ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE SANT ANA DO LIVRAMENTO Palácio Moysés Vianna Unidade Central de Controle Interno
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1 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE SANT ANA DO LIVRAMENTO Palácio Moysés Vianna Unidade Central de Controle Interno PARECER de CONTROLE Nº 031/2012 ENTIDADE SOLICITANTE: Sistema de Previdência Municipal - SISPREM FINALIDADE: Solicitação de análise do Projeto de Lei que Altera o Anexo I da LM 5066/06 SISPREM, incluindo adicional de insalubridade atendendo LTCAT/PPRA para os cargos que especifica e dá outras providencias. ORIGEM: Ofício Gab. nº 261/2012 do SISPREM DOS FATOS: Ocorre que chegou a esta Assessoria Contábil, para manifestação, o Ofício Gab. nº 261/2012 do SISPREM, acompanhado do Projeto de Lei que Altera o Anexo I da LM 5066/06 SISPREM, incluindo adicional de insalubridade atendendo LTCAT/PPRA para os cargos que especifica e dá outras providencias, e documentos anexos, encaminhados pela Chefia da Unidade Central de Controle Interno, para manifestação quanto ao cumprimento das exigências da LRF Lei de Responsabilidade Fiscal. DA LEGISLAÇÃO: Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000 LRF; Lei Orgânica Municipal de Sant Ana do Livramento; Lei Municipal n 2.620/90, de 27 de abril de 1990 Estatuto dos Servidores Públicos Municipais de Sant Ana do Livramento; Lei Municipal nº 5.066, de 10 de abril de DA PRELIMINAR: No cumprimento das atribuições estabelecidas nos Arts. 31 e 74 da Constituição Federal e na Lei Municipal n 4.242, de 27/09/2001, e demais normas que regulam as atribuições do Sistema de Controle Interno, referentes ao exercício de controle prévio e concomitante dos atos de gestão, observamos que a consulta veio instruída com parecer do Órgão de Assistência Técnica ou Jurídica da autoridade consulente, conforme orientação do Tribunal de Contas do Estado, a fim de dar subsídios à manifestação desta Unidade de Controle. Visando a orientação do Administrador Público, mencionamos, a seguir, os pontos anotados no curso dos exames que entendemos conveniente destacar, lembrando ainda que, por força regimental, a resposta à consulta não constitui préjulgamento de fato ou caso concreto (Regimento Interno UCCI Decreto 3.662/03).
2 DA FUNDAMENTAÇÃO: Com referência à análise do Projeto de Lei acima especificado, esclarecemos que coube a esta assessoria contábil a verificação quanto ao aspecto do atendimento à Lei Complementar nº Lei de Responsabilidade Fiscal. Inicialmente, é necessário que se façam breves comentários a respeito da LRF que é a principal disciplinadora da despesa de pessoal nos entes federativos relacionados com o presente estudo. A Lei Complementar nº 101/2000, mais que imposição de regras que priorizam a responsabilidade fiscal do administrador público, representa uma mudança de paradigma de gestão. A ênfase posta sobretudo no planejamento da ação governamental assinala a preocupação do legislador em garantir que os gastos públicos atendam tanto a uma orientação qualitativa quanto quantitativa, previamente estabelecidas. Neste contexto, o sistema de planejamento integrado, composto pela LDO, LOA e PPA, assume posição ainda mais central. Tomando-se o planejamento como premissa de gestão, imperativa se faz a definição de metas para fins de atuação e controle. As metas, além de constituírem o horizonte da ação administrativa, conferem os parâmetros de referência para a aferição dos resultados e correção da trajetória de atuação. Do ponto de vista da despesa pública, em um cenário restritivo, a proposição de metas assume um caráter essencial e, neste sentido, orientam-se as disposições consubstanciadas nos artigos 15 a 17 da LRF. ART. 15 Serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação que não atendam ao disposto nos Arts. 16 e 17. O dispositivo em destaque remete para os dois artigos seguintes as condições segundo as quais devem ser efetivados os aumentos de gastos públicos. Define, pois, como não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público as despesas realizadas em desacordo com os artigos 16 e 17. Quanto ao artigo 16 da LRF, este enfatiza a observância aos instrumentos de planejamento e ação governamental, mais especificamente no que concerne às metas de despesas fixadas. Exige, portanto, que o aumento da ação do Estado esteja sujeito a uma análise prévia e elaboração de estimativa que considere o impacto destas novas ações no planejamento em curso. Tal estimativa, por expressa disposição legal, deverá ter evidenciadas suas premissas de sustentação e metodologia de cálculo (art. 16, 2º). A avaliação da repercussão das medidas expansivas de despesa deve envolver não somente o exercício em questão, mas incluir os dois subseqüentes, conforme dispõe expressamente o inciso I do caput do art. 16. O inciso II do caput do mesmo artigo acrescenta a necessidade de termo expedido pelo ordenador de despesa, declarando a adequação orçamentária e financeira da despesa com a Lei Orçamentária Anual, além da sua compatibilidade com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
3 Cumpre observar que o disposto neste artigo é plenamente aplicável, devendo-se exigir a observância destas medidas desde a entrada em vigor da lei. O artigo 17, além de definir as despesas obrigatórias de caráter continuado, estabelece algumas condições a serem observadas por ocasião de sua criação ou aumento. ART. 17 Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios. 1º Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput deverão ser instruídos com a estimativa prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio. 2º Para efeito do atendimento do 1º, o ato será acompanhado de comprovação de que a despesa criada ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido no 1º do art. 4º, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela redução permanente de despesa. 3º Para efeito do 2º, considera-se aumento permanente de receita o proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição. 4º A comprovação referida no 2º, apresentada pelo proponente, conterá as premissas e metodologia de cálculo utilizadas, sem prejuízo do exame de compatibilidade da despesa com as demais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias. 5º A despesa de que trata este artigo não será executada antes da implementação das medidas referidas no 2º, as quais integrarão o instrumento que a criar ou aumentar. 6º O disposto no 1º não se aplica às despesas destinadas ao serviço da dívida nem ao reajustamento de remuneração de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 da Constituição. 7º Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por prazo determinado. Despesa obrigatória de caráter continuado é aquela derivada de lei, medida provisória ou ato normativo, cujos efeitos prolonguem-se por mais de dois exercícios. A criação ou aumento de despesa de caráter continuado deverá estar acompanhado de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que entrar em vigor, bem como nos dois exercícios subseqüentes, devendo ser demonstrada a origem dos recursos para seu custeio (art. 17, 1º). Importante ressaltar, neste particular, que será considerado aumento de despesa tão-somente aquele decorrente de lei, medida provisória ou ato normativo (obrigatoriedade), que resultem na fixação de obrigação legal de execução para o ente por período superior ao definido dois (2) exercícios (continuidade). Assim, para os fins desta Lei, toda a dilatação verificada no montante de despesa que não tenha sua origem nos atos expressamente destacados, não pode ser absorvida no conceito de despesa obrigatória de caráter continuado. O aumento da despesa demandará, por fim, avaliação que comprove a não afetação das metas de resultados fiscais já definidos no anexo correspondente que acompanha a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Em virtude disso, a elevação marginal de despesa exige a previsão de contrapartida efetiva em termos de: a) aumento permanente de receita; ou b) redução permanente de despesa.
4 A LRF impõe, assim, sérias restrições às despesas não previstas, fazendo com que o Executivo (SISPREM) faça uma proposta orçamentária mais cuidadosa e realista. O ordenador de despesa (Diretor Geral) passa a assumir maior responsabilidade, pois terá de estimar o impacto orçamentário e financeiro de sua ação governamental, declarar que o aumento da despesa tem adequação com a LOA e compatibilidade com o PPA, quando for o caso, e com a LDO, bem como responder por tal afirmação. A respeito do encaminhamento realizado pelo SISPREM, no sentido de que seja analisado, por esta Unidade de Controle Interno, o estudo do Projeto de Lei em questão, pode-se chegar às seguintes conclusões: Estimativa do impacto orçamentário-financeiro: A proposta de inclusão do Adicional de Insalubridade encontra-se acompanhada do cálculo da estimativa do impacto que o aumento da despesa com pessoal causará sobre o orçamento e as finanças do SISPREM. A estimativa foi demonstrada em moeda corrente e realizada no exercício em que tem início o aumento da despesa e nos dois seguintes, atendendo as exigências da LRF; Obtenção da declaração do ordenador de despesa: Esta Unidade de Controle Interno verificou, que junto à documentação encaminhada pelo SISPREM, não consta a declaração do ordenador de despesa, informando que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a LOA e compatibilidade com a LDO e com o PPA; Demonstrativo da origem do recurso para o custeio do aumento da despesa: A demonstração da origem do recurso não foi apresentada junto ao Projeto de Lei; Comprovação de que a despesa criada ou aumentada não afetará as metas de resultado fiscais: O aumento da despesa de caráter continuado não poderá, de acordo com a LRF, alterar as metas de resultado primário e nominal, estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais. Como esses resultados são obtidos entre as receitas e despesas, para que os mesmos não sejam afetados, será necessário que o SISPREM promova, nos anos seguintes, um aumento permanente da receita ou uma redução permanente de outra despesa; O mecanismo de compensação não significa necessariamente aumento de impostos: O administrador poderá, por exemplo, extinguir um órgão ou Cargos em Comissão para financiar essa nova despesa; Crédito Orçamentário: É necessário que o SISPREM verifique e apresente junto com o PL, se a nova despesa está autorizada pelo orçamento ou pelos seus créditos adicionais. MANIFESTA-SE, portanto: a) que esta Controladoria realizou seus estudos subsidiados pelos documentos apresentados pelo SISPREM; b) que o Projeto de Lei deve ser enviado ao Legislativo Municipal, acompanhado, além da documentação encaminhada, da declaração do ordenador de despesa,
5 informando que o aumento tem adequação com a LOA e compatibilidade com o PPA e com a LDO; c) pelo atendimento a todos os requisitos previstos nos artigos 16 e 17, da Lei Complementar N 101/00; d) conforme orientação da Assessoria Administrativa desta UCCI, pela alteração da redação dos Art. 1º e 2º, do Projeto de Lei sob análise. A nova redação deverá, apenas, estabelecer a concessão do Adicional de Insalubridade, conforme o Art. 86, da Lei Municipal nº 2.620/1990, aos servidores de cargos, cujas atribuições estejam caracterizadas e classificadas como insalubres em laudo pericial, realizado por profissional habilitado, conforme estabelece o Ministério do Trabalho. É o parecer. Controle Interno, em Sant Ana do Livramento, 04 de junho de Marcos Luciano de Jesus Peixoto CRC/RS Técnico de Controle Interno Matr Adm. Sandra Helena Curte Reis CRA/RS Técnico de Controle Interno Matr Chefe da UCCI
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