FACULDADE DE TECNOLOGIA EM SAÚDE CIEPH DAVI TORTELLO CAIUBY COMO ASSOCIAR A MEDICINA CHINESA COM A MEDICINA OCIDENTAL?

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1 1 FACULDADE DE TECNOLOGIA EM SAÚDE CIEPH DAVI TORTELLO CAIUBY COMO ASSOCIAR A MEDICINA CHINESA COM A MEDICINA OCIDENTAL? FLORIANÓPOLIS 2014

2 2 DAVI TORTELLO CAIUBY COMO ASSOCIAR A MEDICINA CHINESA COM A MEDICINA OCIDENTAL? Artigo apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Acupuntura da Faculdade de Tecnologia em Saúde. Sob orientação do prof. Marcelo Fabián Oliva FLORIANÓPOLIS 2014

3 3 FACULDADE DE TECNOLOGIA EM SAÚDE ESPECIALIZAÇÃO EM ACUPUNTURA COMO ASSOCIAR A MEDICINA CHINESA COM A MEDICINA OCIDENTAL? Esse artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso foi analisado pelos professores e julgado e aprovado para a obtenção do grau de Especialista em Acupuntura. Florianópolis, 2014 Prof. Marcelo Fabián Oliva, Esp Presidente da banca Profa. Ana Paula Maldaun Barreto de Godoy, Esp Banca Profa. Luísa Regina Pericolo Erwig, Msc Banca

4 4 COMO ASSOCIAR A MEDICINA CHINESA COM A MEDICINA OCIDENTAL? 1. INTRODUÇÃO Todas as coisas que mudam de contexto deixam de ser a mesma coisa, com a medicina chinesa não é diferente. Hoje conhecemos uma medicina chinesa que sofreu alterações significativas após a República Popular da China (1949), ela atravessou a grande muralha e chegou ao ocidente aos poucos, encontrou novos olhares, novas regras legislativas, outros poderes políticos, outros pensamentos, enfim, ela já não era mais a mesma. No fundo a medicina chinesa sempre se modificou ao longo das dinastias, atualmente a mais recente e significativa é o seu contato com o ocidente. Neste artigo pretendemos contribuir para o debate da medicina chinesa na cultura contemporânea e proporcionar uma avaliação mais criteriosa ao tentarmos associar a medicina chinesa com a medicina ocidental. O esforço e a insistência para juntarmos estas duas medicinas não é um evento recente, já tentamos colocar a medicina chinesa dentro da medicina ocidental e vice-versa, tentamos misturar as duas e até separá-las completamente. Se por um lado existem aqueles que procuram a comprovação científica da acupuntura, outros estão determinados a comprovar cientificamente o contrário. Alguns questionam também se a associação destas medicinas deve passar pelo crivo da cientificidade, afinal, utilizar os rigores da ciência ocidental como ponto de partida pode ser tendencioso. Em verdade podemos dizer que a associação delas já ocorre em certo sentido, já existem inúmeros profissionais da área da saúde que utilizam os conhecimentos de ambas as medicinas para tentar reestabelecer a saúde de um indivíduo. De uma forma ou de outra elas se misturam na prática clínica diariamente, nos resta

5 5 saber qual é a melhor maneira de associá-las nos dias de hoje e quais os cuidados que devemos ter. Este artigo não pretende colocar um fim nesta discussão, mas pretende apontar alguns limites que necessariamente não podem ser ultrapassados. Primeiramente precisamos esclarecer as diferentes expressões utilizadas para se referir a medicina chinesa, hoje existem muitas científica, sistemática, clássica, tradicional, padronizada, contemporânea. Neste artigo, chamaremos de medicina tradicional chinesa a medicina que o ocidente conheceu após a reconstrução da medicina chinesa em 1949 feita por Mao Tse-tung, o trecho abaixo resume nosso entendimento do termo medicina tradicional. A reconstrução da medicina chinesa teve início após a revolução comunista de Tendo recebido suporte de Mao Tsetung por motivos de saúde coletiva, econômicos e políticos, essa medicina teve representatividade no processo de construção da República Popular da China, uma vez que era objetivo de seus dirigentes resgatar parte da cultura tradicional criando uma síntese com a ciência e os valores modernos. A medicina decorrente dessa proposta de síntese foi denominada medicina tradicional chinesa (grifo nosso). (SOUZA; LUZ, 2011, p. 163). A rigor, a transformação da medicina chinesa não ocorre somente em 1949, segundo os historiadores, após 1912 republicanos e nacionalistas tinham o objetivo de eliminar os símbolos do antigo regime Imperial, a medicina chinesa deveria, então, ser substituída pela medicina ocidental (SIONNEAU, 2013; MACIOCIA, 2007). No início dos anos 30 a medicina ocidental já estava sendo incluída nos institutos de medicina na China: anatomia, fisiologia, bacteriologia e patologia já faziam parte do estudo. O desenvolvimento de academias e hospitais, em meados dos anos 50, reforçaria ainda mais esta substituição, pois as universidades exigiam um programa de ensino que deveria eleger quais seriam as disciplinas incluídas e excluídas do currículo (SIONNEAU, 2013).

6 6 A medicina chinesa que antecede estes eventos, e ainda perdura na China, chamaremos de medicina clássica chinesa que foi desenvolvida e sistematizada durante a dinastia Hàn (206 a.c.-220 d.c.), este período se configurou mais pela classificação e ordenação de ideias do que propriamente a criação de novos conceitos (CHENG, 2008; SOUZA, 2011). As obras que influenciaram significativamente esta medicina podem ser resumidas no Huáng Dì Nèi Jīng ( a.c.), o Livro do Imperador Amarelo, e Nàn Jīng (100 a.c.-100 d.c.), o Clássico das Dificuldades, os quais configuram suas bases teóricas. É importante notar que os dois documentos citados estão em consonância com o modelo cosmológico elaborado no Dào Dé Jing (~300 a.c.) e em outros textos clássicos, como por exemplo, o Yì Jīng, o Livro das Mutações (SOUZA, 2011). Pode se dizer que esta medicina, elaborada na dinastia Hàn, é a medicina chinesa pura, ou seja, uma medicina que se desenvolveu e evoluiu sem a interferência da medicina praticada no ocidente, neste período se estruturou oque podemos chamar de paradigma da medicina clássica chinesa, ou seja, as teorias de base, os fundamentos que sustentam todo o conteúdo (SOUZA, 2011). Estes conceitos que fundamentam uma medicina chamaremos de racionalidade médica. A categoria de racionalidade médica foi desenvolvida pela Professora Dra. Mandel Luz que organiza uma pesquisa pioneira no Brasil sobre medicinas comparadas, a qual avalia os fundamentos de cada sistema médico, inicialmente foram identificadas e pesquisadas quatro racionalidades médicas: a biomedicina, a homeopatia, a medicina ayurvédica e a medicina chinesa. A pesquisa avalia cinco dimensões fundamentais: morfologia, dinâmica vital, doutrina médica, sistema de diagnose e sistema de intervenção terapêutica (SOUZA, 2008). Ao final da pesquisa se produziu um quadroresumo de todas as racionalidades médicas, o quadro abaixo foi uma adaptação deste quadro-resumo e apresenta apenas as medicinas de importância para este artigo.

7 7 Racionalidades Médicas Cosmologia Doutrina médica Morfologia Fisiologia ou dinâmica vital Sistema de diagnóstico Medicina Ocidental Contemporânea Física Newtoniana (Clássica) Implícita Teoria da causalidade da doença e seu combate Morfologia dos sistemas (macro e micro orgânico) Fisiopatologia e fisiologia dos sistemas Semiologia: anamnese; exame físico e exames complementares Medicina Tradicional Chinesa 1 Cosmogonia Taoísta (geração do microcosmo a partir do macrocosmo) Teorias do Yin-Yang, das cinco fases, e seu equilíbrio (harmonia) nos sujeitos individuais Teoria dos canais e colaterais; dos pontos de acupuntura; dos órgãos e vísceras Fisiologia dos sorpos vitais; dos Zang-Fu Dinâmica Yin/Yan no organismo e no ambiente Semiologia: anamnese do desequilíbrio Yin/Yang Diagnóstico do desequilíbrio dos sujeitos Sistema terapêutico Medicamentos, cirurgia, higiene Higiene, exercícios (artes, meditação) Dietética, fitoterapia, massagens Acupuntura, moxabustão Fonte: LUZ, 1996 apud SOUZA 2008, p. 29. Esta tabela evidencia as diferenças fundamentais destas medicinas e aponta para as dificuldades encontradas por diversas autoridades na tentativa de uni-las, claramente se vê que validar cientificamente a medicina clássica chinesa e associar conceitos da medicina ocidental não é tarefa simples. Basterd (2003, p. 11 apud SOUZA; LUZ 2011, p. 163) critica esta tentativa de união proposta pela medicina tradicional chinesa: 1 Na pesquisa Mandel Luz coloca Medicina Tradicional Chinesa, mas está se referindo a Medicina Clássica Chinesa.

8 8 A escola Traditional Chinese Medicine [Medicina Tradicional Chinesa] apresenta, nas principais obras traduzidas para línguas europeias, fortes traços positivistas e funcionalistas, marcados, entre outras coisas, por: (a) uma agregação anistórica de diferentes conceitos e práticas de medicina chinesa; (b) uma implícita preocupação com a lógica e com os critérios de cientificidade ocidentais; (c) uma exclusão das categorias e das formas de pensamento dos clássicos filosóficos que fundamentam a medicina clássica chinesa; (d) a negação de vários conceitos básicos da medicina clássica chinesa que a escola Traditional Chinese Medicine atribui ao misticismo e (e) uma tendência à materialização, à coisificação da acupuntura, por exemplo, atribuir a ação da acupuntura ao sistema nervoso e denominar certas categorias fundamentais abstratas da medicina chinesa de substâncias vitais. Diversos autores questionam a vantagem em associar estas medicinas, procuram saber se a cientificação da medicina clássica produziu um modelo melhor de medicina chinesa, em outras palavras, se o surgimento da medicina tradicional chinesa melhorou esta medicina, autores como Philippe Sionneau (2013) argumentam a favor desta associação: O fato de que, hoje em dia, a medicina chinesa tenha integrado em seus cursos uma parte dos conhecimentos da medicina ocidental é um perigo? Será que esta combinação é um risco de enfraquecimento de seus princípios ancestrais? Da minha parte, eu acho que não. Porque a civilização chinesa sempre teve a capacidade de assimilar os novos pontos de vista e de torna-los compatíveis com seus sistemas de pensamento. Os chineses sempre tiveram uma propensão à expansão do saber, juntando o antigo ao novo. Porém, no The Journal Of Chinese Medicine (Em: < Acesso em: 16 abril 2013) encontramos Heiner Fruehauf colocar opinião contrária: Este artigo é baseado na convicção de que a arte tradicional da medicina oriental está morrendo tanto na china continental, tronco materno de onde surgiu esse tronco no campo e, consequentemente, no exterior, onde galhos da árvore estão tentando crescer. Pode ser uma peça anacrônica, escrita num momento em que

9 9 os administradores da MTC em todo o mundo estão comemorando grandes avanços nesse campo, como o aumento do número de estudantes, profissionais, pacientes, faculdades, universidades e hospitais, que parece refletir um estado de expansão da medicina oriental. Mas se nós verdadeiramente respeitarmos a nossa tradição como um organismo vivo e ouvirmos atentamente as camadas mais profundas do seu pulso, torna-se evidente que a vitalidade original do sistema está acabando, embora a sua verdadeira condição possa ser obscurecida por um brilho artificial na sua superfície (tradução nossa). No fim deste artigo Fruehauf mostra uma tabela na qual coloca a medicina clássica chinesa em oposição a tradicional chinesa, dentre os 23 itens comparados podemos destacar alguns. Na clássica o médico aspira ao Dao da medicina, um processo que exige a realização do seu caminho individual por seu trabalho, na tradicional o médico é parte de uma profissão legalmente definida; o primeiro tem um professor que o ensina individualmente conforme as circunstâncias, o segundo tem professores altamente padronizados e institucionalizados; o primeiro entende a saúde como o cultivo das forças vitais, e deve nutrir a vitalidade, o segundo entende a saúde como a ausência de patologias; o primeiro se baseia no yin/yang, nas cinco fases, no jing-qishen, o segundo se baseia no vírus, na inflamação, na pressão arterial. É neste cenário que se encontra nosso questionamento: como unir estas medicinas? A tabela das racionalidades médicas que mostramos anteriormente avalia a doutrina médica de cada uma delas, ou seja, as regras daquela medicina que devem ser seguidas para o entendimento do estado de saúde do indivíduo. Tomemos como exemplo uma destas regras: cinco fases, uma teoria básica e essencial para o funcionamento da racionalidade médica da medicina clássica chinesa. Se analisarmos a expressão original do termo conseguimos apreender melhor o conceito e verificar a viabilidade desta união. O termo cinco fases normalmente é traduzido por cinco elementos e se expressa: 五行 (wǔ xíng). O primeiro ideograma ( 五 wǔ) designa o número cinco, o segundo ideograma ( 行 xíng) se refere a uma ação, um movimento, ou ainda, um caminho, o termo 五行 pode ser entendido como cinco movimentos ou cinco agentes. Os cinco movimentos são tipos de expressão da natureza. A natureza aqui deve ser entendida como 天地 (tiāndì), nesta expressão temos o céu ( 天 ) e a Terra ( 地 )

10 10 e o termo natureza se dá devido a expressão céu-terra ( 天地 ) sugerir tudo o que está compreendido entre o céu e a terra (SILVA, 2000). Das coisas compreendidas entre o céu e a Terra ( 天地 ) observam-se cinco movimentos: madeira ( 木 ), fogo ( 火 ), terra ( 土 ), metal ( 金 ), água ( 水 ). Assim como no ocidente a medicina oriental foi desenvolvida pelos filósofos, estudiosos e médicos da época, na China durante a dinastia Hàn (206 a.c.-220 d.c.) todas as coisas do mundo ( 天地 ) foram pensadas e discutidas pela divisão em cinco, assim como em dois, ou seja, através do yīn ( 陰 ) e do yáng ( 陽 ), houve também classificações de outras numerações, o fundamental era classificar de acordo com as características. O trecho abaixo (GRANET; 1997, pág. 236) exemplifica a construção dos conceitos médicos na época. [...] Trata-se dos 7 orifícios da cabeça: os dois olhos, as duas orelhas, as duas narinas e a boca. Mais raramente, fala-se das duas aberturas inferiores, que são yin. Consideradas todas as 9, parece fácil em princípio, distribuí-las entre as 5 Vísceras. Os olhos, as orelhas e as narinas, orifícios yin que se dão aos pares, contam como 4, e a boca completa 5. Atribuir-se-ão sem dificuldade as aberturas baixas aos Rins, víscera dupla, e, do mesmo modo, as narinas aos Pulmões. Os Olhos, ainda sem grande dificuldade, combinarão com o Fígado, para o qual a Vesícula pode servir de víscera anexa. Restam o Baço e o Coração, as orelhas e a boca. Atribuir a Boca ao Baço, víscera única e central, é perfeitamente conveniente: a Boa-fé há de seguir a Boca no Centro. O Coração, portanto, terá por quinhão as Orelhas. Mas, será que convém aquinhoá-lo assim? O Coração é uma víscera yang, uma víscera simples. Tem o direito de ser alojado na frente (yang), no Peito (yang) e bem no Alto (yang) do corpo, como um Príncipe (yang). [...] Todas as coisas ( 天地 ) são classificadas: a classe dos animais, as cores, as vísceras, os órgãos, as notas musicais, os alimentos vegetais, os sabores, os odores, as paixões, as virtudes, etc. Uma das tabelas mais conhecidas entre os acupunturistas do ocidente é justamente a tabela que traz parte desta divisão.

11 11 Leste- Sul-Verão Centro Oeste-Outono Norte-Inverno Primavera Madeira Fogo Terra Metal Água Ácido Amargo Doce Azedo Salgado Fígado Coração Baço Pulmões Rins Músculos Sangue Carne Pêlos Ossos Olhos Língua Boca Nariz Orelhas Chamar Rir Cantar Lamentar-se Gemer Abraçar Agitar-se Eructar Tossir Tremer Cólera Alegria Vontade Tristeza Medo Bondade Espírito ritualístico Boa-fé Eqüidade Sapiência Fonte: Granet, 1997, pág Note que as classificações não são tomadas como um elemento da natureza, tal como Aristóteles propunha, aqui no ocidente. Os elementos gregos (água, terra, fogo, ar) são tomados como substância e não como analogia, ou seja, as coisas do mundo podem ser reduzidas materialmente a quatro elementos da natureza. Para os chineses, ao contrário, o rim, por exemplo, não se reduz ao elemento água, mas participa do mesmo grupo, participa do grupo de movimento ( 行 ) da água ( 水 ). É importante lembrar que alguns autores, como Maciocia (2007), divergem desta opinião, porém, nosso entendimento mostra que os cinco movimentos não são substancias elementares da natureza e sim uma divisão em agrupamentos, Granet (1997, pág. 196) reforça esta ideia. Utilizados como sub-rubricas colocadas sob a dominação do Yin e do Yang, casal de rubricas mestras, ora eles [os elementos] podem assemelhar-se, se não a forças, pelo menos a princípios ativos, ora, se não a substâncias, pelo menos a grupo de realidades atuantes. [...] Os teóricos que especularam sobre eles, no entanto, encararam-nos sobre tudo como emblemas dinásticos ou rubricas capazes de especificar uma certa ordem no Espaço-Tempo. Que os elementos sejam a Madeira, o Metal, o Fogo, a Água e a Terra é, em síntese, um fato secundário e uma questão de nomenclatura ou de metáforas: a idéiamor da concepção (abstenho-me de dizer teoria ) é a de um agrupamento em setores [...]. Serão os elementos Forças ou Substâncias? Não há nenhum interesse em tomar partido nesse debate escolástico. Os fundamentos da racionalidade médica da medicina clássica chinesa leva em consideração a concepção de Qì ( 氣 ). Não entraremos em detalhe neste conceito para evitarmos desviar o foco deste estudo, de qualquer forma, Qì ( 氣 ) assume a função de uma força conectiva de todos os sistemas, internos e externos (SOUZA, 2008, pág. 15),

12 12 temos, por exemplo, o Qì ( 氣 ) do metal ( 金 ); o Qì ( 氣 ) da madeira ( 木 ), e assim por diante. Note que no entendimento desta racionalidade estar exposto ao vento pode afetar os músculos, já que ambos, vento e músculos, partilham do mesmo Qì ( 氣 ), neste caso o da madeira ( 木 ) 2. Ainda que seja uma compreensão superficial dos cinco movimentos e que não é somente nela que se configura a Doutrina Médica desta medicina nota-se a dificuldade de unir estes conceitos à medicina ocidental. Alguns autores, por exemplo, associam a teoria do Yīn ( 陰 ) e do Yáng ( 陽 ) com a teoria do sistema nervoso simpático e parassimpático, ainda que os desdobramentos de tais conceitos não sejam iguais, tal tentativa deve ser digna de nota, porém o mesmo não parece ser possível com a teoria dos cinco movimentos. A Doutrina Médica da medicina ocidental, conforme vimos na tabela, se baseia na teoria da causalidade da doença e seu combate, a busca pela última partícula causadora do mal que deve ser combatida para ser erradicada a doença. Esta última partícula nos remete aos quatro elementos gregos entendidos como substância, ideia que viria desde Leucipo e Demócrito com sua teoria atômica: a última partícula indivisível que pode explicar todas as coisas. Como se sabe, a teoria atômica teve várias reformulações até os dias de hoje, porém a busca pela última partícula se expressa de maneira nítida na ciência médica do ocidente, citamos como exemplo a depressão, uma doença que se justifica primeiramente pela deficiência de alguns neurotransmissores (principalmente serotonina e noradrenalina). Os pressupostos da medicina ocidental se baseiam na teoria da evolução de Darwin, a qual postula que as mutações e alterações no organismo ocorrem devido a condições internas da célula, e tais mutações ocorrem ao acaso. Isto significa que as mutações além de ocorrerem aleatoriamente não sofrem esta alteração devido a condições externas da própria célula. E, seguindo este raciocínio, alguns neurotransmissores podem simplesmente diminuir a liberação de serotonina. Na racionalidade médica chinesa, ao contrário, todo organismo vivo sofrerá uma mutação devido aos estímulos internos e externos, tais mutações ocorrem na tentativa de permanecer em equilíbrio 3. Infelizmente, temos a tendência em acreditar que as origens do nosso conhecimento não impregnam todo o desenvolvimento da ciência médica, tendemos a acreditar que o conhecimento científico se desenvolve através de superações do passado e que descobertas passadas não influenciam o saber futuro. [...] todo sistema médico complexo, inclusive o ocidental contemporâneo, está fundamentado em uma cosmologia, e [...] esta cosmologia é a expressão de concepções metafísicas ou simbólicas [...] (LUZ, 2013, pág. 6). 2 Esta teoria se explica baseada no conceito de Gǎn Yìng ( 感應 ). GǍN YÌNG 感應, estímulo ressonância, seria a concepção que explica as correspondências dos sistemas ao propor que fenômenos da mesma qualidade partilhem o mesmo QÌ 氣, e portanto afetem-se mutuamente (SOUZA, 2008, pág.15). 3 Esta concepção se aproxima da teoria de Lamarck.

13 13 Diversas pesquisas no ocidente relacionadas com a medicina tradicional chinesa parecem buscar esta última partícula, diversos autores acreditam estar comprovando os pontos de acupuntura através da diferença da resistência elétrica na pele humana (SCOGNAMILLO-SZABO; BECHARA, 2001), outros tentam identificar os neurotransmissores liberados quando se estimula este ou aquele ponto de acupuntura. Este tipo de pesquisa não parece estar unindo as medicinas, seu esforço é o de interpretar os resultados obtidos na terapêutica da medicina clássica chinesa à luz da medicina ocidental. Ou seja, explicar a medicina chinesa através da racionalidade médica da medicina ocidental. Sobre o exemplo que citamos acima poderíamos nos perguntar por que não invertemos as relações, demonstrando que a diferença da resistência elétrica na pele se justifica ou se comprova pelos pontos de acupuntura. Esta inversão não ocorre, pois a medicina tradicional chinesa, ou melhor, os estudos da medicina tradicional chinesa no ocidente utilizam a cosmologia ocidental para justificar o conhecimento da medicina clássica chinesa. A rigor temos aqui o desenvolvimento de uma especialização da medicina ocidental, não uma medicina chinesa, muito menos tradicional chinesa. Carlos Nogueira Pérez (2010, pág. 87), autor de diversos livros em medicina tradicional chinesa, acredita que conforme avançamos nos conhecimentos sobre acupuntura percebemos uma convergência com a medicina ocidental, até o momento em que descobrimos que em essência são iguais. Nosso estudo aponta para a direção oposta: quanto mais avançamos nos conhecimentos da acupuntura descobrimos que em essência não são iguais. E que mesmo a tentativa de torna-las iguais não parece ser possível. A semelhança destas medicinas está no fato de ambas estudarem o mesmo objeto, ou seja, o ser humano, e isto nos traz possíveis relações que podem ser comparadas. Constatar que estas racionalidades médicas não podem ser unidas não significa que não devam ser estudadas, pelo contrário, a riqueza de informações e de técnicas que ambas podem proporcionar é de extrema importância para o desenvolvimento das medicinas, tanto de uma como de outra. Contudo não podemos acreditar que estamos unindo estas medicinas, ainda que na atualidade as culturas tendam a sofrer uma miscigenação. O fato do currículo de medicina chinesa na China incluir parte dos conhecimentos da medicina ocidental não parece ser um perigo, tal como afirma Philippe Sionneau, desde que se interprete este conhecimento à luz da racionalidade médica da medicina clássica chinesa. Neste pensamento um exame médico ocidental que identifica colesterol alto no exame de sangue pode ser interpretado como uma manifestação de deficiência de yin do fígado, fleuma quente no sangue, calor tóxico no fígado, etc. Não precisamos rejeitar as tecnologias vindas de fora, devemos apenas saber ler sobre uma mesma racionalidade médica. O estudo sobre os cinco movimentos demonstrou a inviabilidade de unirmos as medicinas aqui mencionadas, seus fundamentos fazem sentido apenas para construir diagnósticos e tratamentos baseados na medicina clássica chinesa. A inclusão de

14 14 informações médicas ocidentais, tal como o exame de sangue, apenas agrega sinais clínicos e auxilia na identificação do desequilíbrio do indivíduo, desde que seja utilizada a racionalidade da medicina clássica chinesa. Infelizmente, as pesquisas ocidentais que envolvem a acupuntura raramente abordam um tema sob esta perspectiva, frequentemente estes estudos dão continuidade as tentativas de comprovações científicas da acupuntura, ou pelo menos, reforçam esta ideia. É percebendo o abandono da racionalidade médica chinesa que Heiner Fruehauf nos alerta: a arte tradicional da medicina oriental está morrendo. A causa desta morte vai desde acadêmicos e pesquisadores que valorizam a técnica em detrimento dos fundamentos de uma racionalidade médica, até o poder das indústrias farmacêuticas sobre as pesquisas que merecem subsídio financeiro. No entanto, esta morte anunciada por Fruehauf parece fazer sentido apenas no ocidente, segundo Philippe Sionneau apesar das evoluções modernas, mantém-se na China uma corrente muito tradicional utilizando os conceitos e a sabedoria tiradas diretamente dos primeiros clássicos originais. A dificuldade de lermos os textos originais chineses distancia o ocidente destas correntes tradicionais que utilizam a racionalidade médica chinesa, tendemos a estudar uma medicina chinesa fortemente influenciada pela cultura europeia, a qual carrega fortes traços positivistas e funcionalistas que descaracterizam a medicina clássica chinesa. Talvez antes de tentarmos fazer as associações com as duas medicinas aqui estudadas deveríamos nos esforçar em entender a verdadeira medicina chinesa que, obviamente, se encontra na China. REFERÊNCIAS CHENG, Anne. História do pensamento chinês. RJ: Vozes, GRANET, Marcel. O Pensamento Chinês. RJ: Contraponto, LUZ, Mandel Therezinha. Estudo comparativo das racionalidades médicas: medicina ocidental contemporânea, homeopática, chinesa e ayurvédica. Disponível em: < Madel LUZ.pdf>. Acesso em: 10 abril MACIOCIA, Giovanni. Os fundamentos da medicina chinesa. São Paulo: Roca, PEREZ, Carlo Nogueira. Acupuntura Bioenergética e Moxabustão Tomo I. Espanha: Ediciones C.E.M.E.T.C. S.L.; 2010.

15 15 SCOGNAMILLO-SZABO, Márcia Valéria Rizzo; BECHARA, Gervásio Henrique. Acupuntura: bases científicas e aplicações. Cienc. Rural, Santa Maria, v. 31, n. 6, Dec SILVA, Fernando Mauricio da; O homem entre o céu e a terra. Centro de filosofia e ciências humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SIONNEAU, Philippe. O comunismo chinês matou a verdadeira medicina chinesa. Disponível em: <sionneau.com/medecine-chinoise/articles/o-comunismo-chines-matoua-verdadeira-medicina-chinesa> Acesso em: 16 abril SOUZA, Eduardo Frederico Alexander Amaral de. Nutrindo a vitalidade: questões contemporâneas sobre a Racionalidade Médica Chinesa e seu desenvolvimento histórico cultural. Tese (Doutorado) - Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro SOUZA, Eduardo Frederico Alexander Amaral de; LUZ, Madel Therezinha. Análise crítica das diretrizes de pesquisa em medicina chinesa. Hist. cienc. saude- Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 18, n. 1, Mar

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