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- Gabriel Henrique Campelo de Abreu
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1 COLETA E PRESERVAÇÃO DE AMOSTRAS DE ÁGUAS SUPERFICIAIS QUALIDADE DE ÁGUA Agência Nacional de Águas - ANA Superintendência de Gestão da Rede Hidrometeorológica SGH Superintendente: Valdemar Guimarães Especialista: Maurrem Ramon Vieira
2 Planejamento das Campanhas
3 Introdução O objetivo principal da amostragem de qualidade de água é a determinação de valores representativos de uma seção do corpo d água em relação aos diversos parâmetros monitorados. Os valores dos parâmetros de qualidade podem ser obtidos em campo, através do uso de sensores apropriados, ou em laboratório. Os valores obtidos através das análises em laboratório somente serão representativos da seção amostrada se as amostras forem analisadas dentro do prazo de validade. A representatividade dos valores obtidos em campo depende da qualidade dos equipamentos utilizados e da correta execução dos procedimentos de calibração.
4 Introdução A definição de um programa de amostragem exige a consideração de algumas variáveis, tais como: definição dos roteiros; documentação das campanhas; definição dos materiais necessários para: coleta, preservação das amostras e determinação de parâmetros em campo; caracterização dos pontos de amostragem; capacidade analítica do laboratório; e recursos financeiros e humanos.
5 Definição dos Roteiros A definição dos roteiros de amostragem é a etapa na qual são identificados os pontos onde serão realizadas a amostragem e as determinações de campo; e a melhor seqüência de visitas, considerando sempre a necessidade de envio das amostras em tempo hábil para realização das análises. Na definição dos roteiros é fundamental o conhecimento prévio dos acessos, os horários de funcionamento de agências de correio e de transportadoras, de forma a dimensionar a atividade de campo em tempo suficiente para coletar, preservar, embalar e despachar as amostras. É importante que a programação de coleta e envio das amostras seja enviada previamente aos laboratórios envolvidos e de que os mesmos tenham condição de atender ao programa.
6 Definição dos Roteiros É fundamental o uso de um SIG sistema de informações geográficas (ArcView), com informações sobre rodovias, pedágios, cidades, etc, como ferramenta auxiliar no planejamento dos roteiros. %U %U %U %U %U %U %U%U %U %U %U %U %U %U %U %U %U %U %U %U %U %U %U %U %U %U %U ROTEIRO 5 %U %U %U %U %U %U %U %U %U %U %U %U %U %U ÊÚ %U %U Sao Paulo %U %U ROTEIRO 2 %U %U %U
7 Definição dos Roteiros Dia Origem Código da Destino Nome da Estação Estação Detalhamento dos Deslocamentos para Execução do Roteiro 05 Nome do Rio ou Bacia Tipo Transporte Tempo (hs) Distância (km) Velocidade Média (km/h) Determinação Parâmetros em campo SÃO PAULO MOGI GUAÇU Automóvel 3,0 180,0 60,00 0,5 1,5 5, AGUAÍ Automóvel 1,1 64,0 60,00 0,5 1,5 3,1 9, AGUAI Automóvel 0,2 10,0 60,00 1,0 1,2 1 AGUAI BAIRRO TRÊS FAZENDAS Automóvel 0,4 24,0 60,00 0,5 1,5 2, SÃO JOÃO DA BOA RIO JAGUARI- VISTA MIRIM Automóvel 0,5 32,0 60,00 0,5 1,5 2,5 6, SÃO JOÃO DA BOA VISTA Automóvel 0,2 10,0 60,00 1,0 1,2 1 SÃO JOÃO DA FAZENDA DA BOA VISTA CACHOEIRA Automóvel 1,1 64,0 60,00 0,5 1,5 3,1 3 SANTA ROSA DO 7, Automóvel 1,1 64,0 60,00 0,5 1,5 3,1 VITERBO MOCOCA Automóvel 0,7 42,0 60,00 1,0 1,7 1 MOCOCA PONTE DO CANOAS RIO PARDO Automóvel 0,2 10,0 60,00 0,5 1,5 2,2 4 FAZENDA 6, RIO PARDO Automóvel 1,4 83,0 60,00 0,5 1,5 3,4 CORREDEIRA CAJURU Automóvel 0,4 23,0 60,00 1,0 1,4 1 CAJURU FAZENDA SANTO ANTÔNIO I Automóvel 0,3 16,0 60,00 0,5 1,5 2, COBIÇA Automóvel 0,4 23,0 60,00 0,5 1,5 2,4 6, PORTO FERREIRA Automóvel 0,3 20,0 60,00 1,0 1,3 1 PORTO FERREIRA FAZENDA VISTA ALEGRE Trabalho Coleta de amostras Envio de amostras Automóvel 0,5 29,0 60,00 0,5 1,5 2,5 Período Total (hs) Pernoite 6 RIO MOJI PÁDUA SALES Automóvel 1,2 70,0 60,00 0,5 1,5 3,2 GUAÇU SÃO PAULO Automóvel 0,1 8,0 60,00 1,0 1,1 1 FINAL TOTAIS 12,9 772,0 60,0 6,0 18,0 6,0 42,9 6,0 Pedágio Periodo de trabalho diário 6,8
8 Definição dos Roteiros A cada ponto deve estar associada uma ficha descritiva contendo, no mínimo: Nome do município; Nome do rio; Nome do ponto; Código identificador do ponto; Coordenadas geográficas do ponto (GMS); Vias de acesso; Crockis de localização; e um campo de comentários onde deve ser anotada a presença de atividades permanentes a montante que impacte na qualidade das águas (barragens, industrias, dragas, etc), e outras observações pertinentes.
9 FICHA DESCRITIVA DE ESTAÇÃO HIDROMÉTRICA Nome da Estação Município U.F. Roteiro Lindóia Lindóia SP 3 Entidade Operadora Tipo de Estação Código COHIDRO / RJ Curso D Água Bacia Hidrográfica Área de Drenagem Rio do Peixe Grande/Paraná 1.115,00 km2 REFERÊNCIA CARTOGRÁFICA Carta Folha Escala Ano Latitude Longitude DATUM Altitude - D3-J º31 19 s 46º38 50 w WGS m. ESTAÇÃO DATA DA DATA DA ENTIDADE INSTALAÇÃO REINSTALAÇÃO ENTIDADE FLUVIOMÉTRICA SEDIMENTOMÉTRICA QUALIDADE DAS ÁGUAS ESTAÇÃO TELEMÉTRICA ( ) SIM ( X ) NÃO Data da Instalação LOCALIZAÇÃO Na margem esquerda do Rio do Peixe, sob a ponte da Av. 31 de Março, na altura do número 680. ACESSIBILIDADE Pela SP- 360, trecho Águas de Lindóia/Serra Negra, até a ponte sobre o Rio do Peixe em Lindóia. INFRA-ESTRUTURA EXISTENTE Definição dos Roteiros Ficha Descritiva CROQUI DE LOCALIZAÇÃO ZELADOR Nome CPF Inscrição no INSS Gratificação Banco Instrução Profissão Agência Endereço C. Bancária Bairro CEP Cidade UF Telefones p/ Contato Distância da Residência à Estação EQUIPAMENTOS INSTALADOS Equipamento Marca Modelo Autonomia Ativado em Desativado em DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES À MONTANTE CARACTERÍSTICAS DO TRECHO: REGIME: ( ) Perene ( ) Intermitente ( ) Efêmero CONFORMAÇÃO: ( ) Retilíneo ( ) Anastomosado ( ) Meandrante ( ) Curvo FUNDO: ( ) Regular ( ) Irregular ( ) Encachoeirado Responsável Entidade Assinatura Revisão Nº Data COHIDRO - Consultoria, Estudos e Projetos Ltda 03 08/06/2010
10 Documentação das Campanhas de Amostragem Para cada ponto dos roteiros devem ser identificados os parâmetros que serão analisados e os frascos e preservantes correspondentes, assim como os equipamentos necessários para as determinações de campo, acompanhados das fichas de calibração. A amostra coletada deve ser identificada adequadamente, sobre o próprio frasco, com tinta insolúvel em água, ou com etiquetas numeradas a prova d água contendo campos para o código do ponto, a data e hora da coleta, os parâmetros que serão analisados na amostra e o preservante utilizado. O técnico coletor deve tomar muito cuidado na transcrição da identificação da amostra para a ficha de coleta a fim de evitar trocas de identificação.
11 Documentação das Campanhas de Amostragem Em cada campanha, as equipes devem preencher uma ficha de campo para cada ponto, encaminhada junto com as amostras, identificando: Data e hora da coleta; Nome do(s) técnico(s) responsável pela coleta; Código identificador do ponto; Coordenadas geográficas; Condições atmosféricas no dia da coleta e nas últimas 24 horas; Número de frascos com amostras e a respectiva numeração de identificação; Parâmetros organolépticos (odor, espumas, materiais flutuantes); Tipo de amostragem executada; Tipo de equipamento utilizado na determinação de parâmetros em campo: marca; modelo; número de série e/ou patrimônio; Posição na seção transversal e profundidade de amostragem;; e os Resultados dos parâmetros determinados em campo (ph, Temperatura da água e do ar; Condutividade elétrica, Oxigênio dissolvido, Turbidez, etc).
12 FICHA DE CAMPO Nome da Estação Município U.F. Roteiro Entidade Operadora Tipo de Estação Código da Estação Técnico Responsável pela Coleta Data Hora Latitude Longitude Chuva Sim ( ) Não ( ) Chuva nas últimas 24hs Sim ( ) Não ( ) Documentação das Campanhas de Amostragem Ficha de Campo Parâmetros Organolépticos Odor Sim ( ) Não ( ) Espumas Sim ( ) Não ( ) Material Flutuante Sim ( ) Não ( ) Cor Incolor ( ); Verde ( ); Pardo ( ); Vermelho ( ); Outros ( ) Análises de Campo Descrição Equipamento Marca Modelo N/S Patrimônio Posição horizontal (%) (à partir da ME) Profundidade (m) Temperatura ( o C) ph Condutividade Elétrica (µs/cm) Oxigênio Dissolvido (mg/l) % Saturação de OD (%) Turbidez (NTU) Transparência (m) Resultados das Análises de Campo Data da Calibração Amostras p/ Laboratório Parâmetro (s) Preservação Volume de Amostra Número do Frasco Tipo de Amostragem IID ( ); IIL ( ); AS ( ) Descrição
13 Definição dos Materiais Necessários para a Campanha A preparação para as campanhas de campo envolve a seleção dos materiais necessários para a coleta e preservação das amostras. Inicialmente devem ser identificados os pontos que serão visitados e os parâmetros que serão analisados nas amostras coletadas em cada ponto. Em função desta seleção devem ser separados: os frascos e preservantes que serão necessários; baldes e outros aparatos para recolhimento das amostras; caixas térmicas para envio e refrigeração das amostras da cada ponto; e outros materiais auxiliares, tais como: barco e motor; combustível para o barco; luvas, cordas, fita adesiva, GPS, câmera fotográfica, Kit de soluções para calibração dos equipamentos automáticos, fichas de medição, computador; etc.
14 Definição dos Materiais Necessários para a Campanha Os equipamentos que serão utilizados para as determinações de parâmetros em campo devem ser calibrados na véspera da campanha utilizando soluções de calibração dentro do prazo de validade. Deve ser preenchida uma ficha de calibração contendo os dados das soluções utilizadas e os valores dos parâmetros antes e depois da calibração. As soluções utilizadas na calibração devem ser armazenadas em frascos devidamente identificados, para posterior utilização na verificação da calibração. A calibração normalmente se sustenta por um período de aproximadamente 20 dias, contudo é importante que, após 10 dias de uso, seja feita uma verificação da calibração.
15 Definição dos Materiais Necessários para a Campanha - Ficha de Calibração FICHA DE CALIBRAÇÃO Equipamento Marca/Modelo Responsável pela calibração Data Dados das Soluções de Calibração Parâmetro Valor do Data de Número de Marca Validade Padrão fabricação referência ph 7,0 ph 4,0 ph 10,0 Turbidez 100 NTU Turbidez 400 NTU Turbidez 1000 NTU Condutividade elétrica 1000 µs/cm Condutividade elétrica µs/cm Resultados da Calibração Parâmetro Valor Inicial Valor final Temperatura ( o C) Status N/S sensor Profundidade (m) ph Condutividade Elétrica (µs/cm) Oxigênio Dissolvido (mg/l) Turbidez (NTU)
16 Caracterização dos Pontos de Amostragem De maneira geral, os corpos de água superficiais apresentam variações quanto às concentrações dos seus constituintes nos diferentes pontos de uma seção transversal, bem como ao longo do eixo longitudinal de deslocamento. Há ainda uma variação no eixo vertical, a qual é mais pronunciada em corpos d água mais profundos. Essas variações podem ainda ocorrer temporal ou espacialmente (como: ao longo do tempo, num mesmo ponto, de forma aleatória ou cíclica) em função das características das contribuições recebidas ou das variáveis meteorológicas. O mesmo ocorre em zonas estuarinas, onde a influência das marés provoca profundas alterações nas características dessas águas
17 Caracterização dos Pontos de Amostragem Por esse motivo, devem ser selecionados locais adequados às necessidades de informação de cada programa. Entre os fatores responsáveis pela heterogeneidade de um corpo d agua podemos citar: (a) Estratificação térmica vertical, decorrente de variação da temperatura ao longo da coluna d água e do encontro de massa de água; (b) Zona de mistura, formada por dois ou mais tipos de águas que estão em processo de mistura, sendo que a coleta deve ser realizada após a completa mistura; (c) Distribuição heterogênea de determinadas substâncias ou organismos em um sistema hídrico homogêneo. Isso ocorre quando os materiais não dissolvidos, com densidade diferente da água, tendem a ficar heterogeneamente distribuídos (óleo na superfície da água, sólidos em suspensão tendem a se depositar) ou quando ocorrem reações químicas ou biológicas na coluna d água, como o crescimento de algas nas camadas superiores em função da penetração de luz, com as conseqüentes mudanças no ph e concentração de oxigênio dissolvido.
18 Caracterização dos Pontos de Amostragem Quando não se conhece detalhadamente um determinado sistema, é recomendável realizar uma investigação preliminar a fim de avaliar o seu grau de heterogeneidade. Testes rápidos de campo, como condutividade elétrica, temperatura e oxigênio dissolvido, podem ser úteis para essa finalidade, bem como o uso de equipamentos que permitem medição contínua. Em geral não se devem retirar amostras próximas às margens de rios, canais e no ponto de lançamento de despejos, exceto quando essas regiões são de interesse específico, pois a qualidade, em tais pontos, geralmente não é representativa de todo o corpo d água. As análises feitas em amostras no laboratório, para ser representativa, deve considerar a distribuição das concentrações ao longo da seção transversal e da profundidade, possibilitando a determinação de uma concentração média, ponderada pela vazão, do parâmetro analisado.
19 Capacidade Analítica do Laboratório No planejamento da amostragem deve ser considerada a capacidade analítica do laboratório quanto à quantidade de amostras que podem ser processadas e os tipos de parâmetros a serem investigados, limites de detecção, métodos de ensaio, disponibilidade de padrões e cronograma de atendimento. Neste sentido toda a programação das campanhas (pontos parâmetros e cronograma de envio de amostras) deve ser encaminhada ao laboratório com antecedência de forma a permitir a preparação da frascaria, dos preservantes, das caixas térmicas e a verificação da disponibilidade do mesmo para realização das análises.
20 Recursos Financeiros e Humanos Os recursos financeiros envolvidos no monitoramento de qualidade de água são relativos à: Análises laboratoriais; Coleta e envio de amostras; Dentre estes componentes, o mais importante, em termos financeiros, é a coleta e o envio de amostras. Os custos de deslocamento, diárias de campo, envio de amostras, representa mais de 80% dos custos associados ao monitoramento. Em regiões com dificuldades de acesso, devido a estradas sem pavimentação ou em estado de conservação precário, ou ainda devido à ausência de acesso via terrestre (amazônia), os custos envolvidos na etapa de coleta e envio podem se tornar proibitivos a realização de determinados tipos de análises, em especial aquelas com prazos de validade curtos.
21 Recursos Financeiros e Humanos Considerando a importância do item coleta de amostras, tanto em termos financeiros quanto em termos da qualidade do programa de monitoramento, é fundamental que as equipes responsáveis por esta atividade sejam muito bem treinadas. Atualmente no Brasil a CETESB oferece anualmente um curso teórico e prático de coleta e preservação de amostras de água e sedimentos.
22 Análises de Campo
23 Análises de Campo Durante a coleta devem ser realizadas as determinações de ph, Temperatura e Oxigênio Dissolvido. Estas determinações devem ser realizadas com equipamentos portáteis, submergindo os sensores no corpo d água de forma a não alterar as características que estão sendo determinadas. Para a determinação do ph deve ser usado um ph metro portátil ou uma sonda multiparâmetros. Considerando que a medida de ph envolve uma reação química o sensor deve permanecer em contato com a água até que a reação entre em equilíbrio, ou seja, o valor registrado estabilize. A determinação da temperatura deve seguir o mesmo padrão utilizando um termômetro digital portátil com certificado de calibração ou sonda multiparâmetros. Na falta desses equipamentos poderá ser utilizado termômetro calibrado com escala entre 0ºC e 50ºC.
24 Análises de Campo A determinação de Oxigênio Dissolvido deve ser realizada utilizando um oxímetro portátil ou uma sonda multiparâmetros, sempre associada a determinação da temperatura da água. Os sensores utilizados para determinação de OD podem ser agrupados em dois tipos: os sensores polarográficos (células de Clark) e os sensores óticos. Nos sensores polarográficos a determinação do OD é feita a partir de medições elétricas associadas a uma reação química que acontece no eletrodo. Nesta reação há o consumo do oxigênio dissolvido, sendo fundamental que a água em torno do sensor seja sempre renovada para garantir a precisão da leitura.
25 Análises de Campo Nos sensores óticos o oxigênio não é consumido, não havendo assim a necessidade de renovação permanente da água. Além das determinações já citadas ainda são possíveis as seguintes determinações em campo: Turbidez; Condutividade; Clorofila; Nitrato; Amônia e Cloretos. Os eletrodos de Nitrato; Amônia e Cloretos tem uma vida útil bastante limitada, aproximadamente 03 meses a partir da data de fabricação, e necessitam de uma calibração mais freqüente para garantir a qualidade do dado. Sendo assim, estes parâmetros geralmente não são determinados em campo, exceto em situações especificas, tais como, trabalhos de pesquisa.
26 Análises de Campo Todos os equipamentos utilizados nas determinações de campo devem estar calibrados, e as soluções de calibração devem estar dentro do prazo de validade. A maioria dos equipamentos portáteis (sondas multiparâmetros ou sensores individuais) mantém a calibração por um período de até 20 dias. Sendo assim, durante uma campanha é suficiente uma verificação a cada 10 dias da calibração para garantir uma boa leitura. Os sensores de ph e oxigênio dissolvido polarográfico, por envolverem reações químicas na determinação destes parâmetros, tem uma vida útil de aproximadamente 02 anos. Já os sensores óticos (Turbidez, Clorofila) tem uma vida útil de 5 a 10 anos, se bem utilizados. Os fabricante de equipamentos que utilizam sensores de OD óticos recomendam a substituição anual do cap do sensor de OD ótico.
27 Análises de Campo Sondas de qualidade de água
28 Tipos de amostras
29 Tipos de amostras A caracterização longitudinal envolve a amostragem invidualizada de três zonas: a zona rio,, a zona de transição e a zona lacustre.. Em cada uma das três zonas do corpo lêntico deve ser feita a caracterização na vertical. A caracterização na vertical envolve a amostragem individualizada da zona fótica, correspondente a 150% da profundidade Secchi; ; da zona intermediária, localizada abaixo da profundidade Secchi; e do fundo, quando identificada zona anóxica.
30 Tipos de amostras Dentro de um programa de monitoramento é possível utilizar três tipos de amostras Amostras simples são são amostras únicas, coletadas em um ponto específico do corpo d água, caracterizado por suas coordenadas de posição, pela profundidade de coleta e pelo tempo (data e hora). Amostras discretas representam a composição do ponto ao longo da seção transversal onde a amostra foi coletada. Quando a seção é homogênea,, uma amostra discreta, tomada em uma única profundidade, caracteriza toda a seção no momento da coleta. Amostras discretas coletadas em intervalos regulares e analisadas individualmente podem ser utilizadas para revelar informações sobre a variação da qualidade da água ao longo do tempo.
31 Tipos de amostras Amostras compostas amostras amostras compostas permitem obter informações mais representativas de corpos d água onde a concentração das variáveis varia em um curto intervalo de tempo. As amostras compostas são obtidas pela combinação de múltiplas amostras individuais, ou então, com utilização de amostradores automáticos, que coletam e armazenam pequenas alíquotas em intervalos de tempo pré-definidos, resultando em uma amostra única, também é possível obter amostras compostas proporcionais ao fluxo. Esta amostragem deve ser evitada quando os constituintes da amostra são susceptíveis a alterações durante a armazenagem.
32 Tipos de amostras Amostras integradas Quando a seção é heterogênea,, ou seja, apresenta uma composição que varia ao longo da seção transversal e da profundidade, as informações necessárias são fornecidas por amostras coletadas em diferentes pontos do corpo d água, diferentes verticais e em diversas profundidades, utilizando-se métodos de coleta proporcionais à descarga em cada ponto ou vertical. Este tipo de amostragem pressupõe que a composição da seção não varia durante o período de amostragem.
33 Acondicionamento e Transporte das Amostras
34 Acondicionamento e transporte das amostras Após a coleta das amostras, as mesmas devem ser perfeitamente acondicionadas, para evitar quebras e contaminação, e transportadas ao laboratório, no tempo necessário para que sua análise ocorra dentro do prazo de validade da preservação. Transporte das amostras deve ser realizado em caixas térmicas ou caixas de isopor com gelo reciclável, buscando evitar o contato direto do gelo com as amostras. Os seguintes procedimentos são recomendados ao preparar a amostra para transporte: a) Colocar os frascos na caixa de amostras de tal modo que fiquem firmes durante o transporte; b) Cuidar para que os frascos, ao final do transporte não fiquem submersos na água formada pela sua fusão o que aumentaria o risco de contaminação.
35 Acondicionamento e transporte das amostras c) Evitar a colocação de frascos de uma mesma amostra em caixas diferentes. Se a amostras forem enviadas por meio de transporte comercial, além dos procedimentos já listados, o técnico coletor dever tomar os seguintes cuidados complementares: a) Prender firmemente a tampa da caixa que contem a amostras; b) Identificar a amostra, pelo lado de fora, indicando sua procedência, destino, data de envio e outras datas que sejam importantes; c) Indicações de PARA CIMA, FRÁGIL e PERECÍVEL, escritas de modo perfeitamente legível. d) Enviar dentro da caixa, em envelope plástico lacrado, uma cópia da ficha de coleta das amostras enviadas. Como segurança, uma cópia das fichas de coleta deve ser retida com o técnico coletor.
36 Técnicas de Amostragem em Rios
37 Técnicas de Amostragens de Qualidade de Água Seções Homogêneas Amostras simples podem ser obtidas utilizando balde de aço inox e posteriormente e distribuindo seu volume proporcionalmente nos diversos frascos destinados aos ensaios químicos, como forma de garantir a homogeneidade da amostra. Este procedimento deve ser repetido até que todos os frascos estejam com o volume de água necessária para os ensaios, tomando o cuidado de manter um espaço vazio no frasco para sua posterior homogeneização. Para que sejam evitados problemas de contaminação cruzada durante a amostragem, deve -se utilizar um balde e uma corda para cada ponto amostrado. Caso isto não seja possível, esses materiais devem ser lavados em campo com água destilada e ambientados, ou seja, enxaguados com água do local a ser amostrado.
38 Técnicas de Amostragens de Qualidade de Água Seções Homogêneas
39 Técnicas de Amostragens de Qualidade de Água Seções Homogêneas Convém evitar a coleta de amostras em áreas onde possa ocorrer estagnação da água e em locais próximos às margens dos rios, exceto para a coleta de sedimentos e organismos bentônicos. Preferencialmente a amostragem deve ser realizada em ponto central do rio, com o auxilio de barco ou sobre pontes. Dependo do tipo de variável a ser analisada devem ser utilizados frascos de amostragem em material polimérico ou em vidro. Determinados materiais poliméricos podem liberar alguns contaminantes para a amostra, de forma que devem ser utilizados frascos de vidro para a análise de compostos orgânicos.
40 Técnicas de Amostragens de Qualidade de Água Seções Homogêneas Alguns dos cuidados que devem ser tomados durante a realização das coletas são descritos a seguir: Utilizar luvas; Evitar o consumo de alimentos; Não fumar; Manter os frascos fechados e dentro de caixas térmicas até o momento de sua utilização;
41 Técnicas de Amostragens de Qualidade de Água Seções Heterogêneas
42 Amostradores e Equipamentos Auxiliares
43 Amostradores O objetivo da amostragem é determinar a concentração média dos parâmetros de qualidade de água em uma seção transversal de um rio. Neste sentido os amostradores utilizados devem: Permitir que a água entre continuamente no bico do amostrador de maneira isocinética, ou seja, a velocidade da água não sofra alteração nem em intensidade nem em direção ao entrar no bico do amostrador. Permitir que o bico do amostrador alcance uma profundidade a mais próxima possível do leito do rio. Considerando as dimensões físicas do amostrador, esta distância varia normalmente de 8 a 25 cm.
44 Amostradores Minimizar perturbações locais no fluxo do rio, especialmente no bico do amostrador. Ser adaptável aos equipamentos de suporte já em uso para as medições de descarga líquida. Ser o mais simples possível, resultando em pouca ou nenhuma manutenção.
45 Amostradores Os amostradores desenvolvidos pelo Federal Inter-Agency Sedimentation Project FISP são codificados da seguinte forma: US: Estados Unidos da América em inglês; D: Amostrador por integração na vertical; H: Amostrador operado manualmente (quando não houver essa denominação para o amostrador, o mesmo se refere à amostradores operados com guinchos); Ano: os dois últimos dígitos do ano no qual o amostrador foi projetado
46 Amostrador Diam. Do bico (pol.) Volume da garrafa (L) Amostradores Prof. máx de amostragem (m) Vel. de fluxo mín. para amostragem (m/s) Vel. de fluxo máx. para amostragem (m/s) Prof. Não amostrada (m) Peso do amostrador (Kg) US DH-81 3/16 1,0 3,7 0,61 1,9 0,1 0,5 US DH-81 1/4 1,0 3,7 0,46 2,3 0,1 0,5 US DH-81 5/16 1,0 3,7 0,61 2,1 0,1 0,5
47 Amostrador Diam. Do bico (pol.) Volume da garrafa (L) Amostradores Prof. máx de amostragem (m) Vel. de fluxo mín. para amostragem (m/s) Vel. de fluxo máx. para amostragem (m/s) Prof. Não amostrada (m) Peso do amostrador (Kg) US DH-95 3/16 1,0 4,6 0,52 1,9 0,12 13,2 US DH-95 1/4 1,0 4,6 0,52 2,1 0,12 13,2 US DH-95 5/16 1,0 4,1 0,61 2,1 0,12 13,2
48 Amostrador Diam. Do bico (pol.) Volume da saca (L) Amostradores Prof. máx de amostragem (m) Vel. de fluxo mín. para amostragem (m/s) Vel. de fluxo máx. para amostragem (m/s) Prof. Não amostrada (m) Peso do amostrador (Kg) US DH-96 3/16 3,0 33,5 0,61 3,8 0,1 59,9 US DH-96 1/4 3,0 18,3 0,61 3,8 0,1 59,9 US DH-96 5/16 3,0 11,9 0,61 3,8 0,1 59,9
49 Amostrador Diam. Do bico (pol.) Volume da saca (L) Amostradores Prof. máx de amostragem (m) Vel. de fluxo mín. para amostragem (m/s) Vel. de fluxo máx. para amostragem (m/s) Prof. Não amostrada (m) Peso do amostrador (Kg) US D-99 3/16 6,0 67,1 1,07 4,6 0,24 124,7 US D-99 1/4 6,0 36,6 0,91 4,6 0,24 124,7 US D-99 5/16 6,0 23,8 0,91 4,6 0,24 124,7
50 Amostrador Diam. Do bico (pol.) Volume da saca (L) Amostradores Prof. máx de amostragem (m) Vel. de fluxo mín. para amostragem (m/s) Vel. de fluxo máx. para amostragem (m/s) Prof. Não amostrada (m) Peso do amostrador (Kg) US DH-2 3/16 1,0 10,7 0,61 1,8 0,09 13,6 US DH-2 1/4 1,0 6,1 0,61 1,8 0,09 13,6 US DH-2 5/16 1,0 4,0 0,61 1,8 0,09 13,6
51 Bicos de amostradores normalmente utilizados (diâmetros: 1/4, 3/16 e 1/8 )
52 Guincho hidrométrico Equipamento auxiliar da medição
53 Amostragem por Integração em uma Vertical
54 Amostragem por Integração em uma Vertical O objetivo da amostragem numa vertical é determinar a concentração média dos parâmetros de qualidade de água nessa vertical. A amostragem por integração em uma vertical é realizada descendo o amostrador até próximo ao leito, sem tocar no mesmo, e retornando à superfície com uma velocidade de trânsito constante em ambos os sentidos. Neste percurso a amostra de água é coletada continuamente através do bico do amostrador, e a velocidade de entrada da água é próxima da velocidade instantânea do fluxo.
55 Amostragem por Integração em uma Vertical A velocidade de trânsito utilizada na subida do amostrador não precisa ser igual a da descida, mas ambas as velocidades devem ser constantes para garantir que a amostragem seja proporcional à velocidade média na vertical. Tendo em vista que o bico do amostrador fica um pouco acima do fundo, há uma zona não amostrada de poucos centímetros acima do leito do rio. Esta zona não amostrada varia conforme o amostrador. As velocidades de trânsito devem ser tais que a garrafa chegue o mais próximo possível do volume ideal para cada garrafa ou saca.
56 Amostragem por Integração em uma Vertical No caso de amostradores que utilizam garrafas, as mesmas ficam inclinadas no interior do corpo do amostrador. Desta forma não é possível o seu completo preenchimento. Caso o volume de água na garrafa ultrapasse o limite máximo, ou seja, ocorra o transbordamento de água pelo bico do amostrador após sua retirada da água, a amostra deve ser descartada e uma nova amostragem na mesma vertical realizada.
57 Amostragem por Integração em uma Vertical
58 Amostragem por Integração em Várias Verticais Uma amostra coletada utilizando a técnica de integração na vertical representará a concentração média dos parâmetros de qualidade de água, ponderada pelas velocidades (v i ) ao longo da vertical, no momento da amostragem. n v C i i i= 1 C = n v i i= 1 Para determinar a concentração média da seção transversal, é necessário realizar o mesmo procedimento de amostragem em várias verticais. A concentração média será a média das concentrações nas verticais amostradas, ponderada pela vazão (Qi) em cada área parcial da seção transversal total. C n i= 1 = n i= 1 Q C i Q total i
59 Amostragem por Integração em Várias Verticais O USGS (United States Geological Survey) utiliza dois métodos para definir a localização e espaçamento das verticais de amostragem. Um é baseado no Igual Incremento de Descarga Líquida IID, e o outro é baseado no Igual Incremento de Largura no rio IIL.
60 Método de Igual Incremento de Descarga (IID) Pelo Método de Igual Incremento de Descarga (IID), as amostras são coletadas nas verticais que passam pelos centróides das áreas de igual incremento de descarga. Este método requer o conhecimento da distribuição de vazão na seção transversal de interesse, baseado na série histórica de medições de vazão nessa seção ou na medição de vazão realizada anteriormente às amostragens. A partir da medição ou dos dados da série histórica de medições é produzido um gráfico do percentual acumulado de vazão em função da posição ao longo da seção transversal. Na abscissa é inserido também o valor das velocidades médias em cada vertical, e plotado o perfil de profundidades da seção de forma a permitir o cálculo da máxima velocidade de transito.
61 Método de Igual Incremento de Descarga (IID) A partir da definição do número de verticais a serem amostradas, define-se o número de incrementos de vazão e as respectivas posições de coleta ao longo da seção. A posição de amostragem situa-se se no ponto médio do incremento de vazão selecionado. Por exemplo: para coleta de 5 sub-amostras para descarga total de 100m 3 /s resultará em 20m 3 /s de incremento; a 1 a sub-amostra será coletada na posição ao longo da seção transversal correspondente a uma vazão acumulada de 10m 3 /s, a 2 a na posição correspondente a uma vazão acumulada de 30m 3 /s e assim por diante, sendo a última na posição correspondente a uma vazão acumulada de 90m 3 /s. Um mínimo de quatro (04) e um máximo de nove (09) verticais devem ser escolhidas para a utilização do método de IID. Este método assume que cada amostra coletada na vertical que passa pelo centróide de cada sub-área dos incrementos de igual descarga apresenta uma concentração média dos diversos parâmetros de qualidade.
62 Método de Igual Incremento de Descarga (IID) Aplicação do Método de Igual Incremento de Descarga. As amostras são coletadas na vertical que passa pelo centróide das áreas de iguais incrementos de descarga líquida.
63 Método de Igual Incremento de Descarga (IID) Profundidade (m) Vazão acumulada (%) Incremento de 20% de vazão Distância ao PI (m) 23,6m 25,6m 27,5m 26,0m 33,5m Aplicação do Método de Igual Incremento de Descarga. As amostras são coletadas na vertical que passa pelo centróide das áreas de iguais incrementos de descarga líquida.
64 Método de Igual Incremento de Descarga (IID) A velocidade de trânsito em cada vertical, tanto na subida quanto na descida do amostrador, podem ser diferentes, mas devem ser constantes em cada sentido (subida ou descida). As amostras coletadas em cada vertical utilizando o método IID podem ser analisadas separadamente em laboratório, ou seja, pode-se determinar a concentração média dos parâmetros de qualidade de água em cada vertical, e a concentração média da seção será a média aritmética das concentrações de cada vertical. As vantagens dessa análise individual por vertical é que se terá a distribuição transversal das concentrações no rio. Neste método uma amostra composta de maior volume pode ser produzida pela mistura de volumes iguais extraídos das amostras coletadas em cada vertical, e analisar os parâmetros somente na amostra composta.
65 Método de Igual Incremento de Descarga (IID) Velocidade de Trânsito em cada vertical para amostragem pelo Método de Igual Incremento de Descarga.
66 Método de Igual Incremento de Largura (IIL) Pelo Método de Igual Incremento de Largura (IIL),, as amostras são coletadas nas verticais que passam pelos centróides de áreas de igual incremento de largura. Neste método o volume amostrado em cada vertical deve ser proporcional à vazão em cada sub-área determinada pelos incrementos de igual largura na seção transversal do rio. Neste sentido, no método de igual incremento de largura a amostragem deve ser realizada utilizando uma mesma velocidade de trânsito para todas as verticais de amostragem,, tanto na descida quanto na subida do amostrador, de forma a garantir que a amostra composta coletada seja proporcional à vazão do rio na seção transversal amostrada.
67 Método de Igual Incremento de Largura (IIL) A velocidade de trânsito é determinada com base na vertical que possui o maior produto entre profundidade e velocidade média do fluxo em uma vertical. Utilizando este método, garante-se que o volume da amostra individual coletada em cada vertical utilizando amostradores por integração na vertical, seja proporcional à velocidade média em cada vertical onde foi realizada a amostragem. Neste método, além da velocidade de transito ter de ser igual em todas as verticais, deve-se utilizar o mesmo bico do amostrador. Utilizando o método IIL, o número mínimo de verticais a serem amostradas é 10.
68 Método de Igual Incremento de Largura (IIL) Método de Igual Incremento de Largura (IIL).
69 Método de Igual Incremento de Largura (IIL) Velocidade de trânsito (RT) nas verticais de amostragens utilizando o Método de Igual Incremento de Largura. Como todas RTs devem ser iguais, os volumes das amostras são proporcionais ao produto da velocidade média e da profundidade na vertical.
70 Método de Igual Incremento de Largura (IIL) 40 Perfil transversal Velocidade média x profundidade Velocidade média na vertical x Distância ao PI (m) Profundidade (m) Velocidade média x profundidade para determinação da velocidade de transito
71 Vantagens e Desvantagens dos Métodos IID e IIL Apesar das diferenças entre as metodologias de amostragem dos métodos de IID e IIL, esses métodos conduzem a um mesmo resultado para a concentração média dos parâmetros de qualidade de água.
72 Vantagens e Desvantagens dos Métodos IID e IIL As vantagens do método IID são: Um menor número de verticais é necessário, resultando na redução do tempo destinado às amostragens; Amostragens durante cheias são mais fáceis devido ao menor número de verticais; As amostras de cada vertical podem ser analisadas separadamente em laboratório; A distribuição das concentrações dos parâmetros na seção transversal pode ser determinada; Podem ser utilizadas diferentes velocidades de trânsito entre as verticais; Quando a medição de descarga não é necessária e a seção transversal é estável, leva-se menos tempo para realizar as amostragens.
73 Vantagens e Desvantagens dos Métodos IID e IIL As vantagens do método IIL são: Conhecimento prévio da distribuição da vazão ao longo da seção transversal não é necessário; Variações na distribuição das concentrações na seção transversal são mais bem consideradas devido ao maior número de verticais utilizadas; Tempo com análises laboratoriais é reduzido devido à composição das amostras individuais em uma única amostra composta; É um método mais fácil de ser ensinado e utilizado uma vez que é baseado na simples divisão da seção transversal do rio em iguais larguras, em vez de iguais incrementos de descarga.
74 Velocidades de Trânsito para Amostragem Uma amostra obtida através da passagem do amostrador em uma determinada vertical do rio é quantitativamente ponderada em relação à velocidade de fluxo em cada trecho dessa vertical. Portanto, se a amostragem na vertical representa o fluxo por uma largura específica, a amostra é considerada como sendo ponderada em relação à vazão, visto que com uma velocidade de trânsito uniforme, a amostra de água terá igual intervalo de tempo ao longo da vertical para entrar no amostrador. Se a velocidade de trânsito for muito alta, a taxa de redução do volume de ar dentro da garrafa do amostrador será menor do que a taxa de aumento da pressão hidrostática ao redor do amostrador, dificultando a entrada de água pelo bico do amostrador ou dificultando a saída de ar pelo exaustor.
75 Velocidades de Trânsito para Amostragem Adicionalmente, uma velocidade de trânsito excessiva pode provocar a inclinação do amostrador, resultando em uma amostragem de modo não- isocinético. Isto significa que a velocidade de passagem de água através do bico do amostrador será diferente da velocidade da água no entorno. Para que a velocidade de entrada da amostra seja igual ou quase igual à velocidade instantânea da corrente é necessário que o bico fique na horizontal, isto é, o amostrador deve se movimentar sem inclinação. Isso ocorre quando a velocidade de trânsito, ou de percurso, é proporcional à velocidade média. Segundo estudos em laboratório, os bicos apresentam diferentes constantes de proporcionalidade, conforme as seguintes relações: Sendo: Bico de 1/8 : Bicos de 3/16 e 1/4 : vt = 0,2 vm vt = 0,4 vm vt velocidade máxima de trânsito do amostrador; e vm velocidade média de fluxo na vertical de amostragem
76 Fonte: Edwards, Thomas K. and Glysson, G. Douglas, 1999, Field methods for measurement of fluvial sediment: Techniques of Water-Resources Investigations of the U.S. Geological Survey, Book 3, Applications of Hydraulics, Chapter 2, 89 p.
77 Velocidades de Trânsito para Amostragem Para a amostragem em campo calcula-se o tempo de amostragem que, por ser inversamente proporcional à velocidade, corresponderá a um tempo mínimo: Bico de 1/8 : t 2 p v min = = 2 p 0,2 t v m Bicos de 3/16 e 1/4 : t 2 p = v min = 2 p 0,4 t v m Sendo: 2 p distância percorrida de ida e volta pelo amostrador, excluída a profundidade não amostrada. O bico é escolhido conforme a velocidade: em baixas velocidades, usa-se se o bico de 1/4 ; em velocidades moderadas, o bico de 3/16 e em maiores velocidades, o de 1/8. É necessário que a primeira sub-amostra seja otimizada, isto é, que seja coletado um volume até o limite permitido na garrafa, ou próximo.
78 Velocidades de Trânsito para Amostragem O tempo mínimo de amostragem determina a velocidade de transito máxima a ser utilizada O ajuste da velocidade transito mínima é definida pelo volume da garrafa ou saca, ou seja, a velocidade transito não pode ser muito lenta para evitar o completo preenchimento do recipiente de amostragem. A determinação da velocidade mínima pode ser feita em campo, através de testes com o amostrador.
79 Recipientes de Amostragem Os amostradores pontuais e por integração na vertical utilizam garrafas de volumes padrões nos Estados Unidos na América, tais como: garrafa de vidro de leite ml (1 pint), garrafa de vidro de maionese ml (1 quart) e garrafas plásticas de 1, 2 e 3 litros. Em vez de vidro, garrafas plásticas e de teflon também são utilizadas. Estas últimas, comparadas com as de vidro, são mais leves, resistentes e adequadas para amostragens com finalidade de analisar alguns parâmetros de qualidade de água. Alguns modelos de amostradores permitem o uso de sacas plásticas como recipiente da mostra. Estes modelos permitem a amostragem em profundidades maiores (até 67 m) e a coleta de volumes maiores de amostra (até 6,0 L).
80 Garrafas Garrafa do amostrador de sedimentos onde são apresentados os níveis máximos e mínimos desejáveis para as amostras, bem como outras informações importantes para a correta identificação da amostra (Carvalho et al., 2000).
81 Técnicas de Amostragem em Lagos e Reservtórios
82 Amostragens em Lagos e Reservatórios Os corpos lênticos, apresentam características hidráulicas de escoamento que resultam em uma distribuição desigual, à priori, das concentrações dos diversos tipos de parâmetros de qualidade de água. Além disso, devido à baixa velocidade de escoamento e aos elevados tempos de residência, desenvolvem-se processos específicos neste tipo de corpo d água, que não ocorrem em corpos lóticos. Sendo assim, as técnicas de amostragem e os aparatos utilizados na mesma são bastante diferenciados, assim como alguns dos parâmetros monitorados.
83 Amostragens em Lagos e Reservatórios A amostragem em corpos lênticos deve permitir a caracterização do lago ou reservatório em seu sentido longitudinal e vertical. A caracterização longitudinal envolve a amostragem invidualizada de três zonas: a zona rio, a zona de transição e a zona lacustre.
84 Amostragens em Lagos e Reservatórios Em cada uma das zonas do corpo lêntico deve ser feita a caracterização na vertical. A amostragem na vertical também deve caracterizar de forma individualizada a zona fótica (profundidade I) a zona intermediária (profundidade II) e a zona afótica (profundidade III): Profundidade I: : Camada da zona fótica com 40% da luz incidente, onde é esperada uma produção primária de fitoplâncton representativa da camada trofogênica. Prof. I = Z ds. 0,54 onde: Z ds = profundidade Secchi 0,54 = fator para calcular 40% de luz incidente
85 Amostragens em Lagos e Reservatórios Profundidade II: : metade da zona afótica onde, independentemente da ocorrência de estratificação térmica, a respiração e a decomposição são predominantes sobre a produção autotrófica. Prof. II = (Z max + Z eu ) / 2 onde: Z max = profundidade máxima (m), na estação de amostragem; Z eu = zona eufótica, que é igual a profundidade Secchi x 3; 3 = fator correspondente a aproximadamente 1% da luz incidente na superfície da água. Profundidade III: : quando, durante as medições " in situ", for detectada zona anóxica, e esta não coincidir com a profundidade II, mais uma amostra é coletada na porção intermediária desta camada.
86 Amostragens em Lagos e Reservatórios Os aparatos utilizados para a amostragem de água em corpos lênticos compreendem: Disco de Secchi; Sondas com cabos longos (>30m) para determinar, no mínimo os parâmetros ph, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido e temperatura ao longo da coluna d água (perfilamento); amostradores tipo garrafa de Van Dorn
87 Amostragens em Lagos e Reservatórios Garrafa de Van Dorn Disco de Secchi
88 Preservação de Amostras para Análises de Parâmetros de Qualidade de Água
89 Preservação das Amostras Entre a coleta no campo e a análise no laboratório, mudanças físicas e reações químicas e bioquímicas podem ocorrer no frasco que contem a amostra, resultando em alterações nas características da amostra. Isto exige que as amostras sejam preservadas para minimizar as possíveis alterações, o que é feito por vários procedimentos como manter a amostra no escuro, adicionar produtos químicos preservantes, reduzir a temperatura para retardar as reações. Um aspecto importante sobre a preservação de amostras é que deve existir uma rotina consistente, garantindo que todas as amostras que exigem preservação recebam imediatamente o tratamento necessário.
90 Preservação das Amostras Adição química: : este método, que inclui a adição de ácidos, é utilizado para preservar amostras de água para vários testes, incluindo a maioria dos metais dissolvidos. É necessário dar atenção especial ao reagente utilizado, o qual deve ter P.A. de forma a não contaminar a amostra; Refrigeração: : a refrigeração a 4 C é uma técnica comum de preservação de amostras, amplamente utilizada no trabalho de campo. Embora esta técnica possibilite retardar as reações químicas e bioquímicas que podem ocorrer na amostra, ela não mantém a completa integridade de todos os constituintes. Em alguns casos ela pode afetar a solubilidade de alguns constituintes, fazendo com que estes precipitem. Em geral é utilizada em conjunto com a técnica de adição química.
91 Preservação das Amostras Para a análise de constituintes inorgânicos dissolvidos, é necessário que a amostra seja filtrada através de uma membrana com diâmetro de poro de 0,45 micrometros, imediatamente após a sua coleta. O filtrado obtido, no caso da análise de metais deve ser preservado imediatamente, enquanto que as amostras para a análise de ânions não são preservadas. No caso de amostras para a análise de constituintes orgânicos, as amostras devem ser filtradas através de um filtro de fibra de vidro isento de ligantes orgânicos. Após a filtração o filtrado pode ser analisado para compostos orgânicos dissolvidos, enquanto o elemento filtrante é analisado para os compostos orgânicos particulados.
92 Preservação das Amostras Filtração das Amostras
93 Preservação das Amostras Ensaio Recipiente Quantidade de Amostra Preservação Armazenamento Prazo de Validade Alcalinidade P, V 250mL Resfriamento (em gelo) Refrigeração a 4 ± 2ºC 24h Cloreto, Fluoreto, Nitrato, Nitrito, Sulfato P 250mL Resfriamento (em gelo) Refrigeração a 4 ± 2ºC Cloreto, Fluoreto e Sulfato - 28 dias Nitrato e Nitrito - 48 h Cor, Turbidez P, V 250mL Resfriamento (em gelo) Refrigeração a 4 ± 2ºC 48h (*) Filtrar em campo em Metais dissolvidos (solúveis) P, V 100mL membrana 0,45 µm e Refrigeração a 4 ± 2ºC 6 meses adicionar HNO3 até ph<2 Nitrogênio amoniacal, Nitrogênio orgânico, NTK, Fósforo total P, V 250mL H 2 SO 4 até ph < 2 Resfriamento (em gelo) Refrigeração a 4 ± 2ºC Nitrogênio - 7 dias; Fósforo total - 28 dias Sólidos totais, Sólidos fixos, Sólidos voláteis P, V 500mL Resfriamento (em gelo) Refrigeração a 4 ± 2ºC 7 dias Legenda: Recipientes: V = Frasco de vidro neutro; P = Frasco plástico descartável (de polímero inerte); PP = Frasco plástico descartável (de polímero inerte) do tipo pote; (*) Na impossibilidade de filtrar em campo, manter sob refrigeração e não adicionar ácido.
94 Preservação das Amostras Ensaio Recipiente Quantidade de Amostra Preservação Armazenamento Prazo de Validade DBO (demanda bioquímica de oxigênio) P, V 2 frascos de 1L Resfriamento (em gelo) Refrigeração a 4 ± 2ºC 24h 48h (*) DQO (demanda química de oxigênio) P, V 250mL H 2 SO 4 até ph 2 Resfriamento (em gelo) Refrigeração a 4 ± 2ºC 7 dias 28 dias (*) Legenda: Recipientes: V = Frasco de vidro neutro; P = Frasco plástico descartável (de polímero inerte); PP = Frasco plástico descartável (de polímero inerte) do tipo pote; (*) Prazo máximo regulatório segundo o Standard Methods, 21ª ed., Ensaio Coliformes totais, Coliformes termotolerantes, E.coli Recipiente Quantidade de Amostra P, V 100mL P, V 100mL P, V 100mL Preservação Armazenamento Prazo de Validade 30h (R) Refrigeração entre 2 e 8ºC e 24h (AC) Resfriamento (em gelo) proteger da luz. 8h (R) Não congelar 24h (AC) 24h (R, AC) Legenda: Recipientes: V = Frasco de vidro neutro; P = Frasco plástico descartável (de polímero inerte); PP = Frasco plástico descartável (de polímero inerte) do tipo pote; R = prazo regulatório, AC = análise para controle.
95 Análises de Laboratório
96 Análises de Laboratório Assim como para as análises de campo, as análises de laboratório são realizadas com base em métodos analíticos padronizados, como aqueles apresentados pelo Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 20th editon (APHA; AWWA; WEF, 1999), podendo-se utilizar edições mais recentes, ou métodos compatíveis, como aqueles desenvolvidos pela Agência Americana de Proteção Ambiental (EPA, 2007), quando disponíveis.
97 Análises de Laboratório Método de Referência Variável Standard Methods EPA Gerais Sólidos Totais 2540 B... Sólidos Dissolvidos Totais 2540 C... Sólidos Suspensos Totais 2540 D... Dureza total 2340 C Fósforo total 4500-P B; 4500-P E Nitrogênio Amônia 4500-NH3 B; 4500-NH3 C, D (Rev. 2.0) Nitrato 4500-NO3 D; 4110 B Nitrito 4500-NO2 B; 4110 B Matéria Orgânica DBO 5210 B... DQO 5220 B, C, D Metais Alumínio 3500-Al B; 3120 B; 3111 D Arsênio 3500-As B; 3120 B 206.5; 200.7; Cádmio 3111 B; 3120 B 200.7; Chumbo 3113 B; 3500-Pb B 200.8; Cobre 3111 B, C; 3113 B; 3120 B 200.7; 200.8; Cromo 3500-Cr B, C; 3111 B; 3113 B; 3120 B 200.7; 200.8; Ferro 3500-Fe B; 3111 B, C; 3120 B 200.7; Manganês 3500-Mn B; 3111 B, C; 3113 B 3120 B 200.7; 200.8; Mercúrio 3112 B (REv. 3.0) Zinco 3500-Zn B; 3111 B, C; 3120 B 289.2; 200.7; Biológicos Clorofila-a H...
98 OBRIGADO! Maurrem Ramon Vieira Especialista em Recursos Hídricos Agência Nacional de Águas Superintendência de Gestão da Rede Hidrometeorológica (61)
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