Dinâmica da matéria orgânica alóctone em riachos
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- Davi Balsemão da Conceição
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1 Universidade Federal de Minas Gerais Laboratório de Ecologia de Bentos Dinâmica da matéria orgânica alóctone em riachos Fernanda de Oliveira Silva Maio de 2006
2 Importânciadamataciliar Diminui os processos de erosão e assoreamento; Regulariza a vazão dos rios pela redução da velocidade de escoamento; Aumenta a infiltração das águas provenientes das chuvas para o abastecimento dos lençóis freáticos;
3 Importânciadamataciliar Forma corredores naturais que garantam o fluxo entre populações silvestres que sofreram fragmentação e isolamento pela perda dos seus habitats; Atua como filtro participando do controle do ciclo de nutrientes; Fornece energia para ecossitemas aquáticos através da entrada de MO alóctone em riachos.
4 O que é matéria orgânica alóctone? MO alóctone são folhas, galhos, frutos, sementes, etc. oriundos da vegetação marginal que entra em um ecossistema aquático. Qual a importância dela? Riachos com vegetação muito desenvolvida, que cobre todo o seu leito, é dependente dessas fontes alóctones como recurso energético. Sistema heterotrófico = prod. Primária < respiração.
5 Detritos produzidos nas matas ripárias são utilizados pela comunidade aquática:
6 Entrada de MO em riachos A MO entranosriachospormovimentosverticaise laterais. Em florestas tropicais a entrada pode ser sazonal ou durante todo o ano. A entrada não depende só da quantidade de detritos produzida, mas também de características físicas do riacho. Ex: Riacho com vegetação decídua mista 3 g/m 2 /ano em 9 a ordem e 761 g/m 2 /ano em 1 a ordem
7 Total de MO em riachos = aporte da vegetação rípária + produtividade primária MO MOP = MOPG e MOPF (50 a 1000 µm ) MOD MO Temporalmente em escalas diárias, sazonais e anuais Espacialmente de acordo com a geologia, vegetação e regime de chuvas
8 Fatores que influenciam a [MOD] Em regiões temperadas a [MOD] pode aumentar até 40% em um dia, mas só durante a primavera. A MOD vinda da região terrestre exerce um menor papel na dinâmica da MO de riahos. Macroinvertebrados fragmentadores podem aumentar a liberação de MOD. Chuvas comumente aumentam a [MOD] na água dos rios.
9 Fatores que influenciam a [MOP] [MOP] é influenciada por mudanças na disponibilidade de partículas, por variações sazonais e pela vazão. [MOP] é influenciada pelo tempo transcorrido desde o último aumento da vazão. Grandes rios = [MOP] determinada pelas inundações e pela chegada de MOP a montante.
10 A MO que entra no canal dos rios pode seguir 3 caminhos: Estocadaporalgumperíodono leitodo rio Exportada para ecossistemas a jusante Respirada Estimativas demonstram que da MO que entra nos rios em todo o mundo 25% são respirados, 25% são estocados e 50% são transportados para os oceanos.
11 Transporte [MOD] diminui linearmente à medida que chega no mar. Nos oceanos a MOD é refratária e deposita-se no sedimento. [MOP] que é trasportada é influenciada pelas chuvas. O transporte de MO por rios é menor em regiões de baixa produtividade e maior em regiões de alta produtividade.
12 Retenção Características físicas do rio atuam como armadilhas para detritos. Retenção aumenta a quantidade de MO respirada pela comunidade consumidora e reduz o transporte. Remoção experimental de todos os galhos que formavam represas = MO exportada aumentou 2.5 vezes e a MOD dimunuiu pela metade.
13 Retenção Retenção diminui com aumento da vazão. Represas formadas por galhos tornam-se escassas com o aumento do rio. Biomassa de invertebrados é mais do que 5 vezes maior em represas. O estoque também depende da decomposição.
14 Retenção E se vocês acharam que bichinhos fofinhos, bonitinhos e peludos estavam fora desse curso
15 Retenção Diques de castores obstruem o fluxo de água e aumentam a retenção
16 Resumindo TRANSPORTE APORTE VERTICAL APORTE HORIZONTAL ESTOQUE BÊNTICO
17 River continuum concept (RCC)
18 River continuum concept (RCC) Rios de pequenas ordens R > P Quantidades de MOPG Predominância de fragmentadores e coletores
19 River continuum concept (RCC) Rios de médias ordens R < P Predominância de pastadores e coletores Alta biodiversidade = Tmáx
20 River continuum concept (RCC) Rios de grandes ordens R > P Quantidades de MOPF de montante Predominância de coletores
21 O RCC nem sempre é totalmente aplicável Nem sempre haverá fragmentadores nas regiões de cabeceira. Regiões de cabeceira nem sempre são florestadas. Metabolismo pode ser autotrófico. Ecossitemas aquáticos tropicais não possuem grande variação de temperatura como os temperados. Grandes rios tropicais com extensivas planícies de inundação diferem na forma como recebem energia = Pulso de inundação
22 Planície de inundação = zona de transição aquático - terrestre
23 O Pulso de inundação Com o aumento da vazão do rio, a frequência de inundações diminui e suas previsibilidades e durações aumentam. Isso favorece adaptações da biota, que é diferente de ecossistemas lóticos estáveis. O conceito leva em consideração que grandes rios recebem grandes quantidades de energia provenientes da região terrestre. O RCC coloca ênfase na MOP importada de montante.
24 O Pulso de inundação O canal principal do rio é usado como rota para alcançar regiões inundáveis. Reprodução, refúgio, alimentação. Grandes rios possuem alta diversidade biológica. Canal do rio + corpos dágua adjacentes + áreas periodicamente inundáveis = heterogeneidade.
25 Allocththonous Matter Imput in Two Different Stretches of a Headstream (Itatinga, São Paulo, Brazil) Afonso, A.A.O; Henry, R.; Rodella R.C.S Brazilian Archieves of Biology and Technology, v.43, p , Foram analisados dois trechos de um riacho de terceira ordem: Área fechada vegetação secundária densa Área aberta área em sucessão Aporte vertical g.m -2.y -1 Aporte horizontal g.m -2.y -1 Área aberta Área fechada
26 Impact of eucalyptus (Eucalyptus globulus Labill.) plantation on the nutrient content and dynamics of coarse particulate organic matter (CPOM) in small stream Molinero, J. & Pozo, J. Hydrobiologia 528: , Folhas de diferentes espécies variam na [nutrientes]; [nutrientes] é importante porque influencia a decomposição em riachos; Folhas de eucalipto possuem menores concentrações de N e P; Reflorestamento com eucalipto modifica a entrada de nutrientes associada a detritos.
27 Impact of eucalyptus (Eucalyptus globulus Labill.) plantation on the nutrient content and dynamics of coarse particulate organic matter (CPOM) in small stream Molinero, J. & Pozo, J. Hydrobiologia 528: , Dois trechos foram analisados: Floresta decídua Plantação de eucalipto Aporte vertical g.m -2.y -1 Aporte horizontal g.m -2.y -1 Eucalipto Decídua
28 Impact of eucalyptus (Eucalyptus globulus Labill.) plantation on the nutrient content and dynamics of coarse particulate organic matter (CPOM) in small stream Molinero, J. & Pozo, J. Hydrobiologia 528: , A diferença no aporte lateral = densos arbustos no sub-bosque da plantação de eucalipto impediam que as folhas chegassem ao rio. Folhas de eucalipto são mais pesadas e mais longas [N] e [P] foram menores na plantação de eucalipto. Conclusão: O reflorestamento com eucalipto modifica a dinâmica da MO em riachos.
29 Como avaliar a entrada de MO em riachos? Aporte solo Estoque bêntico Redes (1 m 2 ) Surber (0,1024 m 2 )
30 Como avaliar a entrada de MO em riachos? Aporte vertical Aporte horizontal Baldes (0.053 m 2 ) Redes (0.1 m 2 )
31 Córrego Garcia
32 Resultados Valores de biomassa em cada compartimento em um ano de estudo APORTE NO SOLO 590 g/m 2 APORTE VERTICAL 492 g/m APORTE HORIZONTAL ESTOQUE BÊNTICO 762 g/m g/m 2
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