QUALIDADE DO AR NA REGIÃO METROPOLITANA DE BH
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- Júlia Ribeiro Brandt
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1 QUALIDADE DO AR NA REGIÃO METROPOLITANA DE BH Lourdes Zaniratti (1) Engenheira Civil, pela Escola de Engenharia Kennedy / Especialização em Engenharia Sanitária e Ambiental pela Escola de Engenharia da UFMG/1992. Atualmente é Técnica de Meio Ambiente da PETROBRAS / Refinaria Gabriel Passos. Endereço (1) : Rua Gonçalo Alves, São Cristóvão - Belo Horizonte - MG - CEP: Brasil - Tel: (031) Fax: (031) rg3p@petrobras.gov.br. RESUMO Este trabalho apresenta os resultados medidos pelas estações contínuas de monitorização do ar em três pontos dentro da RMBH. Os parâmetros são dióxido de enxofre, material particulado inalável e meteorológicos. A instalação destas estações foi realizada através de um convênio firmado entre a Petrobras, Fundação Estadual de Meio Ambiente e a Prefeituras Municipais de Belo Horizonte, Betim e Contagem. Atualmente uma das estações está desativada e será instalada em outro local dentro da cidade de Betim. Estudo realizado pela FIEMG, através do Grupo Ar, propõe a instalação de uma rede com 11 estações, medindo outros poluentes como CO, ozônio, hidrocarbonetos, etc. Esta rede fornecerá o perfil adequado para a monitorização da qualidade do ar. PALAVRAS-CHAVE: Qualidade do Ar, Monitorização, Estações Automáticas. INTRODUÇÃO Este trabalho apresenta os resultados das medições das três estações automáticas para os parâmetros de dióxido de enxofre, material particulado inalável, dados meteorológicos: temperatura, velocidade do vento, direção e umidade do ar. As estações entraram em operação em maio/95. Pelos resultados observamos que os teores de material particulado inalável têm sido ultrapassado diversas vezes. 19 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 2413
2 Estamos incluindo também as informações referentes a todas as ações, estudos e projetos desenvolvidos pelo poder público, empresas, universidades para a redução de emissões atmosféricas. HISTÓRICO No final da década sessenta e início de setenta, a Organização Pan-americana de Saúde Ambiental, promoveu a implantação de uma Rede de Amostragem de Contaminação do Ar, distribuindo no Brasil 15 estações. em Belo Horizonte, foi instalada uma estação. Durante o período de 1976/78 o Departamento de Engenharia Sanitária da UFMG e a Fundação CETEC, também realizaram medições em alguns pontos da RMBH. Durante a década de oitenta foram realizados pela Fundação CETEC, programas de Monitorização do Ar na RMBH. Em 1992 a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de BH, firmou convênio com a Fundação Cristiano Otoni com a finalidade de avaliar a qualidade do Ar na região central de BH por um período de 12 meses. Os parâmetros foram: concentração de partículas em suspensão, concentração de partículas sedimentares e concentração de dióxido de enxofre. Em 1994 a Petróleo Brasileiro S.A. - PETROBRAS, firmou com o Órgão Ambiental do Estado, o PCA- Plano de Controle Ambiental, para obtenção da Licença de Operação da Refinaria Gabriel Passos. Uma das condicionantes dessa Licença seria a instalação de tres estações automáticas de medição de dióxido de enxofre na RMBH. Assim, em abril/95 a Petrobras instalou em convênio com a FEAM - Fundação Estadual do Meio Ambiente, Prefeitura de Betim, Prefeitura de Belo Horizonte e Prefeitura de Contagem, as tres estações. Atualmente estão em operação duas estações. A terceira conforme orientação do Órgão Ambiental será relocada para outra região dentro da cidade de Betim. Estas estações estão capacitadas para monitorar contínuamente o teor de dióxido de enxofre e material particulado inalável presentes no ar atmosférico, além de parâmetros meteorológicos: temperatura, umidade, direção e velocidade do vento. Atualmente estão em operação duas estações. METODOLOGIA Estas estações foram instaladas nos seguintes locais:? Praça da Estação/BH - região central, onde ocorre um fluxo intenso de veículos;? Praça da Cemig/CONTAGEM - região de grande concentração de indústrias e de fluxo intenso de veículos; 19 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 2414
3 ? Petrovale/BETIM, local próximo à refinaria. Esta estação foi desativada em agosto/ o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 2415
4 MEDIÇÕES? As medições de SO2 são realizadas através do método de fluorescência - radiação ultravioleta, com resultados instantâneos e para coleta de dados a cada 15min? As de material particulado inalável utilizam fonte radioativa com resultados instantâneos e para coleta de dados a cada 2 h.? O equipamento de SO2 exige calibração quinzenal e de MP a cada seis meses.? O sistema é todo informatizado. Os dados são enviados em sistema on-line (modem, linha telefônica) para as centrais, sendo uma na Refinaria e outra na Feam, viabilizando assim a avaliação conjunta dos parâmetros. RESULTADOS Os valores medidos nas três estações encontram-se na tabela a seguir: Valores médios em? g/nm 3 Praça da Estação DNER Petrovale MP SO2 MP SO2 MP SO2 Maio/95 92,0 0,5 72,6 15,6 45,0 1,1 Junho/95 50,5 2,7 83,3 42,6 61,3 3,5 Julho/95 28,4 0,3 50,2 26,7 38,1 3,8 Agosto/95 40,1 0,3 58,2 56,7 60,2 10,6 Setembro/95 51,1 1,1 83,6 31,3 48,8 4,3 Outubro/95 5,9 * 64,2 25,4 19,0 4,9 Novembro/95 11,9 * 50,4 25,1 32,1 3,8 Dezembro/95 11,4 * 52,1 21,9 26,6 3,2 Média (95) 36,4 1,0 64,3 30,6 41,4 4,4 Janeiro/96 19,0 10,0 46,3 7,8 54,0 9,5 Fevereiro/96 26,9 24,0 35,6 8,4 38,8 3,8 Março/96 ** ** ** ** ** ** Abril/96 ** ** ** ** ** ** Maio/96 * 20,8 59,1 3,0 ** ** Junho/96 * 43,7 106,9 12,4 86,8 (1) 0,54 Julho/96 * 48,9 103,8 6,5 89,9 (1) 1,6 Agosto/96 18,6 20,0 65,8 5,7 *** *** 19 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 2416
5 Valores máximos em? g/nm 3 Praça da Estação DNER Petrovale MP SO2 MP SO2 MP SO2 Maio/95 198,4 9,5 175,6 57,8 88,9 5,9 190,9 174,3 Junho/95 109,4 14,9 218,1 254,3 110,6 9,7 177,7 Julho/95 69,8 5,4 128,7 56,9 101,9 13,5 Agosto/95 55,7 2,4 90,2 181,4 101,2 52,7 Setembro/95 81,1 5,9 210,8 69,4 101,6 18,4 Outubro/95 12,8 * 133,3 49,1 53,0 24,8 Novembro/95 13,0 * 95,7 54,8 83,3 10,8 Dezembro/95 12,2 * 115,5 50,5 45,0 14,3 Janeiro/96 44,4 52,9 86,5 19,7 70,2 17,3 Fevereiro/96 47,3 107,2 46,5 19,2 57,8 6,2 Março/96 ** ** ** ** ** ** Abril/96 ** ** ** ** ** ** Maio/96 * 33,8 135,3 6,5 ** ** Junho/96 * 131,0 276,2 188,5 166,9 (1) 2,9 252,8 204,2 Julho/96 * 132,3 178,4 16,5 147,8 (1) 7,6 174,8 Agosto/96 50,6 72,4 122,3 21,9 *** *** * Equipamento com defeito ** Sistema de comunicação inoperante *** Estação desativada (1) Obras de ampliação da escola em torno da estação Os padrões definidos pela Resolução nº 8 do CONAMA, em Dez/90, para estes parâmetros são: Dióxido de enxofre: 80?g/Nm 3 (média aritmética anual) e 365?g/Nm 3 (máxima, uma vez por ano); Material Particulado Inalável: 50?g/Nm 3 (média geométrica anual) e 150?g/Nm 3 (máxima, uma vez por ano). Podemos observar que os valores de MP foram ultrapassados diversas vezes. Em agosto/96 devido a ampliação da Escola do Bairro Petrovale e dos baixos valores de SO2 medidos, esta estação foi desativada. 19 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 2417
6 CONCLUSÃO Os dados obtidos oferecem possibilidades de estudo para avaliação dos impactos causados à saúde. É necessário uma rede de monitorização da qualidade do ar na RMBH. A FIEMG, juntamente com o CICI - Centro das Indústrias das Cidades Industriais de MG, através da Comissão de Meio ambiente - Grupo Ar, do qual participam empresas, Órgãos Ambientais, Sindicatos, Universidades, solicitou ao Prof. Dr. Gilberto Bandeira de Melo, membro de Grupo e representante da UFMG, o estudo de implantação de uma rede completa de monitorização da qualidade do ar RMBH. Este estudo propõe uma rede de 11 estações, incluindo as três existentes, e que meçam além de SO2 e MP, outros poluentes como CO, hidrocarbonetos, aldeídos, O3, Nox etc. Atualmente o Grupo Ar está procurando viabilizar este projeto. Entendemos que é de extrema importância a medição de poluentes, bem como a divulgação de todos os dados a população. Mas, além de informar estes valores, é necessário a adoção de medidas que possam, pelo menos reduzir os impactos causados à saúde da população e a todo o ecosistema. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BOTELHO, H. P. - Estudo da Poluição Industrial em MG - EEUFMG/ ORSINI, C. M. Q., ANDRADE, M. F. - Avaliação de Impacto Ambiental - Universidade de São Paulo - SP/ FUNDAÇÃO CRISTIANO OTONI. - Relatório de Monitoramento da Qualidade do Ar na Região Urbana de BH -.PBH/ FIGUÊREDO, D. V. - Dissertação de Mestrado: Monitoramento e Ocorrência de chuvas ácidas na RMBH - UFMG/ ODUM, E. P. - Ecologia - Editora guanabara/ SEINFELD, J. H. - Contaminacion Atmosferica - Instituto de Estudos de Administracion Local - Madrid/ ZANIRATTI L., COELHO E. B. A. P. - Avaliação da Rede de Monitoramento de Ar de uma Refinaria - Trabalho apresentado no III SIBESA/ o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 2418
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