INFORMATIVO. Setor Florestal. nº 185 MAIO. Preço médio em dólar da tonelada de celulose de fibra curta tipo seca aumentou 4,15% em junho de 2017

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1 INFORMATIVO Setor Florestal nº 185 MAIO 2017 Preço médio em dólar da tonelada de celulose de fibra curta tipo seca aumentou 4,15% em junho de 2017

2 INTRODUÇÃO Não ocorreu qualquer variação dos preços médios em reais dos produtos florestais no estado de São Paulo no mês de maio de 2017 em comparação ao mês predecessor. As prováveis explicações para essa estabilidade nos preços desses produtos é a constância da demanda e a saturação de oferta. O mercado interno de pranchas e toras de essências florestais nativas do estado do Pará, quando comparado maio de 2017 com abril do mesmo ano, apresentou variações nos preços médios das pranchas de Jatobá, Maçaranduba e Cumaru. Em Paragominas, o preço médio do metro cúbico de pranchas de Jatobá apresentou queda de 0,51%, enquanto para o preço médio da prancha de Maçaranduba houve acréscimo de 0,53% no período analisado. Por fim, o preço médio da EXPEDIENTE ELABORAÇÃO Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA-ESALQ/USP) Economia Florestal SUPERVISÃO Prof. Dr. Carlos José Caetano Bacha PESQUISADORES COLABORADORES Pedro Henrique de Abreu Paiva APOIO TÉCNICO Caroline Ganéo Paulino dos Santos Gabriel Valério Rodrigues Salles Lucas Gabriel de Paula Silveira prancha de Cumaru teve aumento de 0,46% de abril de 2017 para maio do mesmo ano. Com relação ao mercado doméstico de celulose, ocorreu aumento no preço médio em dólar da tonelada de celulose de fibra curta tipo seca de 4,15% no mês de junho de 2017 em relação ao mês predecessor. O preço médio em reais da tonelada do papel offset em bobina apresentou uma pequena queda de 0,24% no período analisado. O valor total das exportações brasileiras de produtos florestais apresentou considerável aumento de 13,82% no mês de maio de 2017 em comparação ao mês antecessor. Essa elevação foi devida aos aumentos de 6,99% e 16,35%, respectivamente, nos valores exportados de madeira e painéis de madeira e de papel e celulose nesse período. CEPEA. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida ou transmitida sob nenhuma forma ou qualquer meio, sem permissão expressa por escrito. Retransmissão por fax, ou outros meios, os quais resultem na criação de uma cópia adicional é ilegal. CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA Avenida Pádua Dias, Piracicaba-SP Fones: (19) / Fax: (19) floresta@usp.br 2

3 ESPÉCIE Cedro Rosa O Cedro Rosa (Cedrela fissilis Vell.) é uma árvore nativa do Brasil, da família das meliáceas e a sua árvore pode atingir até 30 metros de altura. Essa espécie, originariamente, ocorria desde o Panamá e Costa Rica até a Argentina. No Brasil, ela estava presente na maioria dos estados, em solos profundos e úmidos, porém bem drenados. Mas, atualmente, ela está ameaçada de extinção por exploração excessiva. O plantio do cedro, em função da qualidade da madeira, está sendo realizado, como o de outras meliáceas. Recomenda-se o plantio com grande espaçamento e com alternância de outras espécies para evitar lagartos e outros que degridam a madeira. É uma espécie emergente em floresta de clímax, iniciando seu crescimento na vegetação secundária. Fonte: 3

4 MERCADO INTERNO - ESTADO DE SÃO PAULO Produtos Florestais O mês de maio de 2017, comparado a abril do mesmo ano, não apresentou qualquer variação dos preços médios em reais dos produtos florestais para as cinco regiões estudadas no estado de São Paulo (a saber: Bauru, Campinas, Itapeva, Marília e Sorocaba). Observa-se nas Tabelas 1 e 2 que esses produtos são divididos em três categorias: madeiras in natura e semi processadas procedentes de florestas plantadas e pranchas de essências florestais nativas. Essa estabilidade nos preços dos produtos florestais estudados pode ser explicada pela relativa constância da demanda, característica desse tipo de mercado, seguido pela saturação de oferta, o que faz com que os stakeholders ligados à comercialização da madeira optem pela manutenção do preço. A grande estabilidade dos preços nos permite analisar a grande diferença de cotações dentro e entre as regiões pesquisadas. Tomando, por exemplo, o preço do estéreo da lenha de eucalipto em pé na fazenda, constata-se que o menor preço médio para esse produto ocorreu, em maio de 2017, na região de Sorocaba (R$ 23,24 por metro estéreo), mas flutuando do mínimo de R$ 18,00 a no máximo R$ 30,00 por estéreo. Há diferença relativa de quase 67% entre os preços máximo e mínimo por esse produto dentro de uma mesma região. E essa grande diferença de preços também ocorre para outros produtos, evidenciando as condições distintas de oferta e demanda para um mesmo produto entre as regiões de um mesmo estado. 4

5 Gráfico 1 - Preço médio do m³ da prancha de Peroba da região de BAURU Fonte: CEPEA Fonte: CEPEAEA Gráfico 2 - Preço médio do m³ da prancha de Peroba da região de MARÍLIA 5

6 MERCADO INTERNO - ESTADO DO PARÁ Produtos Florestais Omercado paraense de pranchas e toras de essências florestais nativas da Amazônia apresentou algumas alterações de preços médios de seus produtos no mês de maio de 2017 em relação ao mês de abril do mesmo ano. Em Paragominas, o preço médio do metro cúbico da prancha de Maçaranduba apresentou variação positiva de 0,53% no período analisado. Simultaneamente, o preço médio do metro cúbico da prancha de Cumaru apresentou variação positiva de 0,46%, enquanto o preço médio do metro cúbico da prancha de Jatobá apresentou variação negativa de 0,51%. Os preços médios do metro cúbico das demais pranchas analisadas não apresentaram variação no período supracitado (Tabela 3). Já o mercado de toras de essências nativas florestais no estado do Pará permaneceu com os preços médios de seus produtos estáveis pelo terceiro mês consecutivo (Tabela 4). Fonte: CEPEA Fonte: CEPEA Gráfico 3 - Preço médio do m³ da pranha da prancha de Cumaru da região de PARAGOMINAS Gráfico 4 - Preço médio do m³ da tora de maçaranduba na região de PARAGOMINAS 6

7 MERCADO DOMÉSTICO Celulose e Papel Opreço médio em dólar sem desconto (chamado de preço lista) da tonelada de celulose de fibra curta tipo seca apresentou variação positiva no mês de junho de 2017 em relação ao mês de maio de 2017 para as vendas feitas no estado de São Paulo. A alta desse preço foi de 4,15%, passando de US$ 720,49 por tonelada em maio de 2017 para US$ 750,40 por tonelada em junho de 2017 (Tabela 5). O preço médio em reais da tonelada do papel cut size se manteve estável em maio e junho de 2017, sendo esse valor de R$ 3.666,03 por tonelada. Já o preço médio da tonelada do papel offset em bobina apresentou uma leve queda de 0,24%, passando de R$ 2.957,42, em maio de 2017, para R$ 2.950,46, em junho de 2017 (ver Tabela 5). TABELA 5 - PREÇOS MÉDIOS NO ATACADO DA TONELADA DE CELULOSE E PAPEL EM SÃO PAULO MAIO DE 2017 E JUNHO DE 2017 Fonte: CEPEA MAI/17 JUN/17 MÊS CELULOSE DE FIBRA CURTA - SECA (PREÇO LISTA EM US$ POR TONELADA PAPEL OFFSET EM BOBINA (PREÇO COM DESCONTO EM A R$ POR TONELADA PAPEL CUT SIZE (PREÇO COM DESCONTO B EM R$ POR TONELADA) mínimo 657, , ,60 médio 720, , ,03 máximo 751, , ,66 mínimo 657, , ,60 médio 750, , ,03 máximo 796, , ,66 Fonte: CEPEA. Nota: os preços acima incluem frete e impostos e são para pagamento a vista. Preço lista para a celulose e preço com desconto para os papéis. A = papel com gramatura igual ou superior a 70 g/m² - B = papel tipo A4. 7

8 MERCADO EXTERNO Produtos Florestais No mês de maio de 2017, as exportações totais de produtos florestais (madeiras, papel e celulose) totalizaram US$ 930,67 milhões. Em relação ao mês de abril do mesmo ano (quando foram exportados US$ 817,68 milhões) ocorreu um expressivo aumento de 13,82% nessas exportações. Essa elevação foi devida tanto ao aumento nas exportações de madeiras e painéis de madeira e, principalmente, pelo acréscimo no valor exportado de papel e celulose. Essas últimas apresentam um aumento de 16,35% no valor exportado no mês de maio de 2017 em relação ao mês anterior. Foram exportados US$ 596,63 milhões em abril de 2017, enquanto que essa quantia foi de US$ 694,17 milhões no mês subsequente. O valor das exportações de madeiras e painéis de madeira apresentou aumento de 6,99% no mês de maio de 2017 em relação ao mês antecessor. Foram exportados US$ 221,05 milhões em madeiras e painéis de madeira no mês de abril de No mês de maio do mesmo ano, esse valor foi de US$ 236,50 milhões. Tabela 6 Exportações brasileiras de produtos florestais manufaturados de janeiro de 2017 a março de 2017 ÍTEM PRODUTOS FEV/17 MAR/17 ABR/17 VALOR DAS EXPORTAÇÕES (EM MILHÕES DE DÓLARES) PREÇO MÉDIO DO PRODUTO EMBARCADO (US$/T) QUANTIDADE EXPORTADA (EM MIL TONELADAS) Celulose e outras pastas 374,83 435,88 458,60 Papel 137,85 179,37 138,03 Madeiras compensadas ou contraplacadas 40,94 49,41 46,79 Madeiras laminadas 1,72 2,77 2,27 Madeiras serradas 44,41 54,55 52,48 Obras de marcenaria ou de carpintaria 22,63 28,49 27,89 Painéis de fibras de madeiras 22,86 27,61 25,89 Outras madeiras e manufaturas de madeiras 59,78 63,74 65,73 Celulose e outras pastas 398,27 409,77 431,59 Papel 830,47 818,90 833,20 Madeiras compensadas ou contraplacadas 501,47 513,59 524,37 Madeiras laminadas 672,65 672,40 575,41 Madeiras serradas 470,74 469,95 473,13 Obras de marcenaria ou de carpintaria 1685, , ,57 Painéis de fibras de madeiras 311,25 315,73 327,10 Outras madeiras e manufaturas de madeiras 339,68 344,63 391,37 Celulose e outras pastas 941, , ,60 Papel 166,00 219,04 165,66 Madeiras compensadas ou contraplacadas 81,64 96,21 89,24 Madeiras laminadas 2,55 4,12 3,95 Madeiras serradas 94,34 116,07 110,91 Obras de marcenaria ou de carpintaria 13,43 16,92 16,25 Painéis de fibras de madeiras 73,46 87,45 79,14 Outras madeiras e manufaturas de madeiras 175,99 184,96 167,94 Fonte: SECEX/MDIC - Balança Comercial Brasileira 8

9 NOTÍCIAS - DESEMPENHO DO Setor florestal segue firme ajudando Brasil a manter balança superavitária AIndústria Brasileira de Árvores (Ibá) divulgou resultados do primeiro quadrimestre do ano sobre o desempenho do setor florestal brasileiro. De acordo com essa organização, a produção de celulose cresceu 5% no primeiro quadrimestre de 2017 na comparação com o mesmo período do ano passado. Foram fabricadas 6,02 milhões de toneladas de celulose no Brasil no primeiro quadrimestre de Já no mesmo período do ano de 2017, esse valor totalizou 6,32 milhões. Por outro lado, no segmento de painéis de madeira, as exportações são destaque com crescimento de 39,8%, alcançando a marca de 376 mil metros cúbicos comercializados para outros países entre janeiro e abril deste ano; e no setor de papel, o resultado positivo continua com as exportações que atingiram um volume de 702 mil toneladas vendidas no período, alta de 1,9% em relação ao mesmo período de 2016, quando foram negociadas 689 mil toneladas. No que se refere ao volume exportado, no primeiro quadrimestre de 2017 foram exportadas 4,34 milhões de toneladas de celulose, implicando crescimento de 1,4% em relação ao mesmo período de 2016, quando foram exportadas 4,28 milhões de toneladas. O segmento de papel registrou exportações de 702 mil toneladas (+1,9% em relação ao mesmo período do ano anterior) e o de painéis de madeira alcançou a marca de 376 mil metros cúbicos (+39,8%). Porém, cabe destacar que a receita de exportações de janeiro a abril de 2017 foi abaixo do ocorrido no mesmo período de 2016, o setor registrou exportações no valor de US$ 2,6 bilhões no primeiro quadrimestre de 2017, 1,7% abaixo em relação ao mesmo período de O principal destino das exportações de celulose brasileira continua sendo a China (44% do total exportado). Os países latino-americanos são os principais mercados dos segmentos de papel e painéis de madeira no período, com receitas de exportações de US$ 382 milhões e US$ 48 milhões, respectivamente. Fonte:Texto adaptado do Portal do Painel Florestal (31/05/2017): 9

10 NOTÍCIAS - POLÍTICA Comissão de Minas e Energia no Congresso Nacional aprova política de biocombustíveis florestais A Comissão de Minas e Energia aprovou a criação de uma política nacional de biocombustíveis florestais. A medida está prevista no Projeto de Lei 1291/15, do deputado Luiz Fernando Faria (PP-MG), que tem o objetivo de ampliar a participação desses combustíveis na matriz energética brasileira e promover o cultivo de florestas plantadas com potencial energético e a produção sustentável de biocombustíveis. A proposta considera biocombustíveis florestais os combustíveis sólidos, líquidos ou gasosos produzidos a partir da biomassa florestal, como lenha e carvão vegetal. Entre os princípios que regerão a política de biocombustíveis florestais, estão o livre exercício da atividade econômica, visando redução das desigualdades sociais e regionais; e o plantio florestal em áreas degradadas, objetivando sua recuperação. O projeto prevê ainda incentivos financeiros e fiscais, linhas de crédito rural e apoio ao cooperativismo como formas de promover a política. O texto recebeu parecer pela aprovação do relator, deputado Marcelo Álvaro Antônio (PR-MG). Esse deputado considerou que a proposta sinaliza no sentido de diretrizes internacionais e legislações nacionais de preservação do meio ambiente. De acordo com a proposta, os recursos oriundos das taxas de reposição florestal serão obrigatoriamente revertidos, em pelo menos 60%, para programas de fomento florestal para projetos de até 2 mil hectares por proprietário, com o objetivo de formação de florestas plantadas com potencial energético, e de 10% a título de compensação mediante plantio de florestas com potencial energético para empreendimentos sujeitos a recolhimento das taxas. O texto também permite o cultivo de florestas com potencial energético em áreas de preservação permanente consolidadas, desde que sua reforma não resulte em destoca, preservando-se a integridade do solo através de cultivo mínimo. A fiscalização da comercialização e do consumo dos biocombustíveis florestais será feita pelos órgãos competentes do Poder Público e se dará nos pontos de recepção das unidades consumidoras do produto. A proposta ainda destina recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio econômico (Cide) para o financiamento de programas e projetos de execução da Política Nacional de Biocombustíveis Florestais. Fonte: Fonte: Texto adaptado do Portal do Painel Florestal (08/05/2017): 10