PALAVRAS-CHAVE Educação em saúde. Promoção da saúde. Saúde bucal.

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1 13. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ISSN ÁREA TEMÁTICA: ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( X) SAÚDE ( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA NÓS NA REDE: VIABILIZANDO A SAÚDE BUCAL ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO Andressa Secco (andressa_3556@hotmail.com) Sabrina Brigola (sabrinabrigola@hotmail.com) Jean Erick Langoski (je-erick@hotmail.com) Fabiana Bucholdz Teixeira Alves (fabi.teixeira@uol.com.br) Cristina Berger Fadel (cbfadel@gmail.com) RESUMO A Educação em Saúde busca desenvolver nas pessoas o senso de responsabilidade pela sua própria saúde e a capacidade de participar da vida comunitária de uma maneira construtiva, buscando encorajá-las para adoção e manutenção de padrões de vida sadios e capacitá-las para a tomada de decisões. O Projeto Nós na Rede: Contribuições da Odontologia para a Educação, Prevenção e Manutenção da Saúde articula-se intimamente com as diretrizes da Política Nacional de Promoção da Saúde, enfatizando a macroprioridade educação em saúde, na esfera odontológica. Os resultados alcançados pela experiência educativa realizada pelo projeto são esboçados em diferentes ciclos de vida: infantil, adolescente, adulto e idoso. Conclui-se, portanto, ser de extrema relevância social a prática educativa que trabalha na capacitação de indivíduos e coletividades com vistas à facilitação de sua autonomia e empoderamento. PALAVRAS-CHAVE Educação em saúde. Promoção da saúde. Saúde bucal. Introdução A educação em saúde busca transformar atitudes e comportamentos humanos, estimulando hábitos em benefício de sua própria saúde e da comunidade a qual pertençam, além de propiciar a capacidade de participar da vida comunitária de uma maneira construtiva, buscando encorajá-las para adoção e manutenção de padrões de vida sadios, e capacitá-las para a tomada de decisões, tanto individual como coletivamente, visando melhorar condições de saúde e ambientais 11, 4. As estratégias em educação propostas pelas políticas de educação em saúde seguem a filosofia sanitária brasileira, com objetivo de aproximar o saber científico do saber popular. Neste contexto, inserem-se os programas de extensão universitária, vistos como processos educativos, culturais e científicos que viabilizam a relação transformadora entre Universidade e Sociedade. Desta forma, as atividades de extensão universitária que atuam em espaços comunitários buscam a transformação social através de prática educativa dialógica, ou seja, não partem da premissa de apenas estender os conhecimentos às pessoas envolvidas na ação e

2 13. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 2 manipulá-las, mas buscam considerá-las sujeitos de transformação e de decisão na definição de suas práticas culturais, políticas, econômicas e de saúde 12, 14, 8. Sabendo da importância de práticas educativas em saúde por meio da extensão universitária, o Departamento de Odontologia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) criou o projeto de extensão Nós na Rede: Contribuições da Odontologia para Educação, Prevenção e Manutenção da Saúde, para atuar na construção da autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos, no âmbito da saúde bucal. Este trabalho propõe-se apresentar a experiência educacional vivenciada pelo referido projeto, que atua como instrumento viabilizador da inserção social, em busca da quebra do paradigma do ensino reprodutivo e descontextualizado, envolvendo-se em novas formas deprodução do conhecimento e aplicação social, com ênfase na estratégia política e metodológica nacional denominada Promoção da Saúde 8, 13. Figura 1 Educação em saúde bucal num contexto lúdico Legenda: Pré-adolescentes montando o jogo de quebra-cabeças de cunho educativo, desenvolvido pelo Projeto, sendo auxiliados e supervisionados por acadêmico extensionista. Objetivos

3 13. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 3 Descrever a prática educativa vivenciada pelo Projeto de Extensão Universitária Nós na Rede: Contribuições da Odontologia para a Educação, Prevenção e Manutenção da Saúde, no âmbito da educação em saúde bucal. Referencial teórico-metodológico A utilização dos instrumentos pedagógicos-educativos visa tornar os sujeitos receptores da informação, atores do processo educativo, incentivando e valorizando o diálogo, a criatividade e a criticidade. O distanciamento da abordagem educativa convencional, fundamentada na transmissão de informações 16, 10, tem se mostrado efetivo nesse processo, uma vez que vem frequentemente instigando os sujeitos para o fortalecimento de sua autonomia, objetivando capacitá-lo para a tomada de decisão e o emponderamento. Partindo-se do pressuposto que a instrumentalização de pessoas ao longo de sua história de vida, preparando-as para o enfrentamento das doenças e dos seus fatores determinantes, revela-se estratégia essencial para a melhoria das condições de saúde, seguem os resultados alcançados por esta experiência educativa, na capacitação a ciclos de vida, segundo classificação do Ministério da Saúde, levando em conta uso de metodologias adequadas a cada situação e a cada grupo etário 10. Resultados As práticas educativas em saúde bucal do referido projeto extensionista destinam-se a comunidades socialmente desfavorecidas pertencentes ao município de Ponta Grossa - PR e regiões adscritas, sendo desenvolvidas em diferentes espaços sociais como áreas de lazer, praças, centros esportivos, feiras populares ou qualquer outro ambiente com potencialidade para a realização das ações propostas. Sempre que possível, as ações são revestidas de discursos locais e associadas às diferentes crenças de cada população. Como agente contemplador destas práticas, emprega-se o diálogo informal, manuais educativos impressos, passatempos, jogos infantis, dramatização e vídeos direcionados a distintos ciclos de vida, compreendidos como instrumentos de construção da participação popular. A finalidade é difundir elementos que possam contribuir com o empoderamento dos sujeitos coletivos, fortalecendo a autonomia dos usuários no controle do de saúde-doença e na condução de seus hábitos, no âmbito odontológico, com vistas à melhoria da sua qualidade de vida 8.

4 13. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 4 No total, até o momento, pessoas pertencentesa doze diferentes comunidades do município de Ponta Grossa - PR e regiões adscritas foram envolvidas, distribuídas em quarenta e dois eventos e feiras de saúde. Crianças 2 a 9 anos É a faixa etária ideal para se desenvolver hábitos saudáveis e para participação em programas educativo/preventivos de saúde bucal 10. Neste âmbito, tem se privilegiado a utilização de instrumentos didático-pedagógicos que possam verdadeiramente humanizar o trabalho e facilitar a compreensão da mensagem, bem como gerar aproximação afetiva com as crianças, condição fundamental para o alcance dos objetivos desejados 5. Emprega-se, então, ao público infantil, a atividade lúdica, figurando-se como método alternativo que auxilie esse processo. Nesse sentido, verifica-se que o lúdico contempla os critérios para uma aprendizagem efetiva, pois chama a atenção para um determinado assunto (intencionalidade / reciprocidade). Seu significado pode ser discutido entre todos os participantes de forma descontraída e prazerosa e o conhecimento gerado a partir da atividade lúdica pode ser transportado para o campo da realidade, caracterizando a transcendência 3. Para que se consiga atrair a atenção individual e coletiva para os temas de interesse, na motivação para a aquisição e a manutenção da saúde bucal, é utilizado atividades com forte apelo lúdico como teatro, jogos educativos, gincanas, cartilhas com desenhos para colorir, os quais vem apresentando resultados bastante expressivos nas comunidades infantis 10, 5. Adolescentes 10 a 19 anos Quando uma criança entra no processo da adolescência, questiona de forma radical sua identidade, a dos seus pais, assim como a sociedade em que vive. Além disso, as mudanças bruscas vivenciadas pelos adolescentes refletem desequilíbrios e instabilidades numa busca particular de respostas aos questionamentos sobre sua saúde, mudanças corporais, aspectos que desencadeiam atitudes alternadas de maturidade e de imaturidade 2, 6,1. Trata-se de uma fase particularmente difícil para o estabelecimento do diálogo, pois os adolescentes em seu esforço para ganhar independência, frequentemente, resistem a conselhos de uma figura de autoridade 2, 6. As orientações para os adolescentes devem ocorrer em uma linguagem que seja assimilada com facilidade 3. Nesta perspectiva, o trabalho apresentado busca romper com a hierarquia do saber técnico e instituir um vínculo com a população adolescente, estabelecendo uma relação de confiança. Para motivar o interesse dos adolescentes pela saúde bucal e fortalecer o elo com os adolescentes, utilizou-se recursos de comunicação audiovisual, como vídeos e gincanas em multimídia, uma vez que despertava primeiramente o seu interesse pelo recurso educativo e,

5 13. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 5 em consequência, fortemente pela temática exposta. Julga-se positiva a percepção dos sujeitos frente aos métodos adotados, visto que sua participação tem sido crítica, profícua e de rico exercício de sua cidadania, possibilitando um novo ambiente de interações entre os sujeitos. Adultos (20 a 59 anos) e idosos (acima de 60 anos) O envelhecimento é um processo multidimensional, uma vez que depende de todas as vivências anteriores do indivíduo, desde sua infância até a maturidade, tanto sob o ponto de vista biológico quanto socioemocional e econômico 15. Ao se pensar a questão da educação em saúde (bucal) junto a adultos e idosos, existem alguns obstáculos, principalmente os de inclusão dos indivíduos nas práticas educativas. Estas populações, em linhas gerais, apresentam-se como grupos de resistência ao contato com novos conhecimentos e novas práticas, fato que exige a adoção de novas abordagens. Uma educação que reconheça a pluralidade de suas experiências, articulando sua vivência, detectando sua realidade e seus saberes, para, a partir deles, ampliá-los, permitindo uma leitura crítica do mundo e uma apropriação e criação de conhecimentos que melhor capacitem o educando à ação transformadora de sua realidade, torna-se um caminho desejável 9. Sendo assim, é pertinente tornar as escolhas mais saudáveis mais fáceis, ou seja, simplificar os hábitos para que haja a facilidade na incorporação destes à rotina de atividades diárias 7. Para atingir esse objetivo, a estratégia utilizada junto a este grupo de indivíduos compreende a exposição de cartilhas informativas, com ênfase na exposição de sons e imagens representativas de diferentes estados de saúde bucal e no diálogo que permita a reflexão sobre a relação entre a sua trajetória de vida e a sua condição atual de saúde bucal. Como resultados desta prática educativa destaca-se o amplo interesse demonstrado por estas populações em compartilhar e confrontar a sua sabedoria, suas crenças, angústias, medos e conflitos com o chamado saber técnico 2. Considerações Finais A partir do exposto, verifica-se que a estratégia de educação em saúde é de extrema relevância social, uma vez que trabalha na capacitação em saúde bucal de indivíduos e coletividades em situação de desfavorecimento social, voltada para as suas reais necessidades, possibilitando, desta forma, a aquisição de uma vida mais saudável e de qualidade. Ainda, considerando-se a utilização de distintos recursos educacionais adequados a realidade de populações diversas, salienta-se a importância do respeito às individualidades concernentes ao sujeito em sua singularidade, na complexidade, na integralidade e na inserção sociocultural para o êxito do processo educativo em saúde bucal, como prática extensionista.

6 13. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 6 Referências 1. ABERASTURY, A. & KNOBEL, M. Adolescência normal. Porto Alegre, Artes Médicas, CAMARGO, M. Oficina de educação em saúde com adolescentes: relações de trocas interindividuais no contexto das interações. Porto Alegre, Cadernos de Aplicação, v. 21, n. 2, COSCRATO, G.; PINA, J. C.; MELLO, C. F. Utilização de atividades lúdicas na educação em saúde: uma revisão integrativa da literatura. São Paulo, Rev Acta Paul Enferm., v. 23, n. 2, p , COSTA, I. C. C.; ALBUQUERQUE, A. J. E. Programas educativos em saúde bucal revisão da literatura. J Bras Odontopediatr Odontol Bebê, v. 5, n. 25, p , DALLABONA, S. R.; MENDES, S. M. S. O lúdico na educação infantil: jogar, brincar, uma forma de educar. Rev Divulg Téc Cient ICPG, v. 1, n. 4, p. 1-13, FERREIRA, M. A. Educação em saúde na adolescência: grupos de discussão como estratégia de pesquisa e cuidado-educação. Florianópolis, Texto & Contexto Enferm., v. 15, n. 2, p , FERREIRA, R. V.; MORANO, M. J.; MENEGHIM, M. C.; PEREIRA, A. C. Educação em Saúde Bucal para Pacientes Adultos:Relato de uma Experiência. São Paulo, Rev de Odontologia da UNESP, v. 33, n. 3, p , Fórum de Extensão das Instituições de Educação Superior Públicas Brasileiras. Política Nacional de Extensão Universitária. Manaus-AM; Disponível em: < Acesso 06 Jun FREIRE, P. Política e educação: ensaio / Paulo Freire. 5 ed. São Paulo, Cortez, Ministério da Saúde (BR). Departamento de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica. Saúde Bucal. Brasília-DF, Ministério da Saúde (BR). Educação em saúde: histórico, conceitos e propostas. Conferência Nacional de Saúde On-Line. Disponível em: < Acesso 16 Jun Ministério da Saúde (BR). Política Nacional de Humanização. Brasília-DF; Disponível em: < Acesso 6 Jun 2015.

7 13. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Política nacional de promoção da saúde. Brasília-DF; 2006 (Série Pactos pela Saúde 2006; v. 4). Disponível em: < saude.gov.br/bvs/publicacoes/portaria687_2006_anexo1.pdf>. Acesso 13 Jun RIBEIRO, K. S. Q. S. A experiência na extensão popular e a formação acadêmica em fisioterapia. Campinas, Cad CEDES, v. 29, n. 79, p , SOUZA, E. N.; LAGO, S. B. Educação para a saúde na terceira idade: relato de experiência. Porto Alegre, Estud Interdiscip Envelhec, v. 4, p , STOTZ, E. N. Enfoques sobre educação e saúde. In: VALLA, V. V., STOTZ, E. N. Participação popular, educação e saúde: teoria e prática. Rio de Janeiro, Relume Dumará, 1993.