INFORMATIVO. Setor Florestal. nº 178 OUTUBRO. Preço médio do estéreo da tora em pé de pinus na região de Sorocaba apresentou queda de 7,95% em outubro

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1 INFORMATIVO Setor Florestal nº 178 OUTUBRO 2016 Preço médio do estéreo da tora em pé de pinus na região de Sorocaba apresentou queda de 7,95% em outubro

2 INTRODUÇÃO EXPEDIENTE ELABORAÇÃO Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA-ESALQ/USP) Economia Florestal SUPERVISÃO Prof. Dr. Carlos José Caetano Bacha PESQUISADORES COLABORADORES Leandro Vinícios Carvalho Pedro Henrique de Abreu Paiva APOIO TÉCNICO Caroline Ganéo Paulino dos Santos Gabriel Valério Rodrigues Salles Giulia Bonfatti Igor Correa Machado Lucas Ayres Costa Apenas alguns produtos florestais in natura e semi-processados oriundos de florestas plantadas e alguns tipos de pranchas de essências plantadas negociados nas regiões Bauru, Campinas e Sorocaba apresentaram variações de preços no mês de outubro de 2016 em relação a suas cotações vigentes em setembro do mesmo ano. Em especial, a região de Sorocaba apresentou quedas nos preços médios do estéreo da tora em pé na fazenda de pinus e eucalipto para processamento em serralheria de 7,95% e 1,35%, respectivamente, no mês de outubro em relação ao mês anterior. Por outro lado, o preço médio do metro cubico de sarrafo de pinus na região de Campinas apresentou aumento de 4,87% no período anteriormente mencionado. Na região de Bauru, os preços das pranchas de pinus e de eucalipto apresentaram variações opostas, com o primeiro aumentando 0,30% e o segundo caindo 5,38%. O mercado interno do estado do Pará de pranchas e toras de essências florestais nativas, de setembro de 2016 para outubro do mesmo ano, apresentou variação nos preços médios das pranchas de Jatobá e de Maçaranduba e tora de Jatobá. Em relação aos preços médios do metro cúbico de pranchas de Jatobá e de Maçaranduba aconteceram quedas de 0,51% e 0,53%, respectivamente, no período analisado. O preço do metro cúbico da tora de Jatobá teve aumento de 1,64% em seu preço médio de setembro de 2016 para o mês subsequente. Com relação ao mercado doméstico de celulose e papel off-set, ocorreu queda nos preços médios em dólar da celulose fibra curta e do preço médio em reais do papel off-set. As variações negativas nos preços desses produtos foram de, respectivamente, 1,03% e 0,16% no mês de novembro de 2016 em relação ao mês de outubro do mesmo ano. Já o valor das exportações totais brasileiras de produtos florestais apresentaram queda de 5,10% no mês de outubro de 2016 em comparação ao mês antecessor. Reinaldo Doniseti Pinto Sarah Belen Guerreño Cespedes CEPEA. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida ou transmitida sob nenhuma forma ou qualquer meio, sem permissão expressa por escrito. Retransmissão por fax, ou outros meios, os quais resultem na criação de uma cópia adicional é ilegal. CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA Avenida Pádua Dias, Piracicaba-SP Fones: (19) / Fax: (19) floresta@usp.br 2

3 ESPÉCIE Cedro-australiano (Toona ciliata) O Cedro-australiano (Toona ciliata) pertence à família Meliaceae, tem sua origem na Austrália, Índia, Miamar, Malásia e Indonésia sendo, portanto, uma espécie exótica no Brasil, encontrando condições favoráveis para o seu desenvolvimento no sul da Bahia e na região Sudeste. A árvore pode alcançar 50m de altura e 2m de diâmetro. A espécie Toona ciliata cresce em áreas com precipitação anual entre 800 e mm com 2 a 6 meses de seca, apresentando bom crescimento em regiões de 100 a m de altitude. Quanto à temperatura, a espécie sobrevive sob temperaturas mínimas absolutas pouco abaixo de 0ºC. A espécie não suporta solos argilosos compactados e nem solos arenosos pobres, necessitando de solos com boa drenagem, profundos e eutróficos. A sua produção esperada é de 250 a 300 m³/ha aos 20 anos, dependendo das condições locais e nível tecnológico adotado. O Cedro-australiano é cultivado para fornecer madeira de qualidade para serrarias e indústrias moveleiras e pode ser utilizada para: fabricação de compensados, aglomerados, esculturas, entalhes em portas e janelas, na construção de navios e aviões. Fonte: Centro de Inteligência em Florestas Foto: Eduardo-Stehling 3

4 MERCADO INTERNO - ESTADO DE SÃO PAULO Produtos Florestais O mercado interno de produtos florestais nativos e semi-processados no estado de São Paulo apresentou em outubro de 2016, comparado ao mês anterior, variações nos preços de alguns poucos produtos nas regiões de Sorocaba, Bauru e Campinas. Entre essas três regiões, a de Sorocaba se destacou por apresentar em agosto e setembro de 2016 aumentos dos preços médios do estéreo da tora em pé de pinus e eucalipto para processamento em serralheria. Porém, em outubro as variações nesses preços médios foram de quedas de 7,95% e 1,35%, respectivamente. O preço médio do metro cubico de sarrafo de pinus na região de Campinas apresentou queda em setembro de 2016, em comparação ao mês de agosto do mesmo ano, porém em outubro houve aumento de 4,87% em relação à sua cotação de setembro. Os preços do metro cubico da prancha de peroba, que apresentou aumento por dois meses consecutivos tanto na região de Marilia como na região de Campinas, ficaram estáveis em outubro. Na região de Bauru, os preços médios das pranchas de pinus e de eucalipto tiveram variações antagônicas em outubro, com a primeira subindo 0,30% e a segunda caindo 5,38% em relação a suas cotações de setembro. Por fim, nas regiões de Marília e Itapeva os preços médios de produtos florestais semi- -processados e nativos não apresentaram variações no mês de outubro de 2016 em relação ao mês de setembro deste mesmo ano. Gráfico 1 - Preço do metro do st da árvore de eucalipto em pé em SOROCABA Reais por st 56,00 54,00 52,00 50,00 48,00 46,00 jul/16 ago/16 set/16 4

5 Gráfico 2 - Preço médio do metro cúbico da prancha de peroba na região de MARÍLIA 2830, ,00 Reais por m³ 2730, , , ,00 Gráfico 3 - Preço do metro cúbico da prancha de peroba na região de MARÍLIA Reais por metro cúbico 2850, , , , , , , , ,00 Nota 1: (1) 30cm x 5cm; (2) 6cm x 12cm e 6cm x 16cm; (3) 2,5cm x 5cm, 2,5cm x 7,5cm, 2,5cm x 10cm e 2,5cm x 15cm. A primeira medida refere-se à largura e a segunda, à espessura. Nota 2: Para madeiras in natura, os informantes continuam a divulgar preços em metro estéreo, apesar da resolução do INMETRO a qual abole essa medida a partir de 31 de dezembro de Para lenha e madeira para celulose, de modo geral, tem-se 1,5 st = 1 m³, o que equivale a 0,667 m³ = 1 st, e para madeira em toras tem-se 1,43s t = 1 m³, equivalente a 0,7 m³ = 1 st. Obs.: metro estéreo é um metro cúbico de madeira desuniforme empilhada, contando os vãos entre as peças. 5

6 Gráfico 4 - Preço médio do metro cúbico da prancha de Peroba na Região de MARÍLIA 2830, ,00 Reais por m³ 2730, , , ,00 Gráfico 5 - Preço do metro cúbico da prancha de Peroba na Região de BAURU Reais por metro cúbico 2345, , , , , , , , ,00 Notas: (1) 30cm x 5cm. A primeira medida refere-se à largura e a segunda, à espessura. (2) Os valores do preço da prancha de Maçaranduba na região de Campinas e o preço da prancha de Cumaru na região de Sorocaba foram alterados devido à disparidade entre o informativo anterior e o atual, foram mantidos os preços do informativo 125. (3) Os preços de alguns produtos na região de Bauru vinham sendo passados em unidades de medidas diferentes da do estéreo causando discrepância entre os preços de outras regiões que era incorretas. Esses preços foram revistos e modificados. As tabelas divulgadas a partir do Informativo 153, estarão com os preços correto. 6

7 MERCADO INTERNO - ESTADO DO PARÁ Produtos Florestais O mercado paraense de pranchas e toras de essências florestais nativas da Amazônia, de setembro de 2016 para outubro do mesmo ano, apresentou variação nos preços médios de apenas alguns produtos, a saber: pranchas de Jatobá e de Maçaranduba e toras de Jatobá. Os preços médios do metro cúbico de pranchas de Jatobá e de Maçaranduba apresentaram pequenas quedas de 0,51% e 0,53%, respectivamente. Os preços médios do metro cúbico das demais pranchas não apresentaram variação. A estabilidade nos preços também é observada na maioria das toras de essências nativas florestais no estado do Pará. A exceção se aplica apenas para o preço médio do metro cúbico da tora de Jatobá. Esse produto teve aumento de 1,64% em seu preço médio, de setembro de 2016 para outubro do mesmo ano. Gráfico 6 - Preço do metro cúbico da prancha de maçaranduba na região de PARAGOMINAS Reais por m³ Gráfico 7 - Preços médios do metro cúbico da tora de maçaranduba na região de PARAGOMINAS Reais por m³

8 MERCADO DOMÉSTICO Celulose e Papel O s preços médios em dólar sem desconto (chamado de preço lista) da tonelada de celulose de fibra curta tipo seca e do preço em reais da tonelada do papel offset em bobina apresentaram variações negativas no mês de outubro em relação ao mês anterior para o estado de São Paulo (tabela 1). Pelo décimo segundo mês consecutivo, o preço médio em dólar da tonelada de celulose de fibra curta e seca apresentou queda. Para o mês de novembro de 2016 a redução nesse preço foi de 1,03% em relação à cotação do mês de outubro do mesmo ano, passando de US$ 664,54 nesse mês para US$ 657,70 por tonelada em novembro. O preço médio em reais do papel cut size continuou estável em novembro, em R$ 3.666,03 por tonelada, valor mantido pelo terceiro mês consecutivo. Por outro lado, o preço médio por tonelada do papel off-set em bobina diminuiu, passando de R$ 3.750,57 no mês de outubro de 2016 para R$ 3.744,48 no mês seguinte. Isso significa uma leve diminuição no preço médio do papel off-set de 0,16% no mês de novembro de 2016 em relação ao mês antecessor. Tabela 1 - Preços médios no atacado da tonelada de celulose e papel em São Paulo Outubro de 2016 e Novembro de 2016 OUT/16 NOV/16 MÊS Celulose de fibra curtaseca (preço lista em US$ por tonelada) Papel offset em bobina A (preço com desconto em R$ por tonelada) Papel cut size B (preço com desconto em R$ por tonelada) Mínimo 661, , ,60 Médio 664, , ,03 Máximo 670, , ,66 Mínimo 654, , ,60 Médio 657, , ,03 Máximo 661, , ,66. Nota: os preços acima incluem frete e impostos e são para pagamento a vista. Preço lista para a celulose e preço com desconto para os papéis. A = papel com gramatura igual ou superior a 70 g/m² - B = papel tipo A4. 8

9 MERCADO EXTERNO Produtos Florestais No mês de outubro de 2016, as exportações totais de produtos florestais (madeiras, papel e celulose) totalizaram US$ 790,31 milhões. Em relação ao mês de setembro desse ano, houve queda de 5,10% nessas exportações. Essa redução foi devida tanto pela diminuição das exportações de papel e celulose como, principalmente, das exportações de madeiras e painéis de madeira. As exportações de papel e celulose apresentaram queda de 4,44% no mês de outubro de 2016 em relação ao mês anterior. Foram exportados US$ 603,30 milhões em papel e celulose no mês de outubro de 2016, enquanto esse valor foi de US$ US$ 631,31 milhões no mês de setembro do mesmo ano. As exportações de madeira e painéis que já haviam apresentado queda no mês de setembro de 2016 em relação ao mês de agosto do mesmo ano, voltaram a apresentar nova redução no mês de outubro de 2016 em relação a setembro. Foram exportados US$ 201,51 milhões em setembro de 2016, enquanto que essa quantia foi de US$ 187,01 milhões no mês subsequente, o que representou uma queda de 7,20% no valor exportado de outubro de 2016 em comparação a setembro do mesmo ano. Tabela 2 - Exportações brasileiras de produtos florestais manufaturados de julho de 2016 a setembro de 2016 ÍTEM PRODUTOS JUL/16 AGO/16 SET/16 VALOR DAS EXPORTAÇÕES (EM MILHÕES DE DÓLARES) PREÇO MÉDIO DO PRODUTO EMBARCADO (US$/T) QUANTIDADE EXPORTADA (EM MIL TONELADAS) Fonte: SECEX/MDIC - Balança Comercial Brasileira Celulose e outras pastas 451,84 433,92 469,04 Papel 147,97 158,56 162,26 Madeiras compensadas ou contraplacadas 38,92 44,43 41,12 Madeiras laminadas 2,57 2,60 2,27 Madeiras serradas 42,61 50,50 49,36 Obras de marcenaria ou de carpintaria 24,79 29,62 27,27 Painéis de fibras de madeiras 22,76 27,47 24,35 Outras madeiras e manufaturas de madeiras 69,44 70,20 57,03 Celulose e outras pastas 389,65 400,05 400,19 Papel 852,50 877,68 892,87 Madeiras compensadas ou contraplacadas 494,89 497,82 508,50 Madeiras laminadas 647,03 585,02 536,04 Madeiras serradas 460,56 474,61 460,62 Obras de marcenaria ou de carpintaria 1606, , ,03 Painéis de fibras de madeiras 310,31 308,72 328,10 Outras madeiras e manufaturas de madeiras 257,71 316,75 325,67 Celulose e outras pastas 1159, , ,05 Papel 173,57 180,66 181,73 Madeiras compensadas ou contraplacadas 78,64 89,24 80,86 Madeiras laminadas 3,97 4,44 4,24 Madeiras serradas 92,52 106,41 107,16 Obras de marcenaria ou de carpintaria 15,43 17,27 15,95 Painéis de fibras de madeiras 73,36 88,99 74,21 Outras madeiras e manufaturas de madeiras 269,44 221,61 175,11 9

10 NOTÍCIAS - DESEMPENHO DO Produção de biomassa: um novo uso para o eucalipto As folhas e cascas do eucalipto são insumos utilizados por fábricas de cosméticos e de produtos farmacêuticos. Além disso, essa árvore é utilizada na extração de mel, por meio de programas de apicultura, e sua madeira pelo setor carvoeiro, sendo fonte de muitos benefícios, como a cogeração de energia elétrica, pois o carvão é um produto energético renovável. A casca do Eucalipto é favorável para a produção de energia, devido a quantidade de açucares fermentáveis que é superior ao bagaço de cana-de-açúcar. As pentoses responsáveis por inibir esse processo de fermentação são encontradas em menor quantidade nas cascas do eucalipto em comparação ao bagaço da cana-de-açúcar. A produtividade da casca de eucalipto supera a de cana-de-açúcar, chegando a gerar mais que o dobro de toneladas em um mesmo período de um ano e produzindo de 23 a 25 toneladas de biomassa por hectare. No caso da cana-de-açúcar, a produtividade é de 10,6 toneladas de bagaço por hectare. As árvores de eucalipto são uma alternativa para a produção de biomassa, aumentando as oportunidade para os pequenos produtores. Além disso, o eucalipto é uma árvore de fácil cultivo, com espécies que apresentam baixas exigências em umidade e em fertilidade do solo. Fonte: Retirado de Painel Florestal (18/10/2016). Fonte: Retirado do Portal Celulose Online(13/04/2016) 10

11 NOTÍCIAS - POLÍTICA Agricultura aprova incentivo a proprietário rural por reposição florestal A proposta que concede incentivos fiscais e financeiros a proprietários rurais, sendo eles pessoas físicas ou jurídicas, foi aprovada no dia 04/10/2016 mediante a preservação e recuperação dos recursos hídricos sendo eles em áreas ou bacias hidrográficas. A medida já teve outras versões anteriores, como as PLs 1465/15, 1891/15, 2410/15 e 4226/15. Essas foram reintegradas em um texto único a fim de solucionar a defasagem climática existente nos últimos tempos. A medida visa promover a preservação de áreas e solucionar problemas ambientais que têm afetado o funcionamento das cadeias produtivas, tais como: erosões, recargas em lençóis freáticos, deterioração e assoreamento nas nascentes dos rios. Os benefícios fiscais se fundamentaram em uma isenção referente ao Imposto de Renda (IR) e no Imposto do Territorial Rural (ITR). Esses benefícios serão direcionados a pequenos produtores rurais e agricultores familiares com até quatro módulos fiscais (área entre 5 e 110 hectares, a depender da região) a partir da recuperação de cursos de água. Para agricultores com quatro a quinze módulos fiscais de área total, esse abatimento pode chegar a 50% no Imposto de Renda. Para propriedades com área total superior a quinze módulos fiscais, o desconto no IR chega até a 30%. O ITR para propriedades rurais com área total acima de quatro módulos fiscais poderá reduzir-se em 50%. Quanto aos benefícios financeiros, o governo poderá dar crédito rural com juros menores às taxas oficiais, conforme norma do Conselho Monetário Nacional (CMN), além de permitir a equalização de taxas de juros, prevista na Lei 8.427/92. O texto determina ainda que para cada hectare recuperado na propriedade o proprietário receberá uma subvenção anual de R$ 50 até R$ 100 mil, que podem ser utilizados para reduzir o saldo de créditos rurais. Fonte: Retirado de Painel Florestal (04/10/2016). Fonte: Retirado do Portal Celulose Online (06/04/2016) 11