Direito das Pessoas e da Família. Aula de Margarida Lima Rego
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- Alexandre Chaplin Fragoso
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1 Direito das Pessoas e da Família Aula de Margarida Lima Rego
2 Programa A. Direito das Pessoas 3. Pessoas físicas f (pessoas singulares). A tutela constitucional e civil da pessoa humana. Início e termo da personalidade jurídica. O antes e o depois. A tutela geral da personalidade e os direitos especiais civis de personalidade os tipificados na lei civil e alguns outros. Seus limites. Meios de defesa. Incapacidades e seu suprimento. O domicílio.
3 Exercício n.º 1 Alice está em trabalho de parto. Baltasar, seu companheiro, está a seu lado. Finalmente, espreita a cabeça da criança. Baltasar aproxima-se, emocionado. Examina-a mais de perto, e tem um sobressalto, pois julga reconhecer na criança as fartas sobrancelhas do jardineiro. Fora de si, avança sobre a criança e a mãe, aos murros e pontapés. Alice recupera das lesões mas a criança não chega a sobreviver ao ataque. Alice propõe uma acção de responsabilidade civil contra Baltasar. Fá-lo em nome próprio e em nome do filho de ambos. a) Procederá? b) A sua resposta seria diferente se a criança sobrevivesse ao ataque, embora com lesões irreversíveis, vindo a morrer passados dois meses? c) Imagine agora que o ataque à criança acontecera um pouco mais tarde, no berçário. Alteraria a sua resposta? d) Imagine, por fim, que, nesses dois meses de vida, ninguém se lembrara de registar o nascimento da criança. Essa circunstância poderia valer à defesa de Baltasar?
4 Exercício n.º 2 Cristina nasceu com uma deficiência mental profunda. David e Elisa, seus pais, propõem em nome próprio e em nome daquela uma acção de responsabilidade civil contra Fariseu. Argumentam que este lhes omitiu toda a informação de que dispunha, na qualidade de médico ginecologista, sobre a situação da sua filha, impedindo-os de tomar uma decisão informada sobre a eventual interrupção da gravidez. Fariseu admite que o fez de forma consciente, defendendo-se, no entanto, com o argumento de que ao disponibilizar essa informação aos futuros pais de uma criança em formação arriscar-se-ia a ser cúmplice numa eventual interrupção voluntária de gravidez, o que seria contrário à sua religião. Acha que a sua defesa procederia?
5 Exercício n.º 3 Nuno e Olga, um conhecido casal de violinistas cegos, decide tentar ter um filho. Convictos de que só a sua cegueira lhes permitiu atingir tão elevados níveis de excelência na sua profissão, pretendem agora assegurar-se de que dão à luz um filho cego. Pedro, especialista em engenharia genética, aceita ajudá-los. Nove meses depois, nasce Ricardo. Assim que atinge a maioridade, este último, cego de nascença, propõe uma acção de responsabilidade civil contra Nuno, Olga e Pedro. Como deve o tribunal decidir? a) Dê a sua resposta partindo do pressuposto de que o autor faz prova de que a sua concepção foi o resultado de um procedimento de fertilização in vitro, de que resultaram vários embriões, tendo o médico seleccionado um que sabia vir a ser cego. b) A sua resposta mudaria se o médico tivesse pegado num único embrião e tivesse manipulado os seus genes de modo a induzir a sua cegueira?
6 Exercício n.º 4 Gonçalo é funcionário de um crematório. Numa ocasião de maior cansaço, decide fazer uma pausa no trabalho e dormir uma soneca. Não se apercebe de que se deita sobre o tapete rolante que conduz os corpos para o forno. Pouco depois, este é posto novamente a funcionar, para mais uma cremação. Os colegas só se apercebem do sucedido quando, terminado o serviço, reconhecem no forno, muito chamuscada, a fivela do cinto de Gonçalo. Cinco anos volvidos desde a declaração da sua morte, Helena, viúva de Gonçalo, decide casar com Inácio. Contudo, o conservador do registo civil recusa-se a celebrar o casamento, explicando-lhe que não pode fazê-lo, por não ter ainda passado o tempo suficiente desde as últimas notícias do seu primeiro marido, e ainda por ter casado com ele pela Igreja. Terá razão?
7 Exercício n.º 5 Em 20 de Fevereiro, João nomeou Lúcia, sua filha de quinze anos, sua procuradora para negociar e celebrar a compra e venda de quatro das dezoito fracções de que era proprietário num dado edifício em regime de propriedade horizontal. João, construtor civil de profissão, era proprietário desse e de vários outros edifícios nos arredores de Lisboa. Pretendia introduzir aos poucos a sua filha no negócio, motivo pelo qual lhe passara a procuração. Para além dos vários edifícios acabados de que era proprietário, era ainda sócio-gerente de uma empresa com várias obras de construção em curso. Em 27 de Fevereiro, João saiu de casa para comprar tabaco e nunca mais foi visto, nem pela filha, nem pela mulher, Maria. Em resposta a um pedido de Maria, o tribunal nomeou-a curadora provisória dos bens de João. Maria assumiu de imediato a condução dos negócios do marido. Disse à filha que não precisava de se ocupar dos assuntos do pai, devendo antes concentrarse em terminar os estudos. Maria vendeu todos os apartamentos do marido ainda desocupados, pois precisava de dinheiro para comprar a casa de praia com que sempre sonhara. Na empresa do marido, despediu duas trabalhadoras com quem nunca simpatizara. Lúcia, preocupada com o rumo dos negócios do pai, dirige-se a um advogado e pergunta-lhe o que pode fazer para travar os ímpetos da mãe. O que lhe responderia?
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