Produção de biomassa de alfavaca-cravo (Ocimum gratissimum L.) em função do uso cama-de-frango semidecomposta, sem ou com uso de fósforo.

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1 PESSOA SM; VIEIRA MC; HEREDIA ZÁRATE NA; SILVA EF; SILVA LR; SPIGOLON F. Produção de biomassa de Produção de biomassa de alfavaa-ravo (Oimum gratissimum L.) em função do uso ama-de-frango alfavaa-ravo (Oimum gratissimum L.) em função do uso de fósforo e ama-de-frango semideomposta Hortiultura Brasileira 28: S3274-S3280. Produção de biomassa de alfavaa-ravo (Oimum gratissimum L.) em função do uso ama-de-frango Sheila Magalhães Pessoa 1 ; Maria do Carmo Vieira 2 ; Néstor Antonio Heredia Zárate 2 ; Eulene F Silva 3 ; Luan Ramos da Silva 4; Franieli Spigolon 5 Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), CP-533, , Dourados MS. 1 Estudante de mestrado em Agronomia da UFGD; 2 Professores UFGD, Bolsistas de Produtividade em Pesquisa CNPq; 3 Bolsista reém Doutora DCR CNPq/Fundet; 4 Estudante Engenharia de Alimentos UFGD; 5 Estudante Ciênias Biológias UFGD. pessoa_bio@hotmail.om, mariavieira@ufgd.edu.br, nestorzarate@ufgd.edu.br, eulene_silva@yahoo.om.br, luanrs369@hotmail.om, franieli_spigolon@hotmail.om RESUSMO O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção da alfavaa-ravo ultivada om ama-de-frango semideomposta, sem ou om uso de fósforo. O experimento foi realizado no Horto de Plantas Mediinais HPM, da Universidade Federal da Grande Dourados, em Dourados-MS, de março a novembro de Os tratamentos foram ino doses de ama-de-frango semideomposta (0, 5, 10, 15 e 20 t ha -1 ), na ausênia ou presença de fósforo (200 kg ha - 1 de P, na forma de superfosfato triplo), arranjados em esquema fatorial 5 x 2, dispostos no delineamento bloos asualizados, om quatro repetições. Foi feita olheita das partes aéreas das plantas aos 120 dias após o transplante e aos 60 dias após a rebrota. Não houve interação signifiativa da ama-de-frango om o fósforo para as araterístias avaliadas. A maior altura média das plantas no final do ilo de ultivo foi 30 m e após a rebrota, de 79 m, om o uso da ama. A adubação fosfatada não influeniou signifiativamente as araterístias analisadas, exeto a área foliar da primeira olheita, que foi maior om P (1.771 m 2 planta -1 ); após a rebrota, a área foliar média foi 7149,49 m 2 planta -1. Por outro lado, a ama-de-frango influeniou as produções, sendo as maiores massa fresa de folhas na primeira olheita e na rebrota de 1709 e 7140 kg ha -1, respetivamente, ambas om o uso de 20 t ha -1 de ama. Reomenda-se o uso da ama-de-frango na dose 20 t ha -1, independente do uso de fósforo, para o ultivo da alfavaa-ravo. Palavras-have: Oimum gratissimum L., Lamiaeae, adubação mineral, resíduo orgânio. ABSTRACT Yield of basil (Oimum gratissimum L.) biomass grown in semideomposed poultry manure, in the presene or absene of phosphorus The aim of this study was to evaluate the yield of the Oimum gratissimum L. (basil) grown in semi-deomposed poultry manure, in the presene or absene of phosphorus. The experiment was arried out in the Mediinal Plant Garden, of Universidade Federal da Grande Dourados UFGD, in Dourados-MS, between Marh and November of In the field, the treatments were five doses of semi-deomposed poultry manure (0, 5, 10, 15 and 20 t ha -1 ) in the absene or presene of phosphorus (200 kg P ha -1, as triple superphosphate) arranged in a fatorial sheme 5 x 2, in randomized bloks, with four repliations. At 120 days after transplant and at 60 days after the resprout was done the harvest of shoots of the plants. To the harateristis evaluated, there was Horti. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S3274

2 not signifiant interation of the poultry manure with phosphorus. Maximum average height of plants in the finish of yle of grown and after resprout was 30 and 79 m, respetively, with the use of poultry manure. Phosphorus fertilization did not signifiantly influene the harateristis analyzed, exept the foliar area of first harvest, whih was largest with P (1.771 m 2 plant -1 ); after resprout, average foliar area was m 2 plant -1. On the other hand, poultry manure influened the yield, with the largest fresh weight of leaves in the first harvest and in the resprout of 1709 and 7140 kg ha -1, respetively, both with 20 t ha -1 of poultry manure. It is reommended the use of 20 t ha -1 of poultry manure, independently of the use of phosphorus for ultivation of Oimum gratissimum L. (basil). Keywords: Oimum gratissimum L., Lamiaeae, mineral fertilization, organi residue. Oimum gratissimum L. (Lamiaeae) é uma espéie mediinal, popularmente onheida omo alfavaa-ravo, originária da Ásia e subespontânea em todo território brasileiro. É uma planta arbustiva, lenhosa, ujo porte atinge até 2,5 m de altura. Os ramos são quadrangulares e pubesentes quando novos, as flores são roxo-pálidas, postas em raimos paniulados urtos e seus frutos são do tipo ápsula sea om quatro sementes e as folhas fortemente aromátias e rias na produção de óleo essenial (Lorenzi & Matos, 2000). Relatos da literatura apresentam dois quimiotipos para a espéie, um deles se distingue pelo alto teor de timol e o outro pela presença de eugenol, sendo que no Brasil destaa-se o tipo om alto teor de eugenol, o que lhe onfere ação anti-séptia loal, sendo utilizada omo aromatizante bual (Nakamura et al., 1999). Ensaios biológios realizados om o óleo essenial e os extratos orgânios das folhas apresentaram alta atividade antibaterina, antifúngia, anti-leishmaniida, antimutagênia e antioxidante (Begum, 1993; Ueda-Nakamura et al., 2006, Pereira & Maia 2007). Estudos sobre aspetos agronômios de alfavaa-ravo no Brasil são pouos, apesar de poderem influeniar a produção de biomassa e de metabólitos seundários. Foi relatado aumento na produção de massa fresa om orte ao nível de solo ou a 0,10 m (Balyan & Singh et al., 1992) e que o ultivo hidropônio e orgânio favoreem maior produção de óleo essenial om alto teor de eugenol (Chaves, 2001; Maia et al., 2001). Nesse sentido, estudos sobre rendimento de biomassa em resposta à adubação orgânia, mineral e mista vêm sendo desenvolvidos om várias espéies mediinais. A ama-de-frango omo adubo orgânio, além de ser ondiionador do solo por melhorar suas araterístias físias, químias e biológias, omo retenção de água, agregação, porosidade, entre outros, também é utilizada omo fertilizante, espeialmente NPK. Por outro lado, a adição de nutrientes minerais omo o fósforo, têm grande importânia na definição da quantidade da biomassa produzida em diferentes solos, podendo ainda ontribuir para o aumento da onentração de alalóides e demais prinípios ativos (Novaes & Smyth, 1999; Kiehl, 2008;). Assim, o presente trabalho teve omo objetivo avaliar a produção de biomassa de alfavaa-ravo om diferentes doses de ama-de-frango, ultivada na ausênia ou presença de fósforo. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi desenvolvido no Horto de Plantas Mediinais HPM (S 22º 11' 43.7" W 054º 56' 08. 5", altitude de 452 m), da Universidade Federal da Grande Dourados, em Dourados-MS, de março a novembro de O lima é do tipo CWA, om preipitação Horti. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S3275

3 média anual de 1500 mm e a temperatura média de 22ºC. O solo, originalmente sob vegetação de Cerrado, é de topografia plana e lassifiado omo Latossolo Vermelho distroférrio, de textura argilosa, ujas araterístias químias em função dos tratamentos são apresentadas na Tabela 1. No ampo, foram avaliadas ino doses de ama-de-frango semideomposta (0, 5, 10, 15 e 20 t ha -1 ) e o uso ou não de fósforo (200 kg ha -1 de P, na forma de superfosfato triplo). Os tratamentos foram arranjados omo fatorial 5 x 2, no delineamento experimental bloos asualizados, om quatro repetições. A omposição químia da ama-de-frango usada foi: C orgânio; P total; K total e N total(g kg -1 ): 20,56; 31,38; 28,50; 24,30 e 1,87 e relação C/ N 10,99. Cada parela tinha área útil de 3,75 m 2 (2,5 m de omprimento e 1,0 m de largura), om 10 plantas arranjadas em fileiras duplas, espaçadas entre elas de 0,50 m e entre fileiras, de 0,50 m. A propagação foi realizada por semeadura indireta em bandejas de poliestireno de 128 élulas, om substrato Plantmax HA para hortaliças. As plântulas foram transplantadas para o loal definitivo quando atingiram era de 0,10 m de altura. O superfosfato triplo e a ama-de-frango foram distribuídos a lanço e inorporados ao solo, a uma profundidade de 0-0,20 m, um dia antes do transplantio. As irrigações foram feitas por aspersão e as apinas manuais. Durante o ilo de ultivo, foram medidas as alturas de todas as plantas das parelas om intervalos de 30 dias, a partir de 30 até 120 dias após o transplante DAT e om intervalos de quinze dias até 60 dias após a rebrota, om o auxílio de uma régua graduada em entímetros, oloada desde o nível do solo até a inflexão da folha mais alta, exluindo a última infloresênia. Aos 120 dias após o transplante (DAT), foram olhidas oito plantas das parelas, ortando-se seus aules a 0,10 m do nível do solo. Aos 60 dias após a rebrota, foi feita nova olheita, no iníio do floresimento. Por oasião das olheitas, foram avaliadas as produções de massas fresas e seas das folhas, aules e infloresênias (só na rebrota), além da área foliar, medida em integrador LI COR Os dados foram submetidos à análise de variânia e, quando houve signifiânia pelo teste F, os dados em função de ama foram submetidos à análise de regressão, todos até 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Não houve interação signifiativa da ama-de-frango om o fósforo para as araterístias avaliadas. O padrão de resimento em altura das plantas de alfavaa-ravo não variou em função do uso do fósforo, mas variou em função das doses de ama de frango (Figura 1). Considerando as époas de avaliação, as alturas foram maiores após a rebrota, provavelmente, porque a planta já estava om o sistema radiular formado e utilizou os fotossintatos mais rapidamente para o desenvolvimento da parte aérea. A adubação fosfatada não influeniou signifiativamente as araterístias analisadas, exeto a área foliar da primeira olheita(tabela 2). A pequena variação observada na produção de biomassa om o uso do fósforo pode ter sido resultado da adição da ama-de-frango, que além de nitrogênio, possui fósforo e potássio em níveis elevados (Tabela 1). Por outro lado, as maiores produções om o aumento das doses da ama-de-frango (Figura 2) devemse, provavelmente, ao fato de a prátia da adubação orgânia, além de forneer nutrientes Horti. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S3276

4 para as plantas, proporiona melhoria da estrutura físia do solo, aumenta a retenção de água, diminui as perdas por erosão, favoree o ontrole biológio, devido à maior população mirobiana e melhora da apaidade tampão do solo (Kiehl, 2008). Com base nos resultados obtidos, reomenda-se o uso da ama-de-frango, na dose 20 t ha -1, independente do uso de fósforo, para o ultivo da alfavaa-ravo. AGRADECIMENTOS Horti. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S3277

5 Tabela 1. Caraterístias químias de amostras do solo oletadas na área experimental em função das doses de ama de frango e ausênia ou presença de adubação fosfatada (200 kg ha -1 de P). [Chemial harateristis of samples of soil olleted in the experimental area in funtion of doses of poultry manure and absene or presene of phosphorus fertilization (200 kg P ha -1 )]. Dourados, UFGD, Doses ama de frango (t ha -1 )/Ausênia (0P) ou Presença de P (P) Caraterístias 1/ P P 0P P 0P P 0P P 0P P ph H 0 5,9 5,7 5,7 5,3 5,9 5,6 5,8 5,9 6,0 5,7 2 Al +3 0,0 1,2 1,2 2,5 0,0 1,2 0,6 0,0 0,0 0,6 P (mg dm -3 ) 34,0 61,0 54,0 54,0 86,0 73,0 96,0 137,0 160,0 165,0 K (mmol dm -3 ) 7,7 6,8 9,2 9,2 10,7 11,4 13,5 12,9 16,0 16,0 Mg (mmol dm -3 ) 19,0 16,0 19,0 13,0 23,0 18,0 18,0 23,0 23,0 21,0 Ca (mmol dm -3 ) 40,0 38,0 42,0 32,0 48,0 41,0 41,0 52,0 49,0 47,0 M.O. (g dm -3 ) 29,0 26,5 28,4 27,7 29,0 29,0 29,0 32,2 33,4 32,2 (H+Al) (mmol dm -3 ) 58,0 62,0 62,0 80,0 53,0 62,0 58,0 53,0 47,0 55,0 S.B. (mmol dm -3 ) 66,7 60,8 70,2 54,2 81,7 70,4 72,5 87,9 88,0 84,0 CTC (mmol dm -3 ) 124,7 122,8 132,2 134,2 134,7 132,4 130,5 140,9 135,0 139,0 (V) % / Análises feitas no Laboratório de Solos da UFGD. [1/ Analysis arried out in the Laboratory of Soils of UFGD] Horti. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S3278

6 Tabela 2. Massa fresa e sea de folhas, aules e infloresênias e área foliar de alfavaa-ravo (Oimum gratissimum L.) sem ou om adubação fosfatada (200 kg ha -1 de P) na primeira olheita e após a rebrota. [Height of plants; fresh and dry weight of leaves, stem and infloresenes, and foliar area of Oimum gratissimum L. (basil) in the presene or absene of phosphorus (200 kg P ha - 1 ) in the first harvest and after resprout]. Dourados, UFGD, Caraterístias Colheita 1 Colheita 2 (após a rebrota) Sem P Com P CV% Sem P Com P CV% Massa fresa da folha (kg ha -1 ) 1.159,34 a 1.342,04 a 33, ,56 a 6.346,29 a 20,18 Massa sea da folha (kg ha -1 ) 256,04 a 263,34 a 35, ,61 a 1.400,52 a 26,35 Massa fresa do aule (kg ha -1 ) 588,29 a 766,35 a 46, ,12 a 4.468,99 a 21,27 Massa sea do aule (kg ha -1 ) 133,25 a 153,45 a 61, ,70 a 1.470,35 a 22,32 Área foliar (m 2 ) 1.357,69 b 1.771,00 a 39, ,99 a 7442,99 a 19,73 Massa fresa inflores. (kg ha -1 ) ,29 a 1.848,73 a 23,89 Massa sea da inflores. (kg ha -1 ) ,70 a 515,99 a 26,91 Horti. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S3279

7 Figura 1. Altura de plantas de alfavaa-ravo em função de dias após o transplante, ultivadas om ino doses de ama-de-frango de orte semideomposta, antes da primeira olheita (a) e após a rebrota (b). [Height of plants of Oimum gratissimum L. (basil) in funtion of days after transplant, grown with five doses of semi-deomposed poultry manure, before of first harvest (a) and after resprout (b)]. UFGD, Dourados, Figura 2. Massa fresa e sea e área foliar de alfavaa-ravo em função de diferentes doses de ama-defrango de orte semideomposta na primeira olheita (a) e após a rebrota (b). [Fresh and dry weight of Oimum gratissimum L. (basil) in funtion of different doses of semi-deomposed poultry manure in the first harvest (a) and after resprout (b)]. UFGD, Dourados, Horti. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S3280