Educação, Desigualdade Salarial e Desenvolvimento
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- Benedito Miranda de Andrade
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1 Educação, Desigualdade Salarial e Desenvolvimento Aula 4 Valéria Pero Desenvolvimento socioeconômico: teoria e aplicações
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3 Retornos à educação Dois tipos de retornos são geralmente estimados: 1. taxa de retorno privado, que compara os custos e benefícios do investimento em educação financiados e realizados por cada aluno que realiza o investimento; 2. taxa de retorno social, que compara os custos e benefícios do país como um todo ou ponto de vista da sociedade. Taxas de retorno privado são utilizados para explicar o comportamento dos indivíduos na busca de diferentes níveis e modalidades de ensino, Taxas sociais são usadas para formular políticas educacionais em relação à expansão ou contração, de diferentes níveis e modalidades de ensino.
4 Investimento em capital humano Perspectiva do Becker educação só pode ser fonte de renda futura se salários refletirem produtividade Não é evidente que aumento da produtividade dos assalariados leva sistematicamente a um aumento no seu salário, mesmo em perfeita mobilidade dos trabalhadores
5 Modelo: Relação entre salário e capital humano Força de trabalho composta por trabalhadores homogêneos, com tamanho normalizado para 1 Cada trabalhador tem ciclo de vida com duração infinita e desconta o futuro com taxa r >0 Se cada um tem treinamento geral i, tem capacidade de produzir quantidade de bens y(i) ao longo da vida Caso não trabalhe, obtém z unidades de bens Função de produção y(i) é crescente, côncava, de tal modo que y(i) z
6 Modelo: Equilíbrio competitivo com treinamento geral Livre entrada de firmas leva lucro de empresas que investem em treinamento geral a 0, logo, y(i)=w(i) Investimento da empresa em treinamento geral não necessariamente ficará para empresa - trabalhador sabe que pode encontrar em outra empresa salário y(i) Ofertantes de trabalho são os beneficiados, logo devem arcar com custos do investimento
7 Modelo: Equilíbrio competitivo com treinamento geral Como não tem desemprego, o valor presente descontado do rendimento de uma pessoa que investiu i na sua entrada no mercado de trabalho: ₀ y(i) e rt dt = y(i)/r Investimento ótimo mazimiza [y(i)/r-i], logo y (i)=r
8 Modelo: Equilíbrio competitivo com treinamento geral Cada indivíduo tem interesse em investir em mais treinamento geral até o ponto em que o retorno marginal descontado y (i)/r do seu investimento for igual ao custo marginal (nesse caso igual a 1) Empregadores não tem interesse em investir nesse tipo de treinamento
9 Modelo: Escolha da escolaridade H(t)=θ h(t) s(t) S(t) se estuda no periodo t θ eficiencia do esforço para se escolarizar Variaçao do capital humano depende desse esforço τ é a data em que teve treinamento pela ultima vez e h(τ) é o estoque de conhecimento
10 Exemplo: Escolha do nível de escolaridade
11 Exemplo: Escolha do nível de escolaridade Taxa de retorno privado de um investimento no ensino superior estimada pela taxa de desconto (r) que iguala o fluxo de ganhos ao longo do ciclo produtivo e de custo do investimento no período (5 anos de universidade u comparado com ensino médio s custo direto C e de oportunidade/indireto W). Realiza I: Taxa de retorno salarial com nível superior > r
12 Equação Minceriana Função de log-salários (LNW), utilizando anos de escolaridade (S), anos de experiência no mercado de trabalho (EX e EX ao quadrado). Nesta especificação semi-log do coeficiente de anos de escolaridade pode ser interpretada como a taxa média de retorno de um ano adicional de escolaridade, independentemente do nível de escolaridade. ln W i = α + β 1 S i + β 2 EX i + β 3 EX 2 i + ε i (1
13 Correção do viés de seleção Correção de Heckman: tipo de viés é causado devido a função de rendimentos somente considerar os indivíduos que estão participando do mercado de trabalho no momento de estimação dos parâmetros, assim, desprezando os indivíduos que não auferem renda deste mercado. James Heckman foi o responsável por discutir o viés resultante do uso de amostras não aleatoriamente selecionadas para estudar relações comportamentais.
14 Correção do viés de seleção Estimar, além da equação minceriana, uma função auxiliar, denominada equação de participação no mercado de trabalho. ln W i = α + β 1 S i + β 2 EX i + β 3 EX i 2 + β 3 λ i + ε i (2) onde λ i representa a razão inversa de Mills, captura a probabilidade dos indivíduos participarem do mercado de trabalho. λ i = φ γz i σ u Φ γz i σ u (3) φ é a função de densidade probabilidade, Φ é a função de distribuição acumulada, Z i é o vetor de variáveis que determinam a participação no mercado de trabalho do indivíduo, γ é o vetor de parâmetros das variáveis Z i e σ u é o desvio padrão do resíduo u da equação de participação no mercado de trabalho. Participação no mercado de trabalho estimada pelo método da máxima verossimilhança utilizando um modelo probit. -- estimadores consistentes para os β s.
15 Correção do viés de seleção Método de variáveis instrumentais (MVI) para tratar do problema da endogeneidade da variável educação, além de tratar o erro de medida da variável educação e a omissão de variáveis relevantes no modelo. Escolhe-se um instrumento que não tenha correlação com o termo de erro e que seja altamente correlacionada com a variável que está sendo instrumentalizada. No caso da equação de rendimentos, aplica-se esse método para tratar da endogeneidade da variável educação: escolaridade dos pais e o grupo de ocupação dos mesmos como instrumento para educação; a renda de aluguel.
16 Equação Minceriana Especificação alternativa: Dummies para distinguir os diferentes níveis de escolaridade Taxas de retorno privado por nível de escolaridade
17 Críticas Habilidade Estimativa explica 30% do retorno Experimento com gêmeos separados não confirma Simultaneidade VI para corrigir viés negativo da estimativa via OLS, por exemplo, com a lei que aumenta idade obrigatória para ficar na escola Porém, VI gera outros problemas de identificação... Background familiar Efeito intergeracional sobre capital humano Estimativas mostram que quando se controla pela escolaridade dos pais, diminuiu retorno, porém pouco Dificuldade de observar efeito direto sobre produtividade Qualidade da educação
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19 Sinalização Mercado de trabalho tem um problema de assimetria de informação Educação aumenta a produtividade dos trabalhadores x Educação revela ou sinaliza a produtividade inerente aos trabalhadores Coloca em questão o fato de que educação permite acumular diretamente conhecimento produtivo
20 Sinalização Spence (1973) coloca ideia de que educação serve para selecionar indivíduos (screening), sem realmente influenciar na eficiência produtiva que terão na vida profissional Eficiência produtiva está ligada a qualidade/habilidade intrínseca, que depende mais de fatores como ambiente familiar, história pessoal, habilidades inatas, talento etc, em que educação influencia pouco
21 Sinalização A premissa da teoria da sinalização é que as pessoas com desempenho mais eficiente na vida produtiva são aquelas que tem melhor desempenho nos estudos Se produtividade dos trabalhadores não é observada pelos empregadores, o sucesso como estudante serve como sinal para existência dessas características produtivas
22 Sinalização Com educação, pessoas buscam dar esse sinal e não necessariamente aumentar sua capacidade produtiva da teoria do capital humano Conclusões também diferentes: K humano: decisões individuais sobre educação é socialmente eficiente Sinalização: tendência à sobre-educação em relação à eficiência social, se educação serve para sinalizar sua capacidade produtiva aos empregadores
23 Teoria da sinalização: uma formalização Mercado em que muitas pessoas sinalizam e ainda não tem informação para reputação. Decisão de contratação da empresa como um processo de investimento sob incerteza: empregador não tem conhecimento sobre capacidade produtiva do trabalhador no momento da contratação. Mas observa dados pessoais na forma de características observáveis e atributos: SINAIS.
24 Teoria da sinalização Algum tempo após a contratação, a empresa vai aprender sobre capacidades produtivas de um indivíduo e, com base na experiência anterior no mercado, terá avaliações de probabilidades condicionais sobre a capacidade produtiva dado várias combinações de sinais (caracteristicas e índices observáveis). Quando confrontado com candidato com certas características observáveis, a "loteria" subjetiva da empresa para decisão de investimento é definida com base nessas distribuições de probabilidades condicionais sobre a produtividade Assumindo a neutralidade de risco, a empresa terá um produto marginal esperado para um indivíduo para cada configuração de sinais e índices que confronta. E, supondo um mercado competitivo, estes produtos marginais serão refletidos nos salários.
25 Teoria da sinalização
26 Teoria da sinalização Equilíbrio ocorre quando qualquer parte do ciclo se repete Exemplo, crenças probabilísticas condicionadas do empregador não são alteradas de um período para o seguinte, já que não são refutadas pelos dados. Embora os indivíduos não tenham condições de mudar muito seus índices, eles podem alterar os seus sinais, mesmo com algum custo para si. A educação é um exemplo clássico.
27 Teoria da sinalização: modelo formal Indivíduos do Grupo I e Grupo II com produtos marginais iguais a 1 e 2, respectivamente. População q do Grupo I e 1-q do Grupo II Grupo II mais produtivo do que Grupo I, e também podem adquirir um sinal em particular, y, a um custo menor. Suponha que o custo para adquirir sinal do Grupo I (II) é igual a y (y / 2). Interpretar y em termos de educação. Empresas competitivas e pagam aos trabalhadores salário igual ao seu produto marginal.
28 Teoria da sinalização: modelo formal Para encontrar um equilíbrio averiguar um conjunto de crenças selfconfirming probabilísticas condicionadas por parte dos empregadores. Por exemplo, se um indivíduo tem y menor que y* unidades de educação, é do Grupo I, e caso contrário é Grupo II. Tais crenças condicionais implica no seguinte esquema de salário
29 Teoria da sinalização: modelo formal Dado salário oferecido, cada grupo irá selecionar o nível ideal de educação. Se quiser y< y*, vai adquirir y= 0, porque a educação é custosa e, dadas as crenças do empregador, não há benefícios em aumentar y até y *. Se quiser y y* irá adquirirá apenas y=y* pois novos aumentos de y gerariam custos sem benefícios adicionais. Assim, o indivíduo só irá definir se quer y=0 ou y y*. Um equilíbrio exigirá, portanto, todos do Grupo I, indivíduos definindo y=0 e do Grupo II de ajuste y y*.
30 Teoria da sinalização: modelo formal
31 Teoria da sinalização: modelo formal Cada grupo define y para maximizar a diferença entre o salário oferecido e os custos de adquirir educação, c i, i= I, II. Dado o nível de y* no diagrama e o pressuposto de que a C I = Y>= Y / 2= C ll, é evidente que os membros do Grupo I irão definir y= 0 e membros do Grupo II irá definir y= y *. Neste caso, as crenças das entidades patronais se confirmam e temos um equilíbrio de sinalização.
32 Teoria da sinalização: modelo formal Mais geralmente, um equilíbrio de separação irá ocorrer se: Observe também que um outro equilíbrio agregador no qual todos os indivíduos adquirem a educação também é possível. Para isso, simplesmente exigir crenças probabilísticos condicionadas das empresas para ser
33 Teoria da sinalização: modelo formal Novamente os únicos níveis de escolaridade serão y= 0 ou y= Y *. As crenças probabilísticas condicionais da empresa serão "confirmadas" se ambos os grupos definirem Y *. Assim, se o grupo de menor capacidade, em que adquirir escolaridade é mais custoso, define Y= Y *, o mesmo vai acontecer com o grupo mais capaz. Dadas as crenças da empresa, ele vai pagar qualquer pessoa com y= 0 um salário igual a 1, e qualquer pessoa com y= Y * um salário igual a w= 2- Q. Assim:
34 Teoria da sinalização: modelo formal Se a condição acima é satisfeita, em seguida, ambos os grupos vão adquirir educação e as crenças probabilísticas condicionadas da empresa serão confirmadas. O mínimo que um membro do grupo poderia ganhar para adquirir educação é (2- q)- Y * (2-q)- (1-q)= 1, o mesmo que o salário não-educação. E qualquer declínio em y * vai inequivocamente incentivar os membros do grupo I para adquirir educação. Não é novidade que, Grupo II também vai adquirir educação. O mínimo que podiam ganhar (2-q)-y*/2 (2-q)-(1-q)/2=1.5 q/2>1.
35 Teoria da sinalização: modelo formal Implicações de outras características (não somente sinais)
36 Teoria da sinalização: modelo formal
37 Teoria da sinalização: modelo formal
38 Como distinguir modelos? Ambos: Empresas de maximização do lucro competem por trabalhadores maximizadores de utilidade Ganho esperado ao longo do ciclo de vida descontado para um trabalhador com determinados atributos observados é igual a produtividade esperada descontada ao longo do ciclo produtivo de um trabalhador com esses atributos selecionados aleatoriamente Indivíduos escolhem a quantidade de educação que equipara os retornos marginais e custos com escolaridade. Diferença: modelos de sinalização permitem que atributos não observáveis estejam correlacionados com a escolaridade
39 Como distinguir modelos? A possibilidade de que a educação era essencialmente uma forma de sinalizar ao invés de aumentar a produtividade levou a pesquisas empíricas para averiguar a sua verdadeira natureza. Problema: como a diferenciar explicação entre capital humano e sinalização, as quais sugeriam que os ganhos aumentam com a educação?
40 Como distinguir modelos? Efeitos diferenciados entre quem tem ou não certificados/diplomas Entender a diferença entre tempo gasto estudando e a obtenção de diploma sheepskeen effect Importante atingir determinado nível de escolaridade ou se qualificar? Custos externos associados com a educação se os indivíduos ignoram o efeito da sua decisão de investimento no equilíbrio do mercado. Ex: educação adicional para dada habilidade irá aumentar o nível de escolaridade exigido para os mais habilidosos sinalizarem seu talento superior. Política pública no sentido de aumentar o custo do ensino privado Mudança na pergunta da pesquisa CPS foi em direção a qualificar, na linha da sinalização
41 Como distinguir modelos? Teoria de credenciais/sinalização é uma hipótese empírica de que precisa ser testada Prevê, por exemplo, que trabalhadores com diploma (credencial) terão um salário mais elevado do que os indivíduos com o mesmo número de anos de estudo, mas nenhum grau completo. Se não têm dados disponíveis sobre a conclusão do grau, pode identificar via descontinuidades nas curvas de ganhos. Teoria prevê que os salários aumentam mais rápido com anos extras de educação quando o ano extra tem um certificado. (sheepskeen effect ou "efeito diploma )
42 Como distinguir modelos? Exemplo: se o ith e jth ano do ensino são assumidas como sinônimo com o recebimento de um diploma para níveis de ensino médio e superior, respectivamente, pode-se estimar a seguinte equação: B positivo efeito da credencial Outros testes na literatura diploma/escolaridade por ocupação, experimento natural (legislação e gêmeos)
43 Capital humano x sinalização Parece que não é uma ou outra Questão: pesquisa acadêmica enfatiza anos de estudo e processo de seleção de empresas o diploma, certificado Sinalização pode ser Pareto ineficiente Podem adquirir mais educação do que um emprego exige como uma forma de sinalizar atributos potencialmente atraentes, como tenacidade e auto-disciplina Ou as empresas podem exigir mais educação do que é exigido para um determinado trabalho, como forma de desencorajar potenciais absenters. Nestes casos, a taxa de retorno privado para a educação irá exceder a taxa de retorno social.
44 Capital humano x sinalização There is also an issue as to the general applicability of sorting. Evidence of screening has been found in Israel, Japan, Singapore and Australia, but not in Greece, Malaysia, the Netherlands, Sweden and Egypt. Mixed results have been found in the UK and the USA, while there is an almost complete absence of evidence in Western European countries such as France, Germany, Italy, Spain and Portugal. The extent to which education is used as a screen and/or signal must surely depend upon the nature of indigenous educational systems and labour markets. Some countries may have a policy of employing only university graduates as civil servants, thers may have a system of closed shops operating amongst professionals that specifies certain job-related qualifications. It is surely imprudent to generalize results across widely dissimilar countries.
45 Qualidade da educação e desenvolvimento Eric Hanushek e Ludger Woessmann The role of congnitive skilss in economic development (JEL 2008) Desenvolvimento socioeconômico: teoria e aplicações
46 Motivação 1. Países desenvolvidos e em desenvolvimento diferem de várias outras formas além da escolaridade 2. Vários países aumentaram escolaridade sem ter um forte catch-up com países desenvolvidos em termos de bem-estar 3. Países que não funcionam bem em geral também não são tão efetivos em programas educacionais 4. Mesmo quando educação é ponto focal, várias abordagens realizadas parecem pouco efetivas e não levam a resultados esperados dos estudantes.
47 Objetivo Revisão da literatura sobre o papel da educação na promoção do bem-estar econômico Particular atenção à robustez da relação entre educação e resultado econômico a partir de testes de hipóteses e especificações de modelos alternativos sobre os determinantes subjacentes Plano de estudo: a) documentar importância das qualificações cognitivas na determinação das rendas individuais e, por conseguinte, na distribuição de renda; b) relação entre educação e crescimento econômico, mostrando análise viesada quando se considera somente nível de escolaridade.
48 Arcabouço conceitual Modelo simples em que a renda (y) é função das qualificações no mercado de trabalho, geralmente denominada capital humano (H) (1) y= γ H + ε onde ε representa diferenças idiossincráticas da renda e é ortogonal a H Pesquisa avançou tratando do comportamento dos indivíduos em termos do investimento nessas qualificações. Antes porém...
49 Arcabouço conceitual Definição de variáveis que afetam H: recursos da família (F), quantidade e qualidade dos recursos da escola, que é uma função da escolaridade (Q(S)), habilidade individual (A), e outros fatores relevantes (X), como experiência no mercado de trabalho (2) H = λf + ФQ(S) +δa + αx + ν onde termo estocástico ν é não correlacionado com os outros determinantes
50 Arcabouço conceitual (2) H = λf + ФQ(S) +δa + αx + ν Em geral considera escolaridade como proxy... Argumento alternativo com qualificações cognitivas: proficiência em matemática, ciências e leitura (C) (3) C= H + μ Esperado que estimativa de γ esteja viesada em direção a zero e, se S e C são positivamente correlacionados, o coeficiente S está viesado para cima Coeficiente do C seria um limite inferior do efeito do capital humano na renda
51 Arcabouço conceitual Caminho da literatura foi outro. Equação minceriana, ou seja, ter um estimador não viesado de γ controlando por outros fatores que influenciam renda e qualificações (4) y=b 0 + b 1 S +b 2 Z + b 3 Z 2 + b 4 W + е onde Z é experiência e W outros fatores que influenciam a renda b 1 = viesado por F, A e outros elementos omitidos de X; Vários artigos chamam viés da habilidade e utilizam medida de proficiência para controlar diferenças de habilidade
52 Arcabouço conceitual Dois problemas: Escolaridade é somente um fator que influencia qualificação cognitiva e formação de capital humano; Assume qualidade da escola como constante ou capturada por medidas diretas na equação 4 como tal b 1 é forma reduzida do coeficiente que dá uma estimativa viesada do potencial impacto de uma política destinada somente a aumentar escolaridade
53 Arcabouço conceitual Outro ponto: questões relacionadas à qualidade da educação Q(S) Uma fórmula simples seria: (5) Q(S)= qs Onde S= anos de estudo e q= indicador de qualidade Especificação (5) trata qualidade adicionando medidas diretas, de tal forma que o coeficiente em S pode ser interpretado como retorno para um ano da qualidade média da escola Utiliza medidas relacionadas a insumos, como gasto por aluno ou aluno por professor
54 Arcabouço conceitual Complicações adicionais: capital humano inclui importantes elementos das qualificações não cognitivas (capacidade de comunicação, liderança, aceitação das normas sociais etc) (6) H = C + N + μ Mudar equação (4), forma reduzida que combina influencia de fatores cognitivos e não-cognitivos através dos canais C e S
55 Arcabouço conceitual (7) y=β 0 + β 1 S + β 2 Z + β 3 Z 2 + β 4 W + β 5 C + е β 1 reflete efeito do capital humano não captado em C β 1 = 0 não significa que escolaridade não importa, mas que o impacto da educação ocorre inteiramente através do efeito das qualificações cognitivas Assim, escolaridade que não aumenta qualificações cognitivas não é produtiva Em geral, impacto da escolaridade: (8) dy/ds= β 1 + β 5 (dc/ds)
56 Arcabouço conceitual Abordagem completa deveria incluir medidas de qualificações não cognitivas Como não estão disponíveis, estimativa de β 5 são formas reduzidas do efeito das qualificações cognitivas e correlacionadas com qualificações não cognitivas
57 Arcabouço conceitual Vantagens de enfatizar medidas de qualificações cognitivas: 1. Captura variações no conhecimento e habilidade que a escola luta em produzir 2. Resultado total da educação (família, escola, habilidade...) 3. Permitindo diferentes qualidades educacionais para mesmo nível de escolaridade, abre pesquisa sobre desenho de políticas que afetam aspectos da qualidade da escola 4. Recente atenção nas políticas para a responsabilidade das escolas (com acordo dos pais sobre importância do resultado na escola sobre qualificações cognitivas) reforçam maior atenção aos testes de proficiência como medida de qualificações cognitivas
58 Arcabouço conceitual Toda essa discussão sobre resultado econômico individual tem relevância para modelo de crescimento das nações Ressalta qualificação da força de trabalho ou do capital humano da população para crescimento econômico Diferenças nos resultados educacionais são centrais porque a análise assume que x anos de escolaridade representam a mesma coisa em termos de qualificação, independentemente do país Testes internacionais de proficiência oferecem medida consistente das diferenças agregadas nas qualificações cognitivas entre países
59 Análise Evidências empíricas sobre como os resultados educacionais estão relacionados aos resultados econômicos
60 Impactos da escolaridade no rendimento individual Maior escolaridade é associada a rendimentos maiores Taxa de retorno à escolaridade entre países é em torno de 10% com variações que depende muito da escassez: maior retorno nos países de baixa renda para mais baixa escolaridade e para mulheres Relação causal? Parace que sim, que existe forte impacto da escolaridade sobre rendimentos
61 Impactos da escolaridade no rendimento individual Externalidades: retornos sociais podem ser diferentes dos retornos privados Retorno social maior que privado: efeitos positivos da educação no crime, na saúde, fecundidade, participação política/cidadania, no crescimento e na produtividade da economia como um todo Cálculos padrão não incluem externalidades positivas, mas levam em conta o fato do custo social de subsidiar educação exceder o custo privado (diminuindo a taxa de retorno social sobre a privada)
62 Impactos da escolaridade no rendimento individual Custo social pode ser menor que privado se escolaridade for mais um dispositivo para selecionar pessoas do que uma maneira de gerar conhecimento e qualificação dos indivíduos Difícil saber por que resultados no mercado de trabalho de modelo de seleção/screening e de produtividade/capital humano são similares Apesar disso, não há razão para acreditar que retornos sociais são menores que retornos privados... pelo contrário
63 Impactos da qualificação cognitiva no rendimento individual países desenvolvidos Como os investimentos na qualidade da educação são transformados em qualificações e como essas qualificações estão relacionadas com resultados econômicos? Dificuldade de ter dados sobre testes de proficiência junto com rendimentos do trabalho e outros determinantes do rendimento Estudos longitudinais recentes mostram que maior qualidade medida pela proficiência está relacionada com maior produtividade e rendimentos
64 Impactos da qualificação cognitiva no rendimento individual países desenvolvidos Pesquisa nos EUA: aumento de um DP na performance em matemática no final do ensino médio aumenta em 12% os rendimentos anuais Impacto no início de carreira (entre 20 e 30 anos) gráfico a seguir Além disso, influencia na continuidade dos estudos e na escolaridade (alta correlação positiva entre elevada proficiência e escolaridade) Realização da universidade relacionada a alta proficiência no ensino médio
65 Impactos da qualificação cognitiva no rendimento individual países desenvolvidos Consistência das estimativas de impactos por diferentes especificações dos modelos, diferentes períodos e amostras sustentam a importância das qualificações cognitivas Ao mesmo tempo, a estimativa dos modelo de renda individual com qualificações cognitivas quase sempre mostra um impacto independente do nível de escolaridade
66 Impactos da qualificação cognitiva no rendimento países em desenvolvimento Tabela 1 mostra impacto maior nos países em desenvolvimento do que nos países desenvolvidos Consistente com resultados sobre retornos à escolaridade (retornos marginais decrescentes) Brasil: estudo mostra relação positiva entre repetência e habilidades cognitivas no ensino fundamental Assim como nos países desenvolvidos, o impacto econômico total da maior qualidade da educação vem em parte através do aumento da escolaridade
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77 Robert Barro Human capital and growth (AER 1991)
78 Principais resultados empíricos Versão estendida do modelo de crescimento neoclássico Dy=F(y,y*) y = produto per capita, y* = nível de y de longo prazo, e Dy = taxa de crescimento Dy é inversamente relacionado com y e positivamente relacionado com y*
79 Principais resultados empíricos y* depende: Políticas públicas e instituições; Características da população. Maior garantia dos direitos de propriedade, menos falhas de mercado e maior propensão a poupar tendem a aumentar y*. Maior razão do capital humano sobre físico aumenta Dy
80 Principais resultados empíricos Análise empírica: 100 países, com diferentes níveis de desenvolvimento Taxa de crescimento real do PIB per capita Três períodos de 10 anos ( ; ; ) Estimativas em 3 estágios de MQO utilizando defasagens das variáveis independentes como instrumentos
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82 Principais resultados empíricos Nível do PIB per capita Positivo em y e negativo em y 2 Correlação parcial entre taxa de crescimento e nível do y (figura) Países muito pobres, efeito marginal do y na taxa de crescimento é pequeno e positivo. Para os países muito ricos é fortemente negativo. Esse coeficiente convergente implica que um crescimento do PIB em 10% diminui o impacto sobre crescimento em 0,6% ao ano
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84 Principais resultados empíricos Consumo do governo G/Y Gastos públicos que não influenciam diretamente a produtividade Influencia negativa e significativa: aumento de 10 p.p. reduz o impacto na taxa de crescimento em 1,6% ao ano
85 Principais resultados empíricos Rule of law index International country risk guide: indicador de manutenção do estado de direito, varia de 0 (pior) a 1 (melhor) Efeito positivo sobre crescimento
86 Principais resultados empíricos Taxa de inflação: efeito negativo. Crescimento de 10% ao ano tem impacto no crescimento econômico em reduzir 0,14% ao ano Taxa de fecundidade: negativamente relacionada com crescimento. Ter mais crianças por adulto (e aumentar taxa de crescimento populacional no longo prazo) ocorre em detrimento do crescimento do produto por pessoa
87 Principais resultados empíricos Taxa de investimento: positivo e significativo. Termos de troca: positvo. Melhora nos termos de troca (maior taxa de crescimento da razão dos preços de exportação sobre os preços de importação) aumentam crescimento
88 Efeitos da educação Dado y, um estoque inicial de capital humano significa uma razão maior entre capital humano e físico, que tende a gerar maior crescimento por dois canais: 1) maior capital humano facilita absorção de tecnologias superiores de países líderes (particularmente importante para escolaridade de nível médio e superior) 2) Capital humano tende a ser mais difícil de ajustar que o físico. Países que iniciam com maior razão de capital humano sobre físico tendem a crescer mais rapidamente ajustando com aumento de capital físico
89 Efeitos da educação Resultados empíricos sobre anos de estudo: positivo e significativo (tabela 1) Figura 2: correlação parcial com crescimento. Um ano adicional de estudo aumenta impacto na taxa de crescimento em 0,44% ao ano (taxa de retorno social do homem com escolaridade de nível médio ou superior de 7% ao ano)
90 Efeitos da educação Resultados adicionais: Escolaridade de nível médio e superior das mulheres não tem efeito significativo; Escolaridade básica dos homens não tem efeito significativo, porém é pré-requisito para mais alta escolaridade e, portanto, afeta crescimento; Escolaridade básica das mulheres aumenta indiretamente o crescimento econômico via relação com menor taxa de fecundidade.
91 Efeitos da educação Testar efeito da qualidade da educação Resultados mostram que quantidade e qualidade da escolaridade são importantes para o crescimento, porém qualidade é muito mais... Coeficiente do teste de Ciências de 0,13 (SE=0,02) implica que um aumento de um DP tem impacto no crescimento de 1% ao ano. Para escolaridade, o coeficiente de 0,002 (SE=0,001) impacta no crescimento de 0,2%
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