UMA ANÁLISE DA PRIMEIRA VIA DE TOMÁS DE AQUINO SOB O OLHAR DE ANTHONY KENNY

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1 UMA ANÁLISE DA PRIMEIRA VIA DE TOMÁS DE AQUINO SOB O OLHAR DE ANTHONY KENNY doi: /XIIjeam2013.ezidio16 EZÍDIO, Camila 1 Introdução O presente trabalho é parte de uma futura dissertação de mestrado que tem como temática abordar uma discussão do período medieval, a saber, a existência de Deus em Tomás de Aquino. Para isso foi escolhida a primeira das cinco vias que o filósofo nos apresenta em suas obras a fim de demonstrar que Deus é. Assim, o presente texto tem o objetivo de abordar a primeira via sob o olhar de Anthony Kenny, levando em consideração uma de suas obras intitulada The Five Ways: St. Thomas Aquinas Proofs of God s Existence. Anthony Kenny, filósofo inglês é referência nos estudos Tomistas, pois ele nos apresenta uma visão analítica da filosofia de Tomás, bem diferente daquela do Tomismo tradicional. Kenny é defensor de que as cinco vias são um projeto puramente filosófico, ao qual ele vai apresentar diversas objeções que serão explicitadas durante este texto. A primeira via que demonstra a existência de Deus é descrita por Tomás como sendo a mais clara e manifesta (Suma Teológica I, q.2, a.3), isso porque tem como princípio aquilo que nossos sentidos têm acesso, no caso o movimento. É fato que tudo no mundo de alguma maneira está em movimento e segundo Tomás, tudo o que se move é movido por algo a mais. As coisas são movidas, pois estão em potência para isso, enquanto aquilo que move está em ato. Isso se deve ao fato de que mover nada mais é, portanto, do que levar algo da potência ao ato. 2 Mas, nada que é potência pode ser levado a ato se aquilo que leva já não está em ato, digamos que o efeito não pode ser maior que a causa, pois em uma hierarquia o ato é anterior à potência, na medida em que aquilo que é em ato já é alguma coisa e aquilo que está em potência, tem a possibilidade de vir a ser algo. 1 Mestranda em Filosofia. 2 Suma Teológica I, q. 2, a.3, pág

2 Vamos a um exemplo para que tudo fique mais claro, algo que é atualmente quente, o fogo, torna aquilo que é potencialmente quente, dito morno, em algo quente, o fogo então move, alterando o estado da coisa em potência. De forma que não há maneira de algo ser ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto ato e potência, atualmente quente e potencialmente quente, a coisa pode até ser potencialmente fria, ou seja, ter uma potência diferente daquilo que ela é em ato em dado momento. Além disso, aquilo que está em movimento (de se tornar quente) deve ser movido por algo além de si; é impossível que algo seja motor e movido ao mesmo tempo; de maneira que todas as coisas que estão em movimento precisam de outra e assim construímos uma linha de motores e movidos. No entanto, isso não pode prosseguir ao infinito, na medida em que se não tivermos um primeiro motor o qual move os outros, os segundos motores não serão movidos, já que não tem o movimento atrelado a si mesmo; é como um pedaço de madeira que somente se move, porque é movido por uma mão, essa mão primeira é chamada de Deus por Tomás. De que tipo de movimento Tomás está falando na Primeira Via? Segundo Anthony Kenny a palavra em latim que é princípio da primeira via é o termo motus que por sua vez é trazido para o inglês como motion e em português tem a tradução movimento. Todavia, motus tem um significado mais abrangente do que os termos de sua tradução; O termo mudança talvez designe melhor aquilo que Tomás quis expressar ao usar motus. Partindo de Aristóteles (Física V, 226a, 25) há três tipos de motus, são eles: a mudança de qualidade, quando há uma alteração na substância da coisa, por exemplo, quando um corpo quente torna-se frio; mudança de quantidade, que é representada pelo aumento e diminuição em relação ao tamanho; e mudança de lugar que é chamada por Tomás de movimento local e que simboliza melhor a tradução de motus por motion e movimento. Apesar do sentido de motus ser mais abrangente que o de motion (movimento) ainda assim não é tão amplo quanto o sentido de mudança. A mudança de algo aparece quando notamos que alguma proposição muda do falso para o verdadeiro ou do verdadeiro para o falso; para melhor entender Kenny nos dá o seguinte exemplo: the assassination of Caesar, Anselm s an ontological argument, and Adam s being outgrown by Cain are all changes; because with the events in question the following propositions 2

3 ceased to be falsed and became true. 3 Nenhuma dessas mudanças ditas podem ser atreladas ao sentido da palavra motus, pois a morte de Cesar não foi uma mudança em sua substância, mas uma destruição, o que seria designado pela palavra mutatio. A invenção de Anselmo foi uma mudança em um sentido mental que não é próprio da palavra motus. O fato de Caim ter superado Adão foi uma mudança na relação entre ambos, não houve mudança em um sentido físico (motus). É Certo para nossos sentidos que as coisas no mundo estão em movimento? Há uma disputa entre os comentadores escolásticos se Tomás ao falar de movimento tinha em mente algo que se situa no plano físico ou metafísico. Na Suma Contra os Gentios Tomás diz é evidente aos sentidos que algo se move, como, por exemplo, o sol 4, este é um exemplo do movimento físico de mudança de um local para outro, entretanto Tomás não está pensando só em movimento local na primeira via, pois na Suma Teológica I (q.2, a.3), ele dá o exemplo do aquecimento do fogo que altera a substância da madeira. Porém, ainda assim ambos os exemplos estão dentro do movimento que é descrito no livro da Física de Aristóteles. O que poderia então ser dito para afirmar que o argumento de Tomás não parte do movimento físico, mas metafísico? Poderia ser dito que Tomás não está pensando somente na mudança local ou das qualidades sensíveis, mas também na mudança chamada pelos escolásticos de motus metaphysici que tem como exemplo o ato de pensar. No entanto, pensar é algo realizado unicamente por seres racionais, além disso, é um movimento em sentido estrito, isso porque um homem pode pensar em si mesmo, o que tornaria falsa a premissa que integra a primeira via e que diz que nada pode mover-se por si mesmo. Poderíamos entender a primeira via sendo unicamente como metafísica, caso o fenômeno que nela é descrito, a saber, a passagem de potência a ato fosse analisado sob um olhar estritamente metafísico; o que não podemos aceitar, pois os exemplos que Tomás dá para descrever o conceito de movimento não são metafísicos, são exemplos físicos, sensíveis. 3 "O assassinato de César, o argumento ontológico de Anselmo, Adão ser superado por Cain são todas mudanças; pois com os eventos em questão as seguintes proposições deixaram de ser falsas e tornaram-se verdadeiras. KENNY, Anthony. The Five Ways: St. Thomas Aquinas Proofs of God s Existence. Cap. 2, pág Suma Contra os Gentios I, cap. XIII, pág

4 Para que entendamos melhor a questão Kenny analisa duas proposições chaves que são postas por Tomás na Suma Contra os Gentios I a primeira delas tudo aquilo que se move é movido por outro 5 e na série de moventes e movidos não se pode proceder indefinidamente 6. A primeira afirmação não parece clara, pois Kenny nos interroga em seu texto se aquilo que está agora em movimento está sendo movido por outro? Ou aquilo que está em movimento, em certo tempo ou em outro, tem sido movido por algo? Para entendermos melhor tomemos o exemplo das bolas de bilhar, uma bola de bilhar será movida quando outra bola a tocar, mas este movimento pode não ocorrer simultaneamente, (no agora), isso pode ser dar em um tempo ou em outro. Todavia, não é esse movimento que Tomás emprega na primeira via, pois todo corpo que move e que é movido, enquanto produz movimento é simultaneamente movido. 7 Porém, esta afirmação nos traz implicações claras; primeiro, há coisas no mundo que parecem não necessitar de algo que as mova: a maça caindo da árvore, o cachorro correndo pela casa; segundo, se consideramos que é movido significa o mesmo que está sendo movido há coisas no mundo que estão em repouso, de forma que o primeiro motor não seria algo necessariamente imóvel durante toda a sua eternidade. Mas se assim fosse o motor imóvel da primeira via não seria descrito como Deus e sim considerado como uma bola de bilhar parada. Para essas questões Tomás vai até Aristóteles no livro da Física VIII e busca um auxílio dividindo o movimento em por si e por acidente. Aquilo que está localizado em outro é considerado como movimento por acidente, por exemplo, um homem dormindo em uma viagem de barco; por acidente também são aquelas coisas as quais uma de suas partes estão em movimento, como quando um homem acena com a mão. Movimento por si é aquele que não é por acidente. Parece muito claro falar de movimento por acidente no exemplo dado acima, mas e se estivéssemos falando do nosso corpo, não como uma parte, mas como um todo? Seu movimento seria por si ou por acidente? Segundo Aristóteles (Física VIII, 254b, 20) os animais movem a si mesmos e por isso ele conclui que tudo em movimento é movido por alguma coisa, mas não como Tomás que diz que tudo em movimento é movido por algo a mais. Tomás não concorda com Aristóteles na questão de que os animais movem se por si mesmos; ele concorda que os animais estão no movimento 5 Suma Contra os Gentios I, cap. XIII, pág Suma Contra os Gentios I, cap. XIII, pág Suma Contra os Gentios I, cap. XIII, pág

5 de si mesmos, pois estão sendo movidos a partir de suas almas. Aristóteles não faz menção alguma à alma na Física neste sentido e diz que todos os animais movem a si mesmos e que seu corpo pode mover-se naturalmente ou por violência. Para Aristóteles há nos animais algo que é movido e algo que move, já que tudo que se move tem partes (Física VIII, 234b, 10), todavia não fica claro qual a parte que move e qual é movida, seria uma parte da alma, do corpo ou do coração? Para Tomás o movimento dos animais advém da alma, mesmo que este seja o movimento de crescimento, ou de qualquer tipo, ele é por si, na medida em que é só a alma que move o corpo e não o contrário, nenhuma parte do corpo move a alma. Todavia, se paramos aqui em nossa análise acerca das considerações de Tomás, ainda não temos Deus como causa do movimento como conclui a primeira via. Movimento por si é ainda dividido por Aristóteles em movimento natural e violento, além dos animais, a queda dos corpos celestes e o aumento das substâncias voláteis são exemplo do movimento natural. Um exemplo clássico do movimento violento é o lançamento de um corpo projétil. É óbvio percebermos no lançamento de algo, como uma pedra ou uma bola, que as mesmas foram movidas por outro corpo; todavia o que não é claro é que em todo tempo do movimento do corpo ele está sendo movido por outro. Traduzindo a termos Aristotélicos é fácil reconhecer a causa primeira do movimento, mas não parece ser óbvio que essa seja também a causa eficiente; Todavia, Aristóteles na Física, diz que o atirador ao lançar algo não transmite movimento somente a aquilo que lança, mas também ao meio, ou seja, ao ar (Física VIII, 266b, 27). Tomás no Comentário a Física de Aristóteles, aceita a visão de seu antecessor e rejeita a de contemporâneos que sugerem que o lançador dos projéteis não imprime movimento ao meio que os circunda, mas aos próprios projéteis. Assim temos que o projétil é lançado e assim movido pelo ar, o ar não está em movimento, não precisa de nenhum outro motor. Caímos então no seguinte fato, asseguramos que os corpos seriam movidos por outro, todavia este outro não necessariamente seria Deus, como afirma Tomás. Para Aristóteles o movimento dos corpos inanimados é um exemplo da necessidade de um motor, é óbvio que a pedra que cai necessita de algo que a mova, no entanto não é óbvia a ação do motor enquanto ela cai. Mas, é claro que não podemos dizer que ela movese por si mesma, se assim fosse ela cessaria seu movimento, mover-se-ia para qualquer direção e isso somente as coisas animadas podem fazer. Segundo Aristóteles há dois modos nos quais os corpos leves e pesados necessitam de um agente; primeiro enquanto 5

6 subir ou cair é de sua natureza, eles devem este movimento a aquilo que os criou; segundo em relação a aquelas coisas que necessitam de dois motores, por exemplo, o fogo esquenta a água, isso é um primeiro movimento, que faz com que água se torne vapor, todavia este vapor é impedido por uma tampa, sendo necessário um segundo motor para remover o obstáculo; o vapor então se origina de dois motores. Estes exemplos não refutam o princípio de que tudo o que é movido é movido por outro, desde que a ação dos agentes seja mais ou menos simultânea com os efeitos. Tomás quando fala dos corpos pesados ou leves, movidos através de seus geradores ou através de obstáculos removidos, diz que eles estão sendo ou tem sido movidos. Parece que o problema que a primeira via tenta solucionar não é o de explicar porque um corpo pesado cai isso foi dado à natureza do corpo pelo seu criador; o problema em questão é explicitar a tendência dos corpos de estarem em movimento. Segundo Tomás a potencialidade das criaturas precisa ser atualizada pela ação imediata do criador; mas então surge a questão: se as coisas não podem ser movidas por si mesmas, porque elas simplesmente não podem estar em movimento, sem estar sendo movidas por alguma coisa ou por si mesmas? O argumento necessariamente necessita da conclusão de que as coisas precisam ser movidas por outra? Segundo Kenny os dois argumentos contra o movimento por si mesmo são falaciosos. O primeiro argumento versa sobre a redução ao infinito; um objeto que se move por si mesmo tem partes que devem estar em movimento como um todo e não somente uma de suas partes, originando assim seu próprio movimento; mas isso é impossível, pois se alguma parte do corpo estiver em descanso, segue-se que todo o corpo estará em descanso; para que todo corpo esteja em descanso, ele necessita do descanso de suas partes, assim também se o corpo começa a mover-se são suas partes que se movem fazendo com que o movimento não seja por si próprio como um todo. Este argumento segundo Kenny tem dois erros, primeiro ele se equivoca na noção da dependência lógica e casual, segundo Ross em seu comentário a Física de Aristóteles the motion of the whole logically implies the motion of the part, but is not necessarily causally dependent on it 8, ou seja, o movimento do todo implica o movimento da parte, porém o contrário não se sucede. Outro erro é o equívoco que ocorre nas noções de condição necessária e condição suficiente. As partes estando em repouso é uma condição suficiente para que o todo esteja em repouso e isso se da porque o movimento das partes é uma condição necessária para que o todo se 8 "O movimento do todo implica logicamente o movimento da parte, mas não é dependente causal necessariamente dele. ROSS, W.D. Aristotle s Physics, Oxford, Claredon Press, 1936, pág

7 movimente, mas não que isso seja uma condição suficiente. O argumento não consegue mostrar que não pode haver um corpo que inicie seu movimento sem uma causa externa. O segundo argumento de Tomás para dizer que nada pode mover-se a si mesmo é baseado nas noções de ato e potência, sendo potência aquilo que tem a possibilidade de vir a ser algo diferente daquilo que é em ato, por exemplo, uma semente que tem a potência de ser uma árvore em ato. O movimento é essa passagem de potência para ato. Citando Tomás temos (primeira premissa) nenhuma coisa está simultaneamente e sob o mesmo aspecto em ato e potência. Porém, (segunda premissa) tudo aquilo que é movido, enquanto se move, está potência, porque o movimento é ato daquilo que existe em potência enquanto está em potência. (terceira premissa) Tudo aquilo que se move está em ato enquanto é movente, pois nada age senão enquanto está em ato 9. Segundo Kenny, Tomás na primeira premissa está correto, pois nada pode ser uma coisa e outra ao mesmo tempo, uma semente não pode ser semente e árvore ao mesmo tempo, todavia ao ser árvore em ato ela pode ser uma árvore mais ou menos alta, ela pode ser árvore em ato e ter potência para crescer mais, a altura é um predicado que admite degraus, o que não é o caso do ser semente. A segunda premissa considerada por Tomás também é verdadeira, na medida em que uma coisa em movimento sempre terá atrelada a si a potência de tornar-se algo diferente daquilo que é; a potência faz parte de alguma maneira do movimento em si. Por exemplo, eu enquanto mestranda tenho a potência de me tornar mestre e quando mestre a potência de me tornar doutoranda. A terceira premissa é o problema, pois segundo Tomás só aquilo que está em ato pode levar algo de potência a ato, todavia vamos dar um exemplo que torna clara a dificuldade do argumento, algo quente pode nos tornar quentes, caso nossa temperatura não seja maior do que aquilo que está nos aquecendo, pois caso contrário o quente nos tornará frios, ou seja, aquilo que estava em ato quente, não nos tornou necessariamente quentes em ato. Todavia, não deixa de ser verdade que nada pode ser movido e movente em relação à mesma coisa, pois, por exemplo, a chaleira torna-se quente e aquece a água, ela faz um movimento de reter o calor para então conduzi-lo à água. O difícil é entender como este princípio é aplicado ao movimento local, pois no movimento de A para B, um corpo que é potencialmente B, torna-se atualmente B e segundo Tomás isso só ocorre porque aquilo que moveu já era B em ato. No caso dos 9 Suma Contra os Gentios I, cap. XIII, pág

8 projéteis lembremo-nos de Aristóteles, o meio pelo qual o projétil desloca-se é o que atualmente o move não chegando tão longe como o ponto final que o projétil alcançará. No entanto, e nos outros movimentos, como os animais movidos pela alma, o movimento dos corpos pesados e leves pelos agentes que assim o fizeram, este princípio defendido na argumentação de Tomás parece não ser plausível. Assim também como quando o aplicamos em relação à mudança de tamanho, por exemplo, um homem que engorda bois, necessariamente não precisa ser gordo. De maneira que If something can be made F by an agent which is merely potentially F, there seems no reason why something should not actualize its own potentiality to F. 10 A segunda premissa que Tomás descreve na Suma Teológica a fim de demonstrar a existência de Deus é a de que na série de motores e movidos não se pode prosseguir indefinidamente 11, mas por que não? Tomás nos apresenta três argumentos na Suma Contra os Gentios a fim de defender sua posição. A primeira parte da afirmação de que motor e movido são simultâneos em seu movimento. Todavia temos um pequeno problema, por exemplo, é claro que um corpo A s está em movimento simultâneo com aquilo que o moveu, no caso B, assim como B está em movimento simultâneo com B s movido por A, o movimento dos motores e dos movidos é simultâneo desde que estejam em um mesmo evento. Todavia é simultâneo também o movimento de B s movido por A com o do motor B s? Nem Aristóteles e nem Tomás nos dão uma resposta para esta interrogação. O argumento continua da seguinte maneira, se motor e movido tem movimento simultâneo e se temos uma série infinita de motores e movidos, teremos consequentemente um número infinito de corpos em movimento. Mas como ter infinitos corpos em movimento em um tempo que é finito segundo Tomás? Tomás nos mostra no livro V do Comentário à Física de Aristóteles a impossibilidade disto, ao mencionar que o movimento tem a possibilidade de se dar por contato ou por continuidade, vejamos: ( ) in contact is said of things whose termini are together. The termini of bodies are surfaces and of surfaces, lines, and of lines, points. Therefore, if two lines are in contact as to their termini, the two points of the two lines in contact will be contained under one point of the place containing them. 10 Se algo pode ser feito F por um agente que é apenas potencialmente F, parece não haver razão para que algo não deva atualizar a sua própria potencialidade para F. In: The Five Ways: St. Thomas Aquinas Proofs of God s Existence. Cap. 2, pág Suma Contra os Gentios I, cap. XIII, pág

9 From this he further concludes that continuity can occur only in things from which a unity through contact is naturally apt to come about. For in whatever way a whole is naturally one and continuous in the same way is a continuous unity formed from many things, whether by riveting, by glueing or by any form of contact that makes one terminus for two parts, or even by being born of another, as fruit is born of a tree and forms a sort of continuum with it. 12 O segundo argumento que Tomás nos apresenta a fim de dizer que não se pode prosseguir ao infinito na série de motores e movidos é o de que nesta série ordenada se o primeiro motor cessar ou for retirado, o movimento de todos os outros cessa, pois há uma dependência entre os mesmos, os segundos motores só movem a partir do primeiro, assim como a mão move uma pedra; de maneira que se nesta série não houver um início, ou seja, um primeiro motor todos outros serão motores intermediários. Neste argumento Kenny diz que há um equívoco que foi mostrado por Caetano de Thiene 13, pois não necessariamente uma causa intermediária necessita de uma causa primeira, o intermediário necessita de algo anterior a ele, para que no caso o mesmo seja a ligação entre a causa e o efeito. O termo primeiro pode então ser substituído por anterior sem nenhum prejuízo, ao contrário, deixando a argumentação mais forte e clara. Assim como o primeiro motor pode ser dito como um motor que não necessita de um anterior a ele. No terceiro argumento da impossibilidade de seguir ao infinito Tomás diz que: (primeira premissa) aquilo que move como um instrumento não pode mover a não ser havendo algo que inicialmente o mova. (segunda premissa) Mas, pelo processo ao infinito dos moventes e movidos, todas as coisas serão instrumentalmente moventes e movidas e, assim nada estará como movente inicial. 14 A existência dos motores intermediários é assegurada pela proposição inicial de que tudo o que se move é movido por outro e a existência de um motor imóvel é 12 "(...) em contato se diz de coisas cujos términos estão juntos. Os términos de corpos são superfícies e de superfícies, linhas e de linhas, pontos. Portanto, se duas linhas se encontram em contato, com seus términos, os dois pontos das duas linhas em contato serão contidos sob um ponto do lugar que os contêm." "A partir disso ele (Aristóteles) conclui ainda que a continuidade pode ocorrer apenas em coisas a partir das quais uma unidade através do contato naturalmente tende a acontecer. De qualquer forma um todo é, naturalmente, um e contínuo da mesma maneira é uma unidade contínua formada a partir de muitas coisas, seja por meio de rebites, por colagem ou por qualquer tipo de contato que cria um término de duas partes, ou mesmo sendo nascida de outro, como o fruto nasce de uma árvore e forma uma espécie de continuo com ela." In: Thomas Aquinas, Comentary On Aristotle Physics. 13 Sacerdote Católico Italiano que foi santificado em Suma Contra os Gentios I, cap.xiii, pág.40. 9

10 assegurada pelo fato de não podermos prosseguir ao infinito na série de intermediários, assim, then to move instrumentally must simply to be a moved mover; to be a principal mover will be, in the first premiss, to be an earlier mover, and in the second premiss, to be an unmoved mover 15. É claro agora que, todos os argumentos apresentados por Tomás na primeira via recaem sobre a premissa inicial de que tudo o que tem movimento é movido por outro. A Primeira Via e Lei da Inércia Kenny nos coloca uma interrogação em seu texto, como lidar com esta premissa que norteia a primeira via, a saber, de que tudo o que se move necessita de algo distinto a fim de causar seu movimento, diante da primeira lei de Newton que diz que todo corpo permanece em seu estado de repouso ou de movimento uniforme retilíneo a menos que ele seja compelido à mudança por alguma força; essa lei não parece ir em direção oposta ao que fundamenta a da primeira via? É claro que somente a lei de Newton não explica a origem do movimento no universo. Todavia, ela parece destruir o argumento da primeira via na medida em que explica através do princípio de inércia que um corpo pode mover-se sem a necessidade de algo que o mova, entretanto a lei de Newton não nos dá nenhuma explicação sobre a origem deste movimento no mundo; Todavia, Kenny nos interroga como nós podemos saber que este movimento teve um início? Aristóteles no Livro VIII da Física assume a eternidade do mesmo, o que não acontece em Tomás que afirma uma primeira causa tida por ele como Deus. A física Newtoniana e o principio de inércia e a explicação do movimento sem atrito por Galileu, parecem tornar a primeira via de Tomás realmente inválida. Todavia, segundo Rudi T. Velde em seu livro Aquinas on God: The divine science of the Summa Theologiae, o que Tomás propõe é mais que uma definição ou estudo acerca do movimento, ele propõe uma causa eficiente da qual se daria todo o movimento e dessa maneira a lei da inércia não explica a origem do movimento no universo, como já foi dito acima. O princípio da inércia é descoberto através da físico-matematica re-descrição do comportamento do movimento dos corpos no espaço; assim é apontado que o corpo que 15 para mover instrumentalmente deve simplesmente ser um motor movido; para ser um motor principal será na primeira premissa, um motor anterior, e na segunda premissa, um motor imóvel. In: The Five Ways: St. Thomas Aquinas Proofs of God s Existence. Cap. 2, pág

11 está em movimento não precisa de um contínuo fornecimento de energia cinética em ordem para movimentar-se. Segundo Velde temos que perceber, contudo, que a lei da inércia não está no mesmo nível do princípio Aristotélico que é considerado por Tomás. O último é um princípio ontológico que expressa essencialmente à passividade do movimento que segue da sua própria estrutura conceptual, enquanto a lei da inércia oferece uma físico-matemática descrição do movimento uniforme dos corpos no espaço. Como tal, a lei da inércia é aberta para diferentes interpretações filosóficas. Pode-se interpretá-la, como significando que um corpo uma vez em movimento é incapaz de mudar a direção ou velocidade de seu próprio movimento por si mesmo ou que um corpo em movimento ao longo de um plano sem atrito continuará seu movimento sem alterações, (não devido a um motor extrínseco) que mantém o corpo em movimento, mas, por falta de força do corpo de mudar seu estado de movimento por si mesmo. Na física, movimento, assim como estar imóvel, é geralmente considerado como um (observável) estado do corpo. Contudo, o conceito de movimento para a filosofia Aristotélica, não significa um estado de um corpo, mas uma mudança no estado, a passagem de um estado para outro pelo qual o corpo adquire uma nova forma de ser, como já foi explicitado acima com os conceitos de ato e potência. Considerando a lei da inércia pode-se, portanto reformular o princípio Aristotélico dizendo que todo corpo que sofre uma mudança em relação a seu estado de descanso ou movimento muda através da ação de outra coisa. A ideia central, oculta na teoria da inércia é que os corpos materiais agem de acordo com a necessidade de uma força física. De forma que a lei da Inércia não necessariamente entra em contradição com a tese filosófica Aristotélica Tomista na qual o ato de estar em movimento da natureza corpórea é essencialmente reativo. Deste modo a existência de movimento não pode receber sua explicação definitiva dentro da esfera do mundo físico. Porque se o movimento é totalmente reativo, ele será reativo a que dentro do mundo físico? E ainda que seja reativo é reativo a algo além de si e este a outro e nessa cadeia de reação não podemos seguir ao infinito como já mostrado acima. Assim Tomás assuma na primeira via a existência de um primeiro motor imóvel que é causa do movimento. 11

12 REFERÊNCIAS: KENNY, Anthony. The Five Ways: St. Thomas Aquinas Proofs of God s Existence. New York: Routledge TOMÁS DE AQUINO. Suma Contra Os Gentios. Trad. D. Odilão Moura e Ludgero Jaspers. Rev. Luis A. De Boni. Porto Alegre: Livraria Sulina Editora Suma Teológica. Trad. Aimom - Marie Roguet et al. São Paulo: Loyola, ARISTOTLE, The physics : Books I-IV e Books V- VIII, trad. Philip H. Wicksteed e Francis M. Cornford. In: Aristotle in twenty-three volumes. Cooke.London: Harvard University Press: TOMAS AQUINAS, Commentary on Aristotle s Physics. Trad. Books: I-II: Richard J. Blackwell, Richard J. Spath & W. Edmund Thirlkel. Pierre H. Conway, O.P. Books III- VIII translated by Pierre H. Conway, O.P. College of St. Mary of the Springs, Columbus, Ohio , html edition by Joseph Kenny, O.P. For my own summary of Books I- VII, Disponível em: Acessado em: 01\05\2013. VELDE, Rudi T. Aquinas on God: The Divine Science of the Summa Theologiae. England: ASHGATE, ROSS, W.D. Aristotle s Physics. Oxford, Claredon Press,

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