Setor Florestal INFORMATIVO

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1 INFORMATIVO Setor Florestal nº 206 FEVEREIRO 2019 Preços de madeiras exóticas pouco se alteram em São Paulo, mas as cotações das madeiras de nativas sobem, em especial, no Pará em fevereiro de 2019

2 NÚMERO 206 FEVEREIRO DE 2019 INTRODUÇÃO No mês de fevereiro de 2019, comparado com o mês anterior, as coletas de preços no estado de São Paulo apresentaram duas variações nos preços de madeiras semiprocessadas ambos para a região de Campinas, enquanto os preços de pranchas nativas tiveram três alterações, sendo nas regiões de Campinas, Bauru e Marília. A principal variação nas madeiras in natura e semiprocessadas ocorreu no preço médio do metro cúbico da prancha de pinus, que aumentou em 0,68% na região de Campinas em fevereiro de 2019 quando relacionado a janeiro do mesmo ano. Já para as pranchas de essências nativas, a principal variação foi no preço médio do metro cúbico da prancha de maçaranduba que aumentou em 11,11% na região de Bauru. no período antes mencionado. No Pará, no mês de fevereiro de 2019, ocorreram variações tanto nos preços médios de pranchas quanto nos de toras de essências nativas, sendo tanto variações positivas como negativas. No mercado de pranchas a EXPEDIENTE ELABORAÇÃO Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA-ESALQ/USP) Economia Florestal SUPERVISÃO Prof. Dr. Carlos José Caetano Bacha PESQUISADOR COLABORADOR Arthur José Morales Escolano APOIO TÉCNICO Ana Louise Santos Barbosa Caio Henrique Amparo Rosateli Caroline Ganéo Paulino dos Santos Rafael Camarinha Franco de Menezes principal variação ocorreu no preço médio do metro cúbico da prancha de maçaranduba que aumentou em 1,73%. No mercado de toras, a principal variação foi no preço médio do metro cúbico da tora de angelim vermelho (apresentando aumento de 6,45%). O preço médio lista em dólar da tonelada de celulose de fibra curta tipo seca no mercado doméstico em março de 2019 não apresentou variações em relação ao mês anterior, fevereiro do mesmo ano. No mesmo período, os preços em reais do papel offset em bobina apresentaram estabilidade. O valor total em dólar das exportações brasileiras de produtos florestais apresentou queda de 29,91% no mês de fevereiro de 2019 em comparação a janeiro do mesmo ano. Essa queda foi, principalmente, devido à redução de 37,79% no valor exportado de celulose e papel. O valor das exportações de madeiras e painéis de madeiras apresentou crescimento de 11,87% no período acima mencionado. CEPEA. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida ou transmitida sob nenhuma forma ou qualquer meio, sem permissão expressa por escrito. Retransmissão por fax, ou outros meios, os quais resultem na criação de uma cópia adicional é ilegal. CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA Avenida Pádua Dias, Piracicaba-SP Fones: (19) / Fax: (19) floresta@usp.br 2

3 NÚMERO 205 FEVEREIRO DE 2019 ESPÉCIE Psidium cattleyanum (Myrtaceae) O Psidium cattleyanum (Myrtaceae), conhecido como Araçá Amarelo é uma árvore arbórea nativa brasileira, da mata pluvial atlântica, encontrada naturalmente da Bahia ao Rio Grande do Sul, nas restingas litorâneas situadas em terrenos úmidos e nas capoeiras de várzeas úmidas, não havendo sua ocorrência na interior da floresta. Possui altura média de 3-6 metros e seu tronco tem de cm de diâmetro. Suas flores são de coloração amarela e os frutos são bagas globosas de coloração entre o amarelo e o vermelho. Floresce entre junho e dezembro. A madeira desta árvore é pesada, compacta, elástica e apresenta longa durabilidade e resistência a locais secos, apesar de preferir regiões úmidas e ensolaradas. Usada para obras de torno, cabos de ferramentas, esteios, para confecção de peças que exijam resistência e para lenha e carvão. Fonte: Instituto Brasileiro de Florestas e Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais 3

4 NÚMERO 206 FEVEREIRO DE 2019 MERCADO INTERNO - ESTADO DE SÃO PAULO Produtos Florestais As coletas de preços de madeiras in natura e semiprocessadas para o Estado de São Paulo abrangem as regiões de Bauru, Campinas, Itapeva, Marília e Sorocaba (ver Tabelas 1 e 2). O mês de fevereiro de 2019 apresentou cinco variações, todas positivas, sendo duas nos produtos florestais in natura e semiprocessadas (tabela 1) na região de Campinas e três nas madeiras nativas (tabela 2) nas regiões de Marília, Campinas e Bauru. Para os produtos florestais in natura semiprocessados, como mostra a tabela 1, em fevereiro de 2019, apresentaram variação o preço médio do metro cúbico do sarrafo de pinus, que aumentou em 0,41%, e o preço médio do metro cúbico da prancha de pinus, que aumentou em 0,68% ambos na região de Campinas, como citado anteriormente. Já para as madeiras nativas, em fevereiro de 2019, pode-se observar pela tabela 2, que ocorreu variações positivas no preço médio do metro cúbico da prancha de Peroba em duas cidades sendo uma variação de 0,71% na cidade de Marília e de 6% na cidade de Campinas. Outra variação que ocorreu para as madeiras nativas no período supracitado foi no preço médio do metro cúbico da prancha de maçaranduba que aumentou em 11,11% na região de Bauru. Gráfico 1 - Preço médio do metro cúbico da prancha de pinus na região de CAMPINAS Gráfico 2 - Preço médio do metro cúbico da prancha de maçaranduba da região de BAURU 4

5 NÚMERO 205 FEVEREIRO DE 2019 MERCADO INTERNO - ESTADO DO PARÁ Produtos Florestais No Estado do Pará, ao comparar o mês de fevereiro de 2019 com janeiro, pode-se observar que houveram diversas variações tanto nos preços do metro cubico das toras como também no das pranchas. Como pode ser visto na tabela 3, ocorreram variações nos preços médios das pranchas de maçaranduba, angelim vermelho e de cumaru, onde os dois primeiros aumentaram 1,73% e 1,16% respectivamente, e o cumaru sofreu uma queda de 0,85% nos preços. Enquanto o preço médio do metro cúbico da prancha de maçaranduba passou de R$1.231,25 em janeiro de 2019 para R$ 1.252,50 em fevereiro de 2019, o preço médio do metro cúbico da prancha de angelim vermelho subiu de R$ para R$ 1.252,50, respectivamente. Além disso, o preço de cumaru sofreu uma queda, indo de R$ 1.475,00 para R$ 1.462,50, de janeiro a fevereiro de Segundo os dados da Tabela 4, houve a queda dos preços médios do metro cúbico de cinco dos seis tipos de toras pesquisadas, mais especificamente nos preços de toras de jatobá (aumento de 3,13%), angelim pedra (aumento de 4,94%), angelim vermelho (aumento de 6,45%) maçaranduba (aumento de 5,43%), e cumaru (aumento de 2,47%). O preço médio do metro cúbico da tora de jatobá foi de R$ 320,00 em janeiro de 2019 para R$ 330,00 em fevereiro de O preço médio do metro cúbico da tora de angelim pedra subiu de R$ 405,00 para R$ 425,00, respectivamente. Já o preço médio do metro cúbico da tora de angelim vermelho foi de R$ 310,00 para R$ 330,00, respectivamente. O preço médio do metro cúbico da tora de maçaranduba foi de R$ 460,00 para R$ 485,00, respectivamente. Por último, o preço médio do metro cúbico da tora de cumaru, que fechou janeiro em R$ 405,00, subiu para R$ 415,00 em fevereiro de Gráfico 3 - Preço médio do metro cúbico da prancha de maçaranduba na região de PARAGOMINAS Gráfico 4 - Preço médio do metro cúbico da tora de Angelim Vermelho da região de PARAGOMINAS 5

6 NÚMERO 206 FEVEREIRO DE 2019 MERCADO DOMÉSTICO Celulose e Papel No mês de março 2019, o preço da tonelada de celulose de fibra curta tipo seca não sofreu variação em relação ao mês anterior. Na Tabela 5 pode-se perceber que o preço médio da tonelada de celulose de fibra curta em março de 2019 foi de US$ 1.001,84, o mesmo de fevereiro do mesmo ano. O preço médio em reais da tonelada do papel offset em bobina não apresentou variação entre os meses de fevereiro e março de 2019, permanecendo em R$ 3.083,58. TABELA 1 - PREÇOS MÉDIOS NO ATACADO DA TONELADA DE CELULOSE E PAPEL EM SÃO PAULO FEVEREIRO DE 2019 E MARÇO DE 2019 FEV/19 MAR/19 MÊS CELULOSE DE FIBRA CURTA - SECA (PREÇO LISTA EM US$ POR TONELADA PAPEL OFFSET EM BOBINA (PREÇO COM DESCONTO EM R$ POR TONELADA mínimo 1000, ,21 médio 1001, ,58 máximo 1003, ,27 mínimo 978, ,21 médio 990, ,58 máximo 1003, ,27. Nota: os preços acima incluem frete e impostos e são para pagamento a vista. Preço lista para a celulose e preço com desconto para os papéis. A = papel com gramatura igual ou superior a 70 g/m² - B = papel tipo A4. A B 6

7 NÚMERO 205 FEVEREIRO DE 2019 MERCADO EXTERNO Produtos Florestais No mês de fevereiro de 2019, as exportações brasileiras de produtos florestais (madeiras, papéis e celulose) totalizaram US$ 996,12 milhões. Em relação ao mês de janeiro de 2019 (quando foram exportados US$ 1.421,28 milhões) ocorreu queda de 29,91% nessas exportações. Essa diminuição foi, principalmente, devido à redução no valor exportado de celulose e papel. No mês de janeiro de 2019 em relação ao mês anterior, esse valor apresentou queda de 37,79%. Foram exportados US$ 1.195,90 milhões em papéis e celulose no mês de janeiro de No mês de fevereiro de 2019, esse valor foi de US$ 743,99 milhões. Por outro lado, o valor das exportações de madeiras e painéis de madeira apresentou crescimento de 11,87% no mês de fevereiro de 2019 em relação ao mês anterior. Foram exportados US$ 225,38 milhões desses produtos em janeiro de 2019, enquanto essa quantia foi de US$ 252,13 milhões no mês subsequente. Tabela 2 Exportações brasileiras de produtos florestais manufaturados de setembro de 2018 a novembro de 2018 ÍTEM PRODUTOS NOV/18 DEZ/18 JAN/19 VALOR DAS EXPORTAÇÕES (EM MILHÕES DE DÓLARES) PREÇO MÉDIO DO PRODUTO EMBARCADO (US$/T) QUANTIDADE EXPORTADA (EM MIL TONELADAS) Celulose e outras pastas 649,05 853, ,03 Papel 184,39 240,96 177,87 Madeiras compensadas ou contraplacadas 65,34 63,90 43,24 Madeiras laminadas 3,83 3,71 2,55 Madeiras serradas 79,35 68,58 61,67 Obras de marcenaria ou de carpintaria 31,04 31,51 17,51 Painéis de fibras de madeiras 34,88 28,13 28,28 Outras madeiras e manufaturas de madeiras 86,75 95,94 72,14 Celulose e outras pastas 522,19 547,58 589,75 Papel 990, ,24 963,15 Madeiras compensadas ou contraplacadas 588,56 557,49 525,91 Madeiras laminadas 420,18 407,87 498,55 Madeiras serradas 478,76 484,72 476,86 Obras de marcenaria ou de carpintaria 1696, , ,96 Painéis de fibras de madeiras 319,85 304,34 320,52 Outras madeiras e manufaturas de madeiras 335,11 329,33 234,93 Celulose e outras pastas 1242, , ,22 Papel 186,13 172,33 184,68 Madeiras compensadas ou contraplacadas 111,02 114,62 82,22 Madeiras laminadas 9,11 9,09 5,12 Madeiras serradas 165,75 141,49 129,32 Obras de marcenaria ou de carpintaria 18,29 19,67 10,64 Painéis de fibras de madeiras 109,05 92,43 88,22 Outras madeiras e manufaturas de madeiras 258,87 291,32 307,06 Fonte: SECEX/MDIC - Balança Comercial Brasileira 7

8 NÚMERO 206 FEVEREIRO DE 2019 NOTÍCIAS - DESEMPENHO DO Dobra exportação de madeira para produção de celulose Fundos de investimento passaram, há algum tempo, a comprar terras e florestas em diferentes regiões no Brasil porque notaram que o avanço da produção de celulose elevaria a demanda por madeira. Os grandes produtores locais da matéria-prima também tiveram essa percepção e colocaram em prática diferentes estratégias para garantir o suprimento do insumo mais à frente, ou desmobilizar recursos. Agora, produtores europeus e chineses estão intensificando as compras de madeira brasileira, para abastecer linhas de produção instaladas em seus países de origem. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), em janeiro as exportações brasileiras de madeira em estilhas (cavaco de madeira) ou em partículas praticamente dobraram na comparação anual. Se esse ritmo for mantido, esse item entrará em breve no grupo dos cem produtos mais exportados pelo Brasil. O cavaco de madeira, fora do país, tem ao menos duas grandes destinações: como biomassa (geração de energia) e abastecimento de linhas já existentes de celulose. A motivação por parte dos estrangeiros de procurar alternativas em outros continentes surgiu a partir de problemas de suprimento de madeira e inexistência de grandes áreas para expansão dos plantios florestais. No caso da China, há um fator adicional por trás do aumento das importações desses produtos. A compra externa de cavacos e toras se acentuou após a instauração da política ambiental que declara o estabelecimento de cotas para compra externa de aparas de papel. Isso porque reduziu o acesso a fibra reciclada e levou à maior demanda pela celulose virgem, encarecendo essa matéria-prima. Assim, as compras externas geralmente são daqueles que têm condições de produzir celulose, e dificuldade de acesso à madeira de baixo custo. Segundo fontes da indústria, há empresas chinesas embarcando toras de madeira do Brasil para a Ásia, independentemente de estarem pagando também pelo transporte de volumes que serão descartados, como água. A balança comercial brasileira de janeiro mostra que o valor relativo dos embarques ainda é modesto US$ 15,8 milhões, contra US$ 1 bilhão da celulose exportada pelo país. Entretanto a demanda crescente por madeira brasileira e esse interesse pode inflacionar o preço da madeira e os custos das indústrias como um todo. Esse fenômeno pode ser acentuado pelo fato de o ritmo dos plantios não ter acompanhado o crescimento do consumo nos últimos anos. Fonte:retirado de Apre Florestas. Dobra exportação de madeira para produção de celulose. Disponível em: < dobra-exportacao-de-madeira-para-producao-de-celulose/>. Acesso em: 08 de Março de

9 NÚMERO 205 FEVEREIRO DE 2019 NOTÍCIAS - POLÍTICA Ministra da Agricultura Pecuária e Abastecimento fala sobre evolução em sistemas de fiscalização e controle A ministra Tereza Cristina da Agricultura, Pecuária e Abastecimento defendeu na quinta-feira, 21 de fevereiro, a adoção de procedimentos de fiscalização e auditoria mais modernos no setor produtivo. Dessa forma, ela afirma que alcançar-se-á a segurança e qualidade dos bens e serviços para o consumidor e também considera o debate do assunto de grande importância para a economia do país. Segundo a ministra, o autocontrole é responsabilidade de ambos os lados: o setor privado cumpre a sua parte e o governo se certifica que os protocolos estão sendo seguidos. Dito isso, o empresário tem a função de prezar pela qualidade do produto que fabrica, e o Estado de fiscalizar. Tereza Cristina afirmou que a abertura do diálogo sobre mudanças no controle e fiscalização é uma evolução que segue a tendência mundial de modernização e simplificação em vários setores. Ela também citou o papel do auditor fiscal, que não mais terá necessidade de estar presente diariamente acompanhando a atividade rotineira das empresas. Isso porque cada setor do agronegócio terá uma definição específica de controle de sua produção pelo fato de estar inviável haver um controle diário por parte do Estado devido as proporções enormes do setor no Brasil. A ministra propôs que o diálogo seja feito sem preconceitos, para que fosse possível criar um sistema de controle melhor, que valorizasse os auditores fiscais. Parte da legislação que regula esse assunto deve ser discutida no Congresso Nacional, ainda esse semestre, e outra parte pode ser alterada por normativas do próprio ministério. Fonte: retirado de Celulose Online. Ministra: Temos de evoluir em nossos sistemas de fiscalização e controle < ministra-temos-de-evoluir-em-nossos-sistemas-de-fiscalizacao-e-controle/>. Acesso em: 01 de março de