Adsorção de efluentes têxteis
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- Aparecida Figueira Alencar
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1 Adsorção de efluentes têxteis Tratamento de Efluentes da Indústria Têxtil por Adsorção em Materiais de Baixo Custo Amb101 António Carlos Pinheiro Fernandes Diogo Vieira da Cunha Inês Pereira Caldelas Craveiro José Ricardo Quaresma Reis Pereira Tiago Afonso Palas Silva Guimarães Viviana Lima de Sousa 1
2 Resumo O nosso Projecto Feup foi baseado na problemática da poluição da água, mais especificamente na adsorção de efluentes têxteis, utilizando adsorventes alternativos e de baixo custo, para testar a sua eficácia. Para realizar o processo de adsorção foi escolhido como adsorvente casca de ostra (que nos foi trazida de Florianópolis). A realização do nosso trabalho foi feita em laboratório, no qual simulamos uma situação de poluição, através da preparação de uma solução de corante vermelho de concentração específica. Esta solução foi dividida em diferentes recipientes de volume igual que continham o adsorvente escolhido, em massas idênticas. Posteriormente, foram agitados em intervalos de tempo de diferentes, podendo assim verificar a diminuição da concentração do efluente ao longo do tempo, com a ajuda de um espectrómetro. Verificou-se também, que o corante foi absorvido eficazmente durante os primeiros 15 minutos e após esse intervalo de tempo a adsorção tornou-se quase nula, pois a concentração de corante na solução foi constante ao longo do tempo, devido à saturação da casca de ostra. Deste modo, podemos constatar que a casca de ostra funciona como adsorvente, mas não como adsorvente perfeito, uma vez que a concentração de corante não se aproximou do valor zero. Assim, para se realizar uma adsorção eficaz seria necessário usar casca de ostra em grandes quantidades, o que tornaria o processo dispendioso. Conclui-se então, que a casca de ostra não é um adsorvente económico. Abstract Our Projecto Feup was based on the problem of water pollution, specifically in the adsorption of textile wastewater using alternative and low cost adsorbents to test its effectiveness. To perform the adsorption process was chosen as adsorbent oyster shell (which was brought in Florianópolis). The completion of our work was done in the laboratory, where we simulate a situation of pollution, by preparing a solution of specific concentration of red dye. This solution was divided into different containers of equal volume containing the adsorbent chosen in identical masses. Later, they were shaken in different time intervals, allowing you to check the decline in effluent concentration over time, with the help of a spectrometer. It was also found that the dye was absorbed effectively during the first 15 minutes, after this time the adsorption became almost zero, because the dye concentration in solution was constant over time, due to saturation of the oyster shell. Thus, we can note that the oyster shell acts as adsorbent, but not as perfect as the dye concentration did not approach the value zero. Thus, to achieve an adsorption effectively would require using oyster shell in large quantities, which would make the process expensive. It follows then, that the oyster shell is not an economic adsorbent. 2
3 Índice 1. Introdução Geral Corantes da indústria têxtil Processos de tratamento de efluentes têxteis Adsorção Adsorventes Objectivos do trabalho Método Equipamento laboratorial: Reagentes já preparados e disponíveis no laboratório: Procedimento experimental Resultados Discussão dos resultados Conclusão Referências bibliográficas Apêndice Anexo
4 Índice de imagens Fig. 1: Soluções com diferente concentração de corante Fig. 2: Corante vermelho Fig. 3: Casca de ostra triturada Fig. 4: Espectrofotómetro Fig. 5: Pesagem da casca de ostra Fig. 6: Matrazes com 1 grama de casca de ostra Fig. 7: Solução-mãe (10 mg/l) e solução diluída (1 mg/l) Fig. 8: Colocação da solução nas matrazes 1/ Fig. 9: Colocação da solução nos matrazes 2/ Fig. 10: Agitador orbital Fig. 11: Resultados obtidos Fig. 12: Determinação da absorvância das soluções agitadas no espectrofotómetro 23 Gráfico 1: Distribuição do consumo de corantes a nível nacional (Figueiredo, 2002). 6 Gráfico 2: Concentração do corante na solução num determinado instante Gráfico 3: Valor da concentração do soluto na fase sólida num determinado instante (q exp) Gráfico 4: Cálculo da recta linear, y do Modelo de 1ª ordem Gráfico 5: Cálculo da recta linear, y do Modelo de 2ª ordem Gráfico 6: Comparação do q exp com o q teórico do Modelo de 1ª ordem Gráfico 7: Comparação do q exp com o q teórico do Modelo de 2ª ordem Gráfico 8: Gráfico de espectrofotómetro de UV-Vis do corante Vermelho Gráfico 9: Curva de calibração do corante Red Tabela 1: Massa, concentração, q experimental e absorvância em cada instante de tempo Tabela 2: q teórico de 1ª e 2ª ordem em determinados instantes Tabela 3: Tabela de dados medidos pelo espectrofotómetro de UV-Vis Tabela 4: Cálculo dos padrões para curva de calibração do corante Red
5 1. Introdução 1.1 Geral O grande crescimento demográfico e o constante aumento das necessidades básicas da população a nível mundial tem vindo a acarretar consequências drásticas para o ambiente. Uma delas, caracteriza-se pela grande evolução industrial. Esta evolução possibilitou uma maior produção num menor espaço de tempo permitindo o acesso das diferentes massas sociais a novos serviços e produtos. Com isto, houve uma melhoria da qualidade de vida da comunidade. Por outro lado, a produção descontrolada levou a um aumento de resíduos industriais, sendo estes despejados para o meio ambiente, contaminando as águas e os solos. Estes resíduos tóxicos trazem um grande impacto para toda a biodiversidade e ambiente em geral originando entre outros problemas a destruição de habitats e o aquecimento global. Estes problemas advêm maioritariamente dos efluentes que a indústria têxtil despeja para o meio ambiente. De facto, esta é uma das que mais polui a água em todo o mundo, intoxicando seres vivos que habitam na zona afectada. Entre os produtos presentes nos efluentes destacam-se os corantes. Estes coloram o rio interferindo com a sua natureza estética, dificultando, ainda, a penetração de luz solar na água, que é essencial ao ciclo fotossintético. 1.2 Corantes da indústria têxtil Actualmente, são registados mais de 8 mil corantes orgânicos sintéticos associados à indústria têxtil pela Colour Índex (Catálogo da Society of Dyers and Colourists). Para dar resposta a um mercado cada vez mais exigente, a indústria tem investido no desenvolvimento de corantes mais económicos, com propriedades específicas para obter boa fixação da cor e que ofereçam elevada resistência aos agentes que desencadeiam a descoloração dos tecidos (Zanoni e Carneiro, 2001). Os corantes podem ser classificados de acordo com a sua estrutura química ou conforme as suas propriedades e aplicações. Na verdade, estes devem possuir elevada estabilidade química e fotolítica, de maneira a satisfazer as propriedades de solidez (tanto à lavagem como à luz) que lhes são exigidas. Os corantes mais utilizados na indústria têxtil são os corantes reactivos que apresentam um baixo grau de fixação às fibras e podem entrar em combinação química com a celulose, sendo estes corantes bastante utilizados no nosso país. Existem também os corantes directos, muito utilizados devido ao seu menor custo e facilidade de aplicação, têm substantividade directa para a celulose e, embora tinjam as fibras 5
6 proteicas, não são muito usados para tal fim; os corantes básicos, que apresentam um alto valor tintorial e o seu consumo tem aumentado devido à maior procura de fibras acrílicas; os corantes ácidos, que passam pelo tratamento biológico sem serem praticamente afectados, à semelhança dos reactivos, usados sobretudo no tingimento de fibras proteicas e poliamídicas; o corante a mordente, sem afinidade natural para as fibras, fixa-se a estas previamente mordentadas com um óxido metálico, usado no tingimento de lã e de poliamida; corantes sulfurosos, que são orgânicos, contêm enxofre e são usados no tingimento de fibras celulósicas. Podem ainda ser referidos corantes azóicos ou naftóis, corantes de cuba, dispersos e pré-metalizados. Na figura apresenta-se a distribuição do consumo de corantes em Portugal, destacando-se o elevado consumo de corantes reactivos no tingimento de fibras celulósicas e proteicas. Gráfico 1: Distribuição do consumo de corantes a nível nacional (Figueiredo, 2002) 1.3 Processos de tratamento de efluentes têxteis Os processos de tratamento de efluentes têxteis podem-se dividir em 3 categorias: químicos, físicos e biológicos. Este último revela-se mais económico relativamente aos outros, verificando-se uma grande aplicação deste no tratamento de águas residuais. Neste tipo de tratamento verifica-se uma redução da matéria biodegradável e dos sólidos suspensos, revelando-se ineficaz relativamente à redução da cor, especialmente no que diz respeito aos corantes reactivos e alguns dos corantes ácidos. As lamas activadas são um dos tratamentos convencionais mais usados pela indústria têxtil no tratamento de efluentes. A desvantagem deste 6
7 tratamento reside no facto de se gerarem lamas que necessitam também de ser tratadas (degradação anaeróbia). No que diz respeito ao tratamento químico, pode-se utilizar a coagulação/floculação. Neste método podem ser utilizados como floculantes componentes com sais de ferro, alumínio e cálcio. Podem, ainda, ser utilizados polímeros orgânicos catiónicos, pelos quais se tem verificado descoloração das águas tratadas, apesar de se revelarem tóxicos para os peixes. Com a utilização de um variante do processo de coagulação, o tratamento electroquímico, pode-se verificar uma menor produção de lama e uma remoção de partículas coloidais mais pequenas. Apesar de rápido e eficaz este tipo de tratamento apresenta um grande consumo de electricidade, custos de instalação e forma uma quantidade de lama substancial. Quanto a métodos que envolvem agentes oxidantes fortes, utilizam-se nomeadamente cloro, hipoclorito, dióxido de cloro, reagente de Fenton, ozono e combinações UV-peróxido e UV-ozono, podendo estes também ser utilizados na oxidação parcial dos compostos. De facto, é mais aconselhável a oxidação total visto na parcial ocorrer o risco de se gerarem produtos ainda mais tóxicos. Apesar de tudo, a oxidação total acarreta custos superiores. No entanto, a matéria orgânica é destruída formando-se dióxido de carbono, água e iões inorgânicos. Existem ainda, processos de oxidação avançada (AOPs) que consistem na criação de radicais hidroxilo extraordinariamente reactivos usando para tal vários sistemas reaccionais, alguns dos quais já mencionados em cima. A redução química é outro tratamento possível para a descoloração. Este reduz a dimensão das moléculas de corante que depois serão tratadas por outra técnica. Contudo, o custo dos reagentes e a reversibilidade do processo tornam este método desvantajoso. A utilização da microfiltração (processo de separação de membrana) só ajuda na remoção parcial da cor e de outros compostos orgânicos. A ultrafiltração separa moléculas de corante de outras moléculas de menor dimensão presentes em solução. A nanofiltração e a osmose inversa apresentam uma eficácia bastante grande no tratamento de corantes, podendo até permitir a reutilização da água filtrada. Contudo, um dos métodos mais usados pela indústria têxtil na remoção de corantes dos efluentes é o uso de lodo activado (oxidação biológica), pois além de apresentar resultados é mais económico relativamente a outros processos. Apesar de, não ser efectivo na remoção dos corantes em vários tipos de efluentes. 1.4 Adsorção Outro método também muito utilizado por parte das indústrias é a adsorção. Esta caracteriza-se pela adesão de partículas de um fluido a uma superfície sólida. A adsorção pode ser influenciada por variações de temperatura, pressão e, também, pela sua área de superfície. Existem dois tipos, a química (quimissorção) e a física (fisissorção). Na adsorção química existe uma reacção entre o fluido (substância 7
8 adsorvida) e a superfície sólida (adsorvente) com a formação de ligações químicas. Cada molécula da superfície do adsorvente forma apenas uma ligação com a substância adsorvida, logo só se forma uma camada de substância adsorvida na superfície do adsorvente. Por outro lado, na adsorção física não há formação de ligações químicas mas sim uma actuação de forças de Van der Walls. Neste tipo de adsorção já podem coexistir várias camadas de moléculas adsorvidas. Actualmente, existem diversos tipos de adsorventes, tendo relevante importância para este trabalho, os de baixo custo. Considera-se um adsorvente de baixo custo quando este é abundante na natureza ou um derivado ou resíduo industrial (Bailey et al.,1999). Para ser considerado um adsorvente não-convencional e de baixo custo adequado para a remoção de cor deve obedecer a certos requisitos como: eficiência na remoção de uma vasta gama de corantes; elevada capacidade de adsorção; adsorção rápida; alta selectividade para diferentes concentrações de corante; tolerância a uma vasta gama de parâmetros de águas residuais (Crini, 2005). 1.5 Adsorventes Materiais adsorventes são resíduos com capacidades de adsorção para os corantes utilizados na indústria têxtil. Podemos então distinguir diferentes adsorventes: o carvão activado; adsorventes sintéticos poliméricos; resinas de permuta iónica; adsorventes inorgânicos; bioadsorventes de baixo custo; e os adsorventes contendo quitina e seus derivados. O carvão activado é o adsorvente mais usado no tratamento de águas, sendo utilizado sob a forma de granulado ou pó. A sua principal tarefa é remover compostos orgânicos dissolvidos, para além de remover uma grande diversidade de poluentes, sobretudo substâncias apolares. Tem uma considerável eficácia na remoção da cor de efluentes contendo corantes reactivos, básicos, azóicos, metalizados e em efluentes domésticos e indústriais. Os adsorventes sintéticos poliméricos são caracterizados por um espectro de polaridades e uma larga variedade de áreas superficiais, porosidades e distribuição de tamanhos de poros. Utilizam-se, particularmente, na remoção de cor de águas residuais de efluentes de indústrias têxteis e permitem a remoção de substâncias polares. As resinas de permuta iónica são utilizadas para remover corantes aniónicos ou catiónicos, devido à elevada carga orgânica dos efluentes. O uso de adsorventes inorgânicos pode ser uma solução económica pela simples razão de estes estarem disponíveis localmente, como a areia e o barro de bentonite. A eficiência na remoção dos resíduos depende dos tipos de corantes na corrente do efluente, especificamente, da carga relativa da molécula corante. Para além destes, existem os bioadsorventes de baixo custo que são polímeros naturais biodegradáveis e que possuem estruturas capazes de adsorver 8
9 espécies ou comportar-se como permutadores de iões. A utilização de bioadsorventes surge como uma alternativa económica e também ambiental à utilização do carvão activado. Por último, surgem os adsorventes que contêm quitina e os seus derivados. Na área do tratamento de águas residuais, a aplicação deste processo tem como principais características o facto de não ser tóxico e de ser biodegradável. São vários os materiais naturais de baixo custo existentes e que podem funcionar como adsorventes de corantes provenientes da indústria têxtil. Entre eles encontram-se as algas, casca de amêndoa e de noz ou materiais constituídos por quitina, nomeadamente a casca de ostra. A quitina existente na constituição da casca de ostra vai ser muito importante no trabalho de adsorção, uma vez que esta forma complexos com os iões metálicos, sendo bastante eficaz na remoção de metais. 1.6 Objectivos do trabalho O objectivo deste trabalho é avaliar o potencial da adsorção como processo viável para a remoção de corantes e efluentes têxteis, utilizando adsorventes alternativos de baixo custo. Na verdade, o uso de adsorventes alternativos de baixo custo ou de adsorventes inorgânicos com a possibilidade de serem regenerados quimicamente é economicamente atractivo. 9
10 2. Método 2.1 Equipamento laboratorial: - 5 matrazes com tampa de 100 ml; - Pipetas de 50 ml; - Pompetes; - Agitador orbital; - Espectrofotómetro de UV-Vis; - Balança analítica; - Vidro de relógio; - Espátula; - Tubos de Falcon; - Balão volumétrico. 2.2 Reagentes já preparados e disponíveis no laboratório: - Casca de ostra (previamente moída para a granulometria> 2,24mm); - Solução de corante com concentração de 10mg/L (Astrazon red FBL 200% 03; Laboratório: Dystar Textilfarben GmbH & Co. Deutschland KG D Frankfurt). 2.3 Procedimento experimental 1) Medir 1 grama de casca de ostra num vidro de relógio, com a ajuda de uma espátula, e colocá-la num matraz (fazer o mesmo para os outros cinco); 2) Preparar uma solução de 1mg/L a partir da solução mãe: para tal retirar.50ml da solução-mãe medidos por uma pipeta e colocar num balão volumétrico, acrescentar água destilada até perfazer os 500 ml. 3) Com a ajuda de uma pipeta, colocar em cada um dos matrazes 50 ml da solução de 1 mg/l de corante; 10
11 4) Rolhar os matrazes e colocá-los no agitador orbital, seleccionando uma rotação que mantenha as partículas em suspensão. Início da contagem do tempo de adsorção; 5) Retirar um matraz ao fim de 5 min, 10 min, 15 min, 30 min e 60 min; 6) Ao fim de 10 minutos de repouso, decantar para um tubo de Falcon, deitando cuidadosamente para o tubo o sobrenadante sem resíduo de ostra; 7) Para cada ponto, medir a concentração de corante no espectrofotómetro de UV-Vis no comprimento de onda 525 nm (ver apêndice); Nota: Procedimento do espectrofotómetro -> Colocar uma certa quantidade de solução de um tubo de Falcon para a célula do espectrofotómetro, e fazer a leitura da adsorvância. Carregar em list e inserir o comprimento de onda. Seguidamente clicar em Enter e colocar a amostra da célula e ler os valores. Finalmente, retirar a célula e limpar por água destilada. 11
12 C(mg/L) Adsorção de efluentes têxteis 3. Resultados Tabela 1: Massa, concentração, q experimental e absorvância em cada instante de tempo t(min) massa C(mg/L) q exp abs (g) (mg/g) 0 1,000 0,946 0, , ,000 0,715 0, , ,000 0,616 0, , ,000 0,539 0, , ,000 0,550 0, , ,000 0,561 0, ,053 Tabela 2: q teórico de 1ª e 2ª ordem em determinados instantes. t(min) q teórico - 1ª ordem q teórico - 2ª ordem 0 0,000 0, ,013 0, ,018 0, ,019 0, ,020 0, ,020 0,019 1,000 0,800 0,600 0,400 0,200 0,000 C(mg/L) t(min) Gráfico 2: Concentração do corante na solução num determinado instante. 12
13 t/q -ln(1-q/qe) q(mg/g) Adsorção de efluentes têxteis q exp(mg/g) 0,025 0,020 0,015 0,010 0,005 0, t(min) Gráfico 3: Valor da concentração do soluto na fase sólida num determinado instante (q exp). y=-ln(1-q/qe) 1ªordem 8,000 7,000 6,000 5,000 4,000 3,000 2,000 1,000 0,000 y = 0,2183x R² = 0, t(min) Gráfico 4: Cálculo da recta linear, y do Modelo de 1ª ordem. y=t/q 2ªordem 3.500, , , , , ,00 500,00 0,00 y = 51,902x R² = 0, t(min) Gráfico 5: Cálculo da recta linear, y do Modelo de 2ª ordem. 13
14 q(mg/g) q(mg/g) Adsorção de efluentes têxteis 0,025 0,020 0,015 0,010 0,005 Comparação do Modelo de 1º ordem 0, t(min) Gráfico 6: Comparação do q exp com o q teórico do Modelo de 1ª ordem. Comparação do Modelo de 2º ordem 0,025 0,020 0,015 0,010 0,005 0, t(min) Gráfico 7: Comparação do q exp com o q teórico do Modelo de 2ª ordem. Fig. 1: Soluções com diferente concentração de corante. 14
15 Para o cálculo do volume a retirar da concentração mãe para a solução a utilizar (mais diluída) utilizou-se a seguinte fórmula: Sabendo os valores da adsorvância através do espectrofotómetro (y), calcula-se a concentração do corante na água (x) : Esta equação obteve-se através da curva de calibração do corante. Para o cálculo do q experimental utilizou-se a seguinte fórmula: Nesta: - o q representa a concentração de soluto na fase sólida (mg/g), - o C 0 representa a concentração inicial de soluto na fase líquida (mg/l); - o C representa as concentrações obtidas em determinado instante; - o m representa a massa de ostra utilizada (1g); - o V representa o volume de solução (0,5L). A equação seguinte é do tipo y=b+mx e resulta da linearização da equação do modelo cinético de 2ª ordem: Através desta equação descobre-se o valor de qe (valor da quantidade adsorvida no equilíbrio) e k (constante de velocidade da adsorção). De realçar que o qe vai ser posteriormente utilizado no modelo cinético de 1ª ordem, pois este é igual para ambos os modelos. Por sua vez, pelo modelo cinético de 2ª ordem calcula-se o q teórico para cada instante. 15
16 Após a linearização do modelo cinético de 1ª ordem obteve-se a seguinte equação: kt = mx Sendo e, deve-se obter uma recta com declive k e ordenada na origem 0. Pela equação do modelo cinético de 1ª ordem obtém-se o q teórico para cada instante. 16
17 4. Discussão dos resultados Através da análise do gráfico 1 verificou-se que a concentração de corante na solução diminuiu até cerca dos 15 minutos, estabilizando a partir desse tempo numa concentração de aproximadamente 0,54 mg/l. No que diz respeito ao q (valor da concentração do soluto na fase sólida num determinado instante) verificou-se que a concentração de corante na ostra aumentou substancialmente nos primeiros 15 minutos a partir daí, esta estabilizou atingindo o ponto de equilíbrio, ou seja, o ponto em que as ostras atingiram o seu ponto saturação de corante. Partindo dos modelos cinéticos de absorção de 1ª e 2ª ordem, obtivemos os gráficos que nos permitiram encontrar as equações das rectas de cada modelo (modelo cinético 1ª ordem y = 0,2183x; modelo cinético 2ª ordem y = 50,439x + 59,135) e, assim, calcular o valor das constantes, q e (concentração de equilíbrio do soluto na fase sólida) e k (constante associada à capacidade de adsorção) de cada modelo, necessárias para compararmos o q experimental com o q teórico. Posteriormente, comparou-se o gráfico do q experimental com o q teórico do modelo cinético de 1ª ordem onde se constatou que os valores experimentais obtidos mantiveram-se dentro dos valores teóricos esperados. Na comparação do gráfico do q experimental com o q teórico do modelo cinético de 2ª ordem, verificouse que os valores experimentais enquadraram-se também com os valores teóricos esperados. Porém, o gráfico do modelo cinético de 1ª ordem é o que apresenta maior proximidade com o gráfico do valor teórico de q. 17
18 5. Conclusão Após a realização do trabalho, verificamos que os dados experimentais estavam de acordo com os dados teóricos e o objectivo principal foi atingido. Objectivo este que era mostrar se a casca de ostra, da cidade Florianópolis, poderia funcionar como adsorvente alternativo de baixo custo de corantes em meio aquoso. Porém, este processo é demasiado dispendioso, já que é necessária uma grande quantidade de casca de ostra para ser eficaz, e é um processo demorado. Por isso, poderá não vir a ser a melhor alternativa como adsorvente. Além deste objectivo, este trabalho serviu para alertar e sensibilizar as pessoas sobre os problemas inerentes à poluição das águas. Ao longo do trabalho, deparamo-nos com algumas dificuldades, nomeadamente, no tempo de realização, na organização dos dados, na informação recolhida, assim como, alguns erros a nível cálculo. No entanto, houve uma grande cooperação entre os elementos do grupo, o que permitiu ultrapassar esses obstáculos. Apesar de todo o tempo despendido e das dificuldades na sua realização, achamos este projecto bastante produtivo e pedagógico, onde aprendemos variados conceitos que nos podem vir a ser úteis tanto no nosso futuro académico como profissional. Em suma, pensamos que este trabalho foi realizado com sucesso. 18
19 6. Referências bibliográficas Dissertação para grau de Mestre de Leonilde Morais (FEUP) Tratamento de efluentes têxteis simulados usando técnicas de adsorção. (consultado em 8 de Outubro, 2010). Revista Analytica Nº Adsorventes naturais: potencialidades e aplicações da esponja natural (luffa cylindrica) na remoção de chumbo em efluentes de laboratório. ponja.pdf (consultado em 8 de Outubro, 2010). Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES). Aspectos cinéticos envolvidos no processo de adsorção em meios adsorvedores fixos utilizados no tratamento de água. (consultado em 9 de Outubro, 2010). Dissertação para grau de Mestre de Lucile Peruzzo Influência de agentes auxiliares na adsorção de corantes de efluentes da indústria têxtil em colunas de leito fixo. (consultado em 9 de Outubro, 2010). Dissertação para grau de mestre de José Soares Remoção de corantes têxteis por adsorção em carvão mineral ativado com alto teor de cinzas. (consultado em 9 de Outubro, 2010). Dissertação para grau de mestre de Oriana Geada (ISEP) Remoção de corantes têxteis utilizando resíduos agrícolas da produção de milho. (consultado em 11 de Outubro, 2010). VI Congresso Brasileiro de Engenharia Química em Iniciação Científica. Avaliação do processo de adsorção na remoção de cor em efluentes de lavanderias industriais de jeans por argila esmectit brasileira. (consultado em 11 de Outubro, 2010). 19
20 7. Apêndice Tabela 3: Tabela de dados medidos pelo espectrofotómetro de UV-Vis Gráfico 8: Gráfico de espectrofotómetro de UV-Vis do corante Vermelho 20
21 Tabela 4: Cálculo dos padrões para curva de calibração do corante Red Gráfico 9: Curva de calibração do corante Red 21
22 8. Anexo Fig. 2: Corante vermelho Fig. 3: Casca de ostra triturada Fig. 4: Espectrofotómetro Fig. 5: Pesagem da casca de ostra Fig. 6: Matrazes com 1 grama de casca de ostra Fig. 7: Solução mãe (10 mg/l) e solução diluída (1 mg/l) Fig. 8: Colocação da solução nas matrazes 1/2 22
23 Fig. 10: Agitador orbital Fig. 9: Colocação da solução nos matrazes 2/2 Fig. 11: Resultados obtidos Fig. 12: Determinação da absorvância das soluções agitadas no espectrofotómetro 23
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