A Informalidade no Acesso a Terra no Estado do Acre a partir dos dados do Cadastro Ambiental Rural

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Lídia Damásio Álvares
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Universidade Estadual de Campinas Instituto de Economia Núcleo de Economia Agrícola e do Meio Ambiente A Informalidade no Acesso a Terra no Estado do Acre a

1 Universidade Estadual de Campinas Instituto de Economia Núcleo de Economia Agrícola e do Meio Ambiente A Informalidade no Acesso a Terra no Estado do Acre a partir dos dados do Cadastro Ambiental Rural MASTRANGELO, João Paulo; REYDON, Bastiaan Philip; CAVALCANTE FILHO, Pedro Gilberto; SCHIELEIN, Johannes 05 de maio de 2018

2 1. Introdução Figura 01 - Taxa de Desmatamento da Amazônia Legal Incremento (km²/ano) Área Desmatada (km²/ano) Amazônia Acre Fonte: PRODES (2018). Ano 0

3 1. Introdução Figura 02 - Desmatamento por Tamanho de Polígono no Estado do Acre 100,00% 90,00% 80,00% 70,00% 81,39% 82,16% 90,37% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% ,00% 10,00% 0,00% 11,39% 10,09% 6,31% 4,00% 2,58% 0,33% 0,03% 1,21% 0,15% 0,02% 0,03% 0,00% 0-3 ha 6,1-10 ha 10,1-60 ha 60,1-200 ha > 200,1 ha Fonte: PRODES (2018).

4 1. Introdução v v v v v v Impacto da insegurança jurídica do direito de propriedade sobre o desmatamento na Amazônia Legal, causa de problemas econômicos, sociais e de conflitos agrários (ARAÚJO ET AL. (2009); REYDON, 2014); Redução do desmatamento só será possível a partir de uma governança de terra mais eficiente (REYDON e BUKVAR, 2016); A governança de terras utilizada adequadamente mediante controles efetivos sobre a propriedade, posse e uso das terras é fundamental para garantir o desenvolvimento econômico e social de forma ambientalmente equilibrada (SOUZA, 2016; BARBOSA, 2018); Muito pouco se conhece sobre a realidade fundiária ao nível da propriedade ou posse rural, principalmente pela dificuldade de acesso a este tipo de dado de forma mais ampla; Problema de pesquisa: Qual, de fato, é o nível de informalidade no acesso à terra no Estado do Acre? Oportunidade proporcionada pelo banco de dados do Cadastro Ambiental Rural do Estado do Acre.

2. Características Gerais do Estado do Acre Figura 03 Regionais e Municípios do Estado do Acre v 16.412.373,90 hectares; v 5 regionais; v 22 municípios; v 816.

5 2. Características Gerais do Estado do Acre Figura 03 Regionais e Municípios do Estado do Acre v ,90 hectares; v 5 regionais; v 22 municípios; v habitantes 72,56% de urbanização; v 42,8% da população é economicamente ativa; v 8% é a taxa de desemprego; v R$ 13,5 bilhões PIB; v R$ 17 mil renda per capita; v 1 0, 7 3 % p a r t i c i p a ç ã o d o s e t o r agropecuário. Fonte: ACRE (2017). Fonte: ACRE (2017).

3. Uso e Ocupação do Território do Estado do Acre Figura 04 Zonas do Zoneamento Ecológico-Econômico Acre v Zona 1: 4,2 milhões de hectares cadastrável no CAR; v Zona 2: 7,9 milhões de hectares 45%

6 3. Uso e Ocupação do Território do Estado do Acre Figura 04 Zonas do Zoneamento Ecológico-Econômico Acre v Zona 1: 4,2 milhões de hectares cadastrável no CAR; v Zona 2: 7,9 milhões de hectares 45% cadastrável no CAR (exclui UC s Proteção Integral e Terras Indígenas; v Zona 3: 4,2 milhões de hectares cadastrável no CAR; v Zona 4: 26,6 mil hectares não cadastrável; v 12,1 milhões de área cadastrável no CAR; Fonte: ACRE (2010). v 9,3 milhões de área cadastrada no CAR imóveis rurais. Fonte: ACRE (2010); SEMA (2016).

7 5. Metodologia v imóveis rurais inscritos no CAR de forma individualizada, abaixo e acima de 4 módulos fiscais, distribuídos entre as Zonas 1, 2 e 3 com área ocupada de 5,3 milhões de hectares 44,38% da área cadastrável; v 26 tipos de comprovantes de propriedade ou posse de imóveis rurais indentificados; v 4 categorias que representam o grau de formalidade no acesso a terra definidas: Formal: possui certidão de registro no cartório de registro de imóveis; Semiformal: apresenta os pré-requisitos para registro em cartório; Posse: possuidor que tem, de fato, o exercício, pleno ou não, de alguns dos poderes inerentes a propriedade, podendo se encontrar em diferentes etapas de regularização fundiária ou mesmo de modalidades de concessões públicas; Informal: ocupações completamente desprovidas de alguma intermediação do poder público estabelecendo o seu acesso à terra.

8 6. Resultados Figura 05 Participação das Categorias de Imóveis Rurais por Quantidade e Área 50,00% 45,00% 44,79% 40,00% 35,00% 30,00% 29,32% 26,69% 36,23% 27,83% 25,00% 20,00% 15,00% 13,21% 15,31% 10,00% 5,00% 0,00% 6,63% formal semiformal posse informal Fonte: Elaborado pelo autor. Quantidade de imóveis Área dos imóveis

9 6. Resultados Figura 06 Distribuição Espacial dos Imóveis Rurais da Categoria Informal Fonte: Elaborado pelo autor.

10 6. Resultados Figura 07 Distribuição Quantitativa dos Imóveis Rurais Informais Fonte: Elaborado pelo autor.

11 6. Resultados Figura 08 Participação dos Municípios Acreanos quanto a Informalidade no Acesso à Terra Fonte: Elaborado pelo autor.

12 7. Conclusão v O CAR é uma importante oportunidade enquanto fonte de dados e informações para estudos de questões relativas a governança da terra; v O Estado do Acre apresenta baixa incidência na quantidade de imóveis rurais classificados como formais, porém a área que esta categoria ocupa é bastante significativa; v A categoria com maior participação é a de posse; v A ocorrência de imóveis rurais na categoria informal ainda é significativa, e sua distribuição se dá de maneira pulverizada por todo o território; v Se somadas todas as categorias que não são formais de acordo com a classificação proposta neste estudo, a conclusão é de que 93,38% dos imóveis rurais acreanos não são propriedade de fato; v Os municípios de Feijó e Tarauacá, porção oeste do Estado, tem uma alta incidência da categoria classificada como informal, tanto em termos quantitativos como em área ocupada; e, v Os dados empíricos quanto a informalidade no acesso à terra nesta unidade da federação, evidenciam a dimensão do desafio que seria estabelecer uma adequada governança e controles efetivos sobre o uso da terra no país.

13 Universidade Estadual de Campinas Instituto de Economia Núcleo de Economia Agrícola e do Meio Ambiente Obrigado!!! MASTRANGELO, João Paulo¹; REYDON, Bastiaan Philip²; CAVALCANTE FILHO, Pedro Gilberto³; SCHIELEIN, Johannes4. 1 CCBN, Universidade Federal do Acre - UFAC, Doutorando em Desenvolvimento Econômico, NEA, Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, CEP: , Campinas, SP, Brasil, jpsmastrangelo@gmail.com 2 NEA, Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, CEP: , Campinas, SP, Brasil. bastiaanreydon@yahoo.com.br 3 Mestrando em Desenvolvimento Econômico, NEA, Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, CEP: , Campinas, SP, Brasil. pedro.gilberto@hotmail.com 4 Zentrum für Entwicklungsforschung - ZEF, University of Bonn, Alemanha. johannes.schielein@uni-bonn.de

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