UNIDADE I INTRODUÇÃO A ASTROLOGIA. 1 - O Que é Astrologia, como surgiu e como está atualmente a Astrologia.

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1 UNIDADE I INTRODUÇÃO A ASTROLOGIA 1 - O Que é Astrologia, como surgiu e como está atualmente a Astrologia.

2 Dificilmente podemos enquadrar a astrologia como Ciência, ao menos com base naquilo que é a ciência nos dias de hoje. Não se conhece a origem da astrologia, não se sabe precisar exatamente que povo a desenvolveu primeiro (alguns registros pré-históricos dão somente pistas), não existe uma definição precisa que consiga explicar seu funcionamento sem lançar mão de justificativas esotéricas, religiosas ou pouco prováveis de se comprovar empiricamente. A astrologia foi uma dos conhecimentos mais importantes desde a antiguidade até as vésperas do Iluminismo, readquirindo novamente o interesse do homem justamente nos dias de hoje, agora sob nova roupagem. Era tida como uma ciência sagrada para a maioria dos povos que a praticavam, e muitos de seus conceitos e definições eram totalmente mesclados a aspectos religiosos.

3 É impossível definir com exatidão como a astrologia surgiu: Acredita-se, entretanto, que seu estudo tenha começado de forma absolutamente empírica. O homem começou a associar certos padrões de acontecimento a certas disposições celestes, de forma que ao longo de muitos séculos se construiu um sistema complexo de simbolismos baseados principalmente na disposição dos planetas através das constelações zodiacais. Há quem rejeite esta hipótese acreditando na forma de algum tipo de revelação divina (ou nem tão divina). Antigamente Astrologia e Astronomia eram palavras que caminhavam juntas, justamente porque o homem não conseguia desmembrar o ato de observar o céu da sua predisposição a tentar buscar significados em tudo o que ele via. A Astronomia é um estudo objetivo do universo através daquilo que está visível no céu. Mas a Astrologia nunca foi um estudo do céu propriamente dito, ela sempre utilizou o céu como instrumento, nunca como objeto de estudo. A astrologia é antes de qualquer coisa um estudo do tempo. Não é absurdo dizermos que nossos instrumentos de medição do tempo são todos Astrológicos, já que os

4 calendários são a manifestação gráfica da busca do homem por medir e acompanhar a passagem do tempo com base em movimentos repetitivos dos astros visíveis no céu, principalmente Sol, Lua e Vênus. E é interessante a natureza instrumental da Astronomia para a Astrologia, justamente porque existem correntes astrológicas antiguíssimas que nem sequer usam o céu como medida do tempo, mas um calendário totalmente simbólico, como alguns aspectos da Astrologia Tradicional Chinesa. Mais do que apenas acompanhar a passagem do tempo, a Astrologia deseja compreende-lo, porque cada momento possui uma qualidade específica que jamais se repete. Isso é uma das coisas mais interessantes da utilização do céu como o instrumento principal de medição do tempo: tendo ele como base, chega-se a conclusão que cada momento é absolutamente único e nunca se repete exatamente da mesma maneira. Você provavelmente vai encontrar por aí vários astrólogos que tentam justificar a Astrologia fazendo uso

5 das mais absurdas gabolices, desde a tese de que os planetas enviam raios para a terra e assim influenciam os acontecimentos por aqui, desde a hipótese de que a física quântica é a base da Astrologia, ou que sua base na verdade são misteriosas influências magnéticas, raios cósmicos enfim, chovem explicações. Fato é que originalmente nunca foi dito que tais influências existiam e a princípio o que ocorria era observação pura e simples e associação de tempo + configuração celeste + acontecimentos terrenos. Ao longo do tempo é que o homem sempre na sua intensa necessidade de entender tudo o que acontece em sua volta, tentou explicar a Astrologia com aquilo que parecia mais óbvio, e daí surge o pensamento supersticioso em torno das possíveis influências físicas dos astros. Nenhum Astrólogo que se preze nos dias de hoje pode compactuar com qualquer tipo de tese que postule a existência de uma influência direta entre céu e homem, não porque exista algum tipo de regra ou lei na astrologia que proíba isso, mas pura e simplesmente em nome do Bom-senso. Aliás, um dos grandes problemas da Astrologia hoje é a ausência de leis, de rigor conceitual, de definições. As coisas se organizam de tal forma que não existe uma unidade, não existe consenso. Astrólogos acham que por serem movidos pela intuição, ou porque seus mapas apontam determinados aspectos de Netuno, Plutão, Urano, Saturno, ou seja, qual planeta for que lhes concede autoridade astrológica pra inventar aquilo que quiserem (um astrólogo brasileiro certa vez me disse que só porque ele nasceu com o Sol em trígono com Saturno ele tinha autoridade astrológica de achar o que quisesse sobre Saturno e que estava liberado pra ignorar toda uma tradição de milênios em torno dos significados deste planeta) ou ainda por terem tido um mestre que lhes transmitiu muito conhecimento, mas pouco fundamento ou deu pouca formação tradicional ou embasamento conceitual (por exemplo, ensinar as coisas somente de uma determinada maneira porque o mestre pessoalmente pensa daquela maneira, ignorando completamente toda e qualquer outra forma de se pensar aquele assunto), enfim,

6 o que ocorre é que a Astrologia simplesmente não tem unidade, uma convenção de Astrólogos está mais próxima hoje em dia de uma Torre de Babel. Cada um agrega aquilo que pessoalmente considera mais interessante para a sua prática e ignora o que lhe parece errado, feio, chato ou muito difícil. Pessoalmente, acredito que vivemos em um momento histórico onde simplesmente não existe espaço para que as coisas continuem dessa maneira. Existe uma necessidade urgente da astrologia de ter unificação, não no sentido de haver um sistema específico que impere sobre todos, mas que simplesmente não se ignore completamente o passado, ou que não se viva obsessivamente somente dele, ou ainda que cesse a tendência a agregação compulsiva de coisas que não tem nada a ver com a Astrologia dando origem a híbridos bizarros, como a Astrologia Quântica só pra citar um exemplo. Não penso que se deve abdicar da intuição, já

7 que a intuição não é uma dádiva dos Astrólogos mas uma faculdade comum a todo e qualquer ser humano. Até mesmo um médico após anos de prática, por intuição consegue deduzir uma série de coisas em seus pacientes, mas ele certamente não iniciou seus estudos médicos com base exclusiva na tentativa e erro como fazem muitos Astrólogos. Ele estudou a medicina longamente, todos os aspectos dela incluindo muitos aspectos que ele jamais nem sequer irá usar, porque provavelmente vai se especializar em alguma parte específica do corpo. Porque que com a Astrologia isso tem que ser diferente? Existe uma tradição na astrologia, existem N autores, N formas de se encarar a Astrologia, como é que se ignora essas coisas e se parte quase sempre para uma visão pessoal e estreita da matéria? REFLEXÃO Como você pensa ou pensava a Astrologia e que insights teve ao ler esta introdução? Fale da sua visão pessoal a respeito da astrologia, de como você a concebia antes mesmo de entrar em contato com Astrólogos, de que forma sua visão foi se modificando e como você a enxerga exatamente hoje. Não hesite em falar exatamente o que pensa, não existe forma certa ou errada de se encarar um conhecimento do ponto de vista pessoal. Se possível escreva um texto e envie para eliasastrologia@gmail.com