Investigação sorológica de autoanticorpos frios e quentes. Shirley Castilho Instituto Estadual de Hematologia Arthur Siqueira Cavalcanti HEMORIO
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1 Investigação sorológica de autoanticorpos frios e quentes Shirley Castilho Instituto Estadual de Hematologia Arthur Siqueira Cavalcanti HEMORIO
2 Definição: Autoanticorpos eritrocitarios São imunoglobulinas produzidas pelo sistema imune contra antígenos presentes na membrana eritrocitária do próprio individuo Self Alvo - Proteínas ou carboidratos
3 Natureza dos anticorpos
4 Causa e consequência Podem ser benignos ou associados a destruição celular Seu aparecimento não está necessariamente associado a um estímulo imunológico externo
5 Causas
6 Autoanticorpos e AHAI AHAI por anticorpos quentes (48 70% casos) AHAI por anticorpos frios (16 30% casos) AHAI quente e frio associadas (7 8% dos casos) Hemoglobinúria paroxística à frio AHAI induzida por drogas Garraty, 1999; 2002; Jefferies & Eder, 1999; Petz, 2003; 2004
7 INVESTIGAÇÃO IMUNO-HEMATOLÓGICA Evidenciar a presença de autoanticorpos, Determinar a classe destes acs e sua amplitude térmica Inferir a concentração dos acs (titulação) Observar se há participação do complemento Avaliar a possibilidade de indução por drogas Detectar a presença de aloanticorpos associados Esclarecer o fenótipo eritrocitário do indivíduo Selecionar o melhor componente eritrocitário
8 Hemólise mediada por autoanticorpos frios (16-30% casos) AHAI por anticorpos frios é uma doença caracterizada pela presença de anticorpos IgM Podemos encontrar IgG isoladas reagindo a baixas temperaturas ou em conjunto com anticorpos IgM. Garraty, 1999; 2002; Jefferies & Eder, 1999; Petz, 2003; 2004
9 Autoanticorpos IgM patológicos e benignos Auto-anticorpos Patológicos Auto-anticorpos Benignos Temperatura que age como aglutinina 30-34ºC Geralmente < 25ºC Temperatura que ativa complemento Título a 4ºC 30-37ºC Frequentemente > 500 Geralmente < 25ºC Geralmente < 64 Título a 22ºC Frequentemente > 128 Geralmente < 16
10 AUTOANTICORPOS FRIOS Evidências sorológicas Amostra aglutinada Desproporção entre valores de Hb e hematócrito Panaglutinação nos testes imuno-hematológicos Discrepância entre a classificação ABOdireta e reversa PAI e IAI aglutinação com todas as hemácias TAD negativo ou positivo por complemento e ou IgM TAD não interpretável em gel (controle positivo)
11 AUTOANTICORPOS FRIOS Pesquisa e Identificação de anticorpos irregulares Qual a especificidades destes anticorpos? A reatividade aumenta com hemácias tratadas com enzimas? Reagem com hemácias de cordão? Qual a reatividade com hemácias AI e OI? Só existem autoanticorpos frios? Qual a amplitude térmicas destes autoanticorpos? Qual o título destes anticorpos? Existem aloanticorpos associados?
12 Resultado da PAI na presença de anticorpos IgM Autoanticorpos Reações positivas com todas as células do painel 4º...TA...37º C Intensidade de reações Mesma intensidade de reações com todas as células Intensidade Variável: se houver associação de aloanticorpos Especific i// H. triagem H. cordão H. papaína Anti-I pos Neg/ W pos Anti-i Neg/ W pos Neg/ W Anti-IH pos Neg/ W pos Anti-H pos pos pos Anti-Pr pos pos NEG
13 Outras especificidades: anti-a (Atichartakarn et al. 1985), anti-type 2 H (Uchikawa and Tokyama 1986) anti-p (von dem Borne et al. 1982) anti-m-like (Sangster et al. 1979; Chapman et al. 1982), anti-d (Longster and Johnson 1988) anti-sdx, (anti-rx) (Marsh et al. 1980; Bass et al. 1983) anti-ju (Göttsche et al. 1990a).
14 Autoaglutininas frias sem importacia clínica anti-i (Tippett et al. 1960) anti-i e anti-i (Jackson et al. 1968); anti-it (Booth et al. 1966); anti-pr (Garratty et al. 1973; Roelcke and Kreft1984); anti-m and -N (Moores et al.1970; Tegoli et al. 1970; Sacher et al. 1989). Anti-i foi encontrado em 10 de 47 pacientes com cirrose (títulos <32)
15 Evidenciando aloanticorpos 4oC TA 37oC/ AGH 37oC/ enzima Pos Pos Pos Pos Aquecer o soro Tratar com DTT Autoadsorção a frio Adsorção alogênica a frio
16 AUTOANTICORPOS FRIOS Problemas e solucoes ABO RHD Discrepância CTL positivo Lavar as hemácias com salina a 37oC Aquecer o soro a 37oC Aquecer reagentes Lavar as hemácias com salina a 37oC Discrepância CTL positivo Tratar Hemácias com DTT Tratar Soro com DTT Tratar Hemácias com DTT
17 Teste da Antiglobulina humana direto TAD gel CTL positivo Lavar as hemácias com salina a 37oC CTL positivo Realizar TAD em tubo TAD IgM TAD C` TAD negativo TAD IgG???
18 AUTOANTICORPOS FRIOS
19 Comportamento sorológico dos autoanticorpos frios O O O O O O
20 Anemia hemolítica por anticorpos quentes (48-70 % casos) AHAI por anticorpos quentes é uma doença caracterizada pela presença de anticorpos IgG dirigidos contra antígenos proteicos da membrana eritrocitária. Podemos encontrar uma IgG isoladas reagindo a 37oC ou em conjunto com anticorpos IgA ou frações de C. Garraty, 1999; 2002; Jefferies & Eder, 1999; Petz, 2003; 2004
21 Investigação de autoanticorpos quentes Evidências sorológicas Controle de RH positivo PAI positivo com todas as hemácias na técnica da AGH Dificuldade no encontro de unidades compatíveis TAD positivo por IgG TAD positivo IgG + IgA + C
22 Problemas na determinação do grupo sanguíneo e fenotipagem RHD CTL positivo Lavar as hemácias com salina fria Utilizar anti-d Monoclonal IgM CTL positivo Tratar Hemácias com Glicina ácida Testes Moleculares
23 Teste da Antiglobulina humana Poli específico positivo TAD MONOESPECÍFICO TAD IgG ELUIÇÃO DIRETA Positiva Negativa medicamentos
24 Quais são as especificidades? Auto-anticorpos quentes (IgG) Especificidades relacionadas ao sistema RH Anti- e (Weiner et al. 1953) Anti-D (Holländer 1954) Weiner and Vos (1963) nl - reage apenas com hemácias normais pdl - reage apenas com hemácias normais e com deleção (D--) mas não com hemácias Rhnull; dl - reage apenas com qualquer hemácia inclusive Rhnull; Marsh and co-workers (1972) 50 casos tinham especificidades Rh e U e 40% reagem com todas as hemácias
25 Quais são as especificidades dos auto-anticorpos? Outras especificidades Anti- Wrb (Issitt and co-workers 1976 e Leddy et al.1994) Anti-Kx (Sullivan et al. 1987); Anti-Jka (van Loghem and van der Hart 1954); Anti-Jk3 (O Day 1987) Anti-N (Bowman et al. 1974); Anti-S (Johnson et al. 1978); Anti-U (Marsh et al. 1972); Anti-Vel (Szaloky and van der Hart 1971); Anti-IT (Garratty et al.1974); Anti-Ge (Reynolds et al. 1981); Anti-Sdx (Denegri et al.1983) Anti-Sc1 (Owen et al. 1992).
26 Auto-anticorpos mimetizando especificidades anti-k (Garratty et al. 1979; Viggiano et al. 1982); anti-jk b plus anti-jk3 (Ellisor et al. 1983); anti-kp b (Manny et al. 1983; Puig et al. 1986), anti-fy b (Issitt et al. 1982; van t Veer et al. 1984), anti-fy a + anti-fy b (Harris 1990) anti-hrb-like (Vengelen-Tyler and Mogck 1991) Em todos os casos o paciente é negativo para o antígeno em questão porém o anticorpo é adsorvido por hemácias negativas para o antígeno
27
28 Pesquisa e identificação de anticorpos positiva Evidenciando auto e aloanticorpos quentes 37oC/ AGH Pos 37oC/ enzima Pos Autoadsorção a quente Adsorção alogênica quente 60% autoanticorpos circulantes 25 a 45% aloanticorpos associados 50% aloanticorpos significativos Issit et al, 1996; Brach & Petz, 1999; Garraty, 2000; 2002
29 Cuidados com a adsorção alogênica Estratégia HEMORIO Fenotipagem para sistemas: RH ( D C c E e Cw) KEL ( K k Kp a Kp b ) JK ( Jk a Jk b ) Tratamento das hemácias com enzima bromelina para destruição dos antígenos M N S s do sistema MNs e Fya Fyb do sistema FY. Atenção: 100 pacientes portadores de autoanticorpos 13 c negativo e 2 e negativo
30 Evidenciando auto e aloanticorpos quentes
31 Caso Paciente, sexo feminino com mielodisplasia, politransfundida Última transfusão há 3 meses O+ TAD pos IgG 2+ DCcEe, Ko, k+ Jk(a-b+) Kp(a-b+) Lu(a-b+) So so Fy(a+b+) PAI plasma e eluato gel/liss/coombs 37º C
32 Caso PAI plasma e eluato gel/liss/coombs 37º C
33 Caso Realizadas 3 adsorções alogênicas O X X X X X X X X X X X X X X X X X X
34 Conclusão A presença de autoanticorpos pode estar relacionada a patologias ou ser apenas um achado laboratorial Não negligenciá-los mas analisá-los com ponderação Na vigência de anticorpos contra especificidades públicas, investigar a presença de aloanticorpos Frente a dificuldades técnicas buscar parcerias no processo de investigação
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