Emissões Atmosféricas de Poluentes da Indústria Brasileira
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- Thais Caetano da Cunha
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1 MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental Departamento de Qualidade Ambiental Emissões Atmosféricas de Poluentes da Indústria Brasileira Letícia Reis de Carvalho Diretora de Qualidade Ambiental na Indústria
2 POLUENTES ATMOSFÉRICOS X GASES DE EFEITO ESTUFA A queima de combustíveis leva a emissão de gases poluentes locais e também a emissão de gases de efeito estufa. A diferença na classificação destes gases ocorre de acordo com os efeitos causados por eles, sendo os efeitos dos poluentes locais causados em escala mais próxima das fontes emissoras, ocasionando danos ao ambiente e a saúde humana. Os gases de efeito estufa se caracterizam por terem impacto global, uma vez que seu efeito não é circunscrito as áreas próximas as fontes emissoras, e seu efeito não é direto sobre a saúde humana, mas sim sobre o clima. O DQAM trabalha na gestão de qualidade do ar, especificamente em relação aos gases poluentes locais.
3 EVOLUÇÃO DA REGULAMENTAÇÃO DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS DE POLUENTES NO BRASIL - Decreto Lei nº 1.413, de 14/8/1975: Controle da poluição do meio ambiente provocada por atividades industriais; - Lei nº 6.938, de 31/8/1981: Política Nacional do Meio Ambiente (criação do CONAMA); - Resolução CONAMA nº 18, de 6/5/1986: Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores PROCONVE; - Resolução CONAMA nº 5, de 15/6/1989: Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar PRONAR; - Resolução CONAMA nº 3, de 28/6/1990: Padrões de Qualidade do Ar. Ciclo recente de regulação - Fontes fixas - Fontes móveis
4 Decreto Lei nº 1.413, de 14 de agosto de 1975 Primeira legislação afeta ao tema Dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente provocada por atividades industriais. Art. 1º As indústrias instaladas ou a se instalarem em território nacional são obrigadas a promover as medidas necessárias a prevenir ou corrigir os inconvenientes e prejuízos da poluição e da contaminação do meio ambiente.
5 PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DA POLUIÇÃO DO AR PRONAR Criado em 1989 através da Resolução CONAMA nº 5 Estratégias: Limites máximos de emissão; Padrões nacionais de qualidade do ar; Enquadramento de áreas em classe de uso pretendidos; Monitoramento da qualidade do ar; Licenciamento de fontes de poluição do ar; Inventário nacional de fontes e poluentes do ar.
6 PADRÕES DE QUALIDADE DO AR Criados em 1990 através da Resolução CONAMA nº 3. Art. 1º São padrões de qualidade do ar as concentrações de poluentes atmosféricos que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde, a segurança e o bemestar da população, bem como ocasionar danos à flora e à fauna, aos materiais e ao meio ambiente em geral. Revisão dos padrões de qualidade do ar: - adoção dos padrões da OMS; - escalonamento em períodos determinados; - outras medidas; - Em discussão no CONAMA
7 LIMITES DE EMISSÃO FONTES FIXAS Resolução CONAMA nº 382/2006 que estabelece os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para fontes fixas, a serem instaladas a partir de 2 de janeiro de Resolução CONAMA nº 436/2011 que estabelece os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para fontes fixas instaladas ou com pedido de licença de instalação anteriores a 2 de janeiro de Resolução CONAMA nº 264/1999 estabelece os critérios para o licenciamento de fornos rotativos de produção de clínquer para atividades de coprocessamento de resíduos Cabe aos órgãos ambientais competentes o processo de licenciamento e a fiscalização das possíveis fontes de poluição atmosférica em seu território (LC 140).
8 RESOLUÇÃO CONAMA N 382/2006 Art. 1º Estabelecer limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para fontes fixas. Parágrafo único. Os limites são fixados por poluente e por tipologia de fonte conforme estabelecido nos anexos desta Resolução. Art. 2º Para o estabelecimento dos limites de emissão de poluentes atmosféricos são considerados os seguintes critérios mínimos: I - o uso do limite de emissões é um dos instrumentos de controle ambiental, cuja aplicação deve ser associada a critérios de capacidade de suporte do meio ambiente, ou seja, ao grau de saturação da região onde se encontra o empreendimento; II - o estabelecimento de limites de emissão deve ter como base tecnologias ambientalmente adequadas, abrangendo todas as fases, desde a concepção, instalação, operação e manutenção das unidades bem como o uso de matériasprimas e insumos;
9 Art. 2º - Cont. RESOLUÇÃO CONAMA N 382/2006 III - adoção de tecnologias de controle de emissão de poluentes atmosféricos técnica e economicamente viáveis e acessíveis e já desenvolvidas em escala que permitam sua aplicação prática; IV - possibilidade de diferenciação dos limites de emissão, em função do porte, localização e especificidades das fontes de emissão, bem como das características, carga e efeitos dos poluentes liberados; e V - informações técnicas e mensurações de emissões efetuadas no País bem como o levantamento bibliográfico do que está sendo praticado no Brasil e no exterior em termos de fabricação e uso de equipamentos, assim como exigências dos órgãos ambientais licenciadores. ANEXO XI - LIMITES DE EMISSÃO PARA POLUENTES ATMOSFÉRICOS PROVENIENTES DA INDÚSTRIA DO CIMENTO PORTLAND
10 RESOLUÇÃO CONAMA N 436/2011 Art. 1º Estabelecer os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para fontes fixas instaladas antes de 2 de janeiro de 2007 ou que solicitaram Licença de Instalação-LI anteriormente a essa data. 1o Os limites são fixados por poluente e por tipologia de fonte conforme estabelecido nos Anexos I a XIII desta Resolução. Art. 2º Para o estabelecimento dos limites de emissão de poluentes atmosféricos foram observadas as seguintes premissas: I - o uso do limite de emissões como um dos instrumentos de controle ambiental, cuja aplicação deve ser associada a critérios de capacidade de suporte do meio ambiente onde se encontra o empreendimento; II - o estabelecimento de limites de emissão deve ter como base tecnologias ambientalmente adequadas, abrangendo todas as fases, desde a concepção, instalação, operação e manutenção das unidades bem como o uso de matérias primas e insumos;
11 RESOLUÇÃO CONAMA N 436/2011 Art. 2º Cont. III - adoção de tecnologias de controle de emissão de poluentes atmosféricos técnica e economicamente viáveis e acessíveis e já desenvolvidas em escala que permitam sua aplicação prática; IV - possibilidade de diferenciação dos limites de emissão, em função do porte, localização e especificidades das fontes de emissão, bem como das características, carga e efeitos dos poluentes liberados; e V - informações técnicas e mensurações de emissões efetuadas no País bem como o levantamento bibliográfico do que está sendo praticado no Brasil e no exterior em termos de fabricação e uso de equipamentos, assim como exigências dos órgãos ambientais licenciadores. ANEXO XI - LIMITES DE EMISSÃO PARA POLUENTES ATMOSFÉRICOS PROVENIENTES DA INDÚSTRIA DO CIMENTO PORTLAND
12 PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS REGULADOS As emissões das fontes fixas disciplinadas pelas Resoluções Conama são controladas, de forma geral, para os seguintes poluentes: partículas inaláveis (PI) partículas totais em suspensão (PTS) Monóxido de Carbono (CO) Dióxido de Enxofre (SO2) Dióxido de Nitrogênio (NO2) Ozônio (O3) Não há, portanto, fixação de limites para a emissão de Dioxinas e Furanos, como parte do controle geral da qualidade do ar determinado pelas Resoluções Conama. Limites de emissão de Dioxinas e Furanos foram fixados para o tratamento térmico de resíduos e cadáveres e no coprocessamento de resíduos em fornos rotativos de produção de clínquer.
13 EMISSÕES DE DIOXINAS E FURANOS BRASIL 2008 O Brasil não possui histórico de medições de Dioxinas e Furanos. Devido à falta de dados quanto ao monitoramento das emissões destes POPs não intencionais, o Ministério do Meio Ambiente realizou, durante os anos de 2009 e 2010, um Inventário Nacional de Fontes e Estimativas de Emissão de Dioxinas e Furanos. Para a preparação do Inventário, foi utilizada como guia a 2ª versão do Standardized Toolkit for Identification and Quantification of Dioxin and Furan Releases, da Unep Chemicals. O inventário mostrou que o Brasil possui todas as fontes de emissão do toolkit e um potencial de liberação total de g-teq (grama Toxicidade Equivalente) de Dioxinas e Furanos, sendo destes 1.168,3 g-teq para o ar.
14 EMISSÕES DE DIOXINAS E FURANOS BRASIL 2008 Ordem Fonte g-teq/ano % 1 Sinterização do minério de ferro 390,6 33,4 2 Queima ao ar livre biomassa 300,2 25,7 15 Fornos de cimento 9,1 0,8 Fonte: Inventário Nacional de fontes e estimativa de emissões de dioxinas e furanos: Brasil POPs: Plano Nacional de Implementação Convenção de Estocolmo / Ministério do Meio Ambiente. Brasília, 2013
15 CADASTRO TÉCNICO FEDERAL DE ATIVIDADES POTENCIALMENTE POLUIDORAS O Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e Utilizadoras de Recursos Ambientais é o registro obrigatório de pessoas físicas e jurídicas que realizam atividades da tabela CTF/APP, ou seja, que, em razão de lei ou regulamento, são passíveis de controle ambiental. INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS - INSTRUÇÃO NORMATIVA N - 6, DE 15 DE MARÇO DE 2013 Art. 1º Regulamentar o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e Utilizadoras de Recursos Ambientais - CTF/APP, nos termos desta Instrução Normativa. ANEXO I Tabela de Atividades Potencialmente Poluidoras Indústria de Produtos Minerais Não Metálicos: Código Fabricação e elaboração de produtos minerais não metálicos tais como produção de material cerâmico, cimento, gesso, amianto, vidro e similares.
16 REGISTRO DE EMISSÕES E TRANSFERENCIAS DE POLUENTES - RETP O RETP é um sistema de levantamento, tratamento, acesso e divulgação pública de dados e informações sobre as emissões e as transferências de poluentes que causam ou têm o potencial de causar impactos negativos para os compartimentos ambientais ar, água ou solo. Em junho de 2015 foi firmado Acordo de Cooperação, entre o Ministério do Meio Ambiente e IBAMA, para aprimorar e manter o Registro de Emissão e Transferência de Poluentes (RETP), no Relatório Anual de Atividades Potencialmente Poluidoras (RAPP) do Cadastro Técnico Federal O RETP implantado e operacionalizado irá: a) Contribuir para a criação de políticas governamentais. b) Subsidiar as decisões corporativas em suas ações de responsabilidade socioambiental. c) Aprimorar os processos produtivos, com o emprego das melhores práticas disponíveis. d) Aperfeiçoar o exercício da cidadania, por meio da divulgação pública dos dados e seu debate.
17 PLANEJAMENTO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE Plano Nacional de Qualidade do Ar Plano de Ação Regional de Cooperação Intergovernamental sobre Poluição Atmosférica para a América Latina e o Caribe; Atualização dos padrões de qualidade do ar; Revisão do PRONAR e seus instrumentos; - Programa Nacional de Controle da Poluição Industrial (PROCONPI) elaborado e implementado (2019) - Programa Nacional de Inventários de Emissões Atmosféricas de Poluentes implementado (2020) Incluindo inventário de fontes fixas - Programa Nacional de Monitoramento da Qualidade do Ar (PMQAr) elaborado e implementado (2022) Política Nacional de Qualidade do Ar
18 OBRIGADA Letícia Reis de Carvalho Diretora de Qualidade Ambiental na Indústria Ministério do Meio Ambiente
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