PROGRAMA DE EXTENSÃO HORTA: LAZER, EDUCAÇÃO ALIMENTAR E AMBIENTAL.

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1 PROGRAMA DE EXTENSÃO HORTA: LAZER, EDUCAÇÃO ALIMENTAR E AMBIENTAL. Naninquio Luis Baiá 1, Maria Clarete Cardoso Ribeiro 2, Fred Denílson Barbosa da Silva 3, Mauro Sergio Duarte Rodrigues Coelho 4, Elieuda de Castro da Silva 5 Resumo: A ação do programa de extensão Horta, educação alimentar e ambiental atuou especificamente no município de Redenção, localizado no Maciço de Baturité-Ceará. As atividades foram realizadas conjuntamente com as famílias em situação de vulnerabilidade social atendidas pelo Centro de Referência da Assistência Social-CRAS. Foram pesquisadas as hortaliças mais consumidas na região, quanto a sua origem e diversidades, através de um formulário previamente preparado pelos estudantes (bolsista e voluntário) e aplicados aos participantes do projeto. Depois foi realizada a oficina de confecção das sementeiras de jornal e o preparo dos substratos na proporção de 2:1 (duas partes de esterco e uma de areia), consequentemente foram realizadas a semeadura das hortaliças, colocando-se três sementes por cada copinho de jornal. O conhecimento científico sobre as espécies hortícolas foi repassado aos participantes, pela equipe do projeto. A ações foram divulgadas através de folhetos, avisos e reuniões sobre a implantação da horta com as espécies mais apreciadas, a fim de incentivar a adoção de uma alimentação mais saudável e nutritiva. Para avaliar o nível de conhecimento sobre a prática do cultivo das hortaliças e do incentivo no uso das plantas medicinais, foi aplicado um questionário antes e após o projeto, no qual participou um total de 29 pessoas. Os resultados dessa avaliação foram expressos em porcentagens. No questionário aplicado antes, 44,8% do total de participantes, responderam que tinham conhecimento sobre o cultivo de hortaliças e após o projeto, esse resultado, foi para 100%. Quando perguntados se sabiam fazer canteiros, antes do projeto, apenas 35% responderam afirmativamente e após o projeto, 60%. Na pergunta sobre sementeiras de jornal, antes, 31% responderam que sabiam fazer e após, esse o total foi para 75,8%. Quando questionados sobre o uso de plantas medicinais, 58,6% responderam que conheciam e após o projeto, 100% dos participantes, responderam afirmativamente. Palavras-chave: hortaliças. alimentação saudável. cultivo. 1 Rural, naninquio90@gmail.com 2 Rural, clarete@unilab.edu.br 3 Rural, freddenilson@gmail.com 4 Rural, maurocoelho96@hotmail.com 5 Rural, elieudacastro1@hotmail.com

2 INTRODUÇÃO Muitas famílias em situação de vulnerabilidade social buscam apoio na Secretaria de Ação Social dos municípios, para isso foi criado o CRAS Centro de Referência da Assistência Social, a fim de minimizar esses problemas dentro das possibilidades de cada município. De acordo com o Ministério de Desenvolvimento Social MDS, o CRAS é uma unidade pública estatal descentralizada da política de assistência social sendo responsável pela organização e oferta dos serviços socioassistenciais da Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) nas áreas de vulnerabilidade e risco social dos municípios e Distrito Federal. O programa de extensão da UNILAB atua como uma ferramenta que estende ação da universidade junto às comunidades, nesse sentido foi pensado o programa de extensão horta: lazer, educação alimentar e ambiental a fim de impulsionar a produção de hortaliças pelo núcleo familiar, conforme cadastro no CRAS, assim, o projeto atual contribui na redução dos custos alimentares e com a busca de uma alimentação saudável. O programa buscou também, incentivar o consumo de hortaliças, possibilitando as crianças e jovens, conhecer as práticas de produção, além de mostrar a importância das hortaliças na nossa dieta alimentar. Neste sentido, o cultivo de hortas no CRAS de Redenção, serviu como um valioso instrumento educativo contribuindo para uma melhoria na qualidade alimentar das famílias. O contato com a terra no preparo dos canteiros e a descoberta de inúmeras formas de vida que ali existem e convivem, o encanto com as sementes que germinam como mágica, a prática diária do cuidado de regar, transplantar, capinar, espantar formigas com o uso de inseticidas naturais, o exercício da paciência e perseverança, resultou na transformação de pequenas sementes em verduras e legumes viçosos e coloridos. Estas vivências transformam pequenos espaços em cantos de muito encanto e aprendizado para todas as idades. A educação alimentar deve estar bem definida no projeto pedagógico da instituição educativa, tendo por objetivo familiarizar as crianças aos alimentos (MAGALHÃES e GAZOLA, 2002).. METODOLOGIA Para esse projeto, foram selecionados dois estudantes do curso de Agronomia da UNILAB, sendo um bolsista e um voluntário. Inicialmente foram realizadas visitas ao CRAS do município de Redenção-Ceará, onde foram marcadas as reuniões de apresentação e discussão da proposta com as pessoas interessadas em apoiá-la. Após as visitas iniciais, aconteceram as reuniões de planejamento com os colaboradores.

3 A fim de apresentar uma horta já implantada e estimular o interesse pela execução dessa atividade, organizou-se uma visita à horta da UNILAB, na fazenda Piroás, em Redenção, com a participação de 38 alunos e 02 colaboradores do CRAS; o bolsista, o voluntário e a coordenadora do projeto, além de outros 7 colaboradores pertencentes a Unilab (integrantes do grupo de pesquisa), totalizando assim, 50 participantes. Após a realização de um questionário para escolha das espécies, iniciou-se a implantação da horta, começando pela oficina de confecção de sementeiras de jornal, para a produção de mudas de algumas espécies, como alface e tomate. Em seguida, realizou-se o preparo da área, com capinas e construção dos canteiros, onde utilizou-se garrafas Pet preenchidas com água e tinta colorida, na montagem das paredes, a fim de explorar o lado lúdico dos participantes. Depois de preparadas as sementeiras de jornal foram semeadas algumas espécies (tomate, alface, berinjela) que posteriormente foram levadas para os canteiros. Por outro lado, algumas espécies como o coentro, rúcula, cebolinha foram plantadas ou semeadas diretamente nos canteiros. Nas oficinas referentes a cada etapa de implantação da horta, foram registradas memórias escritas e gravadas que auxiliaram na elaboração de cartilhas e folhetos de divulgação de conhecimentos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante a execução das atividades planejadas, principalmente nas oficinas, foi possível perceber a compreensão e o interesse da maioria dos alunos em relação aos conteúdos repassados, como por exemplo, nos questionários de pesquisa estruturados aplicados antes e após o projeto que abordaram o conhecimento dos alunos em relação ao cultivo de hortaliças e uso de plantas medicinais. Conforme demonstrado no gráfico, o questionário aplicado antes e depois da implantação do projeto era composto por perguntas relacionadas ao conhecimento dos 29 participantes sobre técnicas de implantação dos canteiros para o cultivo de hortaliças. No questionário aplicado após o projeto, foram repetidos os mesmos questionamentos, abordando o conhecimento adquirido durante a execução do projeto (figura 1). Dos 44,8% que responderam não ter conhecimento sobre o cultivo de hortaliças no início do projeto, ao terminar todos já sabiam como cultivar estas plantas. 35% responderam que sabiam fazer canteiro e com as oficinas realizadas passou para 60%. Na pergunta sobre sementeiras de jornal, antes, 31% responderam que sabiam fazer e após, esse total foi para 75,8%. Quando

4 Alunos Respostas afirmativas (%) questionados sobre o uso de plantas medicinais, 58,6% responderam que conheciam e após o projeto, 100% dos participantes, responderam essa pergunta afirmativamente. 100,0 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 Tem conhecimento sobre cultivo de hortaliças? Sabe fazer um canteiro? Consegue fazer uma sementeira de jornal? Questionamentos Já ouviu falar de plantas medicinais? Antes Após Figura 1: Respostas dos participantes sobre os questionamentos realizados antes e após a implantação do projeto. Nos mesmos questionários, buscou-se saber quais as hortaliças eram mais consumidas, as mais desejadas e as mais apreciadas, o resultado obtido tanto no primeiro, quanto no segundo questionário foi bastante semelhante, sendo o tomate, o coentro e a cenoura, as mais utilizadas; a alface, a beterraba, o tomate e a cenoura, as mais desejadas e o tomate, a cenoura e a alface, as mais apreciadas (figura 2) Hortaliças utilizadas na alimentação Hortaliças que você gostaria que tivessem na sua alimentação Hortaliças que você gosta de comer Hortaliças Figura 2: Utilização de hortaliças na alimentação Ainda observando-se a figura 2, é possível perceber que algumas hortaliças, tais como o rabanete, a rúcula e a berinjela, não são muito comuns na alimentação dos

5 participantes, o que as torna desejadas, ou seja, eles gostariam que tivessem presentes em sua alimentação, provavelmente pelo fato de serem pouco conhecidas. A pesquisa, relacionada ao consumo de hortaliças pelos participantes, foi realizada a fim de se decidir quais seriam utilizadas na implantação da horta. A partir do resultado, foram definidas as espécies hortícolas a serem cultivadas, considerando-se o gosto, o desejo de conhecer e as mais conhecidas pelos participantes, além disso, considerou-se também as espécies que são adaptadas para as condições climáticas da região. Para cada atividade mencionada no parágrafo anterior, foram realizadas oficinas com o intuito de ensinar aos alunos como fazer canteiros para o cultivo de hortaliças e plantas medicinais, a fim de que eles pudessem colocar em prática em suas próprias casas. CONCLUSÕES Apesar das dificuldades encontradas ao longo da execução do projeto, tais como o período de férias dos alunos que impossibilitava a continuação de algumas atividades, a não germinação ou morte de algumas espécies que foram cultivadas nos canteiros, pode-se afirmar que o nível de aprendizagem dos participantes foi bastante significativo após a realização de cada uma das oficinas e cursos sobre o cultivo das plantas hortícolas e da importância do uso das plantas medicinais. AGRADECIMENTOS Agradecimentos sinceros à Unilab, à Professora Maria Clarete, ao Co-orientador Fred Denilson e à todos os demais colaboradores desse projeto e do CRAS. REFERÊNCIAS MAGALHÃES, A. M.; GAZOLA H. Proposta de Educação Alimentar em Creches. CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL. 1. Bombinhas, Anais... Bombinhas: PMPB, MDS. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Disponível 01_10.asp. Acesso em 10 de dezembro de MDS. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Disponível em Acesso em 12 de junho de 2015.