336.358 - - - 2005 296.919 64.483 361.402 10249 7898 18147 2006 339.580 61.656 401.236 18157 8718 26875 2007 366.576 56.014 422.590 20717 8135 28852 2008 381.112 58.901 440.013 23195 13258 36453 2009 417.112 56.514 473.626 22166 15274 37440 2010 445.705 50.546 496.251 19760 16205 35965 2011 471.254 43.328 514.582 20464 13122 33586 Fonte: Adaptado de: MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Departamento Penitenciário Nacional. Relatórios de Dados Consolidado 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011. Brasília: MJ. Ainda, segundo o Ministério da Justiça (2012), em 2005, o Estado do Paraná mantinha presas 18.147 pessoas, sendo 7.898 (56,5 %) sob a custódia da Polícia Civil e 10.242 (43,5%) sob a custódia da Secretaria de Justiça/Administração Penitenciária, isto é, em cumprimento

18 de pena sob condições consideradas, em tese, minimamente adequadas ao tratamento penal. Observou-se que, mesmo com as atividades e ações implementadas pelo Estado, União e instituições parceiras, houve o aumento do déficit de vagas no sistema penitenciário, com o crescimento da população carcerária, de 9.548 em 2005, para 15.326 vagas. 2.1.2 O estado do Paraná e a reintegração social. A implantação no âmbito do Estado do Paraná do Programa para o Desenvolvimento Integrado PDI-Cidadania, criado pela Lei n 17.013/2011, a ser desenvolvido pela Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, através do Departamento Penitenciário do Estado do Paraná. O PDI-Cidadania é o responsável pelas ações e projetos relacionados à educação e qualificação profissional que objetivam promover a reinserção social dos apenados do Sistema Penal do Estado do Paraná em situação de vulnerabilidade social, por meio do ensino profissionalizante para a inserção em atividades de trabalho e renda geradas por pequenos e médios empreendimentos de reciclagem de resíduos sólidos dentro das unidades penais consolidando as cadeias produtivas prioritárias destes materiais, tornando o Sistema Penal autossustentável. Cita-se a seguir, algumas Boas práticas, destacadas no Estado do Paraná: O DEPEN-PR por meio de seus canteiros de trabalhos próprios produz uniformes para apenados e materiais domissanitários (produtos de higienização para uso domiciliar). Há canteiros de trabalho para produção de próteses dentárias, fraldas, serigrafia, horta e jardinagem nas unidades penais. Cerca de 140 detentos da PEL de Londrina se inscreveram no Projovem e realizam cursos profissionalizantes; 64 presos da Penitenciária de Maringá disputam a 1ª. Copa Jogo Limpo de Futebol de salão; O Programa Educacional de Resistência às Drogas (PROERD), da Polícia Militar do Estado do Paraná está sendo desenvolvido para os presos da Penitenciária Estadual de Ponta Grossa/PR.; Considera-se importante ainda, ressaltar que no ano de 2011, houve nas Unidades Penais, a oferta de 89 cursos, beneficiando 1.989 apenados, por meio de 18 instituições parcerias e 2.643 apenados receberam cursos de qualificação profissional, sendo 271 cursistas para educação tecnológica (inclusão digital).

No ano de 2012, encontram-se em andamento 74 cursos de qualificação profissional, com 29 parcerias, beneficiando 1.720 apenados. atribuições: O Programa de Desenvolvimento Integrado PDI-CIidadania possui, as seguintes a) Preparar o apenado e o egresso para o mercado de trabalho;aumentar as atividades de laboraterapia nas Unidades Penais;Disponibilizar a outros órgãos públicos os materiais produzidos nos canteiros de trabalho; b) Estimular o desenvolvimento de ações geradoras de renda para o apenado, egresso e familiares; c) Contribuir, com o apenado e o egresso, na reconstrução de sua cidadania, no estreitamento de seus vínculos familiares e no fortalecimento do seu convívio social; d) Desenvolver trabalho de conscientização e compromisso, junto aos servidores do Sistema Penal, sobre a importância da profissionalização do apenado e do egresso; e) Despertar, na população carcerária, a necessidade de preservação do meio ambiente, por meio de atitudes e práticas ambientalmente corretas. 19 Para exercer suas atribuições legais, o Programa de Desenvolvimento Integrado PDI- Cidadania é composto pelo seguinte quadro de profissionais: Tabela 2 Profissionais do Programa de Desenvolvimento Integrado PDI-Cidadania CARGO/CATEGORIA PROFISSIONAL QUANTIDADE COORDENADORA DO PDI-CIDADANIA 1 Coordenador Assistente do PDI-CIDADANIA 1 Agente Penitenciário/ Engenheiro Civil 1 Agente Penitenciário/ Engenheiro de Produção 1 Agente Penitenciário/ Engenheiro Ambiental 1 Agente Penitenciário/ Tecnólogo em Gestão Pública 1 Agente Penitenciário/ Psicólogo 1 Agente Penitenciário/ Nutricionista 1 Agente Penitenciário/ Sociólogo 1 Agente Penitenciário/Profissional de Marketing 1 Agente de Execução/ Técnico Administrativo 2 Agente de Execução/ Técnico Agrícola 1 Agente Penitenciário e Agente de Apoio/ Setor de Manutenção 2 Agente Penitenciário/ Grupo Tático 10 Pedagogas 3 Professoras 2 TOTAL 30 2.1.3 O estado Paraná e as atividades de apoio ao trabalho, renda e capacitação profissional de pessoas privadas de liberdade.

20 As atividades de apoio ao trabalho, renda e capacitação profissional de pessoas privadas de liberdade, organizadas e coordenadas pelo Programa de Desenvolvimento Integrado PDI Cidadania são realizadas de maneira incessante em vários estabelecimentos penais do estado, abrangendo vários tipos de capacitação profissional. O Programa para o Desenvolvimento Integrado PDI-Cidadania, criado pela Lei n 17.013/2011, a ser desenvolvido pela Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, tem como objetivo produzir ações efetivas que visem a inclusão socioeconômica dos apenados, capacitando-os profissionalmente, podendo para tanto atuar conjuntamente com Instituições Públicas ou Privadas. O PDI-Cidadania é o responsável pelas ações e projetos relacionados à educação e qualificação profissional que objetivam promover a reinserção social dos apenados do Sistema Penal do Estado do Paraná em situação de vulnerabilidade social, por meio do ensino profissionalizante para a inserção em atividades de trabalho e renda geradas por pequenos e médios empreendimentos de reciclagem de resíduos sólidos dentro das unidades penais consolidando as cadeias produtivas prioritárias destes materiais, tornando o Sistema Penal autossustentável. O trabalho sempre esteve inserido na vida da sociedade. O trabalho, seja ele manual ou, intelectual, garante ao indivíduo dignidade dentro de seu meio familiar e social. Como não poderia deixar de ser, o trabalho do preso encontra-se inserido dentro desta ótica que vincula o trabalho à existência digna do ser humano. A Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, que instituiu a Lei de Execução Penal, assim dispõe sobre o trabalho: Art. 28 O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva. O trabalho do preso recebe muitas críticas, apesar de estar disposto na Lei de Execução Penal e ser tratado como matéria constitucional, a parcela que critica o trabalho do preso afirma que, na maioria das vezes, o trabalho não conseguirá resgatar o preso de seu meio criminoso, ou que o Estado não pode perder tempo ou gastar dinheiro no aparelhamento de uma estrutura prisional para fornecer trabalho aos detentos enquanto o desemprego fora das grades aumenta a cada dia. Realmente chega a ser preocupante o aumento do desemprego. Mas, o que não pode existir é a confusão entre trabalho do preso e aumento do desemprego. O preso que trabalha não estará tirando a vaga de ninguém do mercado de trabalho. Ele, o preso, está inserido em

21 outro contexto, que visa sua reinserção no meio social, sendo o trabalho com finalidade educativa e produtiva, com escopo de dever social e resgate da dignidade humana. E, o que cremos ser pior, é não qualificá-lo para o mercado de trabalho, pois, aí sim, despreparado e inútil, será muito mais atraído a voltar a delinquir. Várias unidades do Estado já ocupam uma grande parcela de presos em canteiros de trabalho ou em salas de aula, visto que isto é uma preocupação constante em ocupar e qualificar os presos. Ainda no que concerne aos esforços envidados pelo Estado para a realização de ações de apoio ao trabalho e renda e qualificação profissional, foi celebrado, nos últimos anos, com a União, por intermédio do Departamento Penitenciário Nacional, alguns convênios voltados à esta temática com o objetivo de fortalecer a cultura da capacitação profissional de presos, internados e egressos do sistema penitenciário. Vejamos: CONVÊNIO Nº NOME DO PROJETO OBJETO VALOR TOTAL Formação de presos em regime Formação de 225 presos 714419/2009 R$ 229.505,4 fechado em regime fechado Quadro1 Convênios celebrados com a União na área de trabalho e renda e qualificação profissional entre 2006 e 2011. Fonte: Fundo Penitenciário Nacional FUNPEN Departamento Penitenciário Nacional / Ministério da Justiça. Neste sentido, segue no quadro abaixo, listagem das atividades de trabalho e renda e qualificação profissional realizadas atualmente no Estado, com a especificação do Município e Estabelecimentos Penais: Quadro 2 Estabelecimentos Penais e atividades de trabalho, renda e capacitação profissional realizadas. MUNICÍPIO Cascavel Cascavel Curitiba Curitiba Foz do Iguaçu Foz do Iguaçu Francisco Beltrão Guarapuava NOME DO ESTABELECIMENTO PENAL Penitenciária Estadual de Cascavel Penitenciária Industrial de Cascavel Centro de Regime Semi-aberto Feminino e Curitiba Patronato de Curitiba Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu II Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão Centro de Regime Semi-aberto de Guarapuava ATIVIDADES DE TRABALHO E RENDA E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL REALIZADAS 1. Segurança no Trabalho 2. Técnico de informação 3. Educação ambiental 1. Musicalização 2. Barbearia 3. Lavanderia 1. Informática 2. Cursode Corte de Cabelo 1. Mecânica Industrial 2. Gastronomia 3. Cabeleireiro 1. Curso de Auxiliar de Panificação 2. Curso de Auxiliar de Corte e Costura 1. Eletricista instalador Predial de baixa tensão 2. Auxiliar de Confecção 3.Metalurgica 1. Manejo de solo 2. Limpeza de peças automotivas 3. Fundição 1. Corte e Costura 2. Operador de Computador 3. Marketing e apresentação pessoal

22 Guarapuava Londrina Londrina Londrina Maringá Piraquara Piraquara Piraquara Piraquara Piraquara Ponta Grossa Ponta Grossa Fonte: Estado do Paraná Penitenciária Industrial de Guarapuava Penitenciária Estadual de Londrina Casa de Custódia de Curitiba Patronato de Londrina Penitenciária Estadual de Maringá Penitenciária Central do Estado Penitenciária Estadual de Piraquara Penitenciária Estadual de Piraquara II Penitenciária Feminina do Paraná Colonia Penal Agroindustrial Centro de Regime Semi-aberto de Ponta Grossa Penitenciária Estadual de Ponta Grossa 1. Encanador Instalador Predial 2. Segurança no trabalho 3. Meio ambiente 1. Construção e Reparos 2. Administração 3. Fábrica de detergentes 1. Curso de Informática 2. Lavanderia 1. Desenvolvimento Profissional 2. Treinamento em Prevenção da Dengue 1. Floricultura 2. Auxiliar de Pedreiro 3. Encanador 1. Marcenaria 2. Aplicação de Revestimento Cerâmico 3. Confecção de luvas 1. Operador de Máquina de Costura Industrial 2. Aplicação de Revestimento Cerâmico 3.Metalurgica 1. Operador de Maquina de Costura 2. Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão 3. Fábrica de uniformes 1. Operador de Máquina de Costura Industrial 2. Confecção de uniformes 3. Fábrica de fraldas 1.Modista/costureiro 2. Pedreiro Auxiliar 3. Jardinagem 1. Marcenaria 2. Elétrica predial 1. Corte e Costura Básico 2. Marcenaria Básica 3. Fábrica de uniformes Em todas as unidades os serviços internos são executados pelos presos, dentre os quais podemos citar: faxina, conservação (pintura e pequenos reparos), jardinagem, distribuição de alimentos, biblioteca, entre outros. Os principais resultados qualitativos advindos desses esforços em relação às atividades de trabalho, renda e qualificação profissional de pessoas presas são: Qualificação profissional dos apenados para o mundo do trabalho; Contratação dos apenados por estabelecimentos públicos e privados Implantação de apenados nos canteiros de trabalho A reinserção dos apenados na sociedade Melhoria no comportamento dos apenados Aumento da autoestima dos apenados. No que concerne aos resultados quantitativos, muito embora ainda sejam números modestos, é necessário destacar o crescimento do quantitativo de pessoas envolvidas em

atividades de laborterapia no sistema penitenciário estadual, conforme o extraído do Sistema Integrado de Informações Penitenciárias INFOPEN: 23 Tabela 3 Pessoas presas envolvidas em Programas de Laborterapia Trabalho Externo, no Estado Paraná, comparativo 2008 e 2011 Quantidade de pessoas presas envolvidas em programas de laborterapia TRABALHO EXTERNO Indicadores Dezembro 2008 Dezembro 2011 - Parceria com a Iniciativa Privada 71 499 - Parceria com Órgãos do Estado 102 142 - Parceria com Paraestatais (Sistema S e ONG) 24 14 - Atividade Desenvolvida - Artesanato 0 0 - Atividade Desenvolvida Rural 0 10 - Atividade desenvolvida - Industrial 0 52 TOTAL 197 717 Tabela 4 Pessoas presas envolvidas em Programas de Laborterapia Trabalho Interno, no Estado Paraná, comparativo 2008 e 2011 Quantidade de pessoas presas envolvidas em programas de laborterapia TRABALHO INTERNO Indicadores Dezembro 2008 Dezembro 2011 - Apoio ao Estabelecimento Penal 1553 1500 - Parceria com a Iniciativa Privada 703 937 - Parceria com Órgãos do Estado 79 60 - Parceria com Paraestatais (Sistema S e ONG) 27 0 - Atividade Desenvolvida - Artesanato 605 547 - Atividade Desenvolvida Rural 13 24 - Atividade desenvolvida - Industrial 58 298 TOTAL 3038 3366 2.1.3.1 Cooperação com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Em 19 de maio de 2011, esta Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos celebrou, junto com o SENAI, o Termo de Cooperação Técnica nº 001/2012 SEJU/SEPL/SETI/IEES. O referidotermo de Cooperação Técnica tem como objeto a convergência de interesses dos partícipes e a articulação das competências de seus colaboradores para planejar, elaborar e executar projetos e ações nas áreas de educação, formação profissional, saúde, meio ambiente, sustentabilidade, ciência e tecnologia, que visam promover a socialização dos detentos e egressos do sistema penal do Estado do Paraná, a qualidade de vida daqueles que trabalham ou prestam serviços em estabelecimentos penais, a formação de mão de obra qualificada para a indústria, bem como colaborar na implementação do Programa Para o Desenvolvimento Integrado PDI-Cidadania. Para a consecução do objeto do Termo cabe a: Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos: - fiscalizar e coordenar as atividades desenvolvidas no âmbito do Departamento Penitenciário;

24 - fornecer orientações técnicas para o planejamento e execução das atividades; - fornecer espaço físico nas unidades prisionais e a segurança necessária para resguardar a integridade dos instrutores; - acompanhar e avaliar sistematicamente o desempenho dos trabalhos realizados, verificando metas constantes nos Termos a serem firmados posteriormente, tal como definido na cláusula terceira deste instrumento do qual faz parte o presente Plano de Trabalho; - fiscalizar os planos de trabalhos com o objetivo de assegurar o cumprimento das funções sociais da pena e das finalidades educativa e produtiva; - desempenhar funções de planejamento informando a SEPL naquilo que lhe compete; - coordenar a implementação e execução do Programa de Desenvolvimento Integrado PDI Cidadania, promovendo ações de respeito ao meio ambiente, mediante educação profissionalizante em atividade industrial, reciclagem de resíduos sólidos, produtos para construção civil e agroatividades; designar gestor encarregado do acompanhamento deste Termo, o qual deverá gerar relatórios detalhados à SEJU, informando acerca de ocorrências e demais fatos de ajuste necessário ao bom andamento dos objetivos do Termo. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial/Departamento Regional do Paraná - envolver-se na capacitação do público-alvo, qualificando-o, por meio de cursos profissionalizantes; - operacionalizar ações integradas de atividades para a formação profissional; - buscar respostas aos problemas de capacitação profissional; - desenvolver ações para reconfiguração dos espaços físicos dos canteiros de trabalho; - realizar a gestão de qualidade e da filosofia da educação profissional; - promover a valorização de competências do público-alvo, proporcionando otimização de resultados; - elaborar instrumentos para levantamento de dados relevantes à SEJU, por meio de metodologia própria; - realizar encontros com a participação de representantes de instituições associadas para promover a conscientização, integração e envolvimento dessas camadas nos objetivos constantes na cláusula primeira do Termo; - desenvolver outras ações com foco na responsabilidade social e no exercício da cidadania; - designar gestor encarregado do acompanhamento deste Termo, o qual deverá gerar relatórios detalhados ao SENAI, informando acerca de ocorrências e demais fatos de ajuste necessário ao bom andamento dos objetivos do Termo.

25 3 OBJETIVOS E FOCOS SÓCIO-TERRITORIAIS 3.1. Objetivo Geral / Objeto do Convênio Capacitar profissionalmente pessoas privadas de liberdade no estado do Paraná nas áreas de Panificação e Confeitaria, Blocos e Tijolos Ecológicos, Corte e Costura Industrial, áreas relativas às capacitações profissionais que serão realizadas, por intermédio do aparelhamento de oficinas permanentes e cursos de capacitação profissional, bem como a celebração de instrumentos de cooperação no âmbito estadual que auxiliem a harmônica integração social das pessoas privadas de liberdade com obtenção de documentos pessoais/profissionais e fortalecimento da reintegração social. 3.2. Objetivos específicos a. Adequação da infra-estrutura dos estabelecimentos penais, para garantir a instalação de equipamentos das oficinas permanentes e realização dos cursos pretendidos; b. Acesso da população carcerária do Estado às políticas públicas de obtenção de documentação civil, profissional, desenvolvimento social e outras, com instrumentos de cooperação entre órgãos federais/ estaduais e/ou municipais de políticas intersetoriais; c. Aumento da capacidade de inserção ao mercado de trabalho e do número de pessoas privadas de liberdade envolvidas em atividades de capacitação profissional ou laborativas; d. Criar uma metodologia padrão de aparelhamento e oferecimento de cursos de capacitação profissional para pessoas privadas de liberdade no âmbito estadual com base nas atividades do projeto; e. Promoção da cultura da capacitação profissional de pessoas privadas de liberdade no âmbito estadual. 3.3. Unidade sócio-territorial de abrangência do projeto As unidades penais a serem aparelhadas são as caracterizadas a seguir: NOME DO CARACTERIZAÇÃO GERAL (REGIMES, MUNICÍPIO ESTABELECIMENTO PENAL DIREÇÃO, NUMERO DE SERVIDORES Piraquara Penitenciária Feminina do Paraná Nº de celas: 130

26 Ponta Grossa Penitenciária Estadual de Ponta Grossa Nº de vagas: 370 Lotação: 405 Regime de pena: Fechado Sexo dos internos: Mulheres Direção:Rita de Cassia Rodrigues Costa Naumann Nº de educadores: 09 Nº de Agentes Penitenciários: 99 Nº de celas: 108 Nº de vagas: 420 Lotação: 402 Regime de pena: Fechado Sexo dos internos: Homens Direção: Luiz Francisco da Silveira Nº de educadores: 10 Nº de Agentes Penitenciários: 125 Londrina Maringá Cascavel Penitenciária Estadual de Londrina Penitenciária Estadual de Maringá Penitenciária Industrial de Cascavel Quadro 3 - Unidade sócio-territorial de abrangência do projeto Fonte: Estado do Paraná Nº de celas: 91 Nº de vagas: 504 Lotação: 544 Regime de pena: Fechado Sexo dos internos: Homens Direção: Jorge Eduardo Alves Nº de educadores: 09 Nº de Agentes Penitenciários:175 Nº de celas: 67 Nº de vagas: 360 Lotação: 382 Regime de pena: Fechado Sexo dos internos: Homens Direção: Luciano Marcelo Simões de Brito Nº de educadores: 11 Nº de Agentes Penitenciários: 151 Nº de celas: 120 Nº de vagas: 360 Lotação: 323 Regime de pena: Fechado Sexo dos internos: Homens Direção: André Luis Romera Nº de educadores: 09 Nº de Agentes Penitenciários: 105 3.4. Caracterização do público-alvo O público beneficiado será de aproximadamente 2.181 (dois mil, cento e oitenta e um), subdividido em duas categorias: beneficiários participantes dos cursos previstos no projeto, que serão 125 (cento e vinte e cinco), conforme o detalhado: Município Piraquara Ponta Grossa Nome do estabelecimento penal Penitenciária Feminina do Paraná Penitenciária Estadual de Ponta Grossa Público Sexo Oficina Curso M H 25 beneficiados com a oficina de Panificação e Confeitaria 25 beneficiados com a oficina de Blocos e Tijolos Ecológicos 25 beneficiados com o curso de Panificação e Confeitaria 25 beneficiados com o curso de Blocos e Tijolos Ecológicos

27 Londrina Maringá Cascavel Penitenciária Estadual de Londrina Penitenciária Estadual de Maringá Penitenciária Industrial de Cascavel Quadro 4 - Caracterização do público-alvo Fonte: Estado do Paraná H H H 25 beneficiados com a oficina de Corte e Costura Industrial 25 beneficiados com a oficina de Corte e Costura Industrial 25 beneficiados com a oficina de Panificação e Confeitaria 25 beneficiados com o curso de Corte e Costura Industrial 25 beneficiados com o curso de Corte e Costura Industrial 25 beneficiados com o curso de Panificação e Confeitaria beneficiários privados de liberdade que terão acesso às oficinas aparelhadas ou que serão beneficiados com outras ações provenientes do convênio, que serão 2.056 dois mil e cinquenta e seis, conforme o detalhado: Município Nome do estabelecimento penal Público Homens Mulheres Piraquara Penitenciária Feminina do Paraná 405 Ponta Grossa Penitenciária Estadual de Ponta Grossa 402 Londrina Penitenciária Estadual de Londrina 544 Maringá Penitenciária Estadual de Maringá 382 Cascavel Penitenciária Industrial de Cascavel 323 Quadro 5 - Caracterização do público-alvo Fonte: estado Paraná 3.4.1 Seleção do público alvo A seleção dos beneficiários ocorrerá quando os processos de compras de bens e serviços estiverem perto de serem finalizados. A seleção no Estado do Paraná, em cada uma das Unidades, será de responsabilidade da Comissão Técnica de Classificação, que utilizará os mesmos critérios de seleção de pessoas presas para realização de cursos de capacitação sugeridos pelo DEPEN Nacional acrescentando-se somente a boa conduta disciplinar, além de: Estar com: I. Aptidão Física e Mental atestadas pela equipe de saúde da unidade prisional ou do SUS Municipal/Estadual. Ter concluído: I. 6º ano do nível fundamental (antiga 5º série) ou possuir algum certificado de qualificação profissional na área de capacitação. Estar de posse do(a): I. Registro Geral (RG); II. Cadastro de Pessoas Físicas (CPF).