Uso de fertilizante de liberação lenta na multiplicação de batatasemente
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1 Uso de fertilizante de liberação lenta na multiplicação de batatasemente Nobuyoshi Narita 1 ; Amarílis Beraldo Rós 1, Valdir Josué Ramos 2, Eduardo Yuji Watanabe 2, Haydée Siqueira Santos 3 1 APTA - Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios Pólo Alta Sorocabana. Rodovia Raposo Tavares, km 561, Caixa Postal 298, , Presidente Prudente/SP. 2 APTA - Pólo Sudoeste Paulista/APTA. Rodovia Sebastião Ferraz de Camargo Penteado, Km 232, Caixa Postal 62, , Capão Bonito/SP. 3 FATEC Presidente Prudente, Rua Terezina, 75, , Presidente Prudente/SP. narita@apta.sp.gov.br, amarilis@apta.sp.gov.br, vramos@apta.sp.gov.br, yuji@apta.sp.gov.br, haydee.santos@fatec.sp.gov.br RESUMO A multiplicação de batata-semente em vasos demanda disponibilidade de nutrientes em quantidade e durante período adequado ao desenvolvimento vegetal. Assim, neste trabalho objetivou-se avaliar a multiplicação de batata-semente em vasos em função de doses de adubo de liberação lenta. O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso e em esquema fatorial 3 x 8, com 3 repetições, onde foram estudadas três doses do fertilizante de liberação lenta Basicote (0, 5 e 10 g por vaso com cinco plantas oriundas de brotações de tubérculos) e oito genótipos de batata (IAC Aracy, IAC Aracy Ruiva, IAC Itararé, IAC Ibituaçu, IAC 2.5, APTA 3.65, APTA 3.31 e APTA 4.71). Foram avaliados o número de tubérculos por vaso e a massa fresca individual dos tubérculos. Não houve diferença significativa entre genótipos quanto ao número médio de tubérculo por vasos, que foi de 8,4 unidades. As plantas responderam à adubação, sendo que a maior dose (10 g) promoveu maior número de tubérculos por vaso enquanto a não utilização do adubo acarretou seu menor número. Quanto à massa fresca de tubérculos, os genótipos apresentaram diferenças entre si e a adição do adubo favoreceu seu incremento. PALAVRAS-CHAVE: Solanum tuberosum, adubação, vaso. ABSTRACT Use of slow release fertilizer for potato seed tuber multiplication The potato seed tuber multiplication in pots demands availability of nutrients in quantity and appropriate period during plant development. Thus, this study aimed to evaluate the potato seed tuber multiplication in pots in function of doses of slow release fertilizer. The experimental design was completely randomized and factorial 3 x 8 with 3 S3744
2 replications, where three doses of slow tuber per pot, which was 8.4 units. The release fertilizer Basicote plants responded to fertilization, and the were studied (0, 5 and 10 g per pot with highest dose (10 g) induced a higher five plants from sprouting tubers) and number of tubers per pot while the nonuse eight genotypes of potato ( IAC Aracy, of fertilizer led to their lowest IAC Aracy Ruiva, IAC Itararé, IAC number. The genotypes differ from each Ibituaçu, IAC 2.5, APTA 3.65, APTA other for fresh weight of tuber and the 3.31 e APTA 4.71). It was evaluated the addition of fertilizer favored the number of tubers per pot and the fresh increase of fresh weight. weight of individual tubers. There were Keywords: Solanum tuberosum, no significant differences between fertilizer, pot. genotypes for the average number of INTRODUÇÃO A cultura da batata, por ser propagada vegetativamente, exige a utilização de material propagativo de alta qualidade fitossanitária para a obtenção de elevadas produtividades. Ao contrário de fungos e bactérias, que podem ser controlados por meio de uso de produtos químicos, as viroses não são controladas devido à interação dos vírus com as células vegetais (Fortes & Pereira, 2003). Dessa forma, para a implantação da cultura são utilizadas batatas-semente livres de vírus oriundas de plantas originadas a partir de cultura de meristemas, associada à micropropagação (Fortes & Pereira, 2003), mas a técnica resulta em altos custos (Medeiros et al., 2002). Assim, é essencial o desenvolvimento de sistemas eficientes de produção de batatas-semente visando produção de tubérculos com elevada qualidade e com reduzido custo de produção. Atualmente, existem diversos recipientes para o plantio de batatas-semente como vasos, sacos plásticos, bandejas de isopor ou materiais biodegradáveis (Corrêa et al., 2007). Mas a produção nesses recipientes depende da qualidade do substrato e da disponibilidade adequada de nutrientes à planta. Assim, neste trabalho objetivou-se avaliar a produção de tubérculos de batata em vasos em função de doses de adubo de liberação lenta. S3745
3 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado de abril a julho de 2010, na Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios Pólo Alta Sorocabana, em Presidente Prudente/SP. O delineamento foi inteiramente ao acaso e em esquema fatorial 3 x 8, com 3 repetições, onde foram estudadas três doses do fertilizante de liberação lenta Basicote micronutrientes (com liberação de nutrientes durante 3 meses) 0, 5 e 10 g por vaso com capacidade para 5 litros de substrato e oito clones - IAC Aracy, IAC Aracy Ruiva, IAC Itararé, IAC Ibituaçu, IAC-APTA 2.5, IAC-APTA 3.65, IAC-APTA 3.31 e IAC-APTA Cada vaso foi preenchido com mistura homogênea de 50% solo de barranco + 50% substrato comercial Bioplant. Foram retiradas brotações das batatas de cada variedade, sendo plantadas cinco em cada vaso, conforme densidade de plantas recomendada por Corrêa et al. (2007). A adubação ocorreu após o plantio das brotações. O adubo foi inserido sobre o solo na porção central do vaso, recebendo uma camada de aproximadamente 1 cm de solo preparado sobre ele. O trabalho foi conduzido em casa de vegetação envolto em plástico e os vasos permaneceram a cerca de 0,80 m do chão sobre estrutura formada por tela. O material foi irrigado diariamente e durante a condução do experimento foram utilizados fungicidas e bactericidas para prevenção e controle de doenças. A colheitas dos tubérculos produzidos ocorreu 90 dias após o plantio. Foram avaliados o número de tubérculos por unidade de vaso e a massa fresca individual média dos tubérculos. Os tubérculos avaliados foram aqueles que possuíam mais de 3g cada. Foi realizada análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey. Adotou-se 5% de probabilidade de erro. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na variável número de tubérculos por vaso, não houve interação entre variedades e doses de adubo. Também não houve diferença significativa entre variedades, ficando o número médio de tubérculos por vaso em 8,4 unidades. Quanto às doses, houve diferença significativa, sendo a maior dose a que mais favoreceu a produção de tubérculos (Tabela 1). Com relação ao peso médio dos tubérculos, não houve interação entre os tratamentos, mas houve diferença significativa entre as variedades e entre as doses de adubo. S3746
4 Pelos dados apresentados na Tabela 2, verificou-se que a variedade IAC Ibituaçu apresentou tubérculos com menor massa fresca média do que as variedades APTA 3.31, APTA 4.71, APTA 2.5, IAC Itararé e APTA A variedade IAC Aracy também se destacou por apresentar massa fresca de tubérculos menor que APTA 3.31, APTA 4.71, APTA 2.5, mas massa fresca semelhante a IAC Aracy Ruiva, APTA 3.65 e IAC Itararé. Assim, as variedades produziram tubérculos com massa fresca diferenciada, o que está relacionado a características intrínsecas de cada variedade. O mesmo ocorreu em trabalho de Medeiros et al. (2002) entre as variedades Baronesa e Eliza no sistema hidropônico de calha de PCV e em estudo com as variedades Monalisa e Ágata em sistema de colheita única de Corrêa et al. (2007). Quanto às doses de adubo, a não utilização do fertilizante de liberação lenta resultou em menor massa fresca individual média de tubérculos. A utilização das doses 5 e 10 g por vaso promoveram tubérculos com maior massa fresca média, não diferindo entre si. Logo, os resultados permitem concluir que a adubação com fertilizante de liberação lenta micronutrientes, favorece maior numero de tubérculos por vaso em todas as variedades estudadas, sendo a dose de 10g a mais recomendada. Verifica-se também que a massa fresca individual dos tubérculos varia em função da variedade e também é beneficiada pela adição de fertilizante de liberação lenta. REFERÊNCIAS CORRÊA RM; PINTO JEBP; REIS ES; MONTEIRO AB; PINTO CABP; FAQUIM V Densidade de plantas e métodos de colheita na multiplicação de batatasemente em vasos. Horticultura Brasileira 25: FORTES GRL; PEREIRA JES Batata-semente pré-básica: cultura de tecidos. In: PEREIRA AS; DANIELS J (eds). O cultivo da batata na região sul do Brasil. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica. p PEREIRA JES; FORTES GRL Produção de mudas pré-básicas de batata por estaquia a partir de plantas micropropagadas. Horticultura Brasileira 22: MEDEIROS CAB; ZIEMER AH; DANIELS J; PEREIRA AS Produção de sementes pré-básicas de batata em sistemas hidropônicos. Horticultura Brasileira 20: S3747
5 Tabela 1. Número médio de tubérculos por vaso em função de diferentes doses de fertilizante de liberação lenta.(number of tubers per pot for different doses of slowrelease fertilizer). Presidente Prudente, APTA, Dose de adubo por vaso (g) Número de tubérculos por vaso 0 3,58 C* 5 9,21 B 10 12,42 A CV= 27 % Tabela 2. Massa fresca individual de tubérculos em função da variedade de batata. (Individual tuber fresh weight depending on the variety of potato). Presidente Prudente, APTA, Variedade Massa fresca média de tubérculo (g) APTA ,65 A* APTA ,79 AB APTA ,20 AB IAC Itararé 15,93 ABC APTA ,45 ABC IAC Aracy Ruiva 13,89 BCD IAC Araçy 10,15 CD IAC Ibituaçu 7,15 D CV= 27% Tabela 3. Massa fresca individual de tubérculos em função da dose de adubo. Individual tuber fresh weight depending on the dose of fertilizer. Presidente Prudente, APTA, Dose de adubo por vaso (g) Massa fresca de tubérculo (g) 0 5,04 B 5 19,66 A 10 22,87 A CV= 27% S3748
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