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1 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAL Mestrado VALORAÇÃO AMBIENTAL DO PARQUE ECOLÓGICO DE USOS MÚLTIPLOS ÁGUAS CLARAS - DF: ANALISANDO A DISPOSIÇÃO A PAGAR DOS USUÁRIOS PELO SEU USO. Autor: Rafael Costa Morgado Soares Braga Orientadora: Profª. Drª. Lucijane Monteiro de Abreu BRASÍLIA 2009

2 RAFAEL COSTA MORGADO SOARES BRAGA VALORAÇÃO AMBIENTAL DO PARQUE ECOLÓGICO DE USOS MÚLTIPLOS ÁGUAS CLARAS - DF: ANALISANDO A DISPOSIÇÃO A PAGAR DOS USUÁRIOS PELO SEU USO. Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação Stricto-Sensu em Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Católica de Brasília como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental. Orientadora: Profª. Drª. Lucijane Monteiro de Abreu Brasília Dezembro de 2009

3 B813v Braga, Rafael Costa Morgado Soares Valoração ambiental do parque ecológico de usos múltiplos Águas Claras-DF: analisando a disposição a pagar dos usuários pelo seu uso / Rafael Costa Morgado Soares Braga f. : il. ; 30 cm Dissertação (mestrado) Universidade Católica de Brasília, Orientação: Lucijane Monteiro de Abreu 1. Parques urbanos- análise de valor. 2. Metodologia- valor (Economia)- recursos naturais. 3. Valor (Economia)- proteção ambiental. I. Abreu, Lucijane Monteiro de, orient. II. Título. CDU 71

4 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA RAFAEL COSTA MORGADO SOARES BRAGA VALORAÇÃO AMBIENTAL DO PARQUE ECOLÓGICO DE USOS MÚLTIPLOS ÁGUAS CLARAS - DF: ANALISANDO A DISPOSIÇÃO A PAGAR DOS USUÁRIOS PELO SEU USO. Dissertação submetida à banca examinadora do Programa de Pós-Graduação Stricto-Sensu em Planejamento e Gestão Ambiental, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental. Área de concentração: Planejamento e Gestão Ambiental. Banca Examinadora: Profª Drª Lucijane Monteiro de Abreu Orientadora Prof. Dr. Alexandre Coelho Teixeira Examinador Externo Prof. Dr. Perseu Fernando dos Santos Examinador Interno

5 À minha mãe, Corinta, ao meu padrasto Aneilton, aos meus irmãos, Galileu e Karla Patrícia, e à minha esposa Mona Lisa. i

6 AGRADECIMENTOS Agradeço todos os dias ao grande Deus por Ele estar todos os dias ao meu lado e nunca tirar os seus olhos de mim. Agradeço à minha mãe, por todo amor, confiança e paciência. À professora, orientadora, amiga e ex-chefe, e minha quase mãe, Lucijane, que sempre foi como um anjo que Deus colocou em minha vida e que de certa forma está sempre ligada em muitas coisas que faço. Minha eterna gratidão a esta pessoa fantástica que em muito me ajudou e que de maneira muito carinhosa a chamava de Mãe Jane e como um filho mesmo ela me adotou e ensinou a trabalhar. Não tenho como agradece - lá por tudo o que aprendi nestes anos todos. Agradeço ainda à minha esposa Mona Lisa (que desta vez não deixei de citar seu nome), que sempre ouviu as reclamações e murmurações e quando pensava em desistir ela sempre me animava. Ao professor Genebaldo, por ter nos acolhido de braços abertos quando tudo parecia estar para afundar. Ao laboratório de apoio à pesquisa em Gestão e Planejamento Ambiental e seus pesquisadores Bruno e Neide. Aos amigos da Engenharia Ambiental que ajudaram na aplicação dos questionários - Hélio, Viviane, Geraldo, Melissa, Goldie, Zolini, Diego, Vanessa, Anne e Juliano. Aos meus amigos do mestrado, de forma especial à Juliane, por sua amizade sincera, ao Obolari uma pessoa fantástica, ao Tiago que me ajudou com o mapa. Ao meu grande amigo Manuel Perez, por me aconselhar nas horas certas E principalmente a todos os Mestres do Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Gestão Ambiental, pois sem eles isso seria impossível de acontecer. ii

7 Miserável serás, onde quer que estejas e para onde quer que te voltes se não te converteres a Deus. Desconhecido iii

8 RESUMO Este estudo objetivou avaliar a Disposição a Pagar (DAP) pelo uso do Parque Ecológico de Usos Múltiplos Águas Claras e investigar se o valor total de uso representado pela DAP média da população de Águas Claras é suficiente para a manutenção, melhoria da infraestrutura e conservação do Parque Ecológico de Usos Múltiplos Águas Claras. Para isso utilizou-se o Método de Valoração Contingente MVC, aplicável em situações nas quais não existem preços de mercado disponíveis. A abordagem do MVC baseia-se na premissa de que os consumidores podem e irão revelar sua verdadeira disposição a pagar por bens não comercializados em mercado através de um mercado hipotético. A disposição a pagar por um benefício é captada por meio de entrevista tendo como variáveis socioeconômicos como renda, idade e grau de instrução. A partir da aplicação de questionário, identificou-se a intenção das pessoas quanto à sua disposição a pagar para manter e conservar esses benefícios, quanto ao valor de uso. Inicialmente foi aplicado um teste-piloto para validação das perguntas e estimativa da DAP. Por meio de lances livres criou-se os valores de referência. Esses valores revelados subsidiaram a determinação dos valores médios a serem justapostos no questionário final, que utilizou o método referendum (dicotômico) para o cálculo da DAP por meio da seguinte pergunta: Você estaria disposto a pagar R$ X por mês para conservação ou recuperação do Parque Águas Claras? Os resultados mostraram que 57% dos usuários do Parque estão dispostos a pagar pela manutenção, conservação e recuperação, com R$ 11,59 /mês. Dessa forma, a partir da média atribuída, o valor estimado para a manutenção das funções do Parque Águas Claras corresponde a R$ ,62 /ano. Palavras-chave: Parque urbano; Valoração ambiental; Disponibilidade a pagar; Valor de uso. iv

9 ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the Willingness to Pay (WTP) by the use of the Águas Claras Multiple Use Ecological Park and to investigate if the total usage represented by the mean WTP Águas Claras population is sufficient for the maintenance, improvement of infrastructure and conservation of Águas Claras Multiple Use Ecological Park. It was used the contingent valuation method - CVM, applicable in situations where there are no market prices available. The CVM approach is based on the premise that consumers can and will reveal their true willingness to pay for things not traded in the market through a hypothetical market. The willingness to pay for a benefit is captured through interviews with socioeconomic variables as income, age and educational level. From the questionnaires, we identified the intention of the people on their willingness to pay to maintain and preserve these benefits, as the use value. It was initially implemented a pilot test to validate the questions and estimation of WTP by means of free throws to set the benchmarks. These values revealed supported the determination of average values are juxtaposed in the final questionnaire, which used the referendum method (dichotomous) to calculate the WTP to the following question: Would you be willing to pay R$ X per month for maintenance or recovery of Águas Claras Park? The results showed that 57% of park users are willing to pay for maintenance, conservation and recovery, with R$ 11,59 per month. Thus, from the average allocation, the estimated value for the maintenance of the functions of the Águas Claras Park corresponds to R$ ,62/year. Keywords: Urban park; Environmental valuation; Willingness to Pay, use value. v

10 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Localização e área delimitada do Parque Ecológico de Uso Múltiplo Águas Claras Figura 2: Sexo dos entrevistados Figura 3: Distribuição dos visitantes do Parque Águas Claras por local de residência.. 45 Figura 4: Grau de instrução dos entrevistados Figura 5: Faixas de renda mensal dos usuários do Parque Águas Claras entrevistados - maio/ Figura 6: Faixa etária dos visitantes entrevistados Figura 7: Distribuição da freqüência dos entrevistados por profissão Figura 8: Distribuição da freqüência dos visitantes por meio de transporte utilizado para chegar ao parque Figura 9: Freqüência de entrevistados dispostos a pagar algum valor para a preservação do parque Figura 10: Freqüência do principal motivo da DAP Figura 11: Freqüência do atual estado de manutenção e conservação do parque Figura 12: Freqüência revelada dos entrevistados sobre o que precisa ser melhorado no Parque Figura 13: Grau de instrução x Valor da DAP Figura 14: Justificativa para o não pagamento de uma nova taxa Figura 15 - Administração do parque Figura 16 - Equipamentos comunitários - aparelhos de ginástica Figura 17 - Barraca de coco Figura 18 - Pista de Cooper e bebedouros Figura 19 Estacionamento Figura 20 Churrasqueiras Figura 21 - Área que está sendo reflorestada e a cidade de Águas Claras ao fundo Figura 22 - Lagoa artificial para contemplação Figura 23 - Vista geral com pista de cooper, área reflorestada e a cidade de Águas Claras ao fundo Figura 24 - Quadras poliesportivas vi

11 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Principais métodos de valoração ambiental de recursos naturais Tabela 2: Principais estudos de valoração de UC s Tabela 3: Distribuição dos valores no questionário final de acordo com o teste-piloto. 41 Tabela 4: Freqüência da disponibilidade a pagar x Valor da DAP Tabela 5 - Motivos revelados pelos usuários para não pagarem pelo uso do Parque Tabela 6: DAP mensal média para o uso e conservação e manutenção Tabela 7 - Média de gastos mensais em 2008 do Parque Águas Claras Tabela 8 - Analise de Regressão STEPWISE do Parque Águas Claras Tabela 9 Matriz de regressão linear múltipla do Parque Águas Claras vii

12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO MÉTODOS DE VALORAÇÃO ECONÔMICA DE RECURSOS NATURAIS Métodos de valoração dos recursos naturais Método de Custos de Viagem (MCV) Método de Preços Hedônicos (MPH) Método de Custo de Viagem Hedônico (MCVH) Método de Dose - Resposta (MDR) Método de Valoração Contingente (MVC) Formas de Valoração Contingente Formato Aberto ou Lances Livres (open-ended) Jogos de Leilão (bidding games) Cartões de Pagamento (payment card) Referendum Referendum com Follow-up Contingent Ranking Contingent Activity Evolução Histórica do Método de Valoração Contingente no Mundo A Valoração Contingente no Brasil UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E VALORAÇÃO AMBIENTAL O Sistema Nacional de Unidades de Conservação e a Gestão Ambiental Importância da valoração ambiental de áreas protegidas para gestão ambiental 28 4 HISTÓRICO DE ÁGUAS CLARAS O Parque Ecológico Águas Claras Equipamentos Instalados no Parque Ecológico Águas Claras O Perfil do Visitante do Parque Ecológico Águas Claras METODOLOGIA Fonte de coleta de dados Instrumento de coleta de dados RESULTADOS Perfil do visitante Disposição a pagar dos entrevistados Valor de uso viii

13 CONCLUSÕES REFERÊNCIAS ANEXOS ANEXO I ANEXO II ANEXOS III ix

14 1 INTRODUÇÃO O debate sobre a relação entre o crescimento econômico e exaustão dos recursos ambientais pode ser visto sob duas óticas; ambientalista pessimista, segundo o qual o desenvolvimento econômico e tecnológico provoca a exaustão dos recursos naturais e limita o crescimento econômico e do outro lado a visão desenvolvimentista otimista, em que o desenvolvimento econômico e tecnológico traz a superação dos limites impostos pelas restrições ambientais. Para tanto, os danos devem ser pensados em termos de custos econômicos e valorados (AMAZONAS, 2001). Há tempos acreditava-se que os recursos naturais eram abundantes e que nunca iriam se exaurir, consequentemente, não se via a necessidade de valorá-los economicamente, tendo assim valor econômico atribuído ao meio ambiente igual a zero ou infinito, e considerados bens gratuitos e não entravam na contabilidade econômica, apesar de serem usados na produção de bens e serviços (BENAKOUCHE & CRUZ, 1994 apud MATTOS, 2006). As florestas, assim como outros recursos ambientais, vêm sendo degradados no Brasil em ritmo acelerado. Em algumas regiões, como a de ocorrência da mata atlântica, restam apenas áreas degradadas e com pequenos fragmentos florestais. Uma proposta para barrar esta exploração desordenada seria a valoração dos recursos florestais, de forma a garantir a sua proteção por meio de incentivos econômicos (MATTOS et al. 2007). Torna-se portanto essencial a conciliação das variáveis econômicas com a questão ambiental, com o intuito de tornar possível um relacionamento harmônico entre as necessidades humanas e as disponibilidades ambientais (SILVA & LIMA, 2004). Na atual conjuntura mundial é necessário e urgente conciliar crescimento econômico e preservação ambiental, para que seja mantida a sobrevivência das futuras gerações e para continuar desenvolvendo a economia. Faz-se necessário um desenvolvimento sustentável, que busca a gestão dos recursos naturais para a manutenção das necessidades do indivíduo e da qualidade ambiental. O valor econômico de um determinado recurso ambiental é dado pela estimativa do seu o valor monetário em relação a outros bens e serviços. 1

15 Segundo Silveira (2002), uma grande parcela dos economistas considera que a inserção da problemática ambiental na economia ocorre a partir de alguns fundamentos, cujos princípios estão ligados a concepção de mercado, na medida em que os agentes econômicos procuram maximizar suas utilidades, tendo o preço indicador como grau de escassez das amenidades ambientais. Além disso, os danos ambientais são considerados uma falha do mercado que requer correção através da valoração de danos ambientais Quando os custos da degradação ecológica não são pagos pelos poluidores, estes são externalidades para o sistema econômico, e afetam terceiros sem a devida compensação. Atividades econômicas são desse modo planejadas sem levar em conta essas externalidades ambientais e, conseqüentemente, os padrões de consumo das pessoas são forjados sem nenhuma internalização dos custos ambientais (MOTTA, 1998). Os métodos de valoração econômica do meio ambiente são parte do arcabouço teórico da microeconomia do bem-estar e são necessários para determinação dos custos e benefícios sociais quando as decisões de investimento público afetam a população e, portanto, seu nível de bem-estar (MOTTA, 2006). Uma grande parte dos Parques Ecológicos encontra-se localizada dentro ou próximo ao perímetro urbano. O processo de urbanização tem-se desenvolvido, na maioria das vezes, sem o planejamento adequado no que se refere à oferta de áreas verdes e espaços para o lazer e convívio social. A importância de garantir tal oferta potencializa-se no caso das regiões metropolitanas, caracterizadas pela conurbação de centros urbanos, onde se verifica, em muitos casos, a eliminação das áreas rurais. A drástica redução de espaços verdes empobrece a paisagem urbana e as possibilidades em termos de lazer e tranqüilidade. Diante das poucas alternativas para contornar estes fatos, principalmente para o contingente populacional de baixa renda, que não pode, sistematicamente, fugir dos centros urbanos, esses espaços territoriais públicos passam a cumprir, nas grandes áreas urbanas, funções inestimáveis em face da crescente degradação da qualidade de vida. Sua importância, tendo em vista o quadro atual de carências e exclusão social e suas conseqüências, como a explosão da violência urbana, mais do que nunca se evidencia. A cidade de Águas Claras não foge à regra do que acontece nas grandes metrópoles. A satélite é a vigésima região administrativa do Distrito Federal e conta com uma área de 808 hectares, localizada a vinte quilômetros do Plano Piloto. Projetada pelo arquiteto e urbanista 2

16 Paulo Zimbres, começou a ser construída na década de 1990, sendo reconhecida como região administrativa a partir de 2003 por uma lei distrital.. Tem cerca de 60 mil habitantes e situa-se entre Taguatinga, Guará, Vicente Pires e Par Way, sendo sua principal via de acesso a estrada Parque Taguatinga (ÁGUAS CLARAS, 2007). A região possui um parque ecológico de usos múltiplos, criado em 2000 por projeto de Lei nº 287 do Governo do Distrito Federal (GDF Anexo II) com objetivo de; proteger o acervo genético representativo da flora e da fauna nativas naquela área do Distrito Federal; proteger áreas de nascentes e de recarga de aqüíferos; proporcionar a realização de atividades voltadas para a educação ambiental; propiciar o desenvolvimento de programas e projetos de observação ecológica e pesquisa sobre os ecossistemas locais; e realizar atividades culturais, de recreação, lazer e esporte, em contato harmônico com a natureza (DISTRITO FEDERAL, 2000). O parque apresenta sólida infra-estrutura tais como: prédio da administração e de outro para eventos quadras desportivas; playground; churrasqueiras e trilhas para caminhada e ciclismo, além de uma unidade de polícia florestal. É um dos poucos locais de lazer no local, recebendo diariamente inúmeros visitantes, que na maioria das vezes são atraídos para desenvolverem atividades esportivas e recreativas (consideradas como lazer) que são destinadas a satisfazerem a necessidades pessoais do indivíduo. As atividades esportivas mais freqüentes são: caminhada, corrida, alongamento, patinação, futevôlei, voleibol, futebol, basquetebol e ciclismo. Há ainda atividades recreativas como piqueniques, leitura ao ar livre, relaxamento, profissionais de massagem. Todos estes usos geram externalidades positivas, pois identificam-se ganhos econômicos sem que haja pagamento de compensação via sistema de preços (ALMEIDA, 1998, apud GONZÁLEZ, 2004). Todavia, o grande crescimento acelerado da cidade e a falta de investimento em manutenção conservação e gestão do parque podem levá-lo a um estado irreversível de danos, o que inviabilizaria o seu uso. Existem bens públicos cujo acesso é livre e o consumo é, de todos como segurança, saúde e educação públicas etc. Por outro lado existem outros bens cujo acesso é livre, e o consumo é concorrencial, tais como florestas, água, ar, peixes etc. Nesta confusão, o Estado 3

17 não consegue evitar os free-riders e, estimular os usuários, que têm acesso livre, a fazer uso dos recursos de maneira sustentável ou conforme as suas necessidades (GODOY, 2006). No caso dos recursos naturais, se forem consumidos de maneira predatória, poderão afetar a quantidade disponibilizada para os demais indivíduos. Embora o uso dos recursos ambientais não tenha seu preço reconhecido no mercado, seu valor econômico existe na medida que seu uso altera o nível de produção e consumo (bem-estar) da sociedade (MOTTA, 1998). Uma forma de valorar economicamente um recurso natural seria determinar o quanto melhor ou pior estará o bem-estar das pessoas devido a mudanças na quantidade de bens e serviços ambientais, seja na apropriação por uso ou não. (MOTTA, 2006). No caso específico do Parque de usos múltiplos Águas Claras, e considerando a crescente especulação imobiliária na região, é importante saber o valor econômico dos serviços ambientais oferecidos. Os benefícios gerados pela manutenção do parque são para toda a sociedade. Uma maneira de viabilizar seria a transferência de sua gestão para a iniciativa privada, por meio de uma concessão, onde os usuários pagariam uma taxa mensal em sua conta de energia e esse valor repassado para o gestor que investiria na preservação, construção e manutenção das infra-estruturas. Para que haja o pagamento, é necessário que seja estimado o valor do bem em questão para a sociedade, que seria calculado por meio de um método de valoração ambiental de forma a subsidiar o estabelecimento de políticas de proteção ambiental, com base na Disposição a Pagar pelo uso (DAP) aceito pela população. Parte-se do princípio que a consolidação dos procedimentos de disposição a pagar poderá assegurar um significativo aporte de recursos para a sustentabilidade econômica dos processos de implantação, gestão e administração privada de parques ecológicos. Estimativas quanto ao potencial econômico dos recursos oriundos da disposição a pagar podem indicar um expressivo aporte econômico a ser destinado à implementação e manutenção de parques ecológicos. Dessa forma o objetivo deste trabalho é estimar o valor da Disponibilidade a Pagar (DAP) dos usuários pelos benefícios ambientais oferecidos pelo Parque Ecológico de Usos Múltiplos Águas Claras com base em valores revelados pelos próprios usuários. 4

18 Para tanto, procurou-se determinar a máxima disposição a pagar pela recuperação ou preservação do parque, caracterizar do perfil do visitante e estimar o valor de uso e recuperação do Parque. Sabendo que a valoração ambiental é útil para a tomada de decisões políticas na transferência de recursos para gestão de áreas protegidas, e considerando que a gestão pública dos recursos naturais é problemática (por falta de recursos financeiros e humanos, fiscalização etc.), parte-se da hipótese de que o valor total de uso representado pela DAP média da população de Águas Claras é suficiente para a manutenção, melhoria da infraestrutura e conservação do Parque Ecológico de Usos Múltiplos Águas Claras. Para subsidiar o estudo realizou-se um levantamento de métodos de valoração. O presente trabalho está organizado em 6 capítulos. No primeiro, foi apresentada a introdução na qual é feita a justificativa e contextualização do tema, seguindo da apresentação dos objetivos gerais e específicos e a metodologia para sua efetivação, bem como a hipótese da qual surgiu o estudo. O segundo capítulo abordou os diversos métodos de valoração econômica dos recursos naturais, bem como a evolução histórica do método de valoração contingente no mundo e apresentado os diversos estudos envolvendo este método no Brasil. Para explicar a importância das Unidades de conservação, o capitulo 3 apresenta faz um apanhado sobre gestão de áreas protegidas dando ênfase ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação e a importância da valoração ambiental de áreas protegidas para a sua gestão e concessão de uso. No capítulo 4 é relatado um histórico da cidade de Águas Claras, voltado para o Parque Ecológico e de Usos Múltiplos Águas Claras. O capítulo 5 apresenta uma caracterização geral da metodologia que foi utilizada neste estudo, detalhando o instrumento de coleta de dados, e os procedimentos utilizados para análise dos resultados. No capítulo 6 são apresentados os resultados da pesquisa, com destaque para o perfil do visitante e a disposição a pagar pelo uso do parque DAP com o seu respectivo valor de uso e por último são apresentadas as considerações finais e as recomendações acerca do presente estudo 5

19 2 MÉTODOS DE VALORAÇÃO ECONÔMICA DE RECURSOS NATURAIS Se aos recursos naturais, antes vistos como bens livres, e agora reconhecidos como recursos naturais escassos, forem atribuídos preços capazes de refletir a sua escassez, então sua preservação será mais provável (CALDERONI, 2004). Esse valor econômico é proveniente das ciências econômicas, e tem relação com as mais diversas atividades exercidas pelo homem. Segundo Gazoni (2006), a teoria do valor pode ser a pedra fundamental da economia, que cujo valor revelado pelos indivíduos, por meio da revelação de suas preferências. O valor econômico de um bem ou serviço ambiental pode ser definido como a expressão monetária dos benefícios obtidos com o seu consumo. Deste modo, pode-se entender que a valoração econômica dos recursos naturais é a atribuição de um valor econômico a um recurso, por intermédio da definição de quanto oscilará o bem estar das pessoas em razão da oferta desses bens e serviços ambientais. O valor econômico de um bem é expresso pela quantidade de dinheiro (ou de outro bem) que estamos dispostos a ceder para obter a mudança de uma determinada quantidade de bem ou recurso (MELO & DONOSO, 1995). A teoria neoclássica, especificamente, a teoria da escolha do consumidor, provê o suporte necessário para a valoração dos recursos ambientais. Segundo esta teoria o consumidor toma as decisões, dentro das possibilidades da sua renda, em relação ao conjunto de bens e serviços (ambientais, culturais ou econômicos), baseando-se nas diferentes utilidades que estes apresentam (MOTA, 2001, apud, GAZONI, 2006). Buscando equacionar a questão prática de mensurar os danos ambientais em termos monetários, a abordagem neoclássica lança mão do conceito de Disposição a Pagar (DAP). A DAP corresponde ao valor monetário que um indivíduo atribui a um bem, ou seja, que estaria disposto a pagar por ele. No caso de bens ambientais, a DAP refere-se a disposição a pagar para garantir um benefício ou para prevenir um dano ambiental (AMAZONAS, 2001). Os serviços ambientais públicos não são comercializados no mercado, mas são regulamentados pelo poder público. O acesso ao serviço é não-excludente, isto é, todas as 6

20 pessoas tem o direito de visitá-lo. Por outro lado esses tipos de serviço exigem altos investimentos, para a sua manutenção (MOTA, 2000). A não exclusividade ocorre quando é impossível impedir que a pessoa se beneficie de um bem ou serviço. Na ausência da exclusão é impossível um mecanismo de cobrança pelo uso. Em geral esse tipo de situação resulta em uma excessiva exploração do recurso, tendo como conseqüência a deterioração do bem ou serviço (RANDAL, 1987 apud GONZALES, 2004). 2.1 Métodos de valoração dos recursos naturais Muitas pessoas se perguntam; qual o valor de um Parque Nacional? quanto vale o mico-leão-dourado? quanto vale uma baleia? Respostas a esses tipos de perguntas envolvem várias questões éticas, morais e culturais e são um grande desafio, pois não existe um valor de mercado pré-definido para esses bens ambientais. Agora quando se pergunta sobre o valor de uma tora de madeira, mais especificamente sobre quanto vale um m³ de mogno muitas pessoas sabem responder, pois trata-se de um bem de consumo que está avaliado pelo mercado por seu valor comercial como bem de consumo. Porém, o mogno é um recurso natural que se não for preservado pode acabar. Então como se sabe qual o valor de um mogno na floresta, ou o valor de um Parque Ecológico? Existem vários métodos de valoração ambiental, onde são aplicados métodos e técnicas em que se estima um valor monetário para os recursos naturais. Esses métodos buscam suprir a inexistência de mercados e preços para as externalidades derivadas de bens públicos constituídos por recursos naturais. Segundo Mattos (2006), as técnicas visam medir as preferências individuais em relação às mudanças na qualidade ou na quantidade ofertada do recurso ambiental, segundo o qual essas preferências correspondem às medidas de bem estar, que são obtidas através da disposição a pagar pela melhoria de um recurso, ou pela disposição a receber pela piora ou diminuição da oferta de um recurso. Já os métodos são expressos em valores monetários que seguem técnicas com enfoques diretos e indiretos. Os métodos diretos relacionam-se com os preços de mercado e a produtividade (HILDEBRAND et al., 2002) e são possíveis de se aplicar quando uma mudança na qualidade ambiental ou na quantidade de recursos naturais afeta a produção ou capacidade produtiva do 7

21 processo econômico (MÉRICO, 1996, apud, HILDEBRAND et al., 2002). São exemplos de métodos diretos de valoração ambiental: preço líquido, mudança na produtividade, custo de oportunidade, custo de doença, custo de reposição, entre outros. Já no enfoque indireto os benefícios não são possíveis de serem valorados, mesmo que indiretamente, por causa do comportamento de mercado. Neste caso simula-se o mercado através do julgamento das pessoas, ou seja, baseados em avaliações subjetivas a respeito do comportamento do mercado, ou pela construção de mercados hipotéticos (HILDEBRAND et al., 2002). Quando não é possível valorar os impactos ambientais indiretamente, por intermédio do comportamento de mercado, a alternativa é construir mercados hipotéticos para diferentes cenários e perguntar diretamente a disposição a pagar de um indivíduo por um recurso ambiental (MOTTA, 1998). Os métodos indiretos são usados quando a variação na quantidade ou qualidade do recurso ambiental afeta a produção ou o consumo de bens ou serviços ambientais. O valor dessas mudanças, usando-se preço de mercado, são as medidas do benefício ou perda decorrentes da mudança no recurso ambiental. Neste caso são analisadas as preferências dos indivíduos por meio da compra de certos bens de mercado associados ao uso e consumo do recurso ambiental (MATTOS, 2006). Os principais métodos indiretos são: valoração contingente, custo de viagem e preços hedônicos, dose-resposta, custo de viagem hedônico Método de Custos de Viagem (MCV) A idéia básica deste método é a de que os gastos realizados pelos indivíduos para se deslocarem a um lugar, geralmente para recreação, podem ser utilizados para mensurar os bens ou serviços ambientais geradores dos benefícios proporcionados por esta recreação. Assim utiliza-se o comportamento do consumidor em mercados relacionados para avaliar bens e serviços para os quais não existem mercados explícitos (HANLEY & SPASH 1993 apud ABAD 2002). Quanto mais longe do sítio natural os seus visitantes vivem, menos uso deste (menor número de visitas) é esperado que ocorra porque aumenta o custo de viagem para visitação. Aqueles que vivem mais próximos ao sítio tenderão a usá-lo mais (maior número de visitas), 8

22 na medida em que o preço implícito de utilizá-lo, o custo de viagem, será menor (MOTTA, 1998). O método do custo de viagem foi proposto inicialmente em 1949 pelo economista inglês Harold Hotteling, que sugeriu ao Serviço de Parques Nacionais dos Estados Unidos, uma metodologia para aferir os benefícios proporcionados pelos locais de recreação. O método só veio a ser publicado em 1958 por Wood e Trice e, posteriormente, por Clawson e Knetsch em 1966 (GAZONI, 2006). Através de uma pesquisa com uso de questionários realizadas no próprio sítio natural é possível levantar informações em uma amostra de visitantes. Assim, cada entrevistado informa seu número de visitas ao local, o custo de viagem, a zona residencial onde mora além de outros aspectos socioeconômicos. Com base nesse levantamento de campo estima-se a taxa de visitação de cada zona da amostra que pode ser correlacionada estatisticamente com dados amostrais de custo médio de viagem da zona e outras variáveis socioeconômicas (MOTTA, 1998) Método de Preços Hedônicos (MPH) Esse método pode ser usado para valorar qualquer bem que possua um leque de diferentes características, inclusive ambientais. Os chamados preços hedônicos tentam, precisamente, descobrir todos os atributos do bem que explicam o seu preço e discriminar a importância quantitativa de cada um deles (SANTANA, 2002). A idéia básica desse método reside na identificação de atributos ambientais que podem estar associados e, portanto, serem captados do preço de bens e serviços privados. Estima-se o valor dos atributos ambientais implícitos no valor de um bem privado por meio de uma função denominada, função hedônica de preço (TOLMASQUIM et al., 2000). Sua aplicabilidade, no caso para valoração ambiental, está substancialmente relacionada a preços de propriedade. Atributos ambientais como: qualidade do ar, proximidade de áreas naturais, entre outras, são determinantes na diferença de preços de distintas propriedades de mesmas características (número de quartos, tamanho, material de construção etc.). Portanto, a diferença de preços de propriedades em função de diferentes níveis de atributos ambientais, deve refletir a disposição a pagar por variação desses atributos (ABAD, 2002). 9

23 2.1.3 Método de Custo de Viagem Hedônico (MCVH) O método de custo de viagem hedônico pressupõe que as pessoas escolhem seus locais de recreação não somente pela recreação, mas também pelo bem-estar proporcionado pela contemplação da paisagem e outros recursos naturais. É um híbrido do custo de viagem com o preço hedônico. O método estima uma função do custo de viagem em razão de características socioeconômicas dos visitantes e características do local da visita (MOTA, 2000). Esse método prevê que o custo de viagem per capita é uma função de dois vetores; o primeiro, representado pelas características socioeconômicas dos visitantes, e o segundo, representado pelas características do local de visita. Para tanto é aplicado um survey de pesquisa, necessitando de grandes amostras, uma vez que os visitantes residem em diferentes regiões (MOTA, 2000) Método de Dose - Resposta (MDR) O método de Dose-Resposta pertence aos métodos de funções de produção, ou seja, os que valoram o recurso ambiental pela sua contribuição como insumo na produção de outro bem final. Para ser empregado ele exige a obtenção de preços de mercado para variações do produto final ou de seus substitutos (MOTTA, 1998). Quando se faz referência ao MDR, deve-se pensar que o ar, a água ou a terra constitui um insumo produtivo na produção de alguns bens privados. A qualidade do ar, por exemplo, influi sobre a produtividade da terra, tanto diretamente, como indiretamente, através do efeito que se tem sobre a qualidade da água da chuva. Assim temos os elementos necessários para analisar os custos e benefícios gerados pela mudança na quantidade ou qualidade, ou seja, sua relação com uma série de bens privados (produtos agrícolas e insumos) que possuem mercado (OYARZUN, 1997 apud SANTANA, 2002). Dentre as dificuldades apresentadas na operacionalização do MDR, as relações causais em ecologia, ainda pouco conhecidas e de estimação bastante complexas, ocupam lugar de destaque, embora a sua maior limitação seria a não cobertura de valores de opção e existência, subestimando o valor econômico total do recurso ambiental (ABAD, 2002). 10

24 Hanley e Spash (1993), apud Santana (2002), define que o MDR busca uma relação entre as variáveis de qualidade ambiental e o nível de produção do bem comercializado. A produção pode ser definida pela quantidade (metros cúbicos de madeira produzidos em uma floresta) ou pela qualidade (pelo crescimento da acidez) Método de Valoração Contingente (MVC) O método de valoração contingente (MVC) é aplicável em situações nas quais não existem preços de mercado disponíveis. A abordagem do MVC baseia-se na premissa de que os consumidores podem e irão revelar sua verdadeira disposição a pagar por bens não comercializados em mercado através de um mercado hipotético (SANTANA, 2002). O método de valoração contingente consiste em se estimar o valor da disposição a pagar dos usuários de recursos naturais por meio de surveys, em que as pessoas revela suas preferências pelo recurso natural, construindo, assim, um mercado hipotético para o bem ou serviço natural. A mensuração dos benefícios proporcionados por esses recursos são captados por meio de entrevistas a pessoas sobre a sua disposição a pagar para assegurar um benefício; disposição a aceitar abrir mão de um benefício; disposição a pagar para evitar a perda e a disposição a aceitar uma perda (PEARCE & TURNER, 1990). O survey tem a finalidade de captar os desejos, as preocupações, as percepções, os comportamentos e as atitudes das pessoas em relação a preservação ou a conservação de um recurso natural, ou ainda uma mudança ambiental. O survey permite simular a construção de um mercado, utilizando-se da amostra da população de usuários de um recurso natural, e fazer interferências a partir de suas preferências (MOTA, 2000). Esse método está alicerçado na teoria neoclássica e do bem-estar, partindo do princípio de que o indivíduo é racional no processo de escolha, maximizando sua satisfação, dados os preços do recurso natural a sua restrição orçamentária. Então, a disposição a pagar de um indivíduo por um recurso natural é uma função de fatores socioeconômicos, ou seja, DAP = f(r,i,g,s), onde: DAP = disposição a pagar, R = renda do usuário, I = idade, G = grau de instrução e S = sexo do usuário (MOTA, 2000). Os questionários julgam o papel de um mercado hipotético, em que a oferta vem representada pela pessoa entrevistadora e a demanda pelo entrevistado (RIERA, 1994) e os dados são empregados para obter a máxima DAP para 11

25 ter esse benefício, a mínima compensação de ficar sem ele ou, ainda, a DAR disponibilidade a receber por algum malefício. Segundo Hanley et al. (1997) apud Mota (2000), o MVC desenvolve-se por meio de cinco estágios: i. Criação do mercado hipotético: que consiste em descrever por meio de um survey de pesquisa, o fluxo de serviços que se deseja avaliar, indicando-se as qualidades do bem ou serviço natural, suas características e variáveis a serem mensuradas pelos usuários; o instrumento de pesquisa deve ser construído de modo a neutralizar os efeitos dos vieses do método; assim deve ser indicada a forma de pagamento e a magnitude da amostra. ii. Obtenção de dados: neste estágio o survey é administrado de modo a captar as atitudes das pessoas em relação ao recurso natural em análise a equipe de pesquisa deve ser treinada; o instrumento de pesquisa é simulado em teste de campo; a coleta de dados pode ser feita por meio de entrevista pessoal ou outro mecanismo, por meio de questões abertas ou questões de referendum. iii. Estimação da disposição a pagar: estabelece-se uma função utilidade Para cada pessoa: assim, onde Q é o vetor de variáveis que expressa a qualidade ambiental, Y é o vetor renda e X é o vetor características socioeconômicas dos usuários do recurso natural; escolhe-se então, o mesmo mecanismo tipológico da disposição a pagar. iv. Investigação da função estocástica da disposição apagar: a disposição a pagar é a partir de um conjunto de variáveis explanatórias, ou seja,, onde: a matriz é formada pelas variáveis socioeconômicas e a matriz é formada pelas variáveis que refletem as atitudes dos usuários em relação ao recurso natural; analisa-se a equação de variáveis independentes à disposição a pagar por meio de testes paramétricos para os modelos estatísticos selecionados. v. Dedução do valor da disposição a pagar: com base no modelo escolhido, infere-se para a população, objeto de estudo, o valor médio da disposição a pagar. Para a aplicação do MVC Riera (1994), recomenda as seguintes fases: definição com precisão do que se deseja valorar em unidades monetárias; definição da amostra relevante; 12

26 concretização dos elementos de simulação de mercado; escolha da modalidade de entrevista; seleção da amostra, redação do questionário; realização das entrevista; explotação estatística das respostas e por último apresentação e interpretação dos resultados. Cada método de valoração ambiental tem suas limitações na captação dos valores, portanto, a escolha de um determinado método depende do objetivo da valoração, das hipóteses consideradas, da base de dados e dos conhecimentos científicos a respeito da dinâmica tecnológica que envolve o objeto de estudo (MOTTA, 1998). Os principais métodos indiretos de valoração ambiental, com suas respectivas aplicações e características resumidas são apresentados na Tabela 1. Tabela 1: Principais métodos de valoração ambiental de recursos naturais Método Aplicações identificadas Características Método de Valoração Contingente (Contingent Valuation Method CVM) Estimar benefícios de prevenção de erosão no solo; Estimar benefícios de área particular de recreação; Estimar preço de entrada em Parques; Disposição a pagar para preservar elementos de paisagem; Disposição a pagar para consecução de projetos que visam à otimização de recursos hídricos; Disposição a pagar para ter acesso a uma floresta A disposição a pagar por um benefício é captada por meio de entrevista (assegurar um benefício, evitar uma perda, aceitar uma perda). A disposição a parar é função de fatores socioeconômicos (renda, idade, grau de instrução). Método de Preço Hedônico (Hedonic Price Method) Método do Custo de Viagem (Travel Cost Method TCM) Método do Custo de Viagem Hedônico (Hedonic Travel Cost Method) Fonte: GAZONI (2006). Estimar o impacto da melhoria do ar nos preços de imóveis; Estimar o impacto de melhorias ambientais nos salários; Mensurar a demanda por ar limpo como característica da qualidade ambiental; Estimar o impacto do barulho do trânsito no preço de residências. Estimar valor de uso recreativo de sítio natural; Estimar valor de pesca esportiva como serviço ambiental; Analisar o valor dos benefícios da coleta de bens não comerciais em parques públicos. Estimar o impacto de melhorias no valor de uso recreativo de sítio natural. Estima um preço para bens comercializados no mercado por atributos ambientais. O preço do bem é função de variáveis explicativas, de características ambientais. Estima um valor para serviços ambientais. A demanda por visitas ao local de recreação é função dos gastos, de variáveis socioeconômicas e atitudinais. Um híbrido do custo de viagem e preço hedônico. O custo de viagem é função tanto das características socioeconômicas como das características do local. 13

27 2.2 Formas de Valoração Contingente O MVC não apresenta um caminho único de construção do mercado hipotético e de estimativas do valor do meio ambiente. Este pode variar em função do modo que se propõe captar as preferências dos consumidores e o valor que eles atribuem ao meio ambiente, ou seja, o MVC pode variar de acordo com o formato do survey da pesquisa, o que pode ser dividido em dois grandes grupos: os métodos diretos e indiretos. No primeiro, estão os formatos de lances livres (openended), jogos de leilão (bidding game) e cartões de pagamento (payment card). No segundo, estão os modelos conhecidos por referendum, referendum com follow-up, contingent ranking e contingent activity. Os métodos indiretos fornecem apenas uma indicação da verdadeira DAP do indivíduo. A forma como as questões são desenhadas produzem um conjunto de valores que não representa, diretamente, a máxima disposição a pagar. A interpretação das respostas do survey requer, portanto, um tratamento adicional aos dados com a finalidade de se obter a verdade DAP (FARIA, 1998). Já as variações do grupo métodos diretos têm em comum a forma de se obter a DAP nos procedimentos de survey. Da maneira como é abordada a questão, a resposta do indivíduo é um valor monetário que já representa a sua máxima disposição a pagar pela melhora do parâmetro ambiental estabelecido e, conseqüentemente, a medida de bem-estar (FARIA, 1998) Formato Aberto ou Lances Livres (open-ended) Este é o mecanismo pioneiro do MVC e se caracteriza pela forma direta de se obter a DAP do consumidor. A pergunta típica feita ao entrevistado é: Quanto você estaria disposto a pagar por...? Pode-se também perguntar: Quanto você estaria disposto a receber para suportar um dano ambiental ou deixar de obter uma melhora na qualidade ambiental (ABAD, 2002). A resposta à essa segunda questão corresponde ao valor do Excedente Equivalente (EE), isto é, o beneficio auferido pelo indivíduo que é equivalente à suposta melhora ambiental. Esse valor que o indivíduo estaria, pelo menos em tese, disposto a pagar por uma melhora ambiental ou para eliminar um dano ambiental específico pode ser interpretado como 14

28 o Excedente Compensatório (EC). Então, se o questionário conseguir captar essas respostas, assim como outras variáveis sócio-econômicas como renda, grau de instrução, etc., pode-se estimar uma curva de demanda pelo ativo ambiental em questão e, com isso, o benefício auferido pelo indivíduo devido à mudança ambiental, através do cálculo do EC (FARIA, 1998). No caso de questão aberta, não há muito mais o que fazer após a realização da pesquisa, restando basicamente a interpretação dos dados. Esses questionários geram uma série de valores que são, na realidade, as medidas de bem-estar desses indivíduos, definidas a partir dos conceitos de (EC) ou (EE), dependendo do formato da questão. Assim, para estimar o valor total da mudança ambiental pode-se, por exemplo, calcular a média da DAP/DAC auferida na amostra e multiplicar pela população total. Outra alternativa, um pouco mais sofisticada, seria usar um modelo de regressão para estimar o valor ofertado pelo indivíduo como função de sua renda e de outras variáveis sócio-econômicas (FARIA, 1998) Jogos de Leilão (bidding games) Critério criado por DAVIS em 1963 para mensurar os benefícios de uma área de recreação (RANDALL, IVES, EASTMAN, 1993 apud MOTA, 2000), pelo qual o entrevistador oferece ao usuário um determinado valor de disposição a pagar; caso o usuário concorde, o entrevistador oferece um valor maior, até que o usuário revele a sua máxima disposição a pagar (MOTA, 2000). Desse conjunto de valores, apresenta-se, primeiramente, um valor médio ou mediano ao indivíduo e questiona-se se ele estaria disposto a pagar, digamos, R$ X para preservar ou prover uma determinada melhora na qualidade ambiental. Caso ele concorde o valor é aumentado até que se obtenha uma resposta negativa, sendo, portanto, o último valor com resposta positiva a disposição máxima a pagar. Caso contrário, se o primeiro valor apresentado ao indivíduo gerar uma resposta negativa, são apresentados novos valores sucessivamente inferiores até se obter uma resposta positiva. A disposição máxima pagar seria, então, esse último valor apresentado (FARIA, 1998). 15

29 2.2.3 Cartões de Pagamento (payment card) O método de cartões de pagamento difere muito pouco do bidding game e foi desenvolvido por Mitchell e Carson (MITCHELL & CARSON, 1989 apud FARIA, 1998). A única diferença substancial é que são apresentados cartões com diferentes valores, onde o indivíduo é solicitado a escolher aquele que representa sua disposição máxima a pagar. A interpretação dos resultados é, portanto, a mesma para o caso do bidding game e open-ended. O ganho que pode ter nesse tipo de procedimento é a eliminação do viés do ponto inicial, pois o indivíduo não é influenciado pelo primeiro valor apresentado (FARIA, 1998) Referendum Esse método assemelha-se a um processo de votação para escolha de uma política ambiental, com resposta ditocômica, isto é, escolha entre sim e não (MOTA, 2000). Foi introduzido por Bishop e Herbelin (1979) e inicia-se com a criação de um conjunto de valores possíveis que podem representar a disposição máxima do indivíduo a pagar. Desse conjunto de valores, o entrevistador escolhe, de forma aleatória, um valor e o apresenta ao entrevistado com uma pergunta do tipo: Você estaria disposto a pagar R$ X para obter uma melhora na qualidade ambiental? Esse tipo de questionário leva a um conjunto de respostas binárias que podem ser representadas por 0 e 1. Caso o indivíduo responda sim, esta pode ser representada pelo número 1 (FARIA, 1998). Ao contrário, se o indivíduo não está disposto a pagar o valor que lhe foi apresentado, a resposta seria 0. Uma resposta com um número 1 significa, portanto, que a disposição máxima do indivíduo a pagar pelo bem em questão é maior ou igual ao valor que lhe foi apresentado na entrevista. Por outro lado, caso a resposta seja 0, significa que a disposição máxima do indivíduo a pagar é inferior ao valor que lhe foi apresentado (FARIA, 1998). Essa técnica difere do método bidding game, uma vez que não se oferece ao usuário um segundo valor. 16

30 2.5.5 Referendum com Follow-up O método introduzido porr Carson, Hanemam e Mitchell (1986) apud Faria (1998) melhora o procedimento anterior oferecendo um segundo valor de maneira similar ao formato bidding game. No entanto, esse valor é selecionado aleatoriamente. Apesar de oferecer um certo ganho em termos de eficiência, apresenta os mesmos problemas do referendum tradicional (FARIA, 1998) Contingent Ranking O método de contingent ranking solicita ao indivíduo hierarquize um conjunto de alternativas em ordem de preferência. Cada alternativa contem diferentes atributos e sendo que para cada um deles, geralmente, é conferido um determinado preço. Uma primeira aplicação desse modelo foi realizada por Beggs, Cardell e Hausman (1981). Eles usaram o método para estimar o valor das características de modelos alternativos de veículos automotores. Posteriormente, Smith e Descouges (1986) utilizaram a metodologia para estimar o valor da qualidade da água. Então, foi apresentado aos entrevistados 4 alternativas com 2 atributos cada, que era a qualidade da água e uma taxa anual a ser cobrada por essa qualidade (FARIA, 1998). Uma questão que se coloca é se esse tipo de metodologia é suficientemente simples para permitir o ordenamento das alternativas por parte dos entrevistados. Um conjunto de alternativas pode-se configurar em um processo demasiadamente complicado, dado o grande volume de informações apresentado. Nesse sentido, um ranking com poucas alternativas e poucos atributos seria preferível à aquela que contêm muitas alternativas com vários atributos (FARIA, 1998) Contingent Activity Este método tem por objetivo estimar demanda por visitas em um local de recreação em função do custo de viagem. 17

31 O método contingent activity propõe perguntar aos indivíduos como suas visitas mudariam se os atributos ambientais fossem mudados em um determinado sentido. A mudança contingente nas taxas de visitas seria usada para estimar o deslocamento da curva de demanda por visitas. Mc Connel estimou os benefícios que os indivíduos poderiam obter para visitar o New Bedford Harbor, em Massachusetts, nos EUA, se a poluição fosse eliminada. Trayer (1981) questionou da seguinte forma os visitantes de um local de recreação, como suas visitas seriam alteradas caso fosse implementada uma planta geotérmica na região (FARIA, 1998). 2.3 Evolução Histórica do Método de Valoração Contingente no Mundo O primeiro registro histórico que se tem notícia ocorreu em 1947 onde o economista Berkeley Ciriacy-Wantrup assinalou a possibilidade de obter informações sobre as preferências pessoais a partir de entrevistas adequadamente estruturadas. (KRISTRÖM & RIERA, 1997). Ciriacy-Wantrup escreveu sobre os benefícios da prevenção de erosão do solo sugerindo medi-los por meio da disposição a pagar, captada por entrevista. Assim, o survey aplicado permitiria traçar uma curva de demanda pelo serviço ambiental (HANEMANN, 2000). O primeiro estudo de valoração contingente foi realizado por uma empresa de consultoria em 1958, quando se perguntou aos visitantes de Delaware Basin (Estados Unidos) sobre a disposição a pagar para entrar nos parques nacionais (MACK & MYERS, 1965 apud KRISTRÖM & RIERA, 1997). Uma tese de doutorado apresentada por Robert K. Davis no ano de 1963 em Harvard foi a primeira aplicação acadêmica do MVC. Davis entrevistou 121 caçadores e usuários de serviços recreacionais da floresta de Maine Woods (Estados Unidos). A pesquisa utilizou um sistema para averiguar a quantidade de dinheiro que os entrevistados estavam dispostos a pagar para poderem visitar a área (KRISTRÖM & RIERA, 1997). Davis utilizou a técnica bidding game (jogos de leilão, critério criado por Davis em 1963, onde o pesquisador oferece ao entrevistado/usuário um determinado valor de disposição a pagar, caso o usuário responda sim, o entrevistador oferece um valor maior, até que o entrevistado/usuário revele a sua 18

32 máxima disposição a pagar), com intervalo de $ 0,00 a $ 16,66. O modelo linear múltiplo conseguiu explicar 59% da variância da disposição a pagar, em função da renda das famílias, dos anos que a família conhecia o local, e da duração da visita em dias (MOTA, 2000). Bishop e Heberlein em 1979 usaram uma estratégia diferente, no lugar de pedir aos entrevistados que declarassem sua DAP, eles estabeleceram um preço determinado que as pessoas deviam aceitar ou negar. Desta forma funcionam os mercados de bens ordinários: um consumidor compra ou não um produto em função do preço. Na década de oitenta cresceu com rapidez o interesse pela teoria econômica subjacente e o MVC e as técnicas econômicas tiveram grandes avanços (KRISTRÖM & RIERA, 1997). Em 1984 Hanemann analisou como o estudo de Bishop e Heberlein de 1979 podia explicar-se no marco da teoria do bem-estar, dado que permitia fundamentar o mecanismo de resposta individual. Hanemann. Bishop e Heberlein analisaram dados agregados (baseados em sub-amostras) como alternativa para a explicação das respostas individuais baseadas na teoria da utilidade. Aplicando o modelo de maximização da utilidade aleatória, Hanemann estabeleceu um fundamento teórico que se constituiu, desde então, a base para análises ulteriores do MVC (KRISTRÖM & RIERA, 1997). Buchanam, 1991 apud Mota, 2000 desenvolveram um estudo para a Bonneville Power Administration BPA, incluindo questões de valoração contingente sobre a disposição a pagar para evitar a produção de energia específica. Um survey foi elaborado para a avaliação contingente e enviado por correio para uma amostra aleatória de 1600 famílias de Washington, Oregon, Idaho e parte de Montana. O survey obteve uma margem de resposta de 52%. Das variáveis testadas, a renda e o sexo dos respondentes não foram significativos. Portanto, a média anual da disposição a pagar para evitar a construção de hidrelétricas foi de $ 6,24 ($ 22,3 milhões por ano), para evitar a queima de combustíveis fósseis foi de $ 14,16 ($ 50,7 milhões por ano) e para evitar a construção de usinas nucleares foi de $ 14,76 ($ 52,8 milhões por ano). O survey não informou aos respondentes sobre alguma pesquisa ou proposta de implantação de uma das três tecnologias, assim como não forneceu informações sobre essas tecnologias. Os consumidores da BPA responderam as perguntas com base em seus conhecimentos e julgamentos próprios. Os resultados do estudo sinalizaram para a empresa a preocupação de seus consumidores quanto ao risco de novas tecnologias para o setor elétrico. 19

33 Em um estudo financiado pela Swedish Environmental Protection Agency, Hasund, 1998 apud Mota, 2000, foram enviados por correio, nos anos de 1989, 1991 e 1994, surveys amostrais randômicos para os residentes da Suécia, com idade entre 16 e 74 anos. Seu objetivo era estimar e testar a disposição a pagar para preservar os elementos de paisagens da Suécia, nos três anos da pesquisa. O survey apresentava duas páginas de informações ocorridas na paisagem do país, suas causas e efeitos futuros, incluindo várias questões de comportamento e atitudes das famílias. As taxas de respostas nos três anos da pesquisa oscilaram em torno de 50%. O MVC tem passado a ocupar um lugar modesto na economia do bem estar aplicada, sendo o método mais difundido para a medição do bem estar em caso de inexistência de mercado (KRISTRÖM & RIERA, 1997). Em 1988 com o derramamento de óleo do petroleiro Exxon Valdez, o National Oceanic and Atmospheric Administration (Noaa), órgão americano designado para definir critérios e procedimentos para mensuração de danos ambientais causados por derramamento de óleo, estabeleceu um painel composto de reconhecidos economistas e outros especialistas ambientais para indicar como o método de valoração contingente poderia ser usado para medir perdas de bem-estar (MOTTA, 2006). O painel validou o método de valoração contingente como o único capaz de captar valores de existência, mas incluiu diversas recomendações para sua elaboração (MOTTA, 1998), dentre elas Arrow et al (1993) apresentam as mais importantes: i. Amostra probabilística é essencial; ii. Evitar respostas nulas; iii. Usar entrevistas pessoais; iv. Treinar o entrevistador para ser neutro; v. Os resultados devem ser apresentados por completo com desenho da amostra, questionário, método estimativo e base de dados disponível; vi. Realizar pesquisas-piloto para testar questionário; vii. Ser conservador, adotando opções que subestimem a medida monetária a ser estimada; viii. Usar DAP em vez de DAR; ix. Usar método referendo; x. Oferecer informação adequada sobre o que está se medindo; xi. Testar o impacto de fotografias para avaliar se não estão gerando impactos emocionais que possam enviesar respostas; xii. Identificar os possíveis recursos ambientais substitutos que permanecem inalterados; xiii. Identificar com clareza a alteração de disponibilidade do recurso; 20

34 xiv. Administrar o tempo de pesquisa para evitar perda de acuidade das respostas; xv. Incluir qualificações para respostas sim ou não; xvi. Incluir outras variáveis explicativas relacionadas com o uso do recurso; xvii. Checar se as informações do questionário são aceitas como verdadeiras pelos entrevistados; xviii. Entrevistados devem ser lembrados da sua restrição orçamentária, i.e., que sua DAP resulta em menor consumo de outros bens; xix. Veículo de pagamento deve ser realista e apropriado às condições culturais e econômicas; xx. Questões específicas devem ser incluídas para minimizar o problema da parte-todo; xxi. Evitar o uso do ponto inicial em jogos de leilão e no cartão de pagamento; xxii. Nos questionários com formato do tipo escolha dicotômica, o lance mais alto deve alcançar 100% de rejeição e o lance mais baixo deve ser aceito por todos (100% de aceitação); xxiii. Ter cuidado no processo de agregação para considerar a população relevante. 2.4 A Valoração Contingente no Brasil No Brasil o MVC passou a ser difundido durante a década de 90 e hoje temos alguns estudos que utilizaram a avaliação contingente para determinar a disposição a pagar pela conservação e manutenção de um bem ou serviço ambiental. Dentre eles, podem-se citar o trabalho de Silva e Lima (2004) que busca determinar o valor econômico total do parque Chico Mendes. Os resultados mostraram que a renda familiar, o valor da verdadeira disposição a pagar, o sexo e a idade são variáveis importantes para explicar probabilidade do indivíduo se dispor a contribuir para conservação e manutenção dos serviços oferecidos pelo parque. Segundo Silva e Lima (2004), a disposição a pagar pela manutenção e a conservação do parque ambiental Chico Mendes indica uma proxy do preço que o ativo representa. Logo, a monetização das preferências dentro das limitações existentes (educação, renda, consciência ambiental e possíveis vieses e outras) possibilita uma sinalização de mercado com relação ao uso deste ativo. Com isso, é possível verificar se a sociedade está consciente de que melhorias ou danos no parque ambiental Chico Mendes possam refletir em acréscimos ou decréscimos em sua qualidade de vida. A verdadeira disposição a pagar para manutenção e conservação foi estimada em R$ 7,60/habitante (valor médio de R$ ,00 por ano). 21

35 Outro trabalho realizado por Mattos et al. (2007), estimou o valor monetário das áreas de preservação permanente da microbacia do ribeirão São Bartolomeu, localizada no Município de Viçosa, Minas Gerais. Utilizou-se o MVC para estimar a verdadeira disposição a pagar da população de Viçosa pela recuperação ou preservação dessas áreas. A DAP mensal foi estimada em R$27,98 por domicílio, que resulta, considerando-se a cidade de Viçosa, o montante anual de R$ ,08 ($ 2,18 milhões) para o bem ambiental em questão ou R$3.616,52/ha.ano para a recuperação e, ou, preservação dessas áreas. Em estudos similares, tem-se Ribeiro (1998), que estimou a disposição a pagar pela despoluição do rio Meia Ponte em Goiânia; Belluzzo Jr. (1995), estimou a disposição a pagar pela despoluição do rio Tiête. Os benefícios oriundos da despoluição do rio Meia Ponte e do Tietê, respectivamente, de R$ ,60 ($ 92 milhões) e R$ 900 milhões ($ 510 milhões). Segundo May (2000), trabalhos que contaram com uma aplicação de valoração econômica da biodiversidade e recursos associados no Brasil, no ano de 2000 correspondiam 56 estudos. As principais foram: i. Análises econômico financeiras destinadas a fundamentar e justificar investimentos baseados no manejo sustentável de recursos naturais; ecoturismo e implementação de unidades de conservação de uso direto e indireto; ii. Valores econômicos visando fortalecer argumentos para a preservação de riqueza representada pela diversidade biológica dos distintos biomas do país; iii. Estudos para justificar a transferência de recursos financeiros visando compensar os benefícios globais obtidos pelos investimentos nacionais voltados à conservação da biodiversidade; iv. Abordagens que auxiliam na definição de critérios para pagamentos de compensação pela recuperação de danos e degradação dos recursos naturais devido às atividades econômicas; e v. Exercícios de valoração ambiental realizados como parte de pesquisas de pósgraduação no Brasil e no exterior. Fazer uso de métodos de valoração ambiental com vistas a estimar o valor econômico de parques pode subsidiar novas formas e modalidades de gestão. 22

36 Para escolha de uma melhor modalidade, faz-se necessária conhecer e respeitar a proposta apresentada pelo SNUC. 23

37 3 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E VALORAÇÃO AMBIENTAL 3.1 O Sistema Nacional de Unidades de Conservação e a Gestão Ambiental Gestão ambiental é o ato de gerir o ambiente, isto é, o ato de administra, dirigir ou reger as partes constitutivas do meio ambiente, ou seja, gerir os ecossistemas naturais e sociais em que se insere o homem, individual e socialmente, num processo de interação entre as atividades que exerce, buscando a preservação dos recursos naturais e das características essenciais do entorno, de acordo com os padrões de qualidade. O objetivo último é estabelecer, recuperar ou manter o equilíbrio entre natureza e homem (PHILIPPI JR & BRUNA 2004). O objetivo da gestão ambiental é propiciar a melhoria contínua das relações do homem com o seu meio. Devido às características sistêmicas e complexas das questões ambientais, as estratégias para alcançar tal continuidade devem considerar a presença de ciclos e subsistemas; a abordagem integrada e o maior número de agentes possível, o qual remete à noção de diversidade e a sua importância para a flexibilidade e estabilidade dos sistemas (OLIVEIRA, 2004). Enquanto a quantidade de áreas protegidas implantadas teve um rápido crescimento no mundo todo, especialmente em países em desenvolvimento, o significado de proteção tem mudado, principalmente porque as áreas não têm alcançado o sucesso previsto inicialmente na manutenção da biodiversidade. As razões do insucesso incluem: débil apoio nacional, conflitos com a população local, conflitos com outras agências governamentais, gestão limitada, recursos insuficientes e não-seguros, conflitos com populações residentes (SALGADO, 2000). E toda essa situação se agrava quando se sabe que os benefícios econômicos advindos das áreas protegidas, embora sejam difíceis de medir e variem de sítio para sítio, são limitados na escala local, aumentam no nível regional e nacional, e são potencialmente substanciais na escala global. Por outro lado, os custos econômicos das áreas protegidas seguem uma tendência oposta, sendo significantes do ponto de vista local, e pequenos, pensando-se globalmente (WELLS, 1992, apud SALGADO, 2000). 24

38 O Plano de Manejo ou Plano de Gestão é o instrumento gerenciador das UCs cuja tendência atual consiste no planejamento participativo, envolvendo a sociedade como um todo, especialmente as populações vizinhas e Organizações Não Governamentais (ONG). Estes planos devem conter um levantamento criterioso da flora, fauna e demais características do meio físico, além de prever programas que incluem a administração da infra-estrutura, a gestão da visitação pública, atividades de educação ambiental, proteção, fiscalização, interação socioambiental e apoio à regularização fundiária (BONONI, 2004). Muitas das tentativas levadas a cabo em todo o mundo em relação à participação local têm empregado um modelo imposto de cima para baixo, com uma abordagem elitista, e não um processo efetivamente descentralizado e democrático. A população local, que vive dentro e próxima das áreas protegidas quase sempre não é envolvida na seleção da área, e raramente é consultada na definição dos problemas, ou identificação de soluções para uma correta gestão das áreas (WELLS et al., 1992; MERCADANTE, 1998, apud SALGADO, 2000). Infelizmente, ao final, o objetivo de se integrar conservação e desenvolvimento por meio da participação local não é alcançado porque os beneficiários não são tratados como participantes integrais do processo, e continuam a ser considerados mais estranhos do que parceiros equivalentes ou condutores dos esforços de conservação. É necessário que se criem oportunidades para facilitar a comunicação entre todos os setores com interesses nas áreas protegidas, enfatizando-se a necessidade de gerar um ambiente com um mínimo de conflitos, permitindo ampla participação, consulta e acesso às informações (BARZETTI, 1993 apud SALGADO, 2000). A sustentabilidade econômica das UCs está prevista na Lei nº de 18 de julho de 200 que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) em diversos artigos. Entretanto, como dito anteriormente, a manutenção das UCs tem sido um sério entrave a ser transpassado onde a conservação e vigilância devem ser contínuas e há obstáculos de aquisição de recursos para suprir com estes custos. Alguns tentames têm aflorado na expectativa de alcançar recursos para a melhor gestão e proteção das UCs como a cobrança de ingressos, cobrança do uso do estacionamento, entradas de museus e exposições, terceirização da exploração de lanchonetes e restaurantes ou taxas para realização de eventos (BONONI, 2004). 25

39 Dentre os objetivos do SNUC descritos no Artigo 4º, inciso XI está: Valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica (BRASIL, 2000). As diretrizes que regem o SNUC estão enumeradas no Artigo 5º e compreendem os mecanismos ou ferramentas que devem ser aplicadas na gestão das UC. Já o fomento à participação de organizações não-governamentais, privadas e das populações locais na gestão das UC e a sua sustentabilidade econômica estão previstas nos incisos IV, V e VI do Artigo 5º da Lei n.º 9985/2000. O SNUC será regido por diretrizes que: IV busquem o apoio e a cooperação de organizações nãogovernamentais, de organizações privadas e pessoas físicas para o desenvolvimento de estudos, pesquisas científicas, práticas de educação ambiental, atividades de lazer e de turismo ecológico, monitoramento, manutenção e outras atividades de gestão das unidades de conservação; V incentivem as populações locais e as organizações privadas a estabelecerem e administrarem unidade de conservação dentro do sistema nacional; VI assegurem, nos casos possíveis, a sustentabilidade econômica de unidade de conservação (BRASIL, 2000). O Artigo 33, a partir de autorização prévia, prevê a exploração comercial de qualquer produto sintetizado a partir de recursos das próprias UCs, inclusive os cênicos como instrumento de auto-sustentabilidade, onde: A exploração comercial de produtos, subprodutos ou serviços obtidos ou desenvolvidos a partir dos recursos naturais, biológicos, cênicos ou culturais ou da exploração da imagem de unidade de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural, dependerá de prévia autorização e sujeitará o explorador a pagamento, conforme disposto em regulamento. (BRASIL, 2000). Outro possível instrumento de auto sustentabilidade está previsto em outros artigos da mesma lei, onde está explicitado que: Artigo 47: O órgão ou empresa, público ou privado, responsável pelo abastecimento de água ou que faça uso de recursos hídricos, beneficiário da proteção proporcionada por uma unidade de conservação, deve contribuir financeiramente para a proteção e 26

40 implementação da unidade, de acordo com o disposto em regulamentação específica (BRASIL, 2000). Artigo 48: O órgão ou empresa, público ou privado, responsável pela geração e distribuição de energia elétrica, beneficiário da proteção oferecida por uma unidade de conservação, deve contribuir financeiramente para a proteção e implementação da unidade, de acordo com o disposto em regulamentação específica (BRASIL, 2000). Esse conteúdo reza que as empresas ou órgãos responsáveis pelo abastecimento de água ou geração de energia elétrica devem contribuir para a implantação e manutenção das UCs caso façam uso dos recursos hídricos ou sejam beneficiárias de proteção advinda dessas unidades, como uma forma de compensação ambiental. Desse modo, os recursos arrecadados pelas UCs devem ser aplicados conforme critérios estabelecidos no Artigo 35 do SNUC: Os recursos obtidos pelas unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral mediante a cobrança de taxa de visitação e outras rendas decorrentes de arrecadação, serviços e atividades da própria unidade serão aplicados de acordo com os seguintes critérios: I até cinqüenta por cento, e não menos que vinte e cinco por cento, na implementação, manutenção e gestão da própria unidade; II até cinqüenta por cento, e não menos que vinte e cinco por cento, na regularização fundiária das unidades de conservação do Grupo; III até cinqüenta por cento, e não menos que quinze por cento, na implementação, manutenção e gestão de outras unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral. (BRASIL, 2000). Outro aspecto importante é no que diz a respeito da concessão da gestão das UCs, que está prevista no Artigo 30 da Lei n.º 9985/2000. Conforme descrito, a concessão somente poderá ser feita a organizações da sociedade civil de interesse público da área ambiental. Assim, o órgão responsável pela gestão da UCs faz a sua concessão por meio de um termo. As unidades de conservação podem ser geridas por organizações da sociedade civil de interesse público com objetivos afins aos da unidade, mediante instrumento a ser firmado com o órgão responsável por sua gestão. (BRASIL, 2000). 27

41 3.2 - Importância da valoração ambiental de áreas protegidas para gestão ambiental Hoje, a maioria das decisões de políticas públicas se baseia em considerações econômicas. Assim, o conhecimento dos montantes dos valores econômicos associados à conservação, à preservação e ao uso moderado da biodiversidade é a forma contemporânea de garantir que a variável ambiental tenha peso efetivo nas tomadas de decisões em políticas públicas. Neste contexto, a Economia Ambiental, fundamentada na Teoria Econômica Neoclássica, busca tirar as formulações neoclássicas do nível teórico de abstração e enfrentar o desafio de medir as variáveis indispensáveis à implementação e à instrumentalização de políticas públicas (ARENHART, 2006). A valoração de bens e serviços ambientais em unidades comparáveis aos bens e serviços econômicos surge como uma estratégia fundamental para que os mesmos sejam efetivamente incorporados nas decisões políticas e nas análises econômicas dos diversos projetos de desenvolvimento (CONSTANZA, 1994 apud OBARA, 1999). Nos países que adotam políticas de conservação da natureza, principalmente no primeiro mundo, é cada vez mais comum estimar o valor econômico associado aos serviços ambientais das áreas naturais preservadas. A valoração permite ao contribuinte identificar a contrapartida em termos de gastos orçamentários exigidos para a conservação destas áreas, indicando aos gestores de recursos ambientais com orçamentos limitados quais são as prioridades da sociedade, permitindo um melhor controle e gerenciamento das demandas (ORTIZ et al in AZNAR e ADAMS, 2003 apud ARENHART, 2006). Bens fornecidos pelos diferentes ecossistemas naturais, como oxigênio, água, alimentos, plantas medicinais, os recursos genéticos, as matérias primas, para a construção e várias formas de energia, juntamente com os serviços prestados pelos mesmos, como a manutenção do ciclo hidrológico, a regulação do clima, a ciclagem de nutrientes, a manutenção da biodiversidade, a manutenção da qualidade do ar e da água e de muitos outros processos ecológicos, apesar de serem de vital importância à sobrevivência e o bem-estar da sociedade, são praticamente desconhecidos ou subestimados no planejamento político e econômico e nas tomadas de decisão (DE GROOT, 1992). Frente à falta de informações relativas aos benefícios e valores das áreas naturais, os tomadores de decisões são pouco motivados a destinar verbas e incentivos a implantação de 28

42 novas áreas protegidas, assim como, para manutenção e manejo daquelas implantadas, priorizando os orçamentos disponíveis para projetos considerados mais urgentes ou para aqueles com retorno econômico e social em curto prazo (OBARA, 1999). A Tabela 2 apresenta os principais estudos de valoração de UCs, apresentando o método utilizado, o valor estimado de cada área protegida, bem como a finalidade. 29

43 Local, Autor Data Estação Ecológica de Jataí, SP (OBARA et al., 2000) PARNA Superagüi, PR (MEDEIROS, 2000) Estação Ecológica de Jataí, SP (SANTOS et al., 2000) Parque Estadual do Morro do Diabo, SP (ADAMS et al., 2003) Reserva Biológica Una, (HOLMES al., 1998) do BA et PE Rio Doce, MG (MIKHAILOV A & BARBOSA) PARNA Iguaçu, PR (ORTIZ et al., 2001) Tabela 2: Principais estudos de valoração de UC s Método Atributos Valorados MVC DAP da população do Município de Luiz Antônio pela manutenção da UC Análise Benefícios diretos custobenefício e indiretos da biodiversidade e custos da manutenção da unidade de conservação MVC, bens substitutos, custos evitados, produtivida de marginal, custo de reposição Funções ecossistêmicas de suporte, de produção, de regulação e de informação MVC DAP da população da cidade de São Paulo pelo valor de existência da UC Análise Valor de uso e de conjunta proteção de uma DAP reserva da Mata Atlântica Custo de viagem MVC Extrapolaçã o inversa Custo viagem de Serviços recreativos serviços regulação processos ecológicos e de dos Valor de uso recreativo da UC Fonte: CAMPHORA e MAY, 2006 Valores Estimados Finalidade R$ ,70/ano Identificar, através da DAP, o valor atribuído pelas populações urbana e rural do município aos bens e serviços ambientais R$ 2,8 milhões/ano valor de existência US$ 708,83/ha/ano valor sócio-econômico total oferecidos pela EE Jataí. Estimar, sob uma perspectiva ecológica, os benefícios líquidos anuais da biodiversidade do PARNA, principalmente oriundo do valor de existência, além de situar os beneficiários e os custos de manutenção. Propor uma matriz de valoração sócio-econômica total dos benefícios gerados pela EE Jataí e aprofundar os mecanismos de valoração dos fatores estruturais e funcionais dos ecossistemas, pouco investigados por falta de valor de mercado. R$ ,00/ano Estimar a DAP da população da cidade de São Paulo, não beneficiada pelos bens e serviços ambientais do parque, pelo valor de existência da UC. i) US$ US$ 86.21/pessoa (DAP para uso recreativo com equipamentos diferenciados; ii) US$ 9,08/pessoa entrevistada (DAP para proteger 50% da Mata Atlântica do sul da BA) i) US$ 938 mil/ano serviço recreativo ii) US$ 261 mil/ano serviço regulação iii) US$ 1516 mil/ano serviço recreativo através do método custo de viagem i)us$ /ano V. total agr. ii)us$ /ano turistas que só visitam o Parque iii)us$ /ano sem considerar destinos múltiplos Aprimorar a abordagem metodológica da valoração da biodiversidade, visando dar um suporte para a criação de uma alternativa econômica para a região cacaueira, fundamentada em ecoturismo. Verificar a análise comparativa entre os métodos de DAP para ecossistemas regionais, visando à criação de indicadores de gestão ambiental. Estimar o valor de uso recreativo da UC para oferecer subsídios para contrapartida aos gastos orçamentários, e priorizar investimentos de manutenção. 30

44 No que diz respeito à qualidade técnica das análises de valoração monetária, e sua seleção de metodologias econômicas pertinentes, considera-se que a maioria dos estudos analisados é de boa qualidade, tanto pelos padrões nacionais como internacionais. A maioria dos trabalhos foi destinada principalmente a sugerir caminhos para a melhor alocação de recursos públicos e privados para a conservação e uso sustentável dos recursos naturais. Esses estudos de valoração servem como argumento para o investimento na manutenção e fiscalização adequada, em pesquisa e facilidades de visitação, e para justificar seu aumento e/ou a criação de outras unidades. 31

45 4 HISTÓRICO DE ÁGUAS CLARAS Em 1984, surgiu o bairro de Águas Claras como forma de atender à crescente procura por novas habitações. Em 1989 deu-se a regularização da invasão denominada Vila Areal, configurando as quadras pares do referido bairro, como parte da Região Administrativa III Taguatinga. Em 16 de dezembro de 1992 foi editada a Lei nº 385 DF, que Autoriza a implantação do Bairro Águas Claras e aprova o Plano de Ocupação. Esta data, além de ser o decreto de implementação do bairro, é considerada também a data de sua criação (GONÇALVES, 2002). Com a recente criação de novas Regiões Administrativas por parte do Governo do Distrito Federal, a Lei nº elevou Águas Claras à categoria de Região Administrativa R.A por desmembramento da área de Taguatinga (CODEPLAN, 2006). Atualmente, Águas Claras é uma área ainda em construção, com 740 projeções residenciais previstas no projeto original, contando com 389 edifícios já habitados, 118 em construção, com os terrenos ideais para a criação de condomínios (CODEPLAN, 2006). O Bairro de Águas Claras está à cerca de 25 km do Plano Piloto e situa-se entre as cidades de Taguatinga, Guará e Park Way, englobando todo o polígono entre a BR-60 e a BR- 70 (Estrutural) e o Pistão Sul e Norte de Taguatinga com os limites de Guará e Setor de Indústria e Abastecimento. A Região Administrativa XX Águas Claras engloba o Areal e Arniqueiras, possui 31,5 km² sujeitos a alterações e ainda sem limites definidos (SEPLAN, 2006). 4.1 O Parque Ecológico Águas Claras Inicialmente, o Parque Ecológico Águas Claras foi criado pela Lei Complementar n 287, de 12 de abril de Após trabalhos realizados pela extinta Comissão Permanente de Implantação de Parques Ecológicos e de Usos Múltiplos no Distrito Federal, COMPARQUES, conseguiu-se a cessão de parte da área da Residência Oficial do governador em Águas Claras, o que permitiu ao Parque contar atualmente com uma área de 86,39 ha e 32

46 perímetro 4,8 Km. Está localizado na Bacia do Lago Paranoá e na Sub-bacia do Riacho Fundo, situada entre as Regiões Administrativas de Taguatinga e do Guará (Figura 1) (COMPARQUES, 2000). Figura 1: Localização e área delimitada do Parque Ecológico de Uso Múltiplo Águas Claras. O Parque de Águas Claras foi inaugurado em junho de 2002 e está incluso na modalidade de Parque Ecológico e de Uso Múltiplo. Esta modalidade foi criada para classificar os Parques distritais e pela Lei Complementar nº 265 de 14 de dezembro de Estes Parques de Uso Múltiplo devem situar-se dentro de centros urbanos, ou contíguos a estes, em áreas de fácil acesso à população, predominantemente cobertas por vegetação, nativa ou exótica (DISTRITO FEDERAL, 1999). Tem-se como objetivos de criação do Parque; i. Proteger o acervo genético representativo da flora e da fauna nativas naquela área do Distrito Federal; ii. Proteger áreas de nascentes e de recarga de aqüíferos; iii. Proporcionar a realização de atividades voltadas para a educação ambiental; 33

47 iv. Propiciar o desenvolvimento de programas e projetos de observação ecológica e pesquisa sobre os ecossistemas locais; v. Proporcionar condições para a realização de atividades culturais, de recreação, lazer e esporte, em contato harmônico com a natureza. O Parque contém parte da mata ciliar do Córrego Águas Claras e áreas adjacentes, cobertas por vegetação campestre. As antigas chácaras que foram retiradas para a implantação do bairro deixaram maciços arbóreos de frutíferas, eucaliptos e outras plantas exóticas. Em 2001 foram plantadas 4 mil mudas de espécies nativas pela NOVACAP, em função de compensação ambiental pela retirada de vegetação para implantação da J.K. no Lago Sul (DISTRITO FEDERAL, 2001). Segundo a Lei Complementar nº 265 de 14 de dezembro de 1999 as áreas selecionadas para criação e implantação de Parques de Uso Múltiplo devem possuir infra-estrutura para o desenvolvimento de atividades recreativas, culturais, esportivas, educacionais e artísticas (DISTRITO FEDERAL, 1999). O Parque Águas Claras apresenta ótimo potencial para o lazer da comunidade vizinha, em função dos seus atributos e da facilidade de acesso. Foram inseridas no Parque as matas, nascentes e lagoas que, antes, pertenciam à Residência Oficial de Águas Claras. Segundo Barbosa (2006) o parque chega a receber aproximadamente 600 visitantes diariamente, e esse número é bem maior nos finais de semana. Antigamente a área do Parque era habitada por chacareiros e famílias de agricultores japoneses que ocuparam o local no momento da criação de Taguatinga; os mesmos foram remanejados para outras localidades para a criação do bairro e estabelecimento do Parque, por isso, é muito comum encontrar um grande número de árvores frutíferas plantadas ao longo de toda a área e remanescentes de construções civis (AMARAL 2006). As áreas circunvizinhas aos Parques Ecológicos são consideradas Zonas de Transição e as atividades aí desenvolvidas devem ser compatíveis com a área protegida, de forma a não comprometer a sua conservação (DISTRITO FEDERAL, 1999). O entorno do Parque Águas Claras é caracterizado por possuir, em sua grande totalidade, unidades imobiliárias com destinação residencial. Entretanto, esses lotes são 34

48 definidos por categorias de ocupação consoante o grau de restrição de atividades referentes a cada tipo (SANTOS, 2006). Nos lotes situados na Avenida Alameda das Acácias, existem condomínios residenciais e habitações unifamiliares dotados de rede de esgoto e água tratada e captação de águas pluviais, com destinação à rede do Parque. Na Colônia Agrícola Águas Claras uma chácara, lindeira ao Parque, produz hortaliças e faz uso de adubos químicos e orgânicos e defensivos agrícolas e é dotada de fossa séptica a 25 metros do limite do parque. Na Residência Oficial do Governador existe uma horta totalmente orgânica - segundo o administrador da residência - com uso de adubo fornecido pelo Sistema de Limpeza Urbano - SLU e defensivos e é dotada de rede de esgoto e água tratada, porém não possui captação de águas pluviais (COMPARQUES, 2000). Os níveis das avenidas lindeiras encontram-se acima do nível do Parque, acarretando, conseguintemente, o escoamento das águas pluviais para o seu interior, causando erosões e contaminação do córrego (COMPARQUES, 2000). O Parque possui rede de esgoto servindo apenas as churrasqueiras. Sendo que as outras edificações utilizam-se de fossas sépticas (SANTOS, 2006). Os resíduos sólidos gerados no Parque são recolhidos três vezes por semana pelo serviço de limpeza do Distrito Federal. O seu montante em 2000 era entorno de 30 a 40 sacos de 4 quilos por cada recolhimento (COMPARQUES, 2000). 4.2 Equipamentos Instalados no Parque Ecológico Águas Claras O Parque é aberto ao público, ficando a critério do usuário o modo como vai utilizar os equipamentos existentes, não havendo disponível na administração, portanto, um programa de atividades físicas orientada. Segundo Santos (2006), o Parque águas Claras possui os seguintes equipamentos instalados: 30 lixeiras cedidas pela NOVACAP; 35

49 15 bancos de concreto; 3 conjuntos de mesa/bancos de concreto; 3 quadras poliesportivas 1 circuito inteligente de ginástica 6 Km de ciclovia/trilha 3 quadras poliesportivas 2 Duchas 1 campo gramado de futebol; 1 campo de futebol de areia 4 conjuntos de churrasqueira 01 Bebedouros 1 parque de areia com brinquedos infantis 1 salão de festas, contendo: 1 banheiro feminino, 1 banheiro masculino, 1 cozinha, estacionamento com 26 vagas para veículos automotores, situado na área da antiga churrasqueira do Governador, no espaço composto por 33 hectares cedidos ao parque Banheiros públicos próximos à Administração: 1 feminino, 1 masculino e 1 para portadores de necessidades especiais 1 Km de pista asfaltada para veículos automotores Quiosques Estacionamento, próximo à administração com 35 vagas para veículos automotores, sendo 2 para portadores de necessidades especiais; Administração do Parque Ecológico Águas Claras 4.3 O Perfil do Visitante do Parque Ecológico Águas Claras Águas Claras é um bairro em crescimento e grande parte de sua infra-estrutura ainda está inacabada. A área ainda tem alto índice de construções, pouca arborização e pouquíssimas locais para lazer. Hoje o Parque se torna um local extremamente freqüentando pela comunidade do bairro que procura o mesmo para ter um contato com a natureza, praticar exercícios físicos, o lazer, espairecimento, ou seja, é um local em que as pessoas freqüentam para procurar melhorar sua qualidade de vida. 36

50 Amaral (2006) traçou o perfil dos visitantes do Parque Ecológico de Uso Múltiplo Águas Claras por meio de entrevistas na forma de questionário. Ao todo foram entrevistadas 55 pessoas abordando os seguintes aspectos: perfil dos usuários, importância da unidade, expectativas sobre o parque, interesses e conhecimento sobre a conservação dos espaços naturais do local. O levantamento do perfil dos entrevistados conteve perguntas sobre sexo, idade, e grau de escolaridade. Observou-se que a maior ocorrência de participação foi do sexo feminino (57%) e que muitas mães utilizam o espaço do parque para passar mais tempo com os filhos, que usufruem dos parquinhos e das quadras poliesportivas. Em relação à faixa etária dos visitantes, 5% são menores; 16% se encontram na faixa dos anos; 36% entre 31 e 42 anos; 29% estão na faixa de e 12 % encontram-se acima dos 54 anos. A maioria dos entrevistados (62%) já completou o Ensino Superior ou ainda estão concluindo, os freqüentadores que já terminaram ou ainda estão no Ensino Médio totalizam 35% das 55 pessoas entrevistadas e o menor índice foi de pessoas que apresentaram o Ensino Fundamental, apenas 4%. Dentre os entrevistados não houve analfabetos. 37

51 5 METODOLOGIA 5.1 Fonte de coleta de dados O bem ambiental a ser valorado neste estudo é o Parque Ecológico Águas Claras, criado pela Lei complementar nº 287, de 15 de abril de 2000 e está inserido na Região Administrativa de Águas Claras DF Os dados para este estudo foram adquiridos por meio de uma fonte primaria, ou seja, questionários respondidos individualmente por usuários com idades acima de 18 anos, apresentado no anexo 1. As entrevistas foram realizadas pelo pesquisador e por alunos do curso de engenharia ambiental da Universidade da Católica de Brasília, todos treinados para tal finalidade. O tamanho da amostra foi estimado pela equação 1, proposta por Gil (1999), para população abaixo de elementos. Como trata-se de uma população aproximadamente de pessoas (ÁGUAS CLARAS, 2008) é muito difícil se fazer um censo, então para finalidade de pesquisa utiliza-se procedimentos estatísticos, em que uma amostra significativa do universo a ser estudado é tomada como objeto de investigação e as conclusões obtidas por meio desta amostra serão projetadas para uma totalidade do universo, levando-se em consideração uma margem de erro. (1) Onde representa o tamanho da amostra; é o nível de confiança escolhido, expresso em número de desvio padrão, é a percentagem com a qual o fenômeno se verifica; é a percentagem complementar; o tamanho da população e é o erro máximo permitido. Para definição do tamanho da amostra optou-se por trabalhar com um nível de confiança correspondente a aproximadamente 95,5% do seu total, tendo assim que trabalhar com dois desvios padrão, para escolha da percentagem com que o fenômeno se verifica. Para o cálculo levou-se em consideração os trabalhos desenvolvidos por Mattos (2006) e Brugnaro (2000) onde 55% e 42% dos entrevistados estavam dispostos a pagar alguma quantia para preservação ou recuperação de algum bem natural, com base nestes resultados optou-se pela 38

52 média dos dois resultados (48,5%), conseqüentemente a percentagem complementar utilizada foi 51,5%. O tamanho da população segundo a administração regional de Águas Claras (2007) é de habitantes e o erro máximo permitido adotado foi de 6%. Sendo assim, substituindo-se os valores na equação 1 temos: De acordo com a equação a quantidade de indivíduos a ser entrevistada foi de 276. A preferência da população foi quantificada pelo método de valoração contingente (MVC) que consiste em se estimar o valor da disposição a pagar dos usuários de recursos para recreação por meio de surveys, que se caracteriza pelo questionamento direto a população sobre determinado tema que se deseja conhecer, no estudo em questão deseja-se que as pessoas revelem suas preferências pelo recurso natural, construindo, assim, um mercado hipotético para o bem/serviço natural. A mensuração dos benefícios proporcionados por esses recursos são captados por entrevistas a pessoas sobre a sua disposição a pagar para assegurar um benefício; disposição a aceitar abrir mão de um benefício; disposição a pagar para evitar uma perda e disposição a aceitar uma perda (PEARCE & TURNER 1990, apud MOTA, 2000). As contribuições serão arrecadadas por meio de uma taxa especial cobrada diretamente na conta de luz. A partir da média dos valores obtidos calculou-se a DAP mensal média, que representa os benefícios mensais atribuídos pela população ao Parque Águas Claras. O valor total de uso do bem ambiental foi obtido por meio da multiplicação da DAP mensal média pelo número de usuários mensais do Parque. 5.2 Instrumento de coleta de dados Existem diversas formas de apresentar as perguntas para poder obter a DAP das pessoas, porém os formatos mais utilizadas são: O formato aberto; onde a pergunta é formulada e simplesmente pedindo aos entrevistados que declarem a sua DAP. Segundo Brugnaro (2000), as questões 39

53 abertas têm maiores problemas estatísticos e aproximam-se menos das circunstâncias reais de mercado. Formato referendo; também conhecido como binário, dicotômico ou fechado, muito usado por diversos autores e é o recomendado pelo Report of the NOAA Panel on Contingent Valuation (1993) para valoração de desastres ambientais, valoração de atividades turísticas e valoração de benefícios recreacionais de parques. Inicialmente foi aplicado um teste-piloto para validação das perguntas e estimativa da DAP, por meio de lances livres com a finalidade de criar os valores de referência a serem utilizados na segunda etapa. Nesta primeira etapa foram aplicados 30 questionários que serviu como pré-teste. Marconi e Lakatos (1996) indicam que um instrumento de pesquisa pode ser adequadamente testado com cerca de 5 a 10% da amostra. Nesta pesquisa, o tamanho da amostra foi determinado em 276 visitantes. Assim, 30 entrevistados representam 10,8% desse valor. Essa avaliação permitiu perceber os pontos falhos do questionário, além das dificuldades dos entrevistados. Assim, foram feitas mudanças no questionário afim de tornar a informação mais clara possível ao entrevistado e chegar ao questionário definitivo apresentado no Anexo 1. Os valores revelados no teste-piloto serviram de subsídio para determinar os valores médios a serem justapostos no questionário final, que utilizou o método referendum (dicotômico) para o cálculo da DAP por meio da seguinte pergunta: Você estaria disposto a pagar R$ X por mês para conservação ou recuperação do Parque Águas Claras? O indivíduo responderá sim ou não. No teste piloto foram aplicados 30 questionários, dos quais 15 apresentaram DAP com valores entre R$ 3,00 e R$ 50,00. A proporção de questionários com cada valor (Tabela 3) foi estabelecida conforme a freqüência obtida no teste piloto. 40

54 Valor da DAP em Reais Tabela 3: Distribuição dos valores no questionário final de acordo com o teste-piloto. Quantidade de questionários respondidos com este valor no teste piloto Frequência Quantidade de questionários final aplicados de acordo com a DAP R$ 3,00 1 0,06 19 R$ 5,00 3 0,2 55 R$ 10,00 6 0,4 111 R$ 15,00 2 0,13 37 R$ 20,00 1 0,06 18 R$ 35,00 1 0,06 18 R$ 50,00 1 0, Ao todo foram aplicados 276 questionários nos meses de abril e maio de Ao valores obtidos da DAP foram analisados por meio de um método de valoração de contingente, 5 partes: O instrumento de coleta utilizado na pesquisa foi organizado levando em consideração i. Termo de consentimento livre e esclarecido ii. iii. iv. Identificação do respondente Perfil do visitante; Informações socioeconômicas do entrevistado; v. Valoração contingente (DAP). O termo de consentimento apresenta os objetivos do estudo e solicita aos visitantes que participem como voluntários da pesquisa e pede-lhes que assine o termo concordando em participar, desta forma todos os questionários foram assinados pelos entrevistados. A identificação do respondente continha perguntas como nome endereço e sexo. O perfil do visitante era composto por questões que procurava saber o objetivo da visita ao parque, quantas vezes ele costumava freqüentar o parque, quais eram as opções de lazer do entrevistado. Na quarta parte buscou conhecer as informações socioeconômicas do entrevistado, por meio de perguntas como renda pessoal e familiar, a ocupação e o grau de instrução. 41

55 Por último o bem ambiental foi descrito e perguntou-se a DAP do entrevistado. O cálculo da DAP total pelo uso do Parque Ecológico de Usos Múltiplos Águas Claras considerou os valores médios da disponibilidade a pagar manifestada pelos visitantes obtidos a partir da aplicação do questionário. Para isto procurou-se definir um modelo teórico que contemplasse, na literatura existente, um conjunto de variáveis que melhor descrevesse os traços gerais de características socioeconômicas; de uso do parque, com sua disposição a pagar, para justificar a manutenção e conservação. Em um modelo de regressão múltipla, a variável dependente será denotada por DAP (y) e as variáveis independentes por denotações conforme a situação requerida (b1, b2,..., xk). Para a execução da regressão linear múltipla, criou-se um modelo geral e suas respectivas formas operacionais, para posterior análise e discussão do significado de cada uma das variáveis independentes e a sua influência na disposição a pagar da população que utiliza o parque. Y' = a + b1x1 + b2x bixi Y - expressa a Disponibilidade a pagar DAP (variável dependente); Xi - variável independente b 0 - constante de regressão b 1 ; b 2 - coeficientes das variáveis incluídas no modelo Na análise de regressão, procurou-se obter uma equação que explicasse a relação entre as variáveis independentes e a variável dependente, utilizando o método de regressão "stepwise" para seleção das principais variáveis explicativas, juntamente com teste de hipóteses de significância para os parâmetros da regressão e o cálculo do coeficiente de determinação para verificação da qualidade do modelo encontrado. Esta análise possibilita a escolha das variáveis preditoras que se relacionam com mais intensidade com a variável dependente. Uma variável é tão importante para o modelo quanto for capaz de influenciar de maneira significativa a variável (Y). Quando se ajusta um modelo de regressão múltipla, pode acontecer que se justifique a inclusão na equação de regressão todas as variáveis independentes, ou que se incluam apenas algumas destas variáveis explanatórias. No presente estudo, utilizou-se um conjunto de variáveis que melhor correlacionasse com as com a DAP. 42

56 Para definir as variáveis que apresentavam maior correlação com a DAP os dados obtidos no pelas entrevistas foram submetidos à análise de regressão múltipla através do software BioEstat 5.0. Utilizou-se a seleção por etapa (stepwise regression), em que a variável dependente foi a DAP e as variáveis independentes os dados socioeconômicos dos entrevistados. Por fim, a DAP mensal média foi calculada a partir da média ponderada dos valores obtidos segundo a freqüência relativa e representando os benefícios mensais auferidos pela população ao Parque Águas Claras. 43

57 6 RESULTADOS Nesta parte da pesquisa, são apresentados resultados que evidenciam dentre outros o perfil sócio-econômico e o grau de escolaridade dos usuários do local e a DAP dos visitantes. 6.1 Perfil do visitante De acordo com os dados apresentados nos 276 entrevistados, 56,2 % (155) são do sexo masculino e 43,8 % (121) são do sexo feminino. (Figura 2). Figura 2: Sexo dos entrevistados Quanto ao local de residência, a maioria dos visitantes entrevistados mora no Bairro de Águas Claras sendo a segunda maior parcela visitantes procedentes de cidades satélites vizinhas como Taguatinga com 14,13%, Park Way com 5,07% e Vicente Pires com 3,99% (Figura 3). 44

58 Figura 3: Distribuição dos visitantes do Parque Águas Claras por local de residência Com relação ao grau de instrução (Figura 4), 78,99% são graduados ou estão cursando a graduação, o que demonstra um alto grau de instrução com relação a média brasileira de 8,4% de graduados, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2002). Figura 4: Grau de instrução dos entrevistados Uma das questões levantadas no questionário é quanto ao nível de renda mensal dos usuários do Parque Águas Claras. De posse das informações obtidas, estratificou-se em níveis diferenciados a variável renda, para melhor analisá-la. Assim, para a análise dos dados foram consideradas as faixas das seguintes categorias de renda: pessoas que ganham até R$ 415,00, o equivalente a 1 salário mínimo em maio de 2008; até pessoas entrevistadas que ganham mais de 30 salários mínimos, ou seja, acima de R$ ,00. 45

59 Na Figura 5 estão descritas as diversas faixas de renda mensal dos usuários do Parque Águas Claras entrevistados. Pode-se observar que a maioria da população de Águas Claras, 40%, possui uma renda mensal familiar entre 12 e 25 salários mínimos, apenas 21% da população possui até 12 salários mínimos e 17,75 % possui renda mensal familiar acima de 25 salários mínimos e 20,29% dos entrevistados preferiram não revelar o valor da renda mensal familiar. Figura 5: Faixas de renda mensal dos usuários do Parque Águas Claras entrevistados - maio/2008 A renda pessoal mensal (Figura 5) declarada pelos freqüentadores do Parque pode ser considerada alta em relação a comparada a media nacional em que 40% dos habitantes recebem até 2 salários mínimos por mês (IBGE, 2002). 46

60 Já que a faixa etária mais comum entre os visitantes está entre 25 e 44 anos de idade, o correspondente a 72, 83% dos entrevistados (Figura 6). Pode-se inferir que a população visitante do Parque Águas Claras em geral é jovem. Figura 6: Faixa etária dos visitantes entrevistados Quanto a ocupação principal (Figura 7), predomina a de funcionários públicos, com 35,87%, empregados de empresa privada com 26,09%, seguido de estudantes 8,33%, empresários 6,52%, donas de casa 6,16% e pensionistas aposentados com 5,07%. Diferentemente de outras áreas brasileiras uma pequena parcela, 0,36% estão na categoria de desempregados. Figura 7: Distribuição da freqüência dos entrevistados por profissão 47

61 Das 276 pessoas entrevistadas, 24,64% visitam o Parque desacompanhados, 64,49% com familiares e 10,87% acompanhados de amigos. Pode-se concluir que trata-se de um local de encontros com amigos e familiares. Quanto ao motivo da visita, a maioria dos visitantes entrevistados, ou seja, 54,35% visitam o Parque Águas Claras em busca de lazer enquanto 42,39% para prática de exercícios ou por prazer e 2,17% praticam exercícios por orientação médica. O principal meio de transporte utilizado pelos entrevistados para chegarem até o parque é de carro 62,32%, e 26,09% manifestaram que vem a pé e apenas 8,7% de bicicleta (Figura 8). Isso se deve pelo fato do principal acesso ao parque ser feito por um portão principal para carros e o difícil acesso ao parque por meio de bicicletas e até mesmo a pé. Figura 8: Distribuição da freqüência dos visitantes por meio de transporte utilizado para chegar ao parque. 6.2 Disposição a pagar dos entrevistados Analisando a Figura 9 verifica-se que 156 pessoas estão dispostas a pagar pela recuperação do Parque Ecológico de Usos Múltiplos Águas Claras, ou seja, o corresponde a 56,5% do total de pessoas entrevistadas. Um valor bem próximo se comparado ao estudo de Viana (2009) onde 55,78% dos entrevistados manifestaram estarem dispostos a pagar pelo uso do Parque Ecológico Olhos D Água no Distrito Federal. 48

62 Figura 9: Freqüência de entrevistados dispostos a pagar algum valor para a preservação do parque Analisando freqüência da disponibilidade a pagar na Tabela 4 tendo cada valor em separado como referencial, pode-se verificar que dos entrevistados que estão dispostos a pagar alguma quantia, 84,21% respondeu que pagaria R$ 3,00 para a preservação e recuperação do Parque. Observa-se que a DAP foi diminuindo a medida que o valor questionado aumentava.. Isso demonstra que há uma conscientização, no mínimo, parcial da população, da falta de apoio do governo, que mesmo arrecadando muito imposto não disponibiliza verba suficiente para a manutenção dos parques. Esse grupo estaria disposto a pagar uma taxa extra com a única e exclusiva finalidade de cuidar, manter, conservar e recuperar o parque através de melhorias na infra-estrutura, segurança, atividades recreacionais, educativas entre outros problemas apontados. Tabela 4: Freqüência da disponibilidade a pagar x Valor da DAP Valor da DAP Disposição a pagar (Sim) R$ 3,00 84,21% R$ 5,00 74,55% R$ 10,00 56,76% R$ 15,00 43,24% R$ 20,00 38,89% R$ 35,00 38,89% R$ 50,00 33,33% Quando questionados sobre o principal motivo da DAP, 44,94% dos entrevistados responderam que estão dispostos a pagar uma quantia para a manutenção e a melhoria do Parque. Já 20,89% dos entrevistados responderam que o principal motivo é o bem comum dos usuários do Parque. Apenas 9,49% dos entrevistados consideraram a preservação do meio 49

63 ambiente (Figura 10) o que corrobora com a Figura 11 onde a maioria dos entrevistados classificaram o estado de conservação do Parque entre regular e bom. Mostrando a necessidade de investimento em infraestrutura e manutenção do Parque. Figura 10: Freqüência do principal motivo da DAP Figura 11: Freqüência do atual estado de manutenção e conservação do parque De acordo com a Figura 12 pode-se perceber que os entrevistados revelaram que as principais coisas que precisam de mais atenção no parque são: infraestrutura 30,38% e investimento em atividades recreacionais 12,32%. 50

64 Figura 12: Freqüência revelada dos entrevistados sobre o que precisa ser melhorado no Parque. O grau de instrução dos freqüentadores do Parque Águas Claras é bem elevado, pois aproximadamente 79% dos entrevistados possuem curso superior, sendo 20% com diploma de pós-graduação. Esperava-se que o alto grau de instrução das pessoas contribuísse para o aumento da consciência ambiental e consequentemente um maior número de pessoas dispostas a pagar pela conservação e recuperação do Parque. A hipótese pode ser confirmada visto que as pessoas de nível superior e médio estão realmente mais dispostas a pagar, comparadas as que possuem primeiro grau. No caso das que possuem curso superior 33,33% dos entrevistados estariam dispostos a pagar contra 25,36% que não estão dispostos. Entre as pessoas que possuem pós-graduação, a diferença foi bem pequena, conforme ilustra a Figura 13. A ocorrência dessa diferença pode ser justificada quando se sabe que os questionários apresentavam valores diferenciados, aplicados ao acaso entre os entrevistados, sem que houvesse uma proporção entre o grau de instrução das pessoas e o valor da disposição a pagar em cada questionário. 51

65 Figura 13: Grau de instrução x Valor da DAP Outro resultado interessante de ser abordado é o que fornece os principais motivos usados pela população para justificar o não pagamento de uma nova taxa (Figura 14). De todos esses motivos, o argumentado mais freqüente (34,45% dos entrevistados), foi o fato de já pagarem muitos impostos. No entanto, 18,49%, acredita que por conta de todos os impostos já arrecadados, a responsabilidade de cuidar do parque é única e exclusivamente do governo. Outro motivo abordado foi a incerteza de que o valor arrecadado na conta de luz seria realmente repassada por completo para quem fosse de direito. Esse ponto nos remete a um julgamento precipitado do grupo entrevistado em relação ao Governo. Uma parcela de 9,2% desacredita na administração pública e demonstra preocupação disponibilizar mais verba para o Estado. 52

66 Figura 14: Justificativa para o não pagamento de uma nova taxa Para Viana (2009), a porcentagem de usuários que não estão dispostos a pagar pelo uso do Parque Olhos D Água é de 44,22%, sendo que o motivo mais argumentado foi o fato de já pagarem muitos impostos. Na literatura, este tipo de motivo é tratado como voto de protesto. Citado por Salazar e Burquet (1998), declara ser usual obter uma porcentagem entre 20% e 30 % da amostra de votos de protesto quando, principalmente, trabalha-se com amostras aleatórias incluindo indivíduos de todas as idades e níveis educacionais; quando o cenário a ser valorado é de difícil entendimento para o entrevistado e também quando o objeto a ser valorado consiste em um bem que a população não está acostumada a valorar economicamente. Para o Parque Águas Claras os votos de protesto (Tabela 5) corresponde a 52,9%, um pouco superior ao encontrado na literatura. O que pode ser devido ao fato dos usuários já freqüentarem o Parque atualmente sem nenhum ônus. Tabela 5 - Motivos revelados pelos usuários para não pagarem pelo uso do Parque Motivos para não pagarem pelo uso do Parque Porcentagem Já existe recurso para isso 7,56% Já pago muitos impostos 34,45% Não tem certeza sobre o repasse da verba 9,24% Outros 15,13% Responsabilidade do governo 18,49% Valor alto 15,13% Total geral 100,00% 53

67 6.3 Valor de uso Stone (1992) e Obara (1999) desenvolveram diferentes caminhos para inferir a soma dos valores de DAP da amostra para uma população-alvo total. No cálculo da DAP total são utilizadas com maior freqüência duas medidas de tendência central: a média e a mediana. A média possui inúmeras vantagens em relação à mediana. A principal vantagem seria o cálculo da média em função de todas as observações de um conjunto de dados, diferentes da mediana, que é a função de, no máximo, duas observações centrais (OBARA, 1999). Stone, (1992), argumenta ainda que a média é a medida mais exata para medir benefícios ambientais e têm a vantagem de ser usualmente incorporada nas análises de custo benefício. A principal vantagem da mediana é o fato dela ser influenciada por valores extremos do conjunto de dados, conferindo uma medida mais estável. Mas ao contrário da média, ela não considera a variabilidade das respostas. Em outras palavras, no caso dos valores da DAP, a mediana não representa realisticamente as DAP s individuais. Assim os valores da DAP total podem ser obtidas através da multiplicação do número de indivíduos da população pela média ou mediana dos valores de DAP da amostra (OBARA, 1999). Ou seja: DAP total = população X média das DAP da amostra A DAP média da amostra foi obtida através do somatório do valor das freqüências relativas, que corresponde ao valor a ser pago pelo usuário multiplicado pela porcentagem de usuários que pagariam pelo valor que lhes foi indagado durante a aplicação dos questionários, conforme Tabela 5. Dessa forma a DAP mensal média encontrada foi de R$ 11,59. Valores da DAP Tabela 6: DAP mensal média para o uso e conservação e manutenção Quantidade de usuários dispostos a pagar pelo valor questionado Porcentagem dos usuários dispostos a pagar pelo valor questionado Frequencia da DAP em relação ao total de entrevistados R$ 3, ,26% R$ 0,31 R$ 5, ,28% R$ 1,31 R$ 10, ,38% R$ 4,04 R$ 15, ,26% R$ 1,54 R$ 20,00 7 4,49% R$ 0,90 R$ 35,00 7 4,49% R$ 1,57 R$ 50,00 6 3,85% R$ 1, ,00% DAP média R$ 11,59 54

68 González (2004), utilizando o mesmo método, apresentou um valor de DAP média para visitação do Parque Phillipe Westin Cabral de Vasconcelos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo, de R$ 14,53 por mês. Considerando que o Parque Ecológico de Usos Múltiplos águas Claras tem uma média mensal de visitantes (BARBOSA, 2006), utilizando o método proposto por Obara (1999), e considerando a DAP média de R$ 11,59 por pessoa, o valor de uso do Parque corresponde a DAP média multiplicado por usuários mensais, o que resulta em R$ ,38 mensais, R$ ,62 anuais. Valor este que se aplicado corretamente é suficiente para manutenção, gestão e recuperação do Parque. Viana (2009) ao valorar ambientalmente o Parque Olhos D Água no Distrito Federal através da aplicação do MVC, encontrou uma DAP média de R$ 3,45 por pessoa e um valor total de R$ ,54. Porém, insuficiente para a manutenção do Parque, uma vez que o custo mensal estimado de manutenção do Parque Olhos D Água é de R$ ,01. Já o Parque Águas Claras possui um valor de gasto mensal de R$ ,55 (Tabela 7), valor este que seria facilmente coberto pelo valor arrecadado com a DAP mensal do Parque. Tabela 7 - Média de gastos mensais em 2008 do Parque Águas Claras Despesas jul ago set Out nov dez Valor anual (R$) Média de gastos mensais do Parque (R$) Água 5232, , , , , , , ,49 Telefone 675,26 240,08 383,58 735,56 812,58 463, ,73 769,06 Segurança* 13600, , , , , , , ,00 Limpeza** 3400, , , , , , , ,00 Roçagem*** 4500, , , , , , , ,00 Manutenção 1000, , , , , , , ,00 Total ,55 Fonte: IBRAM, 2008 * Composição dos gastos incluindo salários e impostos para oito vigilantes. ** Composição dos gastos incluindo salários e impostos para quatro auxiliares de serviços gerais. *** As despesas com roçagem foram estimadas para 10 homens trabalhando, aluguel e combustível de roçadeiras. Buscando definir as variáveis mais influentes na DAP ajustou-se um modelo econométrico com a regressão linear stepwise. Pode-se observar na tabela 8, em que as principais variáveis independentes que mais influenciam a DAP são grau de instrução, renda e ocupação, uma vez que as mesmas possuem 55

69 o maior coeficiente de correlação múltipla (R) 2 0,68% 0,45% e 0,46% respectivamente, já a variável independente idade possui uma baixa correlação, podendo dessa maneira ser excluída do modelo. Tabela 8 - Analise de Regressão STEPWISE do Parque Águas Claras Var. Dependente (Y): R R2 Variação R2 GL F p-valor QM Erro Coluna Incluída Col: % 0.68% 1, Instrução Cols: 2, 4, % 0.45% 2, Renda Cols: 2, 4, 3, % 0.46% 3, Ocupação Cols: 2, 4, 3, 1, % 0.13% 4, Idade Dessa forma, utilizando as variáveis independentes com maior índice de correlação no modelo de regressão linear múltipla temos a matriz de correlação na Tabela 9 e a respectiva equação. Tabela 9 Matriz de regressão linear múltipla do Parque Águas Claras. Fontes de variação GL SQ QM Regressão Erro Total F Regressão (3, 272) = (p) = Coef. de determinação múltipla (R2yy) = F R2yy (3, 272) = (p) = R2yy ajustado = Coef. de correlação múltipla (Ryy) = Intercepto (a) = t = p = Coef. parcial de regressão (b1) = t = p = Coef. parcial de regressão (b2) = t = p = Coef. parcial de regressão (b3) = t = p = Comparação: Coef. (b1) e Coef. (b2) = --- t = p = Comparação: Coef. (b1) e Coef. (b3) = --- t = p = Comparação: Coef. (b2) e Coef. (b3) = --- t = p = Variável dependente = Coluna Y' = a + b1x1 + b2x bixi Y' = a + b1x1 + b2x bixi Temos então que: DAP=2,2496+(0,2152xINSTRUÇÃO)+(0,0455xOCUPAÇÃO)+(0,0189xRENDA). 56

70 CONCLUSÕES A sustentabilidade econômica das UC está prevista na lei do SNUC em diversos artigos. Entretanto, a manutenção das UC tem sido sério entrave a ser transpassado onde a conservação e vigilância devem ser contínuas e há obstáculos de aquisição de recursos para suprir com estes custos. Alguns tentames têm aflorado na expectativa de alcançar recursos para a melhor gestão e proteção das UC como a cobrança de ingressos, cobrança do uso do estacionamento, exposições, terceirização da exploração de lanchonetes e restaurantes ou taxas para realização de eventos (BONONI, 2004). A maioria dos parques urbanos do DF enfrenta sérios problemas em sua gestão, a maioria por falta de repasse de verbas para manutenção, conservação e vigilância. A consolidação dos procedimentos de disposição a pagar poderá vir a assegurar um significativo aporte de recursos para a sustentabilidade econômica dos processos de implantação, gestão e administração privada de parques ecológicos. Estimativas quanto ao potencial econômico dos recursos oriundos da disposição a pagar podem indicar um expressivo aporte econômico a ser destinado à implementação e manutenção de parques ecológicos. Para tanto, estudos e pesquisas devem ser estimulados Foi possível identificar no presente estudo, as características socioeconômicas e as atitudes comportamentais dos usuários em relação ao Parque Águas Claras, bem como as suas disposições a pagar pela manutenção do ativo. Os valores estimados pelos usuários para a manutenção e preservação do Parque servem de parâmetros para justificar o aporte de recursos financeiros em projetos que visem à manutenção das funções socioambientais do ativo. A aplicação do Método de Avaliação Contingente permitiu constatar que 57% dos usuários do Parque estão dispostos a pagar pela manutenção, conservação e recuperação, com R$ 11,59 /mês. Dessa forma, a partir da média atribuída, o valor estimado para a manutenção das funções do Parque Águas Claras corresponde a R$ ,62/ano. Isto é uma aproximação do valor econômico anual do Parque Ecológico de Usos Múltiplos Águas Claras. Esta estimativa indica quanto os usuários valorizam o ativo ambiental em questão. Em 57

71 termos de política pública, pode-se inferir que esse seria o valor de uso ideal, a partir da metodologia de valoração contingente, a ser destinado para sua preservação Sabendo que os gastos mensais para manutenção e administração do Parque é de R$ ,55 e considerando a DAP média dos usuários do Parque Águas Claras R$ ,38, conclui-se que o valor arrecadado pela DAP é suficiente para a manutenção, melhoria da infraestrutura e conservação do Parque Ecológico de Usos Múltiplos Águas Claras. O índice de rejeição à disposição a pagar foi confirmado por 43% dos visitantes, sendo que, desse total, 34,45% alegou que já paga muitos impostos e 18,49% deixou evidente que a manutenção das funções do Parque é uma atribuição do governo, configurando assim o voto de protesto. Pelo método de regressão linear stepwise descobriu que as variáveis mais influentes na DAP são grau de instrução, renda e ocupação. Assim a fórmula para o cálculo da DAP pode ser dada como: DAP=2,2496+(0,2152xINSTRUÇÃO)+(0,0455xOCUPAÇÃO)+(0,0189xRENDA) Especificamente nesta pesquisa, uma das limitações existentes foi o fato desta ter sido conduzida dentro do parque; conseqüentemente, a DAP e o Valor econômico total - VET (calculado multiplicando o valor da DAP de uso e não uso por 12 (meses do ano), posteriormente, multiplica-se pelo total da população afetada), refletem as preferências dos freqüentadores deste ativo. Logo, o valor social do parque não foi determinado, mas apenas o valor de uso. Os não-freqüentadores não fizeram parte da amostragem; possivelmente, as preferências desses indivíduos são diferentes das dos freqüentadores, logo, o VET atribuído ao Parque Águas Claras será diferente. Em função do presente trabalho ter mensurado apenas valor de uso para a finalidade de visitação do Parque Águas Claras, muitos outros benefícios gerados pelo parque não foram considerados. Pode-se destacar a valorização imobiliária das propriedades privadas (lotes, apartamentos) na sua vizinhança, os benefícios ambientais resultantes das amenidades geradas pelo parque e o seu valor de existência. Futuros estudos poderiam contribuir para o aprimoramento do conhecimento do valor total do parque, mensurando um ou mais desses benefícios. 58

72 Os resultados deste trabalho revelaram um possível mercado para esse bem ambiental e fornecem uma idéia de como seria o comportamento dos consumidores caso ele existisse. Uma taxa menor de aproximadamente R$ 3,00 mensais, seria ainda suficiente para a manutenção do parque e este valor poderia ainda ser complementado por meio da exploração econômica de alguns serviços que podem ser oferecidos aos usuários a título de pagamento por serviços prestados, como por exemplo: a criação de um serviço de aluguel e manutenção de bicicletas, aluguel de bolas para práticas esportivas, aluguel de áreas para festas, aluguel de churrasqueiras com mesas. Outra idéia seria a utilização do lago artificial que poderia ser utilizado para criação de espécies de peixes comerciais que poderiam ser pescados no local e pagamento pelo quilo do pescado desde que não venha a apresentar risco ou prejuízo ambiental, cobrança de taxas dos quiosques instalados no local, realização de competições esportivas em que seria cobrada uma taxa de participação revertida dentre outros, uma vez que a lei de criação do parque descreve como um de seus objetivos a criação de condições para realização de atividades culturais, de recreação, lazer e esporte em contato harmônico com a natureza. 59

73 REFERÊNCIAS ABAD, M. C. E. Valoração econômica do meio ambiente: o método de valoração contingente no Brasil f. Dissertação (Mestrado em Economia e Gestão Econômica do Meio Ambiente) Centro de Estudos em Economia, Meio Ambiente e Agricultura, Universidade de Brasília, ÁGUAS CLARAS, Administração Regional de Águas Claras. Águas Claras tem futuro. Acesso em novembro de Disponível em: Informativo Águas Claras Administração Regional de Águas Claras. 2007, 11p. AMARAL, A. G. Contribuição à Gestão dos Parques Urbanos do Distrito Federal: o Caso do Parque Ecológico e de Uso Múltiplo Águas Claras, (Monografia) Universidade Católica de Brasília, Brasília, DF 2006, 65p. AMAZONAS, M. C. Valoração e meio ambiente: elementos para uma abordagem evolucionista f. Tese (Doutorado em Ciências Econômicas) Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, ARENHART, N. Valoração econômica do meio ambiente. Níveis de Renda e Disposição a Pagar: a valoração de um parque urbano f. Dissertação (Mestrado em Economia e Gestão Econômica do Meio Ambiente) Centro de Estudos em Economia, Meio Ambiente e Agricultura, Universidade de Brasília,

74 BARBOSA, M.F. Os movimentos sociais como instrumento dos processos de criação e de implantação de unidades de conservação no Distrito Federal: um estudo comparativo dos parques do Gama e Parque Ecológico de Águas Claras. Brasília. UCB, p. Dissertação (Mestrado em Planejamento e Gestão Ambiental) Universidade Católica de Brasília, BELLUZZO JR., W. Valoração de bens públicos: o método de valoração contingente. São Paulo: USP, p. Dissertação (Mestrado em Economia) - Universidade de São Paulo, BONONI, V. L. R. Controle ambiental de áreas verdes. In: PHILIPPI JR, A; ROMÉRO, M. A. & BRUNA, G. C. (Org.) Curso de gestão ambiental. Barueri, SP: Monole, p BRASIL. Decreto Lei nº 271 de 28 de fevereiro de 1967 Dispõe sobre loteamento urbano, responsabilidade do loteador concessão de uso e espaço aéreo e dá outras providências Brasil 28 de fevereiro de Lei nº de 18 de dezembro de 1998 Dispõe sobre o serviço voluntário e dá outras providências - Diário Oficial da União 19 de fevereiro de Lei nº , de 18 de julho de Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, jul

75 BRUGNARO, C. Valor atribuído pela população às matas ciliares da Bacia do Rio Corumbataí, SP f. Tese (Doutorado em Economia Aplicada) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, CALDERONI, S. Economia ambiental. In: PHILIPPI JR, A; ROMÉRO, M. A. e BRUNA, G. C. (Org.) Curso de Gestão Ambiental. Barueri: Manole, 2004, p CAMPHORA, A. L.; MAY, P. H. A valoração ambiental como ferramenta de gestão em unidades de conservação: há convergência de valores para o bioma Mata Atlântica? Revista Megadiversidade, Brasília, Volume 2, Nº 1-2, Dezembro, p CODEPLAN. Coletânea de Informações Socioeconômicas: Região Administrativa RA XX Águas Claras. Companhia do Desenvolvimento do Planalto Central. Brasília/DF, novembro de COMPARQUES. Relatórios e pesquisas sobre o Parque Ecológico de Águas Claras De GROOT, R.S. Function of nature: evaluation of nature in environmental planning, management and decision making. Amsterdam: Wolters-Noordhoff, DISTRITO FEDERAL. Lei Complementar n 265, de 14 de dezembro de Dispõe sobre a criação de Parques Ecológicos e de Uso Múltiplo no Distrito Federal. Diário Oficial do Distrito Federal 23 de dezembro de

76 . Lei complementar nº 287, de 15 de abril de 2000 Cria o Parque Ecológico Águas Claras. 26 de abril de Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Olhares sobre o lago Paranoá. Brasília, DF: Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, p.. Diagnóstico dos parques no Distrito Federal: Programa Abrace um Parque. Brasília: Instituto Brasília Ambiental, Disponível em: Acesso em 15 fev FARIA, R. C. Um teste empírico do modelo Bidding Game de Avaliação Contingente. Dissertação (Mestrado em Gestão Econômica do Meio Ambiente) Universidade de Brasília Departamento de Economia. Brasília, 1998, 110p. GAZONI, J. L. Em busca de Marã-ey-me: valoração econômica do Parque Estadual de Itaúna/ES. Dissertação (Mestrado em Política e Desenvolvimento Sustentável). Universidade de Brasília. UNB. Brasília, 2006, 112p. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, p. GODOY, A, M, G. A gestão sustentável e a concessão das florestas públicas. Revista Economia contemporânea., Rio de Janeiro, 10(3): , set./dez GONÇALVES, P.R. As Cidades Satélites de Brasília-Registro Histórico. Brasília, DF: PIP (Projeto Integrado de Pesquisa)/Itinerâncias Urbanas,

77 GONZÁLES, M. V. Valor econômico de visitação do Parque Philipe Westin Cabral de Vasconcelos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) da Universidade de São Paulo (USP). Dissertação (Mestrado Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz). Piracicaba, p. HANEMANN, W. R. Valuing the environment through contingent valuation. In. STAVINS, R.N. Economics of the environment. 4º Ed., New York: WW Norton & Company, HILDEBRAND, E.; GRAÇA, L. R.; HOEFLICH, V. A. Valoração contingente na avaliação econômica de áreas verdes urbanas. Revista Floresta, Curitiba, maio de p IBRAM, Instituto de Meio Ambiente e Recurso Hídricos do Distrito Federal Brasília Ambiental. Gerência de Serviços Gerais Parques INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Síntese de indicadores sociais. Rio de Janeiro, p. KRISTRÖM, B.; RIERA, P. El método de la valoración contingente. Aplicaciones al medio rural español. Economía Agraria, n.º 179 (janeiro - abril, 1997) pp MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa. 3. ed São Paulo: Atlas,

78 MATTOS, A. D. M. Valoração ambiental de áreas de preservação permanente da microbacia do Ribeirão São Bartolomeu no Município de Viçosa, MG. 2006, 91f. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal). Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, MATTOS, A. D. M. JACOVINE. L. A.G, VALVERDE, S. R. SOUZA, A. L. SILVA, M. L e LI, J. E. Valoração ambiental de áreas de preservação permanente da microbacia do ribeirão São Bartolomeu no Município de Viçosa, MG. Rev. Árvore, Viçosa, Abril/ 2007, vol.31, no. 2, p MAY, P.H. Coord. Valoração econômica da biodiversidade: estudos de caso no Brasil. Brasília, PRONABIO/MMA, MELO, O.; DONOSO, G. El caso del Parque Bustamante: valoracion socioeconômica de recursos ambientales usando valoracion contingente. Rev. Ambiente y Desarrollo, Santiago, Junio Vol. XI, n.2. p MOTA, J. A. Valoração de ativos ambientais como subsídio à decisão pública. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável) Universidade de Brasília (UNB), Centro de Desenvolvimento Sustentável. Brasília, p. MOTTA, R. S. Manual para valoração econômica de recursos ambientais. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal p.. Economia Ambiental Rio de Janeiro: Editora FGV, p. 65

79 OBARA, A. T. Valoração econômica de unidades de conservação método de valoração contingente. Caso de estudo: Estação Ecológica de Jataí (Luís Antônio/São Paulo) f Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) Centro de Ciências Biológicas e da Saúde. Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, OLIVEIRA, Marta M. G. Parque ecológico e de uso múltiplo Olhos D Água: um estudo de caso como contribuição para o planejamento e a gestão de parques urbanos no Distrito Federal p. Dissertação (Mestrado em Planejamento e Gestão Ambiental). - Universidade Católica de Brasília; Brasília, PEARCE, D. W; TURNER, R. K. Economics of natural resources and the environment. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, PHILIPPI JR, A.; BRUNA, G, C. Política e gestão ambiental. In; PHILPPI JR, A; ROMÉRO, M.A; BRUNA, G. C. Editores: Curso de Gestão Ambiental. Barueri, SP RIBEIRO, F. L. Avaliação contingente de danos ambientais: o caso do rio Meia Ponte em Goiânia. Viçosa: UFV, p. Dissertação (Mestrado em Economia Rural) - Universidade Federal de Viçosa, RIERA, P. Manual de valoración contingente. Instituto de Estudios Fiscales. Espanha, p. SALAZAR, S. S.; BURGUET, C. S. El valor de uso recreativo de espacios naturales protegidos: aplicación del método valoración contingente al Parque Natural de L'Albufera. Rev. Economía Agraria, n.182, p , jan-abr

80 SALGADO, G. S. M. Economia e gestão de áreas protegidas: o caso do Parque Nacional de Brasília f. Dissertação (Mestrado em Economia e Gestão Econômica do Meio Ambiente) Centro de Estudos em Economia, Meio Ambiente e Agricultura, Universidade de Brasília Universidade de Brasília; UNB. Brasília, SANTANA, J. R. T. Valoração econômica e conservação do meio ambiente: explorando a disposição a pagar de uma comunidade de baixa renda f. Dissertação (Mestrado em Economia e Gestão Econômica do Meio Ambiente) Centro de Estudos em Economia, Meio Ambiente e Agricultura, Universidade de Brasília Universidade de Brasília; UNB. Brasília, SANTOS, M. Z. Diretrizes para a elaboração de um palno de manejo para o Parque Ecológico Águas Claras - Distrito Federal. Universidade Católica de Brasília (Trabalho de Conclusão de Curso) p. SEPLAN. Anuário Estatístico do Distrito Federal Secretaria de Estado de Planejamento, Coordenação e Parcerias do Distrito Federal Brasília/DF, SILVA, R. G.; LIMA, J. E. Valoração contingente do parque "Chico Mendes": uma aplicação probabilística do método Referendum com bidding games. Rev. Econ. Sociol. Rural, Dez 2004, vol.42, no.4, p SILVEIRA F. C. Jornal a Gazeta. Setembro

81 SOUZA, P. R. O. Servidão Ambiental. Revista Jurídica Cesumar - Ano I - Nº p, STONE, A. Contingent valuation of the Barmah Wetlands, Victoria. In LOOKWOOD, M.; De LACY, T. Valuing natural areas: aplication and problems of the contingent valuation methods. Albury, NSW. The Johnstone Centre of Parks, Recreation and Heritage, Charles Sturt University. P 47 70, TOLMASQUIM, M. T.; MOTTA, R. S.; GUIMARÃES, A. M. Métodos de valoração de danos ambientais causados pelo setor elétrico. Rio de Janeiro, Brasil, UFRJ; COPPE, Programa de Planejamento Energético, VIANA, J. F. C. Valoração ambiental do parque ecológico e de uso múltiplo Olhos d Água como subsídio à sua concessão. 2009, 105p. Dissertação. 158p. Dissertação (Mestrado em Planejamento e Gestão Ambiental). - Universidade Católica de Brasília; Brasília,

82 ANEXOS ANEXO I UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA MESTRADO EM PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAL INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS VALORAÇÃO ECONÔMICA DO PARQUE ÁGUAS CLARAS TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Bom dia/tarde/noite. Meu nome é... Sou entrevistador da... Nós estamos fazendo uma pesquisa, você poderia responder algumas perguntas? Você está sendo convidado (a) à participar, como voluntário, em uma pesquisa para uma dissertação de Mestrado da Universidade Católica de Brasília. O objetivo desta pesquisa é fazer uma valoração ambiental do Parque Águas Claras utilizando um método de valoração contingente onde as pessoas revelam a sua preferência por um determinado recurso ou bem natural, construindo assim um mercado hipotético para determinado bem/recurso natural. Esta pesquisa tem caráter estritamente científico. No caso de aceitar fazer parte do estudo, assine este termo de consentimento. Havendo dúvidas você pode procurar a Coordenação do Laboratório de Águas da Universidade Católica de Brasília pelo telefone Assinatura do participante: Data: / / Horário da entrevista: 1. IDENTIFICAÇÃO DO RESPONDENTE 1.Nome: 2. Endereço: 3. Sexo: 1. ( ) Masculino 2. ( ) Feminino 2. PERFIL DO VISITANTE 4. Você visita o Parque Águas Claras com freqüência? 1. ( ) Sim 2. ( ) Não 5. Qual da freqüência da sua visita? 1. ( ) 1 vez por semana 2. ( ) 2 vezes por semana 3. ( ) 3 Vezes por semana 4. ( ) 4 Vezes por semana 5. ( ) 5 Vezes por semana 6. ( ) Somente fins de semana 7. ( ) raramente 6. Nas visitas o senhor(a) vem? 1. ( ) Sozinho 2. ( ) Com familiares 3. ( ) Com amigos 7. Qual o objetivo da sua visita? 1. ( ) Lazer 2. ( ) Exercício (por prazer) 3. ( ) Exercício (recomendação médica) 4. ( ) Outro 8. Nas visitas ao Parque Águas Claras você vem? 1. ( ) De casa 2. ( ) Do trabalho 3. ( ) Outro 9. Qual o meio de locomoção utilizado para chegar ao Parque Águas Claras? 1. ( ) Carro 2. ( ) Bicicleta 3. ( ) A pé 4. ( ) Outros 10. Você costuma visitar outro parque para prática de esportes ou lazer? 1. ( ) Sim 2. ( ) Não 11 Qual? 69

83 12. Quais são as suas outras opções de lazer? 3. INFORMAÇÕES SOCIOECONOMICAS DO ENTREVISTADO 13. Qual a sua idade? 14. Qual o seu nível de instrução? 1. ( ) Analfabeto 2. ( ) Primeiro grau 3. ( ) Segundo grau 4. ( ) Curso superior 5. ( ) Pós-graduação 15. Qual sua principal ocupação? (Ocupação principal e/ou predominante) 1. ( ) Funcionário Público 2. ( ) Empregado de empresa privada 3. ( ) Empresário 4. ( ) Pensionista/Aposentado 5. ( ) Dona de casa 6. ( ) Estudante 7. ( ) Desempregado 8. ( ) Outros 16. Qual é a sua renda mensal pessoal? 17. Qual é à renda mensal da sua família? 18. Quantas pessoas residem em sua casa? 19. Quanto você gasta individualmente com o seu lazer (valor mensal)? 20. E com o lazer de sua família (valor mensal)? 22. Para você a, conservação e manutenção do Parque Águas Claras é: 1. ( ) Muito Importante 2. ( ) Importante 3. ( ) Não é importante 22. O que você acha do atual estado de conservação do parque? 1. ( ) Péssimo 2. ( ) Ruim 3. ( ) Regular 4. ( ) Bom 5. ( ) Ótimo 23. O que você acha que poderia melhorar no parque? 1. ( ) Manutenção 2. ( ) Infra-estrutura 3. ( ) Segurança 4. ( ) Atividades recreacionais 5. ( ) Atividades educativas 6. ( ) Maior divulgação 7. ( ) Outros 4. VALORAÇÃO Por favor, para responder as questões abaixo, é importante salientar que não há nenhuma resposta certa ou errada; o ponto principal é que você declare o que você realmente pensa sobre esse assunto. Primeiramente vou ler um pequeno texto que trata sobre as funções de um parque urbano e sobre o atual estado de conservação e manutenção do parque. Sabe-se que para manter e/ou melhorar um parque, a Administração Pública gasta valores elevados. Com freqüência, os recursos financeiros arrecadados não são suficientes para cobrir todos os gastos necessários. Uma alternativa para obter mais recursos financeiros para conservar este parque é contar com contribuições de visitantes, moradores e simpatizantes. Se houver uma campanha para buscar apoio da população para manter e melhorar o Parque Ecológico Águas Claras, uma alternativa seria recolher contribuições voluntárias das pessoas que utilizam o Parque Águas Claras. Essas contribuições seriam debitadas mensalmente na sua conta de luz e depois repassadas à uma instituição sem fins lucrativos com destino exclusivo para a manutenção e conservação do parque. 24. Considerando os benefícios que o Parque Águas Claras oferece; Considerando os seus gastos e das pessoas que moram com você, com educação, saúde, alimentação, lazer, transporte e; Considerando que o governo do Distrito Federal com certeza repassaria a verba arrecadada para uma instituição sem fins lucrativos poder aplicar na a preservação, recuperação e manutenção do Parque Águas Claras; Você estaria disposto a pagar R$ mensalmente em sua conta de luz para conservação e recuperação do Parque Águas Claras? (SE NÃO PULE PARA A QUESTÃO 26). 1. ( ) Sim 2. ( ) Não 25. Qual o principal motivo para você estar disposto a pagar (R$_Valo citado na pergunta 24) para a 70

84 conservação e recuperação do Parque Águas Claras? 26. Se NÃO, por quê? 27. Na sua opinião, para quem deveria ser repassada a verba arrecadada para conservação e manutenção do Parque Águas Claras? 1. ( ) Gov. Federal 2. ( ) Gov.do Distrito Federal 3. ( ) Administração regional 4. ( ) Instituições ambientais sem fins lucrativos 5. ( ) População em geral 6. ( ) Não sabe 7. ( ) Outros Fonte: GONZÁ & M06) adaptado Assinatura do entrevistador MUITO OBRIGADO (A) PELA COLABORAÇÃO! 71

85 ANEXO II LEI COMPLEMENTAR Nº 287, DE 15 DE ABRIL DE 2000 DODF DE Cria o Parque Ecológico Águas Claras, na Região Administrativa de Taguatinga - RA III. O Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal promulga, nos termos do 6º do art. 74 da Lei Orgânica do Distrito Federal, a seguinte Lei Complementar, oriunda de Projeto vetado pelo Governador do Distrito Federal e mantido pela Câmara Legislativa do Distrito Federal: Art. 1 Fica criado o Parque Ecológico Águas Claras, em área adjacente às Quadras, 103, 105, 106, 107 e 301, de Águas Claras, à margem da Avenida Parque Águas Claras, na Região Administrativa de Taguatinga - RA III. Parágrafo único. A poligonal do Parque Ecológico Águas Claras será definida pelo Poder Executivo. Art. 2 São objetivos do Parque Ecológico Águas Claras: I - proteger o acervo genético representativo da flora e da fauna nativas naquela área do Distrito Federal; II - proteger áreas de nascentes e de recarga de aqüíferos; III - proporcionar a realização de atividades voltadas para a educação ambiental; IV - propiciar o desenvolvimento de programas e projetos de observação ecológica e pesquisa sobre os ecossistemas locais; V - proporcionar condições para a realização de atividades culturais, de recreação, lazer e esporte, em contato harmônico com a natureza. Art. 3 Compete à Administração Regional de Taguatinga a execução de todos os projetos destinados à implantação, manutenção, vigilância e administração do Parque Ecológico Águas Claras, sob a supervisão do Instituto de Ecologia e Meio Ambiente do Distrito Federal - IEMA/DF. Art. 4 Fica criado o Conselho Gestor do Parque Ecológico Águas Claras, cuja composição será definida por ato do Poder Executivo, observada a legislação aplicável. Parágrafo único. Será assegurada, no Conselho Gestor do Parque Ecológico Águas Claras, a 72

86 participação da Administração Regional de Taguatinga, da Secretaria do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia - SEMATEC, por meio do Instituto de Ecologia e Meio Ambiente IEMA-DF, de representantes da comunidade local e de organizações não-governamentais ambientalistas. Art. 5 Compete ao Conselho Gestor do Parque Ecológico Águas Claras, sem prejuízo de outras atribuições definidas em lei, deliberar sobre os projetos a serem desenvolvidos no Parque, nos aspectos administrativos, ambientais e de normas de funcionamento. Art. 6 A instalação de equipamentos ou a concessão de uso de sua área ou equipamentos para atividades de caráter privado só será permitida mediante aprovação do Conselho Gestor do Parque, precedida de parecer do IEMA. Art. 7 Fica vedado na área do Parque o exercício de qualquer atividade que represente risco ou prejuízo ambiental. Art. 8 Esta Lei Complementar entra em vigor na data da sua publicação. Art. 9 Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 19 de abril de 2000 EDIMAR PIRENEUS 73

87 ANEXOS III Figura 15 - Administração do parque Figura 16 - Equipamentos comunitários - aparelhos de ginástica 74

88 Figura 17 - Barraca de coco Figura 18 - Pista de Cooper e bebedouros 75

89 Figura 19 Estacionamento Figura 20 Churrasqueiras 76

90 Figura 21 - Área que está sendo reflorestada e a cidade de Águas Claras ao fundo Figura 22 - Lagoa artificial para contemplação 77

91 Figura 23 - Vista geral com pista de cooper, área reflorestada e a cidade de Águas Claras ao fundo Figura 24 - Quadras poliesportivas 78

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