1. CONCEITO E BASE TEÓRICA DE DIREITOS HUMANOS

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2 Capítulo I APRESENTAÇÃO DA 1ª EDIÇÃO CAPÍTULO I TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS A teoria geral dos direitos humanos compreende o estudo amplo de uma temática, abrangendo desde os seus elementos básicos como conceito, características, fundamentação e finalidade, passando pela análise histórica e chegando à compreensão de sua estrutura normativa. No presente capítulo, será efetuado um estudo da teoria geral dos direitos humanos, à exceção da parte histórica, que será tratada no capítulo seguinte. 1. CONCEITO E BASE TEÓRICA DE DIREITOS HUMANOS Na atualidade, a primeira noção que vem à mente quando se fala em direitos humanos é a dos documentos internacionais que os consagram, aliada ao processo de transposição para as Constituições dos países democráticos. Contudo, é possível aprofundar esta noção se tomadas as raízes históricas e filosóficas dos direitos humanos, as quais serão abordadas em detalhes adiante, acrescentando-se que existem direitos inatos ao homem independentemente de previsão expressa por serem elementos essenciais na construção de sua dignidade. (MPE-SP Promotor de Justiça SP/2010) Em que medida é possível afirmar que as Declarações de Direitos Humanos, a partir do século XVIII, trazem em si raízes jusnaturalistas? Questão polêmica que se estabelece para conceituar os direitos humanos se refere à adoção de uma tendência jusnaturalista ou contratualista. O fato de, a partir do século XVIII, estarem os direitos fundamentais do homem usualmente reconhecidos em documentos expressos levou a crer que estes teriam mais um caráter contratualista do que um caráter jusnaturalista. Por seu turno, não se pode negar que a origem teórica do reconhecimento dos direitos humanos está na afirmação de que existem direitos inerentes ao homem e que devem ser a ele garantidos a qualquer tempo, independentemente de reconhecimento expresso: os direitos primeiro surgem e depois são afirmados, tendo tal afirmação o caráter meramente declaratório. Em suma, devido ao aspecto da historicidade e da forte influência pelas premissas do direito natural e do cristianismo, o conteúdo dos direitos humanos possui caráter jusnaturalista. Contudo, os direitos humanos não são pura e simplesmente jusnaturalistas. 33

3 BRUNA PINOTTI GARCIA E RAFAEL DE LAZARI Afinal, criou-se um sistema voltado à proteção e ao reconhecimento destes direitos, de caráter contratual entre os Estados-membros das organizações internacionais e regionais, o que denota também um caráter contratual ao sistema de proteção dos direitos humanos. Pode-se afirmar, assim, que um conceito de direitos humanos não pode ser fixado em termos rigorosos do jusnaturalismo ou do contratualismo: direitos humanos se fixam em duplo estandarte. A noção contemporânea de direitos humanos nos leva a primar pelo expresso reconhecimento em documentos internacionais, mas a origem teórica de formação exige que se considere a intensa relação entre os direitos humanos e o direito natural. Como consequência desta dupla influência, um conceito preliminar de direitos humanos pode ser estabelecido: direitos humanos são aqueles inerentes ao homem enquanto condição para sua dignidade, que usualmente são descritos em documentos internacionais para que sejam mais seguramente garantidos. Ainda, não se pode perder de vista a essência da finalidade dos direitos humanos, que é a proteção da dignidade da pessoa humana, resguardando seus atributos mais fundamentais. A conquista de direitos da pessoa humana é, na verdade, uma busca da dignidade da pessoa humana. 2. DIREITOS HUMANOS E GARANTIAS CONSTITUCIONAIS FUNDA- MENTAIS: CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS CONCEITUAIS ÂÂ Quais as semelhanças e diferenças entre os direitos fundamentais e os direitos humanos? É natural, no estudo dos direitos humanos tipicamente feito por alguém habituado ao direito interno, caseiro, correlacioná-los aos direitos e garantias fundamentais explícitos ou implícitos na Constituição Federal. Ainda que sejam sobrelevadas as nuanças de cada país dito democrático de direito na maneira como estruturam seus respectivos ordenamentos internos (organização do Estado, repartição de competências, organização dos Poderes, sistema de tributação, sistema de administração pública, maior ou menor intervenção estatal, regras procedimentais etc.), há entre eles um ponto de sinonímia representado justamente pelos direitos humanos e pela forma como estes são encaixados dentro do sistema particularizado de cada nação. Em outras palavras, enquanto cada país erige-se nos moldes de seu povo, de seu território e de sua ideologia no que diz respeito às pilastras embasadoras do funcionalismo estatal, são os direitos humanos, necessariamente, supranacionais, porque resultantes de uma evolução histórica que se deu por meio de documentos internacionais, conflitos bélicos, acordos econômicos, entendimentos de paz, delimitação de fronteiras, dentre outros tantos meios de convivência positiva ou negativa no plano internacional. 34

4 Capítulo I TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS Os direitos humanos ficam, portanto, em uma zona de flutuação acima dos ordenamentos internos, pois necessariamente dependem de um consenso que transcenda ao quintal de cada país. É exatamente por isso, por exemplo, que não há consenso em se admitir a condição da mulher submissa tal como em vários países dos continentes africano e asiático, ainda que pequenos grupos setoriais entendam isso como algo absolutamente natural. O motivo pelo qual a mulher submissa não é encarada como algo normal é simples: há absoluta discrepância entre sua condição de subordinação e violência física/ moral e a natureza consensual inerente a uma democracia de que homens e mulheres são iguais perante a lei e na forma da lei. Exatamente por isso chama-se a atenção para os direitos humanos apenas em um cenário dito democrático de direito : ressalvando o respeito por quem pense o contrário, somente é possível se chegar a um consenso onde é possível, antes, realizar discussões históricas em prol de tal fito. Algo que os Estados ditatoriais e/ou fundamentalistas e/ou extremistas não costumam propiciar aos seus povos. Desta forma, com maior ou menor variação, os direitos humanos são encarados de mesmo modo pelos países que prezam pelo diálogo. Diz-se com menor ou variação, pois é óbvio que nuanças internas devam ser respeitadas, ainda que num cenário macro se busque sempre um mesmo objetivo, isto é, um denominador comum. Entretanto, como fator inerente à soberania de cada país, cujos sistemas constitucionais são exemplos, mister se faz capturar estes direitos humanos de sua zona de flutuação e afixá-los dentro de um ordenamento interno para que norteiem as pessoas vinculadas a uma Constituição (respeitando-se, urge insistir, as peculiaridades óbvias de cada sistema interno). Assim, a mesma fórmula do devido processo legal ou do direito ao contraditório e à ampla defesa, como exemplo, pensada através de regras genéricas discutidas, aprovadas e consagradas em documentos internacionais, é depois trazida para o ordenamento de cada país. É dizer: a República Federativa do Brasil faz sua consagração do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, e as implementa da maneira que melhor atender aos interesses do povo, assim como o fazem os Estados Unidos da América, a Alemanha, o México, o Canadá, a Austrália, a Inglaterra, dentre tantos outros países que prezam pela democracia. Cada país faz a implementação destes direitos humanos de acordo com suas peculiaridades, muito embora respeitem uma matriz genérica internacionalmente consagrada. Se há diferença entre os direitos humanos e os direitos fundamentais, portanto, é uma questão de ponto de vista. E, ainda que assim o seja, se trata de problema puramente conceitual. Materialmente falando, ambos visam à proteção e à promoção da dignidade da pessoa humana. Logo, quanto ao conteúdo, pouca ou nenhuma diferença há entre eles. A dissonância, pois, é em relação ao plano em que esses direitos são consagrados. Assim, para quem entende haver distinção, os direitos humanos são os consagrados no 35

5 BRUNA PINOTTI GARCIA E RAFAEL DE LAZARI plano internacional, enquanto os direitos fundamentais são os consagrados no plano interno, notadamente nas Constituições. Em pensando sob enfoque de consagração interna, o que se vê em cada Constituição são os direitos fundamentais, porquanto direitos humanos internalizados. Entrementes, sob enfoque de um objetivo comum de asseguramento de direitos e deveres às pessoas e aos Estados, qualquer diferença pode haver entre eles, a depender do prisma de observação. Repete-se: é tudo uma questão de ponto de vista. SEMELHANÇAS DIFERENÇAS Direitos humanos fundamentais Direitos humanos Direitos fundamentais Estabelecem direitos individuais, sociais e coletivos a serem garantidos à pessoa humana Visam à proteção e à promoção da dignidade da pessoa humana (pouca ou nenhuma diferença quanto ao conteúdo material) São formados por princípios que possuem baixa ou baixíssima densidade normativa, favorecendo o papel do intérprete O respeito constitui marco dos regimes de governo democráticos, fundados na lei (Estados Democráticos de Direito) Supranacionais (plano internacional) Processo histórico longo a ser observado na evolução da humanidade e em seus conflitos Zona de flutuação acima do ordenamento interno, embora a baixíssima densidade normativa permita um amplo espaço de interpretação pelos países que os aplicam Conferem atenção especial a questões de relativismo cultural devido à abrangência territorial global Nacionais (plano interno) Inspirados nos direitos humanos internacionalizados, embora exista influência de fatores históricos internos Se encontram no topo do ordenamento interno e possuem conteúdo mais específico que os direitos humanos (baixa densidade normativa), sujeitando as normas do ordenamento interno Por serem mais restritos territorialmente, se preocupam menos com questões de relativismo cultural 3. VERTENTES DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS E RELA- ÇÕES ENTRE ELAS: CONCEITOS BÁSICOS DE DIREITO INTERNA- CIONAL ÂÂ Quais as principais vertentes de proteção dos direitos humanos? Quais são suas principais características? Direitos humanos stricto sensu, direito humanitário e direito dos refugiados formam, juntos, as três vertentes de proteção da pessoa humana: o primeiro voltado à sua situação em geral; o segundo à sua proteção em circunstâncias de guerra; e, o terceiro, à garantia de asilo quando recluso de seu país. Comum mencionar, ainda, como vertentes específicas diante de certas peculiaridades o direito internacional penal e o direito de minorias, que na verdade fazem parte da vertente mais ampla, que é a dos direitos humanos stricto sensu. Como se fala em vertentes de proteção dos direitos humanos, sendo os direitos humanos (em sentido estrito) uma destas vertentes, é possível afirmar que a expressão direitos humanos pode ser tomada em dois sentidos: um sentido genérico, lato sensu, 36

6 Capítulo I TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS que envolve todo e qualquer aspecto de proteção da pessoa humana; e um sentido específico, stricto sensu, envolvendo a proteção da pessoa humana excluídas as situações de conflitos armados e de refúgio. Por originarem de premissas diferentes, por muito tempo prevaleceu uma distinção rigorosa entre as três vertentes direitos humanos stricto sensu, direito humanitário e direito dos refugiados, como se não houvesse diálogo. Atualmente, é unanimidade de que estas três vertentes se complementam, não se excluem, e podem se fazer presentes simultaneamente em algumas situações. Uma revisão crítica da doutrina clássica revela que esta padeceu de uma visão compartimentalizada das três grandes vertentes da proteção internacional da pessoa humana direitos humanos, direito humanitário, direito dos refugiados, em grande parte devido a uma ênfase exagerada nas origens históricas distintas dos três ramos (no caso do direito internacional humanitário, para proteger as vítimas dos conflitos armados, e no caso do direito internacional dos refugiados, para restabelecer os direitos humanos mínimos dos indivíduos ao sair de seus países de origem). As convergências dessas três vertentes que hoje se manifestam, a nosso modo de ver, de forma inequívoca, certamente não equivalem a uma uniformidade total nos planos tanto substantivo como processual; de outro modo, já não caberia falar de vertentes ou ramos da proteção internacional da pessoa humana. Uma corrente doutrinária mais recente admite a interação normativa acompanhada de uma diferença nos meios de implementação, supervisão ou controle em deter minadas circunstâncias, mas sem com isto deixar de assinalar a complementaridade das três vertentes. [...] Nem o direito internacional humanitário, nem o direito internacional dos refugiados, excluem a aplicação concomitante das normas básicas do direito internacional dos direitos humanos. As aproximações e convergências entre estas três vertentes ampliam e fortalecem as vias de proteção da pessoa humana 1. Ainda assim, vale a pena distingui-los, o que se fará a seguir. 3.1 Direitos humanos e as subvertentes do direito de minorias e do direito internacional penal Como será visto em momento oportuno (capítulo III), direitos humanos ou direitos do homem são um conjunto de normas com base nas quais garante-se aos indivíduos ou grupos de indivíduos a proteção de sua dignidade, notadamente estabelecendo diversos bens jurídicos que devem ser protegidos para que ele tenha uma vida digna. Tais direitos são enumerados em diversos documentos internacionais e também nas Constituições dos Estados Democráticos de Direito. 1 TRINDADE, Antônio Augusto Cançado. Direito Internacional dos Direitos Humanos, Direito Internacional Humanitário e Direito Internacional dos Refugiados: Aproximações ou Convergências. In: COMITÊ INTERNACIO- NAL DA CRUZ VERMELHA (Org.). As três vertentes da proteção internacional dos direitos da pessoa humana: Direitos Humanos, Direito Humanitário, Direito dos Refugiados. [s.n.], Disponível em: < org/por/resources/documents/misc/direitos-da-pessoa-humana.htm>. Acesso em: 13 jun

7 BRUNA PINOTTI GARCIA E RAFAEL DE LAZARI O sistema de proteção dos direitos humanos pode ser geral ou específico, isto é, voltado para todas as pessoas ou voltado para grupos específicos que necessitam de proteção especial neste segundo ponto se encontram os chamados direitos de minoria. Não há incompatibilidade entre a proteção geral dos direitos humanos e a criação de um sistema de proteção de minorias, pois sem igualdade material não há efetivamente direitos humanos. Por sua vez, a regulamentação do direito internacional penal também está envolvida nos direitos humanos, notadamente no Estatuto de Roma, colocando a pessoa humana como verdadeiro sujeito de direito internacional não apenas na busca de direitos, mas na punição por graves violações conforme a competência do Tribunal Penal Internacional. 3.2 Direito humanitário O direito humanitário é o corpo de normas jurídicas de origem convencional ou consuetudinária (costumeira) que se aplica aos conflitos armados e que limita, por razões humanitárias, o direito das partes em conflito de escolher livremente os métodos e os meios utilizados na guerra, evitando que sejam afetadas as pessoas e os bens legalmente protegidos. Isto é, o direito internacional humanitário regulamenta as situações de conflito armado, com o intuito de proteger ao máximo os envolvidos direta (militares) ou indiretamente (civis e outros) no conflito, minimizando os seus danos. Também é conhecido pelo nome de direito dos conflitos armados. ÂÂ Quais são as vertentes do Direito Humanitário? Com efeito, nas Convenções de Genebra e em seus protocolos adicionais é que se concentra a proteção do direito humanitário. No entanto, a doutrina do direito internacional do direito humanitário afirma que o Direito de Genebra é apenas uma de três vertentes do direito humanitário, ao lado do Direito de Haia e do Direito de Nova York. O Direito de Genebra é composto pelas quatro Convenções de Genebra e seus protocolos adicionais que, em cerca de seiscentos artigos, volta-se à proteção das vítimas nos conflitos de guerra, tanto militares quanto civis Direito de Genebra ÂÂ Quais os principais documentos de proteção do direito humanitário? Pelo direito humanitário, tem-se que em tempo de guerra os homens devem observar certas normas de humanidade, mesmo em relação ao inimigo. Tais normas constam nas Convenções de Genebra, de 12 de agosto de 1949, e nos seus Protocolos Adicionais, de 1977 e 2005: 38

8 Capítulo I TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS a) Convenção de Genebra I: protege feridos e doentes das forças armadas em campanha. Notadamente, confere neutralidade às ambulâncias e hospitais e prevê um tratamento imparcial de todos os envolvidos nas atividades médico-hospitalares, notadamente assegurando-se a liberdade de trânsito. Além disso, prevê que os militares feridos ou doentes serão recolhidos e tratados, qualquer que seja a nação à qual pertençam ; b) Convenção de Genebra II: protege feridos, doentes e náufragos das Forças Armadas no mar. Em destaque a previsão de seu artigo 12: Os membros das forças armadas e as outras pessoas mencionadas no artigo seguinte que se encontrarem no mar e que forem feridos, doentes ou náufragos deverão ser respeitados e protegidos em todas as circunstâncias, entendendo-se que o termo naufrágio será aplicável a qualquer naufrágio, quaisquer que sejam as circunstâncias em que o mesmo se tenha dado, incluindo a amaragem forçada ou a queda no mar. Os mesmos serão tratados e cuidados com humanidade pela Parte no conflito que os tiver em seu poder, sem nenhuma distinção de caráter desfavorável baseada no sexo, raça, nacionalidade, religião, opiniões políticas ou qualquer outro critério análogo. É estritamente interdito qualquer atentado contra as suas vidas e as suas pessoas e, em especial, assassiná-los ou exterminá-los, submetê-los a torturas, utilizá-los na realização de experiências biológicas, deixá-los premeditadamente sem assistência médica ou sem tratamento ou expô-los a riscos de contágio ou de infecção criados para tal efeito. Somente razões de urgência médica autorizarão prioridade na ordem dos tratamentos a administrar. As mulheres serão tratadas com as deferências especiais devidas ao seu sexo. Seguem inúmeras regras sobre quem são os náufragos, o modo como deverão ser socorridos e o direito de serem identificados; c) Convenção de Genebra III: trata dos prisioneiros de guerra. Além de normas gerais de proteção destes prisioneiros, traz título que aborda a questão do cativeiro seu início, a internação dos prisioneiros de guerra, o trabalho e os recursos pecuniários destes, a relação com o mundo exterior e com as autoridades e título que aborda o fim do cativeiro abrangendo o repatriamento direto e a concessão de hospitalidade em países neutros, a liberação ao fim das hostilidades e as providências em caso de morte dos prisioneiros. Em destaque o artigo 13 da Convenção: Os prisioneiros de guerra devem ser sempre tratados com humanidade. É proibido, e será considerado como uma infração à presente Convenção, todo o ato ou omissão ilícita da parte da Potência detentora que tenha como consequência a morte ou ponha em grave perigo a saúde de um prisioneiro de, guerra em seu poder. Em especial, nenhum prisioneiro de guerra poderá ser submetido a uma mutilação física ou a uma experiência médica ou científica de qualquer natureza que não seja justificada pelo tratamento médico do prisioneiro referido e no seu interesse. Os prisioneiros de guerra devem também ser sempre protegidos, principalmente contra todos os atos de violência ou de intimidação, contra os insultos e a curiosidade pública. São proibidas as medidas de represália contra os prisioneiros de guerra ; 39

9 40 BRUNA PINOTTI GARCIA E RAFAEL DE LAZARI d) Convenção de Genebra IV: aborda o tratamento da população civil. Num título abrange a proteção geral das populações contra determinadas consequências da guerra. Neste viés, o artigo 14: Desde o tempo de paz, as Partes contratantes e, depois do início das hostilidades, as Partes no conflito, poderão estabelecer no seu próprio território e, se houver necessidade, nos territórios ocupados, zonas e localidades sanitárias e de segurança organizadas de modo a proteger dos efeitos da guerra os feridos e os doentes, os enfermos, os velhos, as crianças com menos de 15 anos, as mulheres grávidas e as mães de crianças com menos de 7 anos. Desde o início de um conflito e no decorrer das hostilidades, as Partes interessadas poderão concluir entre si acordos para o reconhecimento das zonas e localidades que tiverem estabelecido. Poderão para este efeito pôr em execução as disposições previstas no projeto de acordo apenso à presente Convenção, introduzindo as alterações que eventualmente considerem necessárias. As Potências protetoras e a Comissão Internacional da Cruz Vermelha são convidadas a prestar os seus bons ofícios para facilitar o estabelecimento e o reconhecimento destas zonas e localidades sanitárias e de segurança. Por seu turno, o título seguinte aborda o estatuto e tratamento das pessoas protegidas, conferindo proteção ao direito de saída do território em conflito e reforçando o dever de tratamento humanitário com relação às pessoas que se encontrem em território ocupado, bem como colacionando regras relativas ao tratamento de internados e aos departamentos e agência central de informações; e) Protocolo Adicional I: amplia o conceito de conflito armado internacional, incorporando aqueles em que se luta contra regimes de dominação colonial ou racistas. Neste sentido, o artigo 1º, 2, coloca que nos casos não previstos no presente Protocolo ou em outros acordos internacionais, as pessoas civis e os combatentes permanecem sob a proteção e o domínio dos princípios do Direito Internacional derivado dos costumes estabelecidos, dos princípios de humanidade e dos ditamos da consciência pública ; f) Protocolo Adicional II: aplica princípios das Convenções (artigo 3º comum) a conflitos armados internos, quando esses ocorrerem devido à atuação de grupos armados organizados (ou forças armadas dissidentes) que controlem, de maneira organizada, alguma parte do território (artigo 1º, 1). Contudo, pelo artigo 1º, 2, o Protocolo não se aplica às situações de tensão e de perturbação internas, tais como motins, atos de violência isolados e esporádicos e outros atos análogos, que não são considerados como conflitos armados. Vale ressaltar que o Decreto nº 849, de 25 de junho de 1993, promulga os Protocolos I e II de 1977 adicionais às Convenções de Genebra de 1949, adotados em 10 de junho de 1977 pela Conferência Diplomática sobre a Reafirmação e o Desenvolvimento do Direito Internacional Humanitário aplicável aos Conflitos Armados; g) Protocolo Adicional III: mais recente (2005), aborda a questão da adoção de novo emblema distintivo. Além da cruz vermelha, passa-se a adotar o cristal vermelho (quadrado de bordas vermelhas e fundo branco posicionado de maneira inclinada).

10 Capítulo I TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS ÂÂ A quais situações o direito humanitário se aplica? As situações de conflitos armados às quais o direito humanitário se aplica podem ser: Conflito Armado Internacional Não Internacional Misto hostilidades entre Estados, envolvendo uma ocupação total ou parcial violência armada prolongada dentro de um Estado conflito interno com uma participação estrangeira Destaca-se que as normas das Convenções de Genebra não se aplicam aos conflitos armados não internacionais, isto é, de violência armada prolongada dentro de um Estado, à exceção do art. 3º, comum às quatro Convenções. Entretanto, não se pode negar que os protocolos adicionais ampliaram o âmbito de proteção do direito humanitário. Por sua vez, destaca-se o teor do referido dispositivo: No caso de conflito armado que não apresente um caráter internacional e que ocorra no território de uma das Altas Potências contratantes, cada uma das Partes no conflito será obrigada a aplicar pelo menos as seguintes disposições: 1) As pessoas que tomem parte diretamente nas hostilidades, incluídos os membros das forças armadas que tenham deposto as armas e as pessoas que tenham sido postas fora de combate por doença, ferimento, detenção ou por qualquer outra causa, serão, em todas as circunstâncias, tratadas com humanidade, sem nenhuma distinção de caráter desfavorável baseada na raça, cor, religião ou crença, sexo, nascimento ou fortuna, ou qualquer critério análogo. Para este efeito, são e manter-se-ão proibidas, em qualquer ocasião e lugar, relativamente às pessoas acima mencionadas: a) As ofensas contra a vida e integridade física, especialmente o homicídio sob todas as formas, as mutilações, os tratamentos cruéis, torturas e suplícios; b) A tomada de reféns; c) As ofensas à dignidade das pessoas, especialmente os tratamentos humilhantes e degradantes; d) As condenações proferidas e as execuções efetuadas sem prévio julgamento, realizado por um tribunal regularmente constituído, que ofereça todas as garantias judiciais reconhecidas como indispensáveis pelos povos civilizados. 2) Os feridos e doentes serão recolhidos e tratados. Um organismo humanitário imparcial, como a Comissão Internacional da Cruz Vermelha, poderá oferecer os seus serviços às Partes no conflito. As Partes no conflito esforçar-se-ão também por pôr em vigor por meio de acordos especiais todas ou parte das restantes disposições da presente Convenção. A aplicação das disposições precedentes não afetará o estatuto jurídico das Partes no conflito. Além dos direitos básicos estabelecidos no art. 3º, que devem ser sempre respeitados, independentemente do tipo de conflito armado, e que possuem forte relação com a disciplina dos direitos humanos, destacam-se os seguintes: a) Somente efetuar ataques por objetivos militares, não só a pessoas, como também a edifícios e estruturas afins. Por exemplo, não se pode atacar um hospital ou uma escola; b) As unidades sanitárias, militares ou civis sob o controle da cruz vermelha são protegidas, no interesse direto dos feridos, dos enfermos e dos náufragos. Isto envolve 41

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