EVOLUÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E SEUS IMPACTOS SOBRE AS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DA MICROBACIA URBANA DO CÓRREGO DA VEADA OURINHOS SP 1
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1 EVOLUÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E SEUS IMPACTOS SOBRE AS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DA MICROBACIA URBANA DO CÓRREGO DA VEADA OURINHOS SP 1 Antonio Edson Monteiro Laurenti aeml_cb@yahoo.com.br Aluno do programa de pós graduação em Geografia FCT Unesp Presidente Prudente SP Prof. Dr. Edson Luís Piroli elp@ourinhos.unesp.br Professor do departamento de Geografia Unesp - Campus experimental de Ourinhos SP Introdução O presente trabalho é fruto do esforço dedicado em demonstrar a interação e conseqüências do processo expansivo da urbanização sobre espaços naturais (principalmente no que diz respeito ao sistema hidrográfico) no município de Ourinhos SP, resultados estes, obtidos a partir da espacialização gráfica e análise das atividades humanas (uso e ocupação do solo) no espaço de tempo de trinta e quatro anos. No campo, a degradação iniciada com a retirada da vegetação nativa no período de sua ocupação, agrava-se com a intensificação da exploração do solo, ampliação das áreas de cultivo, cultivos agrícolas que requerem o uso de agro-defensivos (agrotóxicos) e pelo desrespeito aos limites de áreas legalmente protegidas, estas últimas fundamentais para a manutenção e preservação das águas em nascentes, córregos e rios. Já no espaço das cidades, tornam-se cada vez mais perceptíveis para a população os problemas ambientais resultantes da lógica de produção em que estão inseridas as cidades, problemas como poluição sonora, contaminação do solo, do ar, da água, enchentes e inundações, racionamento de água para o consumo público, acúmulo de lixo e conseqüente surto de vetores e epidemias, além de outros problemas ambientais que ocorrem nas cidades, refletem a delicada e muitas vezes ilógica relação estabelecida entre sociedade natureza, em que a primeira muitas vezes reconhece na segunda apenas uma fonte de recurso ao seu dispor. Vale lembrar que destes impactos na cidade, estão relacionados ao rápido processo de urbanização desencadeado principalmente na segunda metade do séc.xx, atrelado ao processo de industrialização brasileira concentrado na região sudeste, acompanhado conseqüentemente do chamado êxodo rural, em que o deslocamento humano das áreas rurais para as cidades, resulta em um crescimento muitas vezes desordenado destas. 1 Eixo Temático: Geografia Ambiental e da Saúde
2 Justificativa Os problemas acima relacionados, bem se sabem que não são específicos da área de estudo em questão, são problemas presentes em quase todas as cidades do país e mostra-se como um desafio para uma relação sociedade natureza harmônica e sustentável. Por isso que, no presente trabalho, Evolução do Uso e Ocupação do Solo e seus impactos sobre as áreas de Preservação Permanente de Nascentes e Corpos d água da microbacia urbana do Córrego da Veada Ourinhos SP foi dada grande atenção à ocupação urbana e seus impactos imediatos e duradouros sobre os sistemas hídricos da paisagem. A possibilidade de analisar o avanço da ocupação antrópica, em diferentes períodos, será em primeiro lugar, a principal base de referência para do levantamento de impactos ambientais nas APPs, originados seja por impactos urbanos ou atividades rurais podendo auxiliar decisivamente para planos e políticas de planejamento ambiental futuros ou atuais, além é claro, contribuir para a aplicação e cumprimento das diretrizes normativas contidas no Plano Diretor Lei n 499 dez/2006 especificamente a Seção V Das Áreas de Especial Interesse Ambiental Artigos 27; 28 e 29. Objetivos Neste trabalho foi estudada a microbacia hidrográfica do Córrego da Veada na área urbana (noroeste do centro da cidade) da cidade de Ourinhos. Esta microbacia compõe a sub-bacia do rio Pardo (ao norte da cidade) afluente direto do rio Paranapanema. O objetivo geral pesquisado neste trabalho foi avaliar a evolução do uso e ocupação do solo e seus impactos ambientais sobre as áreas de preservação permanente da nascente e do córrego da referida microbacia partir da comparação de fotografias aéreas dos anos de 1972 e imagens de satélite do ano de 2006 na escala 1: Objetivos específico são: Localização das nascentes e corpos d água em cada um dos anos relacionados anteriormente. Delimitação das Áreas de Preservação Permanente de nascente e corpo d água, de acordo com as diretrizes legais contidas no Plano Diretor de Ourinhos, na lei 4.771/65, resoluções CONAMA 303/02; 341/03 e 369/06. Análise dos impactos ambientais, sobre a nascentes e corpo d água na microbacia hidrográficas do Córrego da Veada em Ourinhos SP, de acordo com a evolução do uso e ocupação do solo nos diferentes anos relacionados. Metodologia
3 Os objetivos propostos neste trabalho sejam eles de ordem teórica ou de ordem prática, foram contemplados e efetivados a partir da realização de revisão bibliográfica que abrangeu os conteúdos históricos, conceituais, técnicos e legais, necessários para a compreensão do tema e área da pesquisa tendo como prioridade o levantamento bibliográfico e documental referentes a meio ambiente, legislação ambiental (áreas de preservação permanente), sistema de informações geográficas (SIG), além de documentos relativos ao processo histórico de ocupação e formação do município de Ourinhos, cartas topográficas (IBGE) e outras bases cartográficas digitais da área de estudo. Para isso foram realizadas atividades de pesquisa relacionadas ao estudo do processo histórico da ocupação do solo da cidade de Ourinhos sobre o divisor de águas dos rios Pardo/Paranapanema, trabalho de campo geoprocessamento de informações para espacialização cartográfica das nascentes e corpos d água em cada um dos anos relacionados anteriormente além da delimitação das Áreas de Preservação Permanente de nascentes e corpos d água, de acordo com as diretrizes legais contidas no Plano Diretor de Ourinhos, na lei 4.771/65, resoluções CONAMA 303/02; 341/03 e 369/06. Resultados e Consideração Final A possibilidade de analisar o avanço da ocupação antrópica, em diferentes períodos, será em primeiro lugar, a principal base de referência para do levantamento de impactos ambientais nas APPs, originados seja por impactos urbanos ou atividades rurais podendo auxiliar decisivamente para planos e políticas de planejamento ambiental futuros ou atuais, além é claro, contribuir para a aplicação e cumprimento das diretrizes normativas contidas no Plano Diretor Lei n 499 dez/2006 especificamente a Seção V Das Áreas de Especial Interesse Ambiental Artigos 27; 28 e 29. Os resultados obtidos foram cartografados e expressos em forma de gráfico com a porcentagem das áreas com os diferentes tipos de uso e ocupação. Foram produzidos os seguintes materiais: Mapa base com a delimitação da Microbacia, drenagem e APP em 1972; Mapa base com a delimitação da Microbacia, drenagem e APP em 2006; Mapa do Uso e Ocupação dentro da APP; Gráfico com a porcentagem das áreas dos diferentes usos e ocupação na área de preservação permanente. De maneira geral a partir da analise dos mapas de 1972 e 2006, destacamos que o processo de urbanização e conseqüente impermeabilização do solo sem o devido planejamento e respeito aos limites legais, alteram profundamente a dinâmica da morfogênese com a retirada da cobertura vegetal nativa. Mais da metade (62 %) da área de preservação permanente da microbacia é formada por áreas de campos, floresta (vegetação arbórea) e campos úmidos, já os 38 % restantes foram o suficiente para a degradação da APP por atividades como pastagem, indústria e comércio e residências.
4 As conseqüências desse processo de alteração resultou em intenso processo erosivo no canal, rebaixamento do nível da nascente e assoreamento do canal. Apesar dos valores separado e detalhados sobre o uso e ocupação o ideal seria que 0% representasse a ocupação humana nas APPs, não se trata de um pensamento naturalista emocionado, se trata de um posicionamento racional frente a irracionalidade de um modelo de ocupação descontralado que realmente gera atraso e perdas. Referências Bibliográficas AB SABER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: Potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, p. AB SABER, A.N. e MÜLLER-PLANTENBERG, C. (Orgs.) Previsão de Impactos. O Estudo de Impacto Ambiental no Leste, Oeste e Sul. Experiências no Brasil, Rússia e Alemanha. SP:EDUSP, ALMEIDA, J.R. Planejamento Ambiental. Rio de Janeiro, BOIN, M. N.Áreas de Preservação Permanente: Uma visão prática. In: Centro de Apoio Operacional de Urbanismo e Meio Ambiente. (Org.). Manual Prático da promotoria de Justiça do Meio Ambiente. 1 ed. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2005, v. 2, p BOSCARIOL R. A. & SILVEIRA M. R. Formação Socioespacial e Expansão Urbana na Cidade de Ourinhos/Sp: PRIMEIRAS RESPOSTAS. II Simpósio Internacional sobre cidades Médias. UFU. Nov MG. BRASIL. Lei nº. 4771, de 15 de setembro de Institui o Novo Código Florestal. Brasília, DF: Senado Federal, CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia. São Paulo, Edgard Blücher, 2 ª ed., CHRISTOFOLETTI, A Geomorfologia Fluvial. São Paulo : Edgard Blücher : FAPESP, 1981 CUNHA, S.B., GUERRA, A.J.T., (Orgs.). Avaliação e perícia ambiental. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, DEL RIOS, J. Ourinhos: Memórias de uma cidade paulista. Prefeitura Municipal, DIBIESO, Eduardo Pizzolim, Espacialização das Áreas com Restrições ao Parcelamento do Solo: Estudo Aplicado a Bacia Hidrográfica do Córrego do Cedro Presidente Prudente SP. Pres. Prudente: FCT/UNESP, (Monografía) 2003.
5 GONÇALVES, C. W. P. Os (des)caminhos do meio ambiente. 14ª ed. São Paulo: Contexto, GONÇALVES, C.W.P. Paixão da Terra: ensaios críticos de Ecologia e Geografia. 1984, p. 76. IBGE - INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Cidades. Disponível em: < Acesso em 20/08/2009. LEAL, A.C. Gestão das Águas no Pontal do Paranapanema São Paulo. Tese de Doutorado, Instituto de Geociências, UNICAMP, Campinas, LEAL, A.C. Meio ambiente e urbanização na microbacia do Areia Branca - Campinas/SP. (Dissertação de Mestrado. UNESP/IGCE. Rio Claro) MOTA, S. Urbanização e Meio Ambiente. ed. R.Janeiro: ABES, NASCIMENTO, M. C., SOARES, V. P., RIBEIRO, C. A. Delimitação automática de áreas de preservação permanente (APP) e identificação de conflito de uso da terra na bacia hidrográfica do rio Alegre. In: Anais XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Goiânia abril de 2005, INPE, p PIROLI, E. L. Disciplina de geoprocessamento : práticas em Idrisi versão Taiga / Ourinhos :Unesp/Campus Experimental de Ourinhos, p. : ils. RODRIGUEZ, J.M.M. Planejamento Ambiental como campo de ação da Geografia. In: C.B.G, 5, 1994, Curitiba/PR. Anais... Curitiba: AGB, V.1. RODRIGUEZ, J. M. (Org.) Geocologia das Paisagens: uma visão geossistemica da analise ambiental. Fortaleza: Editora UFC, ZACHARIA, A. A. A REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS UNIDADES DE PAISAGEM NO ZONEAMENTO AMBIENTAL: um estudo de caso no Município de Ourinhos-SP p. Tese (doutorado em Geografia) UNESP, Instituto de Geociências e Ciências Exatas/Campus de Rio Claro, São Paulo.
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