REVISTA ÂMBITO JURÍDICO Quesitos sobre o elemento subjetivo do tipo

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1 REVISTA ÂMBITO JURÍDICO Quesitos sobre o elemento subjetivo do tipo Sumário. 1 Introdução. 2 Quesitação do fato principal. 3 O elemento subjetivo da ação no fato principal. 4 Quesitos sobre as teses da defesa. 5 Do excesso culposo nas excludentes de ilicitude. 6 Prorrogação da competência do Conselho de Sentença. 7 Conclusões 1. Introdução Muito embora o tema relativo à formulação dos quesitos utilizados para os julgamentos no Tribunal do Júri seja bastante complexo e importante, não mereceu do legislador maior atenção. O Código de Processo Penal em vigor dedicou ao assunto apenas um artigo, o de número 484. Diante da grandiosidade do tema e das repercussões que os quesitos provocam no resultado dos julgamentos é forçoso reconhecer que a deficiência legislativa contribui de maneira significativa para o elevado número de anulações, em segundo grau de jurisdição, das decisões proferidas em julgamentos procedidos pelo Tribunal do Júri.1 Como se sabe, os quesitos são perguntas escritas, formuladas sobre o fato criminoso e as circunstâncias essenciais ao julgamento, por meio das quais os jurados decidem a causa.2 Determina o inc. VI do art. 484 do CPP que os quesitos devem ser formulados em proposições simples e bem distintos, de maneira que cada um deles possa ser respondido com suficiente clareza. Com essas orientações, parece que o trabalho de formulação e apresentação dos quesitos ao Conselho de Sentença não apresenta maiores dificuldades. No entanto, não é isso que acontece e os erros de quesitação constituem o principal motivo para a reforma das decisões do Júri. Para melhor entender as dificuldades existentes no atual sistema de julgamento pelo Tribunal do Júri é necessário considerar as premissas que devem orientar a formulação dos quesitos a serem submetidos ao Conselho de Sentença. Em primeiro lugar, cabe perceber que a resposta aos quesitos é a única forma de expressão dos jurados. O jurado somente poderá responder o que lhe for perguntado e a forma como se elabora a pergunta não pode inviabilizar opções de respostas. É claro que as respostas possíveis são apenas sim e não, mas a ausência de uma indagação necessária inviabiliza a plena manifestação do jurado. Como o Tribunal do Júri é composto por jurados leigos, as indagações devem ser formuladas unicamente sobre matéria de fato, não podendo conter expressões ou termos cuja compreensão exija conhecimentos jurídicos. Reconhecidos no caso concreto os elementos fáticos necessários ao acolhimento das teses defendidas pelas partes, caberá ao juiz-presidente determinar as conseqüência jurídicas pertinentes. Essa regra, a primeira vista, não traz maiores dificuldades. Entretanto, como o art. 484 não traz disposição expressa nesse sentido, não raro são formulados quesitos relativos à licitude da conduta do acusado ou sobre a produção culposa do resultado. Também é importante notar que a decisão do Conselho de Sentença não está vinculada à vontade das partes e essa é uma conseqüência natural da soberania dos veredictos. Assim, mesmo tendo o acusador sustentado hipótese de absolvição, poderá o Tribunal do Júri condenar. Diante de uma sustentação que pleiteia condenação por um crime, pode o Tribunal do Júri condenar por outro, mesmo que a defesa não tenha sustentado a desclassificação. Caso contrário, haveria um simulacro de julgamento, onde agentes não legitimados estariam decidindo a lide penal mediante restrições às manifestações que retratam o entendimento dos jurados. Por fim, a quesitação somente deve submeter aos jurados questões de sua competência, ou seja, relativas aos crimes dolosos contra a vida e os que lhe forem conexos. Esta regra está expressa no art. 74 combinado com o art. 81, ambos do Código de Processo Penal. Na prática, as dificuldades da quesitação habitualmente se verificam em três momentos distintos: na redação do quesito feita pelo juizpresidente, que deve ser suficientemente clara e não englobar dois ou mais aspectos importantes em uma mesma indagação; na consideração do prejuízo aos quesitos posteriores, diante das respostas oferecidas aos quesitos anteriores; e, por fim, na compreensão do jurado aos quesitos formulados. Em decorrência do número de acusados, dos crimes cometidos e das teses de defesa apresentadas, a quesitação pode se apresentar muito extensa e a probabilidade de erros na formulação dos quesitos, condução do procedimento, e compreensão das indagações aumenta consideravelmente, transformando a quesitação numa verdadeira usina de nulidades. 2. Quesitação do fato principal Neste contexto, a questão relativa ao desdobramento dos quesitos deve merecer redobrada atenção dos operadores do Direito que militam nos Tribunais do Júri. Na legislação processual em vigor, adotou-se o princípio da complexidade dos quesitos, que propugna necessária à formulação do questionário a ser apresentado aos jurados o seu desdobramento por várias indagações. A complexidade do questionário que reside em seus vários quesitos, na realidade, não significa complexidade do julgamento, já que os quesitos devem ser formulados em proposições simples e bem distintos, de maneira que cada um deles possa ser respondido com suficiente clareza. No entanto, o princípio da simplificação do questionário, que propugna por uma elaboração com o mínimo possível de quesitos, é defendido por alguns doutrinadores. Resta saber, se a simplificação do questionário implica na simplificação do julgamento.

2 Um questionário com multiplicidade de quesitos proporciona maior facilidade para o julgamento justo, na medida em que identifica com mais clareza as diversas teses sustentadas no Plenário, fazendo com que os jurados se manifestem especificamente sobre cada uma delas. A maneira como o juiz-presidente desdobra as idéias em quesitos e a ordem em que os apresenta aos jurados, contudo, tem sido causa de inúmeras nulidades. O art. 484 do CPP, em seu primeiro inciso, dispõe que o primeiro quesito versará sobre o fato principal, de conformidade com o libelo. Por fato principal deve entender-se o fato criminoso3, pois a acusação não se refere aos fatos penalmente irrelevantes, mas apenas a parte principal do fato criminoso, ou seja à figura típica fundamental.4 A seguir, o segundo inciso determina que se entender que alguma circunstância, exposta no libelo, não tem conexão com o fato ou é dele separável, de maneira que este possa existir ou subsistir sem ela, o juiz desdobrará o quesito em tantos quantos forem necessários. Pode-se perceber que o dispositivo legal não foi nada feliz ao esclarecer as hipóteses que autorizam o desdobramento dos quesitos. É evidente que as circunstâncias que não tenham conexão com o fato criminoso não devem ser objeto de quesitação e, nesse caso, o dispositivo mais confunde do que esclarece. Ao se referir à circunstância que é separável do fato principal, de modo que este (fato principal) possa existir ou subsistir sem ela, o dispositivo parece indicar a necessidade do desdobramento quando tratar-se de crime qualificado. Os demais incisos do art. 484, bem como de seu parágrafo único, não se referem às qualificadoras. Embora a redação do dispositivo utilize da expressão circunstância, que significa estar ao redor e não serve para definir o ato que integra como elemento essencial o tipo qualificado, consagrou-se a prática de que às qualificadoras deve corresponder quesitos distintos. Fazendo um quesito para o fato descrito no modelo de comportamento proibido fundamental e outro para cada fato qualificador, o juiz possibilitará ao Conselho de Sentença decidir se o crime foi simples ou qualificado e, na última hipótese, quais qualificadoras devem ser reconhecidas. Embora a questão não seja pacífica5, a doutrina e jurisprudência majoritária entendem que os quesitos relativos às qualificadoras devem ser formulados após os quesitos relativos às teses da defesa.6 O art. 484 não se refere expressamente às qualificadoras e, considerando que o crime qualificado importa em mudança qualitativa do fato-crime, parece mais correto entender que os quesitos desdobrados do fato principal devem tratar das qualificadoras. Note-se que existem qualificadoras no homicídio que dizem respeito ao meio de execução do fato principal, como o emprego de fogo, asfixia ou explosivo. Destarte, não é possível desconsiderar que a qualificadora diz respeito ao próprio fato principal. Por outro lado, importa notar que o inc. IV do art. 484 do CPP não se refere às qualificadoras, mas sim às circunstâncias que determinam aumento de pena. A causa de aumento de pena não pode ser confundida com a qualificadora. Na causa de aumento, o fato-crime é o mesmo e a circunstância determina modificação da pena a ser aplicada, que ocorre no terceiro momento da dosimetria da reprimenda (art. 68 do Código Penal). Na hipótese de crime qualificado, a essência do fato-crime é outra e, por isso, outra é a cominação de pena que irá circunscrever a possibilidade de definição da pena-base. O desdobramento em quesitos do fato principal é comumente utilizado para estabelecer o nexo de causalidade existente entre a conduta e o resultado.7 Dessa forma, convencionou-se identificar o primeiro quesito como sendo o relativo a autoria e materialidade, e, na hipótese de homicídio, a pergunta diria respeito ao fato de ser o acusado o autor dos golpes que lesionaram a vítima. Em um segundo quesito, é indagado aos jurados se as lesões produzidas foram a causa de sua morte. É o quesito relativo ao nexo causal ou à letalidade das lesões.8 Certamente, reconhecido o primeiro fato e não reconhecido o segundo, o Conselho de Sentença terá decidido no sentido de que causa superveniente, por si só, determinou o resultado. Para que o agente responda por tentativa, nos moldes do art. 13, 1º, do Código Penal, é necessário reconhecer no autor a intenção de matar a vítima. Esta sistemática de desdobramento não está prevista no art. 484 do CPP, pois, a caracterização do crime de homicídio pressupõe uma unidade que engloba tanto a ação como o resultado, sendo que ambos estão ligados pelo nexo de causalidade. Não poderão subsistir isoladamente como fatos puníveis, mas deverão ser indagados em quesitos distintos. A solução encontrada não encontra previsão legal, mas o desdobramento dos quesitos atende ao fim prático de não cercear a decisão dos jurados. 3. O elemento subjetivo da ação no fato principal Não cercear a manifestação dos jurados é preocupação importante, vez que o quesito é o único meio pelo qual o Conselho de Sentença expressa seu entendimento. Assim, o juiz-presidente não pode inviabilizar as opções dos jurados quanto ao exame da causa que lhe é submetida. Entretanto, este é um cuidado que não tem sido adequadamente observado. Nesse sentido, importa perceber a necessidade de se fazer quesitos especialmente voltados ao o exame do elemento subjetivo do autor.9 Mesmo não tendo a defesa levantado tese de produção culposa do resultado, os jurados podem entender, e são livres para tanto, que o agente não obrou com dolo. Não se trata de formular quesitos sobre a caracterização da culpa stricto sensu, que ordinariamente não é matéria da competência do Conselho de Sentença, mas em quesitos distintos dos que indagam sobre o movimento corpóreo e a produção do resultado, perquirir sobre o animus necandi, no homicídio. Formulado após os quesitos relativos a autoria/materialidade e a letalidade, os quesitos sobre o elemento subjetivo possibilitarão ao Conselho de Sentença manifestar-se por desclassificação até mesmo não pleiteada nos debates. Se o Conselho de Sentença reconhecer que o acusado produziu

3 as lesões corporais que causaram a morte da vítima sem a intenção de produzir esse resultado e sem assumir o risco de produzi-lo, o julgamento deverá ser transferido ao juiz-presidente que julgará se o fato caracteriza uma lesão corporal seguida de morte, havendo o necessário dolo de lesão; um homicídio culposo ou mesmo um fato penalmente irrelevante, diante da ausência de qualquer dos requisitos do fato culposo, como a previsibilidade do agente, por exemplo. No caso de tentativa os modelos de quesitos estimulam o acerto dos operadores do Direito, uma vez que tem - se sugerido para ser apresentado logo após o quesito referente letalidade da conduta um quesito formulado do seguinte modo: assim agindo, iniciou a execução de crime de homicídio somente não consumado por circunstâncias alheias à sua vontade?.10 Tal estímulo é insuficiente para garantir a plenitude da manifestação dos jurados. É verdade que o fato da indagação envolver duas questões importantes não traz prejuízos à manifestação dos jurados, pois no quesito anterior já se indagou sobre o nexo de causalidade entre a ação e o resultado. Este quesito parece servir para apurar o elemento subjetivo do agente. No entanto, tal formulação revela pecados graves que não podem passar despercebido. Inicialmente, cabe notar que indagar ao jurado se o réu deu início a um crime de homicídio significa que o juiz leigo estará decidindo sobre uma questão de Direito. Homicídio é conceito técnico que não deve ser apreciado pelo jurado. O correto é indagar se o réu agiu com a intenção de matar a vítima. Mas, ainda existe outra impropriedade. A apuração sobre o elemento subjetivo não pode se realizar num único quesito. É que, segundo a legislação repressiva nacional, dolo é querer produzir o resultado ou assumir o risco de que tal resultado se produza. Assim, devem ser formulados dois quesitos: o primeiro indagando se o réu tinha a intenção de matar a vítima e o segundo indagando se o réu assumiu o risco de matar a vítima. Reunir as duas questões em quesito único é igualmente impróprio, pois é possível que as respostas sim ou não que venham a formar a maioria necessária ao deslinde da questão pode se formar em atenção a perguntas diferentes. No caso de consumação, a situação é muito pior: os modelos de questionário sugerem para o fato principal quesitar somente se o réu foi o autor das lesões corporais e se tais lesões foram a causa da morte. Ora, um questionário que não apresente quesitos específicos sobre o elemento subjetivo do agente acaba por presumir sua intenção. Se qualquer jurado entender que o réu foi o autor das lesões que causaram a morte da vítima, mas que sua conduta não foi dolosa, não terá como manifestar tal entendimento. Por outro lado, vale notar que não é correto formular quesitos sobre a produção culposa do resultado. Como o Tribunal do Júri é competente apenas para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida e os que lhe são conexos, a indagação deve restringir-se a existência do dolo.11 Não havendo o elemento subjetivo caracterizador da competência do Tribunal Popular, conforme o art. 492, 2º, do CPP, ao juiz de Direito caberá a análise do fato à luz dos critérios jurídicos estabelecidos para o julgamento monocrático.12 Assim, não reconhecido o dolo na conduta do agente, ao juiz caberá julgar o fato e decidir se os critérios necessários à caracterização do crime culposo se apresentam. Indagar dos jurados sobre a produção culposa do resultado significa invadir competência privativa do juiz-presidente e possibilitar a ocorrência de julgamento injusto. Como única exceção, tem-se as hipóteses de conexão ou continência com um crime doloso contra a vida. Nos termos do art. 81 do Código de Processo Penal, julgado um crime doloso contra a vida (com a procedência ou improcedência da acusação) é possível ao Conselho de Sentença julgar crimes culposos conexos ao doloso. Considerando que os quesitos sobre o fato principal devem ser formulados de conformidade com o libelo (art. 484, I, do CPP), é conveniente que o quesito sobre o elemento subjetivo da conduta seja articulado já na oportunidade do libelo. 4. Quesitos sobre as teses da defesa Após quesitar sobre o fato principal e seus desdobramentos, o julgador deve formular quesitos relativos às teses defensivas. Conforme o art. 484, III, do CPP, se o réu apresentar, na sua defesa, ou alegar, nos debates, qualquer fato ou circunstância que por lei isente de pena ou exclua o crime, ou o desclassifique, o juiz formulará os quesitos correspondentes, imediatamente depois dos relativos ao fato principal, inclusive os relativos ao excesso doloso ou culposo quando reconhecida qualquer excludente de ilicitude. A análise de cada tese defensiva através do desdobramento do questionário em vários quesitos poderá torná-lo muito extenso, já que é possível a apresentação de várias teses defensivas, até mesmo conflitantes.13 No entanto, o questionário constituirá um guia preciso ao trabalho do jurado, uma vez que estabelece os requisitos fáticos a serem observados para o reconhecimento de cada uma das teses apresentadas. Também é importante notar que a indagação distinta sobre cada tese permite perceber a posição do grupo em relação a cada uma das argumentações. O questionário, efetivamente, poderá alcançar uma dimensão que aumente a possibilidade de erros, já que, conforme o inc. V, do art. 484 do CPP, se forem dois ou mais réus, o juiz formulará tantas séries de quesitos quantos forem eles. Também serão formuladas séries distintas, quando diversos os pontos de acusação. Na hipótese de vários réus, a separação dos quesitos relativos às suas condutas possibilita aos jurados a opção da condenação de um e absolvição de outro. No que diz respeito ao concurso de crimes, de mesma forma, a quesitação distinta possibilita ao Conselho de Sentença se manifestar no

4 sentido da condenação em relação a um crime e absolvição em relação aos demais. Conforme Frederico Marquesé de praxe desdobrarem-se os quesitos sobre a legitima defesa, o estado de necessidade e o erro de fato, embora, a rigor, prescindível fosse tal desdobramento.14 Diante da imprecisão da norma jurídica relativa ao desdobramento dos quesitos, a I Conferência dos Desembargadores, realizada no Rio de Janeiro, em julho de 1943, em sua conclusão XXXV, aprovada por unanimidade, sugeriu aos juizes de Direito que a legitima defesa deve ser submetida ao Júri desdobrada em quesitos contendo os seus elementos constitutivos, inclusive um quesito relativo ao excesso culposo.15 Seguindo essa linha de raciocínio, a Lei n , de 16 de outubro de 1995, alterou o inc. III do art. 484 do Código de Processo Penal acrescentando expressa previsão para a quesitação do excesso doloso ou culposo quando reconhecida qualquer excludente de ilicitude. Entretanto, fica a dúvida: como quesitar sobre o excesso culposo se o Conselho de Sentença ordinariamente não possui competência para julgar crimes culposos? 5. Do excesso culposo nas excludentes de ilicitude Não é correto o entendimento de que o excesso culposo nas excludentes de ilicitude caracterize um crime doloso, sendo apenado como se fosse culposo por motivos de política criminal.16 Na verdade, quando o agente excede os limites da justificação por erro plenamente justificado pelas circunstâncias supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Nesse caso, verifica-se especial modalidade de erro de tipo que, conforme o art. 20, e seu 1º, do Código Penal, exclui o dolo mas permite o reconhecimento da culpa strictu sensu, em sendo o erro vencível e o fato tipificado como crime culposo. Certamente, a lei não considerou de mesma forma a intenção de quem age motivado pela necessidade de defesa com a intenção de quem pretende ilicitamente atacar o bem jurídico. Na legislação nacional, apenas essa última intenção recebeu a qualificação de dolo. Não se pode esquecer que a finalidade da ação não se confunde como o dolo. A vontade finalista que orienta a ação é verificada no sentido natural, sem a necessária incidência da valoração jurídica. O dolo, por sua vez, é conceito jurídico relacionado com o tipo legal, e retrata valoração do legislador sobre a vontade natural. Neste sentido, perceba-se que, nos crimes dolosos, a vontade da ação fundamenta o dolo do tipo, mas não é correto identificar o dolo com a vontade, pois, quando o autor age em erro de tipo, apresenta-se a vontade na ação mas não o dolo.17 O dolo é conceito que possui o conteúdo que o legislador quiser lhe emprestar. No caso brasileiro, o legislador entendeu por valorar mais severamente e reconhecer o dolo quando agente quer produzir o resultado ou assume o risco de produzi-lo. Poderia ter identificado o dolo apenas na situação de querer produzir o resultado, reservando à hipótese da assunção do risco de produzi-lo o título da culpa. Poderia, mas não o fez. A definição do conteúdo dos conceitos normativos envolve, evidentemente, uma opção política. Não se pode negar, dolo é o que o legislador disser que seja. Se a prova fizer reconhecer que o agente produziu o resultado morte em situação de excesso não intencional de legitima defesa, por exemplo, a condenação dirá respeito ao crime de homicídio culposo. Considerando que o art. 74, 1º, do Código de Processo Penal, dispõe que o Tribunal do Júri não é competente para o julgamento do homicídio culposo, a indagação sobre o elemento subjetivo do excesso também deve restringir-se a existência da intenção de matar ou de assumir o risco de causar a morte.18 Não havendo o elemento subjetivo caracterizador da competência do Tribunal Popular, conforme o art. 492, 2º, do CPP, ao juiz de Direito caberá a análise do fato à luz dos critérios jurídicos estabelecidos para o julgamento monocrático. Não reconhecido o dolo na conduta do agente, ao juiz caberá julgar o fato e decidir se os critérios necessários à caracterização do crime culposo se apresentam. Indagar dos jurados sobre a produção culposa do resultado significa invadir competência privativa do juiz-presidente, salvo no caso de crimes conexos a um crime doloso contra a vida. Afinal, nos termos do art. 81 do Código de Processo Penal, julgado um crime doloso contra a vida é possível ao Conselho de Sentença julgar crimes culposos conexos ao doloso. 6. Prorrogação da competência do conselho de sentença A previsão do art. 74, 1º, do CPP, que define a competência do Tribunal do Júri pela natureza da infração não exclui na apreciação de outros crimes. É que a competência do Tribunal do Júri pode ser prorrogada, nos casos de conexão ou continência, segundo a regra do art. 81 do CPP. A prorrogação da competência do Conselho de Sentença para julgamento dos crimes conexos ao doloso contra a vida é pacífica quando a imputação desse crime é considerada procedente ou improcedente. Em ambos os casos, o Conselho de Sentença apreciou o mérito de imputação relativa ao crime de sua competência privativa e, portanto, tem sua competência prorrogada para julgar os crimes conexos. No entanto, quando trata-se de apenas um crime doloso contra a vida e o Conselho de Sentença entender por desclassificá-lo para crime da competência do juiz singular, surge importante divergência doutrinária. Os festejados profs. Tourinho Filho19 e Damásio de Jesus20 sustentam que mesmo diante da desclassificação do crime que provocou a atração dos demais para julgamento pelo Tribunal do Júri, o Conselho de Sentença tem sua competência prorrogada para julgar os demais crimes. Entendem os professores paulistas que a regra do art. 81 é específica para os casos de conexão ou continência, sendo que o disposto no art. 492, 2º, somente tem aplicação no julgamento de fato único. José Frederico Marques, por sua vez, entende que o art. 81 do CPP não se aplica ao julgamento pelo Tribunal do Júri e o caso é regulado pela regra do art. 492, 2º. Desse modo, ao juiz-presidente caberá o julgamento do crime desclassificado e também dos crimes conexos.21 Esta também é a

5 interpretação que Júlio Mirabete confere à questão.22 Posição singular é defendida por Walter P. Acosta, que confere outra interpretação aos arts. 81 e 492 do CPP. Segundo esse autor, o juiz-presidente deve julgar o crime desclassificado e os jurados os crimes conexos.23 Sobre o tema, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal já se manifestou tanto no sentido da aplicação da regra do art. 81 (RT 467/452 e RTJ 67/828) quanto pela aplicação da regra do art. 492, 2º, do CPP (RTJ 101/997 e 102/599). Esta divergência doutrinária, contudo, não é o alvo das atenções deste trabalho. O que ora se pretende ressaltar é que a possibilidade de quesitação quanto ao elemento subjetivo culposo está sempre condicionada à prorrogação da competência do Conselho de Sentença. Somente entendendo que ocorre prorrogação de competência pode-se admitir quesito sobre o excesso culposo. Conclusões De tudo o que foi exposto, pretende-se extrair as seguintes conclusões: 1. No julgamento pelo Tribunal do Júri, é necessário formular quesitos específicos sobre o elemento subjetivo da ação, para que o Conselho de Sentença possa manifestar livremente seu entendimento sobre os fatos que lhe são apresentados, independentemente das colocações feitas nos debates. 2. Os quesitos relativos ao elemento subjetivo, quando do julgamento de fato único, somente devem indagar sobre a existência de intenção compatível com o conceito de dolo. Não reconhecida a existência de dolo, o julgamento é transferido ao juiz-presidente. 3. Para apurar o dolo é necessário formular dois quesitos: um sobre a vontade de produzir o resultado morte e outro sobre a assunção do risco de produzi-lo. 4. Somente é possível submeter ao conselho de sentença quesito sobre a produção culposa do resultado no caso de prorrogação de competência, face à conexão ou continência com crime doloso contra a vida. 5. A formulação de quesitos sobre o excesso culposo, nas excludentes de ilicitude, somente poderá ser apresentada ao Conselho de Sentença para julgamento no caso de prorrogação de competência, face à conexão ou continência com crime doloso contra a vida. Bibliografia ACOSTA, Walter P. O Processo Penal. Rio de Janeiro: Ed. do Autor, ESPÍNOLA FILHO, Eduardo. Código de Processo Penal brasileiro Anotado. Rio de Janeiro: Borsoi, FRANCO, Ari Azevedo. Código de Processo Penal. Rio de Janeiro: Ed. A Noite, v. II, 4 ed., s/d. JESUS, Damásio Evangelista de. Código de Processo Penal anotado. São Paulo: Saraiva, MARQUES, José Frederico. Elementos de Direito Processual Penal. Rio de Janeiro: Forense, vs. I e III, MIRABETE, Júlio Fabbrini. Processo Penal. São Paulo: Atlas, Código de Processo Penal interpretado. São Paulo: Atlas, NOGUEIRA, Paulo Lúcio. Curso completo de Processo Penal. São Paulo: Saraiva, NORONHA, Edgard Magalhães. Curso de Direito Processo Penal. São Paulo: Saraiva, PORTO, Hermínio A. M. Júri. Procedimento e aspectos do julgamento. Questionário. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1990.

6 TAVARES, Juarez. Teorias do delito. São Paulo: Revista dos Tribunais, TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. São Paulo: Saraiva, v. 3 e 4, TUBENCHLAK, James. Tribunal do Júri - contradições e soluções. São Paulo: Saraiva, Notas 1. TUBENCHLAK, James. Tribunal do Júri - contradições e soluções. São Paulo: Saraiva, 1994, p FRANCO, Ari Azevedo. Código de Processo Penal. Rio de Janeiro: Ed. A Noite, v. II, 4 ed., p MARQUES, José Frederico. Elementos de Direito Processual Penal. Rio de Janeiro: Forense, v. III, 1962, p PORTO, Hermínio A. M. Júri. Procedimento e aspectos do julgamento. Questionário. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1990, p NORONHA, Edgard Magalhães. Curso de Direito Processo Penal. São Paulo: Saraiva, 1979, p Nesse sentido: TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. São Paulo: Saraiva, v. 1990, p. 80; MIRABETE, Júlio Fabbrini. Processo Penal. São Paulo: Atlas, 1992, p. 506; PORTO, Hermínio A. M. Op. cit. p. 174; MARQUES, José Frederico.Op. cit. p. 245 e TUBENCHLAK, James. Op. cit. p TUBENCHLAK, James. Op. cit. p Considerando que todos os crimes dolosos contra a vida são materiais, Tubenchlak afirma a inviabilidade de quesito único para a análise do fato principal. 8. NOGUEIRA, Paulo Lúcio. Curso completo de Processo Penal. São Paulo: Saraiva, 1991, p. 319; e PORTO, Hermínio A. M. Op. cit. p MARQUES, José Frederico. Op. cit. p Embora o autor filie-se ao entendimento de Firminio Whitaker, segundo o qual a lei reuniu em um só quesito o fato e a intenção, reconhece a divergência doutrinária levantada por Moraes Melo Júnior, já em obra de PORTO, Hermínio A. M. Op. cit. p No mesmo sentido: MIRABETE, Júlio Fabbrini. Op. cit. p TUBENCHLAK, James. Op. cit. p Embora o autor entenda impossível formular quesito sobre a produção culposa do resultado, admite a formulação de quesito sobre o excesso culposo. Tal posicionamento não parece ser o mais correto. Reconhecido o excesso culposo, o Tribunal do Júri condena por crime culposo, o que não é matéria de sua competência. 12. Nesse sentido: O STJ, por sua 6ª Turma, decidiu que desclassificação pelo Tribunal do Júri, o homicídio, mas atribuída outra classificação de competência do juiz singular, ao juiz-presidente do mesmo Tribunal do Júri é afeta a proferição da sentença adequada ao novo tipo penal. DJU 30/11/92, p TUBENCHLAK, James. Op. Cit., p Esclarece o autor que, diante da apresentação de teses conflitante, o que não poderá ocorrer é a resposta conflitante dos jurados. 14. MARQUES, José Frederico. Op. cit. p ESPÍNOLA FILHO, Eduardo. Código de Processo Penal brasileiro anotado. Rio de Janeiro: Borsoi, 1965, v. 9, p Nesse sentido: PORTO, Hermínio A. M. Op. cit. p e TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Op. cit. p TAVARES, Juarez. Teorias do Delito. São Paulo: Rev. Tribunais, 1980, p Em sentido contrário: TUBENCHLAK, James. Op. Cit., p Sem qualquer restrição, o autor admite a formulação de quesito sobre o excesso culposo.

7 19. TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Op. cit., p JESUS, Damásio Evangelista de. Código de Processo Penal anotado. São Paulo: Saraiva, 1989, p. 92. Este autor indica a existência de jurisprudência do Supremo Tribunal nesse sentido: RTJ 67/ MARQUES, José Frederico. Op. cit., v. I, p MIRABETE, Júlio Fabbrini. Código de Processo Penal interpretado. São Paulo: Atlas, 1997, p ACOSTA, Walter P.O Processo Penal. Rio de Janeiro: Ed. do Autor, 1957, p. 60/61.

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