Avaliação do crescimento de espécies nativas e estoque de carbono em Sistema Agroflorestal
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- Bárbara Aveiro Caetano
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1 Avaliação do crescimento de espécies nativas e estoque de carbono em Sistema Agroflorestal Tales Henrique Dias Chaves (orientado) Paulo Sergio Cordeiro Júnior Lucas Zambelli Migliaccio Miguel Monica Helena Martins Maria Teresa Vilela Nogueira Abdo (orientadora)
2 APTA Regional Avaliação de espécies nativas em SAF INTRODUÇÃO Paradigma da sociedade atual : Mudanças Climáticas e Efeito estufa! Áreas florestais seqüestram e estocam mais carbono do que qualquer ecossistema terrestre! Manutenção de áreas florestais- mitigação do efeito estufa reduzindo as emissões de carbono (Paixão et al. 2006). Sistemas Agroflorestais (SAF)- sistemas de uso e ocupação do solo com plantas lenhosas perenes (árvores, arbustos ou palmeiras) e plantas herbáceas, culturas agrícolas e/ou forrageiras ao mesmo tempo ou não. (Lei do Estado de São Paulo ( / 2008) possibilitou o uso de plantas exóticas em projetos e sistemas agroflorestais na reserva legal) APTA Regional Avaliação de espécies nativas em SAF
3 INTRODUÇÃO A capacidade de seqüestrar carbono varia de acordo com as condições locais e no tempo. Os SAFs em comparação com sistemas florestais homogêneos estocam carbono na biomassa e propiciam a manutenção da biodiversidade. Os principais reservatórios de carbono em ecossistemas florestais tropicais são: biomassa de árvores vegetação rasteira e indivíduos morto-em- pé carbono do solo com detritos de madeira e matéria orgânica do solo (Gibbs et al. 2007) Sendo que a parte aérea da vegetação é a maior fonte de carbono desses sistemas e a que mais sofre com desmatamento e degradação.
4 Estimativa de carbono Para quantificar a eficiência de redução de emissão de CO 2 levantamento estoques de carbono da biomassa florestal Métodos Métodos diretos: amostragem destrutiva(derrubada e pesagem das árvores) muito preciso proibitivo tanto pelo custo ou tempo de execução ou pelo próprio princípio de conservação (legislação) Métodos indiretos: dados do inventário florestal e variáveis de fácil obtenção (DAP, altura e volume) relações quantitativas ou matemáticas, como razão ou regressão de dados (equações e modelos) para o cálculo de biomassa o fator de correção perto de 0,50 para o carbono. APTA Regional Avaliação de espécies nativas em SAF
5 APTA Regional Avaliação de espécies nativas em SAF Objetivo Avaliar o crescimento, a biomassa e o estoque de carbono de 33 espécies arbóreas cultivadas sob diferentes manejos em um Sistema Agroflorestal após 4 anos de plantio. RODAPÉ
6 MATERIAL E MÉTODOS Descrição da área O Polo Centro Norte- APTA é uma unidade de pesquisa com 532 ha onde 141 ha são fragmentos de floresta. A região apresenta problemas de erosão devido ao fato do solo nessa região ser classificado como argissolo, muito susceptível à erosão (Vieira et al., 1999). Em uma voçoroca de 700 m de comprimento e 15 m de profundidade foi realizado um trabalho de estabilização em 1998 com a construção de quatro açudes (Projeto FAPESP nº 1995/ ) e em 2011 foi realizado e plantio de um SAF nas margens dos açudes para recuperação da vegetação e proteção do solo (Projeto FEHIDRO TG 364/2010).
7 Tratamentos: diferentes manejos adotados nos quatro açudes
8 O Sistema Agroflorestal foi implantado à partir de 17 de fevereiro de 2011 Parcelas: Cada margem do açude tem quatro parcelas (10 linhas x 7 plantas) total 32 parcelas Espaçamento : Entre as linhas: 3,0 m (T1)- não haveria uso de implementos agrícolas 3,5 m (T 2, 3 e 4) -para facilitar tráfego implementos agrícolas Entre as plantas: na linha de 2 m Manejo diferenciado: Plantio de espécies arbóreas nativas, seringueira,urucum e acerola nas linhas No plantio do SAF adotou-se manejo diferenciado partindo da menor interferência no solo (Açude1) para cultivo intensivo e sem proteção da vegetação (Açude 4) Espécies: 33 espécies nativas (24 espécies pioneiras e 6 espécies climácicas) e 3 espécies comerciais: seringueira, urucum e acerola Plantio de milho em 2012: Nos tratamentos 2 e 3 foram utilizadas entre as linhas das árvores sementes de Milho Híbrido 2B710HR da Dow AgroSciences, no açude 2 o milho foi plantado no esquema de plantio direto e no tratamento 3 no esquema convencional.
9 Inventário das espécies arbóreas As árvores foram inventariadas em janeiro de 2015 A altura foi medida com régua de madeira graduada A circunferência à altura do peito (CAP) medida com fita graduada e o diâmetro a altura do peito (DAP ) foi calculado pela fórmula: DAP=CAP/ 3,1416
10 Determinação da biomassa das espécies arbóreas métodos indiretos Cálculo da biomassa arbórea (BA) (kg/árvore) das espécies arbóreas Equação da biomassa de cada uma das árvores vivas e mortas em pé: BA (kg/árvore) = 0,1184 DAP 2.53 Onde: BA = biomassa de árvores vivas e mortas em pé; 0,1184 = constante; DAP= diâmetro da altura do peito DAP (cm) e 2,53 = constante *Calculou-se a biomassa total da parcela em t/ha Cálculo do estoque de carbono das espécies arbóreas Equação do estoque de carbono da parcela à partir da biomassa arbórea expressa em t/ha: CBA (t/ha) = BAT*0,45 Onde: CBA (t/ ha) = carbono da biomassa das árvores na parcela BAT = Biomassa total de árvores vivas e árvores mortas e 0,45 = constante (AREVALO et al.2002)
11 Análise Estatística Para o número de árvores vivas dentro de cada grupo sucessional foram considerados os valores de todas as árvores vivas na parcela e para os resultados de diâmetro, biomassa e estoque de carbono, foram considerados os dados apenas das árvores que apresentavam diâmetro à altura do peito 2,5 cm (DAP ). DIC- Delineamento Inteiramente Casualizado com 4 tratamentos x 8 repetições. As médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade. APTA Regional Avaliação de espécies nativas em SAF
12 RESULTADOS E DISCUSSÃO Inicialmente foram avaliados os números de árvores vivas das espécies nativas (pioneiras e climácicas) e espécies comerciais (seringueira, acerola e urucum). Tabela 1: Árvores vivas do Sistema Agroflorestal após quarto anos de plantio nos quatro tratamentos: coeficiente de variação (CV), média geral (MG), numero de árvores vivas de espécies nativas, seringueira, urucum e acerola (Jan 2015). Variação Espécies Nativas Seringueira Urucum Acerola CV % MG Tratamento a 4.75 a 7.75 a 1.87 a Tratamento a 1.12 b 6.37 a 0.62 a Tratamento a 2.00 b 8.75 a 1.87 a Tratamento a 1.75 b 3.75 b 1.37 a Médias seguidas pela mesma letra na coluna não apresentam diferenças significativas pelo método de Tukey (p>0,05) Diferentes manejos de cada açude influenciaram o numero de árvores vivas e apresentaram diferenças estatísticas para as arvores de seringueira e urucum, sendo que a seringueira teve maior pegamento em T1 e o urucum não teve menor pegamento em T4 APTA Regional Avaliação de espécies nativas em SAF
13 Tabela 2: Crescimento das árvores e estoque de carbono em SAF após quatro anos de plantio sob manejos diferenciados: coeficiente de variação (CV), média geral (MG),árvores vivas (AV), média de diâmetro a altura do peito 2,5 cm (DAP), média de altura das árvores (H),biomassa acumulada pelas árvores (B), estoque de carbono das árvores (C) (Jan 2015). Variação AV DAP(cm) H (cm) B (T/ ha) C (T/ha) CV % 20,83 17,25 12,02 47,07 47,07 MG 26,06 7,22 3,68 3,25 1,46 Tratamento 1 30,12 a 7,01 a 3,11 a 3,30 ab 1,48 ab Tratamento 2 22,62 bc 8,20 a 2,87 ab 4,59 a 2,06 a Tratamento 3 29,87 ab 6,72 a 2,30 c 2,68 ab 1,21 ab Tratamento 4 21,62 c 6,97 a 2,45 bc 2,42 b 1,08 b Médias seguidas pela mesma letra na coluna não apresentam diferenças significativas pelo método de Tukey (p>0,05) O estoque total de carbono para todas as árvores do sistema agroflorestal nos quatro anos avaliados, de 2011 a 2015 foi de 5,83 t / ha. T1 com manejo menos intensivo do solo apresentou diferença significativa maior para numero de árvores vivas. Em T3 a adubação da cultura intercalar parece ter favorecido o pegamento das árvores que apresenta valores estatisticamente maiores do que T2 e T4 igualando-se a T1. T4 com maior revolvimento do solo deixando-o exposto apresentou valor estatisticamente menor para número de árvores vivas, biomassa e carbono. APTA Regional Avaliação de espécies nativas em SAF
14 Conclusões O manejo diferenciado influenciou na taxa de mortalidade e crescimento de espécies arbóreas plantadas no Sistema Agroflorestal avaliado. O pegamento, a biomassa produzida e conseqüentemente o estoque de carbono das espécies arbóreas apresentaram valores estatisticamente maiores em tratamentos que priorizaram manejo conservacionista e maior proteção do solo. O Sistema Florestal mostrou grande potencial para estoque de carbono, com uma taxa anual de seqüestro de carbono 1,45 t/ha/ano apenas para a biomassa arbórea. APTA Regional Avaliação de espécies nativas em SAF
15 AGRADECIMENTOS Ao CNPQ pela bolsa PIBIC concedida ao bolsista Tales Henrique Dias Chaves Ao Polo Centro Norte- APTA pela possibilidade de desenvolver o trabalho na unidade de pesquisa. Aos colaboradores pela ajuda na coleta de campo e execução do trabalho. APTA Regional Avaliação de espécies nativas em SAF
16 APTA Regional Avaliação de espécies nativas em SAF REFERÊNCIAS AREVALO, L,A,, ALEGRE, J.C., VILCAHUAMAN, J.M Methodology for Estimating Carbon Stocks in Different Land Use Systems. Colombo. EMBRAPA.. 38 p. GIBBS, H. K.; BROWN,S.; O NILES, J.; FOLEY J. A. Monitoring and estimating tropical forest carbon stocks: making REDD a reality Environmental Research Letters. 2 (045023) doi: / /2/4/ PAIXÃO, F.A, SOARES, C.P.B., JACOVINE, L.A.G., SILVA, M.L., LEITE, L.G., SILVA, G,F Quantificação do estoque de carbono e avaliação econômica de diferentes alternativas de manejo em um plantio de eucalipto. Revista Árvore. 30 (3): VIEIRA, S.R., MARTINS, A.L.M., SILVEIRA, L.C.P Relatório de Implantação do Projeto de Recuperação Ambiental da Estação Experimental de Agronomia de Pindorama, Pindorama, São Paulo, 13p. APTA Regional Avaliação de espécies nativas em SAF
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