A JUSTIÇA E A ECONOMIA NO ESPAÇO DA LUSOFONIA
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- Pedro Henrique Henriques Casado
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1 A JUSTIÇA E A ECONOMIA NO ESPAÇO DA LUSOFONIA Conferência Internacional sobre o funcionamento dos sistemas de justiça e o mundo económico no espaço dos países de língua portuguesa A relação que se pode estabelecer entre a justiça e a economia é um tema fundamental no processo de construção de uma comunidade de países sedimentada na língua comum que é o português. A justiça tem-se tornado, em todas as dimensões da prática social, como uma das preocupações colectivas tomadas como mais importantes. Não é apenas o acesso à justiça, a transparência e a confiança, que se constituem como os valores mais actuais da reforma da justiça e dos estatutos das profissões que nela actuam. O Estado do direito e a justiça que o assegura do ponto de vista funcional também respondem perante as exigências do sistema social e económico. A economia, com a sua visão organizativa da sociedade e das instituições sociais, determina cada vez mais a estruturação e o modo de funcionamento das intituições jurídicas e judiciais, reclamando um maior grau de eficácia, eficiência, produtividade e racionalidade (empírica e utilitária) na sua actividade, na sua gestão e no planeamento das suas estratégias. Ela surge como um factor de exigência acrescida relativamente ao sistema jurídico no seu todo, questionando-o na realização da sua função social-económica. Neste sentido, o sistema jurídico é visto como componente fundamental para a vida das pessoas mas também para o desempenho económico. Quando pensados ao nível de uma comunidade internacional alargada, os sistemas jurídicos e económicos passam também a ser veículos essenciais da integração política, económica e social dos respectivos países. Concedendo à vida económica no espaço da lusofonia a previsibilidade e a segurança jurídica indispensáveis, sem descurar as garantias básicas e fundamentais do Estado de direito. O sistema judicial concorre com outros sistemas de composição de litígios, tanto de instituição pública como de origem privada, que se prestam a realizar justiça e a dirimir os conflitos de cariz jurídico na sua globalidade. Para além dos tribunais, tanto os do Estado, 1
2 incluindo aqui os de cariz internacional, como os arbitrais, podemos encontrar outros meios de realização de justiça em torno da mediação, da conciliação ou ainda de outros métodos de composição dos litígios, tanto de cariz privado como público. Também a via judicial de realização da justiça integra muitas vezes (cada vez mais) nos seus procedimentos e na sua actuação as vias próprias desses meios designado alternativos ou extra-judiciais, tanto pela via clássica da conciliação como pela via da mediação ou da justiça restaurativa. A diversidade das realidades dos litígios e a diferente natureza dos casos em presença, no alargado espectro das matérias jurídicas em questão (por exemplo, desde as questões criminais, constitucionais ou administrativas e fiscais até aos problemas de cumprimento dos contratos entre privados ou das relações de vizinhança), implica também a opção por cada um dos mencionados meios de realização da justiça. Essa opção faz sempre parte de um programa de opções políticas essenciais definidas no plano constitucional e que depois pode ser vertido numa opção relativamente elástica de estratégias governativas e organizativas em torno das políticas públicas da justiça. Certo é que a matéria dos meios alternativos de composição de litígios (assim denominados) não pode estar divorciada do pensamento mais geral sobre os sistemas de justiça e sobre a sua relação com a cidadania e o papel concedido ao direito e à jurisdição. O Estado de direito e a reserva de jurisdição apelam para um princípio de proibição constitucional da irrelevância do papel dos tribunais e da justiça do Estado na regulação da ordem económica e social. O melhoramento dos sistemas de justiça, no seu todo, sobretudo no que respeita à sua eficiência e eficácia, deve passar a ser visto como parte de um processo mais amplo de modernização do Estado e de desenvolvimento económico-social. A racionalidade económica (ou a eficiência) penetrou o sistema jurídico e judicial em todas as dimensões, desde o nível da sociedade como um todo ao do processo judicial quotidiano, desde o papel institucional desempenhado pela aplicação da justiça na sociedade ao contexto organizacional das decisões judiciais. A eficiência transformou-se uma parte inseparável da estrutura de expectativas endereçadas ao sistema jurídico (e também ao sistema judicial). Estes objectivos só podem ser prosseguidos com a introdução de alguns instrumentos fundamentais de organização e gestão, definidos e elaborados na cooperação entre a prática do direito e das metodologias económicas e de gestão. O contexto da lusofonia em que esta cooperação se ambiciona concretizar revela bem a sua necessidade e utilidade. Note-se que a pacificação social e o desenvolvimento sócio- 2
3 económico sentido na maioria dos países que integram a CPLP, com um maior ou menor contexto de crise, possibilita uma maior descompreensão dos factores políticos e sociais e a abertura para tratar os problemas suscitados pelo Estado de direito de forma mais transparente, participada e consolidada. 3
4 A JUSTIÇA E A ECONOMIA NO ESPAÇO DA LUSOFONIA Conferência Internacional sobre o funcionamento dos sistemas de justiça e o mundo económico no espaço dos países de língua portuguesa ABERTURA DA CONFERÊNCIA 9.00H H Credenciamento dos participantes 9.30H Sessão de abertura da Conferência: 10.00H. 1.º PAINEL: Economia e Estado de direito no espaço da lusofonia a. Economia e Direito: função social, democracia e Constituição b. Economia, informação jurídica e cidadania no espaço da lusofonia c. Acesso ao direito, acesso à justiça e pluralidade de sistemas de justiça 11.30H Coffee break 11.45H 2.º PAINEL: Os sistemas de justiça nos países de língua portuguesa a. As Constituições Judiciárias no espaço CPLP b. Pluralismo jurídico, interculturalidade e meios de resolução de litígios c. Reserva de jurisdição e meios extrajudiciais de resolução dos litígios 13:30H Intervalo para almoço 14:30H 3.º PAINEL: Arbitragem no espaço CPLP a. A advocacia de negócios no espaço da lusofonia e os meios de resolução dos litígios b. As leis de arbitragem no espaço CPLP 4
5 c. Os projectos de constituição de arbitragem internacional no espaço CPLP Intervenientes: os diversos representantes das comissões constituídas com projectos elaborados 16:30H. Coffee break 16:45H 4.º PAINEL: Economia e Governação da Justiça a. Governação e Gestão da Justiça: quantidade, qualidade e excelência b. Governar, organizar e administrar a justiça c. A justiça de cariz económico no espaço CPLP: vias de cooperação e de integração 18.30H Sessão de encerramento da Conferência: H Jantar da Conferência 5
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