Ocupação cai em janeiro, mas desemprego segue baixo

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1 Boletim 472/14 Ano VI 21/02/2014 Ocupação cai em janeiro, mas desemprego segue baixo Por Camilla Veras Mota, Elisa Soares e Vandson Lima De São Paulo, do Rio e Brasília O emprego continuou desacelerando em janeiro. A saída de pessoas do mercado de trabalho, contudo, principal responsável pelo desemprego baixo em 2013, manteve fôlego e segurou o aumento sazonal da desocupação no primeiro mês do ano. De acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa passou de 4,3% em dezembro para 4,8%, a menor para o mês desde A ocupação, porém, encolheu 0,9% sobre dezembro e 0,1% em relação a janeiro de 2013, o quarto resultado negativo seguido. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), também divulgado ontem, mostrou um quadro fraco para o emprego formal. Em janeiro, apurou saldo de 29,6 mil vagas, patamar próximo ao de 2013, mas inferior ao dos três anos anteriores. A retração de 0,5% da População Economicamente Ativa (PEA) em janeiro, em relação ao mês anterior, foi a principal responsável pela alta modesta na taxa de desemprego, afirma Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global Partners. Entre dezembro de 2012 e janeiro do ano seguinte, ela foi de 4,6% para 5,4%. Segundo o economista, surpreendeu o fato de que, mesmo com a piora das condições macroeconômicas, ainda prossegue o movimento de saída de trabalhadores do mercado. Nos próximos meses, porém, os efeitos defasados do ciclo de aperto monetário devem começar a afetar o emprego e pressionar a PEA a voltar para terreno positivo, diz Velho. Rafael Bacciotti, da Tendências Consultoria, estima que a PEA crescerá 1% neste ano, contra 0,6% em A renda média real, por sua vez, não deve seguir no ritmo de janeiro, de 3,6% ante o igual mês do ano passado. O aumento menor do salário mínimo e a própria desaceleração da atividade devem elevar os salários em termos reais, estima, em cerca de 1,4% em relação a 2013, quando subiram 1,8%. O avanço maior da PEA e o reajuste menor da remuneração devem pressionar a taxa de desemprego neste ano, avalia, e levála dos 5,4%, em 2013, para 5,7%. A geração de vagas formais em janeiro registrada pelo Caged mostrou também um mercado de trabalho pouco dinâmico. O saldo de postos - 29,6 mil -está próximo do Página 1

2 verificado no mesmo mês de 2013 (28,9 mil), mas bem abaixo da média de janeiro nos três anos anteriores (150,8 mil). A principal surpresa negativa, para Fabio Romão, da LCA Consultores, foi o resultado do comércio, que fechou 78,1 mil vagas, mais ainda que em janeiro de 2013, quando houve 67,5 mil demissões líquidas, e mais intensa do que a dos anos anteriores. O tamanho do saldo negativo do setor em janeiro depende da disposição dos empresários para contratar os temporários de dezembro, afirma Romão. "O saldo mostra, portanto, que a confiança continua baixa." A construção civil, porém, saiu-se melhor que em janeiro do ano passado e abriu 38 mil vagas. Para o economista, o aumento no volume de lançamentos imobiliários no ano passado, a alta natural dos investimentos em ano eleitoral e as concessões e parcerias público-privadas devem manter as contratações do setor em alta. A indústria criou 38,5 mil postos em janeiro, contra 43,7 mil no mesmo período do ano passado. Os segmentos calçadista e têxtil puxaram o saldo, com 8,9 mil e 6,2 mil novas vagas. Apesar de os ramos serem muito exportadores e sensíveis ao câmbio, Leandro Negrão, do Bradesco, avalia que é cedo para atribuir a alta ao novo patamar do real. "Acredito que o câmbio deve trazer algum impulso para a atividade industrial, mas isso ocorre com defasagens. Por enquanto ainda não vemos uma melhora muito grande, pois a demanda global ainda segue moderada." Para este ano, Negrão estima criação de 835 mil postos celetistas, se contabilizadas apenas as informações enviadas dentro do prazo legal, saldo superior ao de 2013, de 730,6 mil. O ministro do Trabalho, Manoel Dias, prevê 1,5 milhão de empregos neste ano, levando em conta o dado com ajuste. O ministro destacou o bom desempenho de Santa Catarina, que liderou a geração de emprego entre os Estados e apurou saldo de 18,3 mil vagas. Segundo Dias, o resultado é explicado pela indústria de alto valor agregado da região e pelo crescimento do setor frigorífico. (Fonte: Valor Econômico dia 21/02/2014). Página 2

3 Trabalhador pede regras de prevenção a acidente bruna kfouri / SÃO PAULO Em um cenário desafiador, com pressão para o cumprimento de metas de produção e muitas horas extras, representantes dos trabalhadores do setor de bebidas se uniram para reivindicar a criação de uma norma regulamentadora capaz de prevenir e reduzir os acidentes de trabalho. Em 2012, o setor contabilizou 5 mil ocorrências e 11 óbitos, de acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). Pensando nisso, a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins) lançou ontem a Campanha Nacional de Combate aos Acidentes de Trabalho e Doenças Ocupacionais. "Encaminharemos um ofício ao Ministério do Trabalho e à Casa Civil para propor a criação de uma comissão tripartite entre o governo, os empresários e os trabalhadores", disse o presidente da CNTA Afins, Artur Camargo. A entidade espera que o grupo seja formado até o mês de junho. "Estamos em busca de um diálogo e acreditamos neste caminho", reforçou. Ainda de acordo com o executivo, protestos de rua e uma possível paralisação nas linhas de produção só aconteceriam em "último caso". Entre as acusações dos sindicatos estão a pressão constante para o cumprimento de metas de produção, gerando sérios problemas psicológicos nos funcionários, horas extras não remuneradas, entre outros problemas na linha de produção e na entrega das cargas. Citada pelos sindicalistas como uma das empresas com problemas, a Ambev, maior fabricantes do País, informou ao DCI que "em hipótese alguma, pratica ou é conivente com atos que prejudiquem de qualquer forma seus funcionários e diz estar aberta ao diálogo com os sindicatos, federações e confederações". (Fonte: DCI dia 21/02/2014). Página 3

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5 (Fonte: Estado SP dia 21/02/2014). Página 5

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8 Caso não haja interesse em continuar recebendo esse boletim, favor enviar para solicitando exclusão. Página 8