Estrutura e Funcionamento do Ensino. Maria José Nascimento Soares Valtênio Paes de Oliveira

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1 Estrutura e Funcionamento do Ensino Maria José Nascimento Soares Valtênio Paes de Oliveira São Cristóvão/SE 2009

2 Estrutura e Funcionamento do Ensino Elaboração de Conteúdo Maria José Nascimento Soares Valtênio Paes de Oliveira Projeto Gráfico e Capa Hermeson Alves de Menezes Diagramação Neverton Correia da Silva Ilustração Elisabete Santos Copyright 2009, Universidade Federal de Sergipe / CESAD. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização por escrito da UFS. FICHA CATALOGRÁFICA PRODUZIDA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE Soares, Maria José Nascimento. S676e Estrutura e funcionamento do ensino / Maria José Nascimento Soares, Valtênio Paes de Oliveira -- São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, CESAD, Educação - Organização da instrução. 2. Ensino - Estrutura. I. Oliveira, Valtênio Paes de. II. Título. CDU 37.09

3 Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário de Educação a Distância Carlos Eduardo Bielschowsky Reitor Josué Modesto dos Passos Subrinho Vice-Reitor Angelo Roberto Antoniolli Chefe de Gabinete Ednalva Freire Caetano Coordenador Geral da UAB/UFS Diretor do CESAD Itamar Freitas Vice-coordenador da UAB/UFS Vice-diretor do CESAD Fábio Alves dos Santos Coordenador do Curso de Licenciatura em Ciências Biológica Silmara de Moraes Pantaleão Diretoria Pedagógica Clotildes Farias (Diretora) Rosemeire Marcedo Costa Amanda Maíra Steinbach Diretoria Administrativa e Financeira Edélzio Alves Costa Júnior (Diretor) Sylvia Helena de Almeida Soares Valter Siqueira Alves Núcleo de Avaliação Cléber de Oliveira Santana Alisson de Oliveira Silva Núcleo de Serviços Gráficos e Audiovisuais Giselda Barros Núcleo de Tecnologia da Informação Fábio Alves (Coordenador) João Eduardo Batista de Deus Anselmo Marcel da Conceição Souza Michele Magalhães de Menezes Assessoria de Comunicação Guilherme Borba Gouy Pedro Ivo Pinto Nabuco Faro NÚCLEO DE MATERIAL DIDÁTICO Hermeson Menezes (Coordenador) Jean Fábio B. Cerqueira (Coordenador) Baruch Blumberg Carvalho de Matos Christianne de Menezes Gally Edvar Freire Caetano Isabela Pinheiro Ewerton Jéssica Gonçalves de Andrade Lucílio do Nascimento Freitas Luzileide Silva Santos Neverton Correia da Silva Nycolas Menezes Melo Péricles Morais de Andrade Júnior UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE Cidade Universitária Prof. José Aloísio de Campos Av. Marechal Rondon, s/n - Jardim Rosa Elze CEP São Cristóvão - SE Fone(79) Fax(79)

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5 Sumário AULA 1 Educação: definições e concepções num determinado contexto social...07 AULA 2 Política educacional brasileira...13 AULA 3 Política educacional brasileira: a década de AULA 4 Política educacional brasileira: a década de 1960 e a ditadura militar AULA 5 Programas e projetos implementados pelo Governo Federal AULA 6 A educação e a Constituição AULA 7 O MEC, o Conselho Nacional de Educação e a educação básica...61 AULA 8 A LDB 9.394/96 - Contexto e principais aspectos da tramitação AULA 9 Organização e funcionamento da educação básica AULA 10 Organização e finalidades da educação básica no Brasil... 81

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7 EDUCAÇÃO: DEFINIÇÕES E CONCEPÇÕES NUM DETERMINADO CONTEXTO SOCIAL Aula 1 META Explicitar o processo histórico de acesso à educação e suas concepções em relação aos aspectos políticos e sociais. OBJETIVOS Ao final desta aula, o aluno deverá: entender as concepções de educação implementadas, posteriormente, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. PRÉ-REQUISITOS Leitura do capítulo Educação? Educações: aprender com o índio da obra O que é educação de Carlos Rodrigues Brandão. (Fonte:

8 Estrutura e Funcionamento do Ensino INTRODUÇÃO Olá, sejam bem vindos a esta disciplina! Para começarmos esta aula, é necessário refletirmos sobre estas questões: o que entendemos sobre educação? Será que as concepções sobre educação sempre foram as mesmas ao longo de nossa história? A educação, enquanto fenômeno social, ao longo de sua história, só pode ser convenientemente entendida quando exposta conjuntamente com uma análise sócio-econômica da sociedade. No caso brasileiro, por exemplo, um dos pontos mais fracos está na alfabetização, uma vez que a maioria da classe menos favorecida precisa se ausentar da sala de aula a fim de trabalhar, para ajudar na renda familiar, gerando, conseqüentemente, um analfabeto para o mundo dos letrados. Assim, a política educacional estabelecida ao longo da história do Brasil não atingiu a maioria da população por uma série de fatores que vão desde as condições materiais, qualidade do ensino, acesso até a permanência na escola. Recursos didáticos, vontade política e pessoal qualificado são aspectos relevantes positivos para ampliar o nível de escolarização do povo brasileiro, a depender da concepção de educação que se tem de homem e de sociedade. (Fonte: 8

9 Eucação: definições e concepções num determinado contexto social DESENVOLVIMENTO Aula 1 A educação deve ser entendida como uma formação ampla de homem e de sociedade que influencia as relações entre os seres, de modo a imprimir o slogan de mal-educado àquele que não se enquadra nas normas estabelecidas na sociedade. Assim, um conjunto de atos, regras e normas, é tido como satisfatório para um determinado grupo. Cria-se, então, um modelo educativo para formar esse homem. Para Brandão, [...] a educação existe difusa em todos os mundos sociais, entre as incontáveis práticas e mistérios do aprender; primeiro sem classes de alunos, sem livros e sem professores especialistas; mais adiante com escolas, salas, professores e métodos pedagógicos (1982, p. 10). Como se pode notar, a educação se confunde com as nossas práticas cotidianas e se alteram na medida em que há mudanças no contexto das sociedades. Ao longo desse processo, várias concepções de educação foram sendo ampliadas. A definição de educação proposta pela Liga Internacional da Educação Nova é a de que [...] a educação consiste em favorecer o desenvolvimento tão completo quão possível das aptidões de cada pessoa. Há um tempo como indivíduo e como membro de uma sociedade regida pela solidariedade. A educação é inseparável da evolução social; constitui uma das forças que a determinam. [...] O fim da educação e seus métodos devem, pois, ser constantemente revistos, à medida que se torna mais consciente a necessidade de justiça social, à medida que a ciência e a experiência aumentam nosso conhecimento de criança, do homem e da sociedade. Em relação a definições de educação, René Hubert, em 1946, aponta caracteres comuns nas definições porque entende que [...] todas as definições limitam a educação à espécie humana; todas consideram que a educação consiste numa ação exercida por um ser sobre o outro, mais particularmente por um adulto sobre um jovem, ou, ainda, por uma geração chegada à maturidade sobre a geração seguinte; todas concordam em reconhecer que essa ação é orientada para um fim por atingir. Toda educação tem um destino. Está sujeita a uma lei da finalidade. Mas esse destino coincide exatamente com o determinado ao próprio homem, e é por isso que os educadores deixam de entender-se desde que se trate de precisar-lhe o conteúdo. A partir dessas definições e concepções, a educação escolar, a rigor, vai se configurando de várias maneiras, pois, desde a chegada dos jesuítas no Brasil, uma série de atos oficiais expressa a política educacional, cujo obje- 9

10 Estrutura e Funcionamento do Ensino tivo é permitir que a função do Estado se concretize de fato. Neste sentido, leis, decretos, resoluções, parâmetros e planos são objetos oficiais para modificar o quadro desolador da educação no Brasil. A concepção de educação implantada na atual legislação brasileira estabelece que a [...] educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais (LDB, Art. 1º). Portanto, a educação implantada no Brasil tem como concepção básica formar homens para o processo de modernização. CONCLUSÃO A educação é uma prática social em que os povos criam e recriam sua própria cultura a depender dos interesses estabelecidos pelos grupos sociais. De maneira semelhante, a educação escolar estabelece normas por meio da elaboração de grade curricular, onde os objetivos da escola apresentam-se com diretrizes e princípios, dependendo também do sistema a que está vinculada público ou privado. Cada sistema, em particular, possui propósitos bem definidos, e os sujeitos nela envolvidos, por ter liberdade de escolha, faz a sua opção. Essa escolha, porém, perpassa pela concepção de homem, de sociedade e de educação. Se a opção for de uma educação escolar voltada para o desempenho com sucesso em profissões, como as de advogado, médico, etc., o sujeito escolherá um sistema de ensino que possa atender aos seus interesses. No Brasil, este sistema é considerado, pela sociedade vigente, como o de ensino privado, pois desde a educação básica, canaliza seus recursos para um vestibular no sistema de ensino público. 10

11 Eucação: definições e concepções num determinado contexto social RESUMO Aula 1 A concepção de educação implementada no Brasil é determinada na LDB , no seu art. 1º. A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. Para que a escola possa incorporar essa educação, faz-se necessário que a própria escola possa ampliar sua visão de currículo, de proposta pedagógica; que seus professores modifiquem suas posturas pedagógicas e apresente alternativas que possam contemplar os interesses dos sujeitos que freqüentam a escola tendo em vista também sua concepção de homem, de sociedade e de educação. Com essa perspectiva, a escola poderá desenvolver atitudes pedagógicas comprometidas com o interesse maior da população e não com a minoria que já determina, em grande parte, o fracasso escolar. ATIVIDADES Após a leitura realizada, argumente, em um parágrafo-síntese, sobre sua concepção de educação. COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES Caros alunos, não se esqueçam de que a concepção de educação dependerá de sua visão de sociedade, de mundo e de homem. AUTO-AVALIAÇÃO Serei capaz de apreender a concepção de educação presente em meu contexto social? 11

12 Estrutura e Funcionamento do Ensino PRÓXIMA AULA Na próxima aula, falaremos sobre a política educacional brasileira. REFERÊNCIAS BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, FREITAG, Bárbara. Escola, Estado e sociedade. São Paulo: 1986 RIBEIRO, Maria Luisa Santos. História da educação brasileira. A organização escolar. 14 ed. Campinas: São Paulo,

13 POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA Aula 2 META Caracterizar historicamente a política educacional no Brasil desde o Império até a década de OBJETIVOS Ao final desta aula, o aluno deverá: escrever síntese histórica sobre a educação brasileira até os anos de 1930; compreender os mecanismos da intencionalidade dos sistemas de ensino implantados no Brasil. PRÉ-REQUISITOS Conhecimentos básicos acerca da história do descobrimento do Brasil. (Fonte:

14 Estrutura e Funcionamento do Ensino INTRODUÇÃO Vimos, na aula anterior, que a educação só pode ser convenientemente entendida quando exposta conjuntamente com uma análise sócio-econômica da sociedade. Vimos também que a política educacional estabelecida ao longo da história do Brasil não atingiu a maioria da população por uma série de fatores. Assim, uma retrospectiva histórica do descobrimento do Brasil é importante para revelar não só as principais ações dos estrangeiros nas diferentes regiões brasileiras, quando foram instaladas as Capitanias Hereditárias nesse particular, à região nordeste a fim de explorarem nossas riquezas, como também os sistemas de ensino implantados para atender ás necessidades vigentes. 14

15 Política educacional brasileira NO IMPÉRIO Aula 2 Historicamente, no período colonial, o malogro do regime das capitanias hereditárias, em 1532, levou D. João III a instituir um novo regime no Brasil. Em 1549, o primeiro Governador Geral Tomé de Souza chega nestas terras e, com ele, vieram os primeiros jesuítas, com a missão de catequizar e instruir os indígenas, chefiados pelo Padre Manuel da Nóbrega. Como podemos notar, o início da educação do Brasil vem respondendo aos interesses políticos da metrópole, aos objetivos religiosos e políticos da Companhia de Jesus que se propunha a combater o protestantismo. Objetivamente, a intenção era a catequização dos indígenas para torná-lo mais submisso e obediente à ordem estabelecida, facilitando a colonização portuguesa. Neste período, o modelo econômico iniciado é o agroexportador, que se fundamenta na organização da economia de produtos primários: açúcar, ouro, café, borracha e pau-brasil para o mercado externo. Ressalta-se, entretanto, que os referentes ciclos foram em época distintas. A partir de 1580, foi desenvolvido um trabalho educacional secundário de pequeno alcance, pois era reservado, sobretudo para os filhos dos colonizadores e para a formação de novos sacerdotes. Segundo Ribeiro, [...] a instrução, a educação escolarizada só podia ser conveniente e interessar a esta camada dirigente (pequena nobreza e seus descendentes) que, segundo o modelo de colonização adotado, deveria servir de articulação entre os interesses metropolitanos e as atividades coloniais (1995, p. 20) já que a mão-de-obra das camadas inferiores não necessitava de qualificação. No entanto, têm-se notícias de que, na Bahia, 15 dias depois da chegada dos jesuítas, já funcionava uma escola de ler e escrever. A política educacional estatal era inexistente, e a função da escola era a reprodução das relações de dominação e a reprodução da ideologia dominante. Durante mais de dois séculos, os jesuítas propagavam sua fé, catequizavam índios e monopolizavam a educação no Brasil. Em 1759, porém, Marquês de Pombal expulsou os jesuítas por entender que o ensino dado por eles era um empecilho na conservação da unidade cristã e da sociedade civil, porque era detentora de um poder econômico que deveria ser devolvido ao governo uma vez que eles educavam o cristão a serviço da ordem religiosa e não para atender aos interesses do país. Assim, o sistema educacional que havia sido implantado, desmantelou-se. Todas as escolas foram fechadas. Apenas algumas subsistiram, como a Escola da Arte e Edificações Militares (1699), na Bahia; as Aulas de Artilharia (1738) no Rio de Janeiro; e os Seminários de São José e São Pedro (1739), no Rio de Janeiro. Todos foram organizados por uma orien- 15

16 Estrutura e Funcionamento do Ensino tação rígida, dogmática, anti-científica e voltados para interesses religiosos e políticos da época. Neste sentido, em vez de existir um único sistema de ensino, passaram a existir escolas leigas e confessionais com os princípios herdados do passado. Logo depois, surgiu o ensino público influenciado pelas idéias dos enciclopedistas franceses. O Marquês de Pombal pretendia modernizar o ensino, mas sem sucesso porque lhe faltavam recursos humanos, estruturais e materiais. ATIVIDADES Escreva um parágrafo sobre a vinda dos jesuítas para o Brasil, destacando a sua contribuição. COMENTÁRIOS SOBRE A ATIVIDADE Caro aluno, não se esqueça de que, com a chegada dos jesuítas no Brasil, algumas missões tiveram destaque no modo e na forma de organizar comunidades guaranis. Contudo, por força das ordens estabelecidas pela Igreja, muitas comunidades foram dizimadas até seu último habitante. Com a vinda da família real para o Brasil, D. João VI foi obrigado a fazer uma reorganização administrativa com a nomeação dos titulares dos ministérios para os órgãos da administração pública e da justiça, para o Rio de Janeiro, então capital. Isto provocou o desenvolvimento da vida urbana de Vila Rica, Salvador e Recife. A partir desta nova realidade, uma série de medidas atinentes ao campo intelectual, foi criada: a Imprensa Régia, em 1808; Biblioteca Pública, em 1810; Jardim Botânico do Rio, em 1810; Museu Nacional, em Em 1808, circulou o primeiro jornal A Gazeta do Rio e, em 1812, a primeira Revista Carioca O Patriota. Como havia necessidade de maior preparo de pessoal, maior qualificação e diversidade, no campo educacional, foram criados os seguintes cursos: Academia Real de Marinha (1810); Academia Real Militar (1810), que, em 1858, passou a se chamar Escola Central; Escola Politécnica (1874), hoje Escola Nacional de Engenharia; Curso de Cirurgia, na Bahia (1808), onde se instalou o Hospital Militar; Cursos de Cirur- 16

17 Política educacional brasileira gias e Anatomia, no Rio de Janeiro; Economia, na Bahia (1808); Agricultura (1812), com estudos de botânica e Jardim Botânico anexo; Química, em 1817, abrangendo química industrial, geologia e mineralogia e Desenho técnico, em O Plano de Educação de 1812 de D. João VI estabeleceu que no 1º grau de instrução pública se ensinaria aqueles conhecimentos que a todos eram necessários, qualquer que fosse o seu estudo, e, no 2º grau, todos os conhecimentos que eram essenciais aos agricultores, os artistas e comerciantes. A constituição de 1824 continha, apenas, princípios gerais sobre a gratuidade da instituição primária para todos os cidadãos e uma referência geral aos colégios e universidades. O Plano Nacional de Educação de 1826, por sua vez, recomendava insistir particularmente, no conhecimento dos terrenos e dos produtos naturais de maior utilidade nos usos da vida. Assim, a reforma de 1879, pelo Decreto nº , estabeleceu que [...] o ensino nas escolas primárias do 2º grau constaria da continuação e desenvolvimento das disciplinas no 1º grau. Com a Proclamação da República em 1889, o país se apresenta como uma nação pobre, com renda per capita muito baixa. A economia era caracterizada por uma atividade primária, prevalecendo o café no modelo agro-exportador. A República foi instaurada sob a influência do modelo americano (Estados Unidos do Brasil) e segundo a filosofia positivista (ordem e progresso). A República se fez por setores progressistas da sociedade auxiliada pelo exército, mas imediatamente reabsorvida pelas oligarquias que a dominam até a década de 30. Após a 1ª Guerra Mundial, o Brasil teve seu primeiro surto de crescimento industrial. Cresceram, porém, as disparidades regionais. Terminada a Guerra, prosseguiu-se o processo de modernização (industrialização e urbanização), não havendo crescimento industrial no território brasileiro. Com o início do processo de industrialização, deuse a proletarização das massas e a formação de classes médias urbana. Assim, no bojo da modernização do capitalismo dependente, houve a (re)acomodação dos segmentos e setores internos da sociedade na participação e na distribuição do poder. A ideologia política oficial se nutria do progresso, da ação de transformação, da intervenção modernizadora do Estado, mas, de fato, as condições reais eram de tradição e de conservação da ordem, numa visão liberal do século XIX. Vários movimentos surgiram: socialismo, anarquismo, nacionalismo, catolicismo, tenentismo, modernismo e integralismo. Durante as primeiras décadas do mencionado século, as relações de produção permaneceram as mesmas, persistiram as mesmas relações sociais. De certo modo, subsistiu o sistema escravista, mesmo após a abolição da escravatura no Brasil. Aula 2 17

18 Estrutura e Funcionamento do Ensino No campo educacional, a plataforma republicana defendia uma reforma onde a instabilidade política instaurada, após a proclamação, gerou uma série de reformas, mormente, quando, após 1889, aconteceu a separação entre Igreja e Estado e entre a liberdade de crença e o ensino nas escolas. Assim, surgiu a reforma Benjamin Constant em 1890 que subordinou o ensino secundário à União, uniformizando-se em âmbito nacional, estendendo-se, em 1902, aos colégios estaduais, municipais, e particulares com a reforma Epitácio Pessoa. A reforma Rivadávia Correia, em 1911, sob a tese da liberdade de ensino, interrompeu a centralização normativa da União que foi retomada com as reformas Carlos Maximiniano, em 1915, e Luis Alves Rocha, em 1925, apesar de ficar restrita aos estabelecimentos oficiais onde a administração federal continuou a manter um único estabelecimento de ensino secundário Colégio Pedro II, modelo de organização para os equiparados, não tendo exercido o poder de criar estabelecimento desse nível nos estados. Em tais condições e estando os esforços do poder público estadual concentrado na área de educação popular, o ensino secundário permanecia até 1930 quase que totalmente entregue aos cuidados da iniciativa particular (HAIDAR, 1998, p.78). CONCLUSÃO Neste sentido, o processo educacional iniciado no Brasil teve a perspectiva de reproduzir a ideologia da classe dominante instalada nestas terras mediante a vinda dos jesuítas para o Brasil. Temos, até hoje, resquícios da educação jesuítica com a abordagem de ensino de caráter enciclopédico e tradicional em que prevalece a transmissão de conhecimentos acumulados historicamente pela humanidade e conteúdos programáticos sem relação com o cotidiano, As formas de avaliar tinham a perspectiva de reprovar e a avaliação era realizada de forma tão rigorosa que o aluno que não memorizasse o conteúdo ditado pelo professor era considerado incapaz e incompetente. Apesar disso, o papel dos jesuítas foi fundamental para impulsionar a elaboração de outra proposta de ensino que atendesse ao interesse da sociedade daquela época que reclamava do Estado uma política pública para efetivar tal anseio. 18

19 Política educacional brasileira RESUMO Aula 2 A política educacional iniciada no Brasil seguiu modelos estrangeiros na perspectiva de atender aos interesses de quem estava à frente do poder com uma série de reformas, a exemplos das Reformas do Marquês de Pombal; da Reforma Benjamim Constant, Reforma Epitácio Pessoa; Reforma Carlos Maximiniano e Luis Alves Rocha, todas com a intenção de organizar um sistema brasileiro de ensino. Assim, o ensino público aqui implantado foi efetivamente influenciado pelas idéias dos enciclopedistas franceses, a exemplo do pensamento de Marquês de Pombal, que pretendia modernizar o ensino, após expulsão dos jesuítas das terras brasileiras. No bojo do processo de modernização do capitalismo dependente, da (re)acomodação dos segmentos de setores internos da sociedade na participação e na distribuição do poder, os governantes foram ampliando as oportunidades educacionais, não por ser uma necessidade do povo brasileiro, mas por um mecanismo de atender às exigências internacionais. AUTO-AVALIAÇÃO Sou capaz de elaborar uma síntese caracterizando alguns aspectos considerados relevantes para o entendimento do processo educativo implantado pelos jesuítas? PRÓXIMA AULA Na próxima aula, estudaremos sobre a política educacional brasileira no contexto da década de

20 Estrutura e Funcionamento do Ensino REFERÊNCIAS FREITAG, Bárbara. Escola, Estado e sociedade. São Paulo, 1986 HAIDAR, Maria de Lourdes Mariotto. O ensino secundário no Império. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, REALE, Miguel. ABC do integralismo. São Paulo, RIBEIRO, Maria Luisa Santos. História da Educação Brasileira. A organização escolar. 14 ed. Campinas: São Paulo, ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da Educação no Brasil ( ). 14 ed. Petrópolis: Vozes, TAPAJÓS, Vicente Costa Santos. História administrativa do Brasil. A política administrativa de D. João III. 2 ed. Brasília: Fundação Centro de Educação de Formação do Servidor Público/UnB,

21 Política educacional brasileira POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA: A DÉCADA DE 1930 Aula 3 META Demonstrar as lutas empreendidas pelos educadores para ampliação da escolarização no Brasil, a reivindicação de um Plano Nacional de Educação e as primeiras discussões para a elaboração da primeira LDB 4.024/61. OBJETIVOS Ao final desta aula, o aluno devera: analisar a organização, estrutura e funcionamento do sistema de ensino brasileiro dentro do contexto sócio-econômico, político e cultural. PRÉ-REQUISITOS Conhecimentos acerca da política educacional no Brasil desde o Império até a década de Crianças na sala de aula. (Fonte:

22 Estrutura e Funcionamento do Ensino INTRODUÇÃO Olá, Lembram-se de que, na aula passada, falamos sobre a política educacional no Brasil colônia e império? Nesta aula, conheceremos um pouco mais sobre estas políticas a partir da década de No início do século XX, o Brasil vive num processo de transformações sociais, econômicas e históricas que requer dos governantes tomadas de decisões frente aos incentivos da implantação da indústria brasileira e a urbanização nas principais regiões brasileiras e como conseqüência impulsiona mudanças nas políticas públicas no que se refere, especialmente, ao sistema educacional. Educadora. (Fonte: 22

23 Política educacional brasileira: a década de 1930 A DÉCADA DE 1930 Aula 3 A década de 1920 assistiu a um despertar de uma nova consciência nacional. Surgiu grande mobilização em torno da educação escolar. Defenderam-se os princípios da obrigatoriedade, gratuidade, descentralização e planificação nacional da educação. As mobilizações e os esforços educacionais, iniciados nesta década, podem ser caracterizados como uma tentativa de democratização e de adaptação do ensino às condições da sociedade brasileira. O ensino, então, assumiu uma nova estrutura, seguindo pressões de uma nova demanda educacional por parte da população urbana, preocupada com o processo de industrialização e modernização da sociedade. Essas mobilizações e pressões se manifestaram num novo dualismo: ensino profissional e ensino secundário. O primeiro, destinado aos pobres a fim de formar mão de obra para a indústria, comércio e agricultura; o segundo, para a elite condutora do país. As preocupações ligadas aos sintomas da intensificação da migração rural-urbana marginalizaram a educação através da regionalização do ensino (uma tentativa de adequar a escola às condições do meio, através do ruralismo pedagógico), criando, assim, escolas de natureza rural, objetivando conter a migração em suas fontes. Com o nascimento da Radiofusão, em 1923, funda-se a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro com fins exclusivamente científicos, técnicos e artísticos e de pura educação popular e com programação de aulas, conferências e palestras para o público. Quanto aos aspectos sociais, o proletariado e a classe média urbana passaram a ter maior importância na estrutura social. Acentuaramse as desigualdades entre o urbano e o rural, centro e periferia, no interior do País, desenvolvendo-se um colonialismo interno, graças ao crescimento industrial. Com a crise de 1929 e a 2ª Guerra Mundial, aconteceu uma dissolução do mercado internacional de exportação primária. Inicia-se, a partir daí, o modelo de substituição de importações com ênfase na industrialização oportunista, pois, neste período, a produção industrial no Brasil cresceu 250%. A partir da década de 1930, em torno do Governo Provisório, desenvolveu-se a ideologia populista como mecanismo de mobilização das massas para o consenso social e o congelamento dos conflitos e tensões sociais. A revolução de 1930 assumiu as reivindicações dos movimentos de reformas, mas a sociedade fazia da educação uma característica social das elites. Criou-se, então, o Ministério da Educação e Saúde. O Estado se fortaleceu por meio das novas funções econômicas que assu- 23

24 Estrutura e Funcionamento do Ensino miu, garantindo, assim, uma falsa participação das massas em torno das questões relativas à educação. Neste sentido, uma série de reformas se apresenta no cenário brasileiro, a saber: Reforma Francisco Campos - ampliou a atuação das funções federais no ensino. No secundário, todos os estabelecimentos mantidos pelos Estados e pela iniciativa privada tiveram a oportunidade de se equipararem ao Colégio Pedro II com a mesma organização e submetendo-se à inspeção federal, desde que acatassem a organização didática e o regime criado pelo decreto nº de 30/06/31. Ainda, no ensino secundário, esta reforma criou o currículo seriado, a freqüência obrigatória, a estruturação do curso em dois ciclos totalizando sete anos: o fundamental com cinco anos e complementar dois anos. Com o fim da segunda Guerra Mundial, o capital estrangeiro voltou a redefinir um novo modelo, prosseguindo o processo de modernização da sociedade industrial e urbana, mas sob o impacto da instabilidade e insegurança derivadas do populismo. Nesse período, há uma grande expansão do ensino, pois a classe média e o operariado aumentaram a pressão por oportunidades educacionais; o ensino profissional se desenvolveu e foi estimulado para ser equivalente ao ensino secundário. Começou-se, também, a preparar uma abertura do ensino superior para as massas; houve inúmeros debates sobre a LDB que mobilizaram a opinião pública nacional; o ensino supletivo e o ensino noturno se difundiram nas classes desfavorecidas; constatouse um esforço governamental relativo à preparação de professores com bolsa de estudos por meio da CAPES e CNPq. Neste contexto, floresceram movimentos educacionais voltados para a educação de adultos e para a cultura popular. Constataram-se o fortalecimento das classes médias e do proletariado, mobilizadas por sindicatos e partidos políticos que disputavam o apoio popular. Também existiam conflitos de classes no setor rural, mobilização dos camponeses através de sindicatos e das ligas camponesas do Nordeste. Assim, a burguesia se viu ameaçada de não poder manter sua posição, face ao crescimento da força das massas urbanas em permanente mobilização. A ideologia dominante da época oferecia a legitimação do congelamento dos conflitos, pela busca da harmonia nacional. Camuflava-se, ideologicamente, a luta entre os interesses antagônicos das classes, com a predominância da preocupação com a justiça sobre o crescimento econômico, sustentado pelo ideal de Desenvolvimento Nacional. Este ideal era caracterizado por mobilização política das massas, fortalecimento dos partidos com base popular, desenvolvimento da ação sindical, extensão dos direitos sociais, reação contra as oligarquias, tensões devido às questões agrárias e proposta política de reforma de base. 24

25 Política educacional brasileira: a década de 1930 Com base nestes acontecimentos, uma série de atos oficiais foram implementados a partir da constituição de 1946, que retomou a orientação descentralizada e liberal da carta de 1934, restabelecendo grande parte de seus dispositivos sobre a educação. Assim, a União fica incumbida de legislar sobre as [...] Diretrizes e Bases da Educação Nacional e de organizar o sistema federal de ensino de caráter supletivo, estendendose a todo o país nos estritos limites das deficiências locais (art. 5 e 170). Neste sentido, algumas leis foram criadas para inovar a política educacional: Lei Orgânica do Ensino Agrícola; Lei Orgânica do Ensino Primário; Lei Orgânica do ensino Normal; Criação do Ensino Supletivo; Criação do SENAC; Criação do INEP; Criação do Movimento da Cultura Popular do Recife (1960); Criação do Movimento de Educação de Base do centro Popular de Cultura do MEB e a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 4.024/61 que instituía o primário, o ginásio com seu exame de admissão. O nível médio e o superior eram legislados através da LDB do Ensino Brasileiro fundamentado em princípios liberais que não foi implantada plenamente ante a tomada do poder pelos militares em 1964 que fechariam vários institutos legais, descaracterizando-os ao longo do período militar. Aula 3 ATIVIDADES Pesquise, no site do MEC, as reformas e a Lei 4.024/61, identificando objetivos e finalidade da educação em nível nacional. Destacar os aspectos mais pertinentes dessa Lei no que se refere à obrigatoriedade da educação e aos sistemas de ensino. COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES No Art. 1º ficam estabelecidos os princípios e finalidades da educação e que estes estão ancorados nos [...] princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana. Em relação aos aspectos de pertinência da Lei e à criação do Conselho Federal de Educação, a educação torna-se um [...] direito de todos e será dada no lar e na escola, sendo sua obrigatoriedade o ensino primário. Em relação aos sistemas de ensino Art. 12 [...] atenderão à variedade dos cursos, à flexibilidade dos currículos e à articulação dos diversos graus e ramos. Destacam-se, ainda, as competências dos Estados e do Distrito Federal. 25

26 Estrutura e Funcionamento do Ensino CONCLUSÃO Uma série de atos, discursos e mobilizações promovida por intelectuais à frente da proposta de ampliar as oportunidades educacionais para o povo passou por longos treze anos de debates acerca da Planificação de uma Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei 4.024/61 a qual foi aprovada para todo o Brasil, restando sua aplicabilidade em todo o território nacional. A política governamental deu início a uma série de atos oficiais a partir da Constituição de 1946, que retomou a orientação descentralizada e liberal da carta de 1934, restabelecendo grande parte de seus dispositivos sobre a educação. RESUMO As lutas empreendidas pelos intelectuais da época para inovar a política educacional resultaram na criação de uma série de Leis, a saber: Lei Orgânica do Ensino Agrícola; Lei Orgânica do Ensino Primário; Lei Orgânica do ensino Normal; Criação do Ensino Supletivo; Criação do SENAC; Criação do INEP; Criação do Movimento da Cultura Popular do Recife (1960); Criação do Movimento de Educação de Base do centro Popular de Cultura do MEB e a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 4.024/61 que instituía o primário, o ginásio com seu exame de admissão. A aprovação da LDB nº 4.024/61 foi um grande avanço para a sociedade oportunizando a gratuidade do ensino primário para todos os brasileiros. O ensino brasileiro fundamentado em princípios liberais, contudo, não foi implantado plenamente ante a tomada do poder pelos militares em AUTO-AVALIAÇÃO Sou capaz de tecer comentários acerca das competências dos Municípios, Estados e Distrito Federal em relação à obrigatoriedade do ensino primário no Brasil? 26

27 Política educacional brasileira: a década de 1930 PRÓXIMA AULA Aula 3 Na próxima aula, conheceremos a política educacional brasileira na década de 60 e durante a ditadura militar. REFERÊNCIAS FREITAG, Bárbara. Escola, Estado e sociedade. São Paulo: 1986 GERMANO, José Willigton. Estado militar e educação no Brasil ( ). São Paulo: Cortez, NEVES, Lúcia Maria Wanderley. Educação e política no Brasil de hoje. São Paulo: Cortez, PELLANDA, Nize Maria Campos. Ideologia, educação e repressão no Brasil pós Porto Alegre: Mercado Aberto, RIBEIRO, Maria Luisa Santos. História da educação Brasileira. A organização escolar. 14 ed. Campinas: São Paulo, ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da educação no Brasil ( ). 14 ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, SOARES, Maria José Nascimento. Educação municipal em Simão Dias: reconstituição histórica ( ) /f. Dissertação (Mestrado em Educação) Pós-Graduação em Educação. Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão,

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29 POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA: A DÉCADA DE 1960 E A DITADURA MILITAR Aula 4 META Apresentar as intenções governamentais com as mudanças estabelecidas na educação fundamental e a implantação da profissionalização em nível nacional para todas as escolas públicas na década de 1960 e na ditadura militar. OBJETIVOS Ao final desta aula, o aluno deverá: analisar a organização, estrutura e funcionamento do sistema brasileiro dentro do contexto sócio-econômico, político e cultural na década de 1960 e na ditadura militar. PRÉ-REQUISITOS Conhecimento sobre o regime militar no Brasil em livros de sua escolha, especialmente, sobre o AI-05. Movimento estudantil de 1968 na USP. Passeata dos 100 mil. (Fonte: htpp://www1.folhauol.com.br)

30 Estrutura e Funcionamento do Ensino INTRODUÇÃO Caro aluno, vimos, na aula anterior, as reformas educacionais empreendidas no Brasil entre 1930 e Apresentaremos, portanto, nesta aula, a política de educação a partir da década de A própria dinâmica das conquistas adquiridas pela população brasileira e a condução de programas e projetos educacionais a exemplo do programa De Pé no chão, aprender a Ler e escrever, desenvolvido no Rio Grande do Norte, e a proposta de alfabetização de Paulo Freire em Pernambuco impulsionaram algumas decisões acerca dos rumos do nosso país. Entretanto, o processo de conscientização destacado nesses projetos que se ampliavam em todo o território nacional, foi reprimido pelas Forças Armadas do Brasil com o golpe militar em Paulo Freire. (Fonte: 30

31 Política educacional brasileira: a década de 1960 e a ditadura militar A DÉCADA DE 1960 Aula 4 A partir de 1964, o poder político foi exercido pelas Forças Armadas que passaram a funcionar como eixo norteador do aparelho estatal. Os militares assumiram o poder político; a economia brasileira apresentava sinais de crescimento por conta da implantação da indústria de base e a deterioração dos mecanismos de ascensão da classe média brasileira. Passamos à fase do tão propalado milagre brasileiro. A implantação da indústria de base carecia de mão-de-obra para o setor terciário e para a organização burocrática, numa crescente complexidade de serviços necessários à industrialização. O Estado Brasileiro investia no processo de infra-estrutura de comunicações, transportes e energia criando uma fonte de emprego que exigia diversos níveis de qualificação. No entanto, a classe média sofreu os recuos da sua ascensão social com a abertura de pequenas empresas, investimentos e poupanças. Com a concentração do capital, estruturaram-se os mecanismos de ascensão social. Na verdade, Germano afirma que a industrialização via processo de substituição de importação havia se completado com a implantação do chamado Departamento I da economia, ou seja, do setor responsável pela produção de meios de produção (máquinas, equipamentos, insumos destinados à produção), enfim, de indústria pesada (GERMANO, 1993, p. 49). O sistema educacional foi reorientado para produzir mão-de-obra nos três níveis: respectivamente barato, técnicos de nível médio e de formação superior. As elites dominantes visavam transformar o Brasil numa potência industrial, o que conseguiram à custa do sacrifício do povo brasileiro, lançando mais de 70% da população na pobreza e na mais absoluta miséria, o que negava o desenvolvimento pregado nestas duas décadas mediante o processo de modernização implantado. A desigualdade sócio-econômica entre as classes só tendia a agravar-se à medida que a política pública não promovia uma redistribuição mais justa e eqüitativa. Assim, a educação passou a ser encarada como um canal disponível para a ascensão, gerando conseqüentemente uma demanda social sem responder à expansão do sistema educacional. A política adotada após 1964 vai evoluir de forma diferente nos dois movimentos antes assinalados. Em princípio, ela vai procurar atender as exigências quantitativas da demanda social de educação [...] a expansão da rede escolar, poderia comprometer em parte a política econômica do governo. Daí porque a expansão se deu em limites estreitos e, por não 31

32 Estrutura e Funcionamento do Ensino acompanhar nem ao menos o ritmo do crescimento da demanda, acabou agravando a crise do sistema educacional (ROMANELLI, 1991, p ). No trabalho de tese, publicada com o título de Estado Militar e Educação no Brasil ( ), de José Willigton Germano, Evaldo Vieira afirma no prefácio que, após 1964, a política educacional brasileira nutriu-se de estudos de variada natureza (1993, p.13). O que equivale afirmar uma falta de uma política educacional coerente, cujo principal objetivo era tomar o lugar hegemônico exercido pelas forças que lhes julgavam esquerdista. Agravou-se porque a demanda de pessoal com qualificação de nível médio cresceu em ritmo mais acelerado do que a oferta e criou um déficit que persiste até os dias de hoje. A expansão neste período aconteceu em ritmo lento, resultando numa contestação do sistema educacional feita por manifestações estudantis, mediante protesto de docentes e discentes, na impossibilidade de se efetuar um trabalho de sala de aula, sobretudo pelo excesso de estudantes e falta de recursos. Tudo isso repercutia no campo da educação e da cultura. Campanhas de movimentos de educação e cultura popular despontavam em todos os pontos do país, notadamente no Nordeste, com propostas de conscientização política e social do povo. A matrícula no ensino fundamental aumentou no período ( ), enquanto uma parcela dos estudantes universitários, através da UNE ( União Nacional dos Estudantes) engajou-se na luta pela organização da cultura com vistas a uma transformação estrutural da sociedade brasileira. Greves, mobilizações, assembléias, crescimento das organizações sindicais, surgimento das Ligas Camponesas e dos Sindicatos Rurais faziam parte do contexto político da época (GERMANO, 1993). Para conter a crise, o Governo adotou uma série de medidas a curto e em longo prazo. Entre as medidas tomadas para reorientar o sistema educacional, objetivando satisfazer as necessidades do modelo de modernização industrial, instituiu-se, pela Lei nº de , o Salário-Educação, que obrigou cada indústria a pagar 2% de impostos equivalentes ao salário mínimo de cada trabalhador em favor do sistema oficial de educação. Essas medidas não foram suficientes para gerarem recursos necessários para a eliminação do analfabetismo, nem expandir o sistema educacional. Assim, no período de 64-68, a expansão do ensino ocorreu de forma lenta por conta da contenção econômica para captar recursos 32

33 Política educacional brasileira: a década de 1960 e a ditadura militar numa fase de recuperação, gerando crise, em que o governo, numa transição do modelo econômico e do modelo político, obteve recursos externos, como ocorreu no processo de industrialização, de assessoria e cooperação financeira prestada pelos acordos MEC-USAID. A intervenção do setor externo voltava a se manifestar, assessorando a organização do ensino, apresentando propostas de modernização e criando as condições prévias de retomadas da expansão econômica e política. No entanto, a crise não passava de uma justificativa de pretexto para assegurar ao setor externo oportunidade para propor uma organização do ensino capaz de retomar o desenvolvimento econômico do país. Segundo Romanelli, a forma de atuação da USAID no Brasil seria um tipo de ação que implicava doutrinação e treinamento de órgãos e pessoas intermediárias brasileiras, com vistas obviamente a uma intervenção na formulação de estratégias [...] fosse adotada pelos dirigentes, órgãos e instituições educacionais. (ROMANELLI, 1991). A USAID, então, apresentava estratégias de estabelecer relações entre os recursos aplicados e a produtividade; de atuar no processo escolar e nas instituições escolares; de modernizar os meios de comunicação; e de reforçar o ensino superior sob a forma de programas especiais. No entanto, havia uma predominância para o ensino superior a qual era proposta de forma bastante clara num modelo americano. Foram assinados, entre o MEC-USAID, acordos que objetivavam a melhoria de todos os setores educacionais do país, que iam desde o assessoramento, treinamentos até cursos de aperfeiçoamento a todos os níveis de ensino. No Programa Estratégico de Desenvolvimento PED ( ), a educação passou, então, a ser considerada relevante, mas pela necessidade da captação de novos contingentes de mão-de-obra, ou como instrumento de distribuição de renda, cuja ideologia de ascensão social via educação já se fazia presente. Para atender às especificidades do ideário político implantado, o ensino passou por um processo de mudança em todos os níveis. Foram realizadas tarefas por uma comissão formada por sete membros (cinco americanos e dois brasileiros) instituídas no convênio entre o MEC e USAID, resultando em nova legislação que praticamente revogou a primeira LDB: a reforma do ensino superior Lei ; a reforma do ensino de 1º e 2º graus Lei ; a criação do Mobral Decreto-Lei e e a institucionalização do ensino supletivo Decreto-Lei O Decreto nº e a Lei instituíram a reforma Universitária baseada no modelo norte-americano e pensada pelo Estado populista que fez da Universidade de Brasília um centro de treinamento de estudos superiores que tivesse repercussão em todo o territó- Aula 4 33

34 Estrutura e Funcionamento do Ensino rio nacional. Essa proposta tinha um caráter de urgência para conter a participação política de estudantes e professores universitários que seriam, mais tarde, silenciados pelo Ato Institucional nº 5 (AI-5). Um verdadeiro clima de terror foi instituído, onde [...] qualquer pessoa, a qualquer momento, sem razão válida, poderia ser presa, torturada e até mesmo assassinada (WEREBE, 1994, p. 78). A reforma do ensino superior trouxe algumas modificações na estrutura interna das universidades referidas na lei, como a departamentalização, a matrícula por disciplina, o curso básico e a institucionalização da pós-graduação. Moreira Alves apresenta sumariamente a abrangência do AI-5 em relação aos poderes atribuídos ao executivo por este Ato: Poder de fechar o Congresso Nacional e as assembléias estaduais e municipais; Direito de cassar os mandatos eleitorais de membros dos legislativos e executivos nos níveis federal, estadual e municipal; Direito de suspender por dez anos os direitos políticos dos cidadãos; Direito de demitir, remover, aposentar ou por em disponibilidade funcionários da burocracia federal, estadual e municipal; Direito de demitir ou remover juízes, e suspensão das garantias ao judiciário de vitaliciedade, inamovibilidade e estabilidade; Poder de decretar estado de sítio sem qualquer dos impedimentos afixados na Constituição de 1967; Direito de confiscar bens como punição por corrupção; Suspensão de garantia de hábeas corpus em todos os casos de crimes contra a segurança nacional; Julgamento de crimes políticos por tribunais militares; Direito de legislar por decreto e baixar outros atos institucionais ou complementares; e finalmente, Proibição e apreciação pelo judiciário de recursos impetrados por pessoas acusadas em nome do AI-5 (MOREIRA ALVES, 1984, p. 131) Do ponto de vista administrativo, a reforma universitária permitiu o aumento da matrícula a custo mínimo, através da nova estrutura acadêmica. Os seus decretos adicionais visavam à solução da crise universitária por meio de medidas disciplinares de captação e controle do estudante brasileiro. Um exemplo dessas medidas se encontra descrita no Decreto-Lei 477, de 26 de fevereiro de 1969, que liquidou o direito ao protesto estudantil, movimentos de greve e agitação de caráter político. A criação do vestibular classificatório (eliminava o problema dos excedentes) definia, a priori, a quantidade de aprovados no vestibular. Os excedentes eram convocados a partir de desistências dos aprovados da instituição. 34

35 Política educacional brasileira: a década de 1960 e a ditadura militar Já a Lei apresentava três pontos fundamentais: a extensão da escolaridade obrigatória, compreendendo agora todo o ensino de 1º grau; junção do primário com o ginásio e a generalização do ensino profissional em nível de 2º grau (grifo nosso). Essa reforma do ensino teve como objetivo deslocar para o mercado de trabalho uma parte crescente da demanda de candidatos ao ensino superior, transformando o ensino médio em profissional e dando ao ensino de 1º grau uma conotação de iniciação para o trabalho. Concentrava-se basicamente em adequar os recursos educacionais às propostas desenvolvimentistas mediante a internacionalização do mercado brasileiro. Essas reformas educacionais subordinavam os objetivos, os métodos, os currículos e áreas de ensino, aos projetos e aos cálculos econômicos. Adotou-se uma nova organização dos currículos e instituiu a habilitação profissional, retirando do ensino médio o caráter exclusivo de preparação para o ingresso na universidade. Freitag aponta que [...] a lei procura corrigir as inadequações do sistema de ensino médio anterior, em face de uma nova realidade, mas também uma decorrência necessária da reformulação do ensino superior, a fim de ajustar ideológica, estrutural e funcionalmente os três níveis de ensino (1986, p ). O ensino no Brasil passou a abranger os três sistemas básicos: regular, supletivo e especial. O ensino regular compreendia o ensino de pré-escolar, 1º, 2º e 3º graus, mais um 4º grau, de pós-graduação. O ensino de 1º e 2º graus era composto de um núcleo comum e de uma parte diversificada nos seus currículos, consubstanciados como educação geral e formação especial. Sua finalidade básica era [...] proporcionar ao educando a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades como elemento de auto-realização, qualificação para o trabalho e preparo para o exercício consciente da cidadania (Art. 1º da LDB ). Os princípios básicos da Lei baseavam-se na continuidade e na terminalidade. Pelo princípio da continuidade, entende-se como um conteúdo que parte de uma base de educação geral ampla para a formação especial e profissional, ou seja, a passagem gradativa do geral para o particular, garantindo a continuidade nas séries. O princípio da terminalidade é entendido como caráter terminal em que facultava uma formação que capacitava para o exercício de uma atividade, dando-lhe o direito de concluir o ensino de 1º grau. Uma vez concluído, o indivíduo estava em condições de ingressar no mercado de trabalho. Segundo Romanelli, várias são as incoerências postas na reforma do ensino de 1º e 2º graus, das quais destacamos a aplicação de reforma na zona rural, tendo em vista que as condições para a sua implantação é a integração de recursos humanos e materiais necessários para o desenvolvimento das atividades educacionais. Na zona rural, grande parte das es- Aula 4 35

36 Estrutura e Funcionamento do Ensino colas possuía um número reduzido de salas de aulas e de pessoal habilitado para exercer função, bem como da implantação em caráter gradativo de todo o 1º grau. O ensino na zona rural só atendia à primeira fase do 1º grau que corresponde à 1ª até a 4ª série e ainda assim não existia pessoal habilitado e também condições de infra-estrutura para tal funcionamento. Se, na cidade, as deficiências são muitas, imagine no campo onde ainda impera uma dependência à [...] modernização conservadora (THERRIEN, 1993, p.39)! Este fato ainda persiste nas escolas localizadas na zona rural do território brasileiro, em particular no norte e nordeste do Brasil. Quanto ao ensino médio, este visava à demanda social da educação superior e lançar para o mercado de trabalho boa parcela da população que procurava a universidade. Pretendia-se, com este ensino, acabar com o dualismo, superar a distinção entre profissões intelectuais e manuais, instituindo a homogeneidade, tornando obrigatória a profissionalização em todas as escolas do País. O elemento fundamental era [...] destacar a profissionalização do ensino de 2º grau como manifestação de um processo de reorganização do ensino, com vistas ao aperfeiçoamento das funções de discriminação social via escolaridade (WARDE, 1979, p. 77). No entendimento de Werebe, essa suposta profissionalização de [...] romper com a dicotomia ensino propedêutico e ensino técnico, era totalmente ilusória e estava predestinada ao insucesso total (1994, p. 151). O mesmo atribui-se ao fato da improvisação de instalações e equipamentos necessários para o desenvolvimento de atividades práticas, bem como arranjos feitos em alguns estabelecimentos para acatar a obrigatoriedade da profissionalização, tornando-a irreal pela falta de condições materiais e de pessoal habilitado, recursos financeiros para custear as despesas decorrentes de reposição de equipamentos necessários aos estabelecimentos de ensino. 36

37 Política educacional brasileira: a década de 1960 e a ditadura militar CONCLUSÃO Aula 4 A fim de reordenar o sistema brasileiro de ensino atos, decretos, leis foram determinando os fins educacionais visando atender aos interesses da classe dominante e consequentemente ao mercado internacional com a idéia de progresso e desenvolvimento num país como as nossas. Quando concluíam o ensino médio, os jovens reivindicavam o acesso ao ensino superior e, por não conseguir atender à demanda social com uma nova legislação para o ensino superior, foi criado o vestibular classificatório. Apesar de os cursos profissionalizantes serem igualados aos de 2º grau, aqueles sujeitos que concluíam o 2º grau de caráter profissional iam para o trabalho e, assim, o governo conseguia reter o quantitativo de jovens que buscavam a universidade para ter acesso ao ensino superior e lançar para o mercado de trabalho boa parcela da população que procurava a universidade. Pretendia-se, com este ensino acabar com o dualismo, superar a distinção entre profissões intelectuais e manuais, instituindo a homogeneidade, tornando obrigatória a profissionalização em todas as escolas do País. RESUMO O Brasil modificou o ensino sob a forma de graus diferenciados 1º, 2º, 3º e 4º graus, assumindo caráter de terminalidade a partir do 1º grau em que o educando já se encontrava preparado para assumir o trabalho na sociedade, prestando serviço de iniciação ao trabalho. As leis educacionais contiveram os impulsos dos estudantes que reivindicam vagas nas universidades, impondo o vestibular classificatório como forma de conter as pressões dos estudantes. A lei procurou corrigir as inadequações do sistema de ensino médio anterior, em face de uma nova realidade, mas também uma decorrência necessária da reformulação do ensino superior, a fim de ajustar ideológica, estrutural e funcionalmente os três níveis de ensino de modo a fazer ajustes para atender aos interesses internacionais quando trouxe para o Brasil estrangeiro para auxiliar os brasileiros na elaboração de propostas, sobretudo no ensino de 2º grau e superior. 37

38 Estrutura e Funcionamento do Ensino ATIVIDADES Consultar o site do MEC e fazer leitura dos objetivos e finalidades da Lei 5.692/71. Converse com uma diretora da escola pública de sua cidade a respeito dessas mudanças na prática do contexto escolar e depois troque informações com seus colegas no chat. COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES Ao conversar com os diretores, vocês terão surpresas ao se deparar com a falta de condições materiais e de pessoal qualificado para atender às mudanças impostas pelo governo federal em todo o território nacional da implantação gradativa do 1º grau em todas as escolas e o 2º grau profissionalizante em todas as escolas públicas. AUTO-AVALIAÇÃO Sou capaz de analisar o período estudantil do qual faço parte, classificando a legislação vigente? PRÓXIMA AULA Na próxima aula, conheceremos os programas e projetos implementados pelo governo federal. 38

39 Política educacional brasileira: a década de 1960 e a ditadura militar REFERÊNCIAS Aula 4 BARROS, Samuel Rocha. Estrutura e funcionamento do ensino de 2º Grau. De acordo com a reforma do ensino de 1º e 2º Graus: Lei 5.692/71. 2 ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, BERGER, Manfredo. Educação e dependência. 4 ed. São Paulo: DIFEL, FREITAG, Bárbara. Escola, Estado e sociedade. São Paulo: Moraes, 1986 GERMANO, José Willington. Estado militar e educação no Brasil ( ). São Paulo: Cortez, NEVES, Lúcia Mª Wanderley. Educação e política no Brasil de hoje. São Paulo: Cortez, PELLANDA, Nize Maria Campos. Ideologia, educação e repressão no Brasil pós Porto Alegre: Mercado Aberto, RIBEIRO, Maria Luisa Santos. História da educação Brasileira. A organização escolar. 14 ed. Campinas: São Paulo, ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da educação no Brasil ( ). 14. ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, SOARES, Maria José Nascimento. Educação municipal em Simão Dias: reconstituição histórica ( ) , p. Dissertação (Mestrado em Educação) Pós-Graduação em Educação. Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão, 1996 SODRÉ, Nelson Werneck. A história militar do Brasil. 3 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, THERRIEN, J; DAMASCENO, Maria N. (coord.). Educação e escola no campo. Campinas: Papirus, WARDE, Mirian Jorge. Educação e estrutura social. A profissionalização em questão. 3 ed. rev. São Paulo, 1983 WEREBE, Maria José G. Grandezas e misérias do ensino no Brasil: 30 anos depois. São Paulo: Ática,

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41 PROGRAMAS E PROJETOS IMPLEMENTADOS PELO GOVERNO FEDERAL Aula 5 META Apresentar os projetos e programas implementados pelo governo para atingir objetivos previstos na legislação brasileira. OBJETIVOS Ao final desta aula, o aluno deverá: conhecer os programas e projetos executados com a implantação das Leis e PRÉ-REQUISITOS Conhecimentos acerca da política educacional brasileira. Políticas educacional no Brasil (Fonte:

42 Estrutura e Funcionamento do Ensino INTRODUÇÃO Caro aluno, nesta aula, estudaremos sobre os programas e projetos que foram executados pelo Governo Federal depois da ditadura militar. Com a abertura política, o país inicia um processo de redemocratização e consolidam-se as ações previstas na legislação vigente (Lei ). O governo formula projetos para atenuar as diferenças na formação dos professores, nos métodos pedagógicos e nas condições estruturais das escolas. Investe também na transferência de recursos da União para os Estados e Municípios para que sejam viabilizados os programas e os projetos nos respectivos municípios. Professor. (Fonte: 42

43 Programas e projetos implementados pelo Governo Federal PROGRAMAS E PROJETOS Aula 5 Ao longo do processo histórico e com a demanda crescente de pessoal qualificado profissionalmente, mas sem trabalho para atender ao mercado, o governo assume estratégias diferenciadas no sistema de ensino, alterando, significativamente, a estrutura organizacional das escolas que ofereciam o ensino de 2º grau naquela época. Esta alteração aboliu a Lei , homologando a Lei uma emenda à Lei que suprimiu o caráter de obrigatoriedade da profissionalização nas escolas públicas do Brasil. A expressão qualificação do trabalho foi substituída por preparação para o trabalho, enfatizando a formação integral do aluno. Um panorama educacional, neste período, pode ser caracterizado pela [...] repressão, privatização do ensino, exclusão de boa parte das classes populares do ensino elementar de boa qualidade, institucionalização do ensino profissionalizante, tecnicismo pedagógico e desmobilização do magistério através de abundante e confusa legislação educacional (GHIRALDELLI JUNIOR, 1990, p. 165). Como afirma Germano, o acesso à escola [...] tem acompanhado o perfil de distribuição da renda e da desigualdade social (1993, p.171) muito presente na contemporaneidade. Apresentaremos, a seguir, algumas noções informativas de projetos e programas do governo federal. O Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização), criado em 1967, no governo de Costa e Silva, tinha como meta um esforço nacional de alfabetização de adultos na faixa etária de 15 a 35 anos de idade. Não alfabetizava diretamente, mas orientava, supervisionava, coordenava e financiava supletivamente os municípios e ou comunidades interessadas em desenvolver ações de alfabetização nos seus respectivos municípios. O trabalho tinha duas etapas: alfabetização e educação integrada. Além do seu objetivo principal, o órgão interessava-se pelo aconselhamento vocacional, aprendizado e exercício de uma profissão e/ou encaminhamento para futuros estudos, podendo ser considerado como uma medida de captação e contenção do operário, de modo a dar o mínimo de qualificação aos trabalhadores. Esse movimento não conseguiu sequer baixar o índice percentual de analfabetos no Brasil, permanecendo o problema até hoje praticamente inalterado apesar da grande quantidade de postos, recursos e métodos de ensino utilizados, o que leva a crer que o problema perpassa por questões sócio-econômicas da população brasileira. Assim, a falta de vontade política e o adequado financiamento prejudicaram a ação educacional daquela época. 43

44 Estrutura e Funcionamento do Ensino O Mobral foi um programa de alfabetização que se opôs às idéias políticas e anti-burocráticas de Paulo Freire. Na prática, não conseguiu atingir os objetivos planejados. Foi extinto em 1986, sendo substituído pela Fundação Educar. O projeto inicial fazia dessa fundação apenas um organismo de financiamento e de movimentos alfabetizadores no âmbito da sociedade civil. No entanto, seu funcionamento não passou de mero desempenho de atividades pautadas nas diretrizes estabelecidas no momento de sua criação, sendo extinta no governo de Fernando Collor de Melo no início de 1990, sem que se tivesse feito uma avaliação dos programas em andamento. Paralelo às reformas educacionais, o ensino supletivo buscou alcançar maior contingente da população analfabeta, principalmente àqueles que nunca freqüentaram a escola na sua respectiva faixa etária, bem como os reprovados e evadidos do ensino regular. O supletivo tem como funções básicas: o suprimento atualização para o retorno ao ensino regular; a qualificação preparação para o trabalho sem exigência do nível de escolaridade; e a aprendizagem formação metódica no trabalho por empresas. Além de ter uma estrutura, duração e características diferentes dos outros cursos de formação normal, o ensino supletivo difere dos outros por ser ministrado livremente através dos modernos meios de comunicação de massa. Neste período, foram incentivadas as Escolas de Aprendizes, através de apoio, organização e programas de cursos de aperfeiçoamento; atualização e qualificação para a população adulta, por meio de cursos profissionalizantes oferecidos pelo SENAI, SENAC e pelas Escolas Técnicas. As reformas do ensino destacaram também a utilização do uso tecnológico: rádio, televisão, cinema e sistema de correios. O Estado desenvolveu projetos nesta área, como o Projeto de Satélite Avançado de Comunicações Interdisciplinares (SACI), na década de 70 que tinha a pretensão governamental do Brasil Potência e o Projeto EDUCOM que consistia em projetos de experiências a serem desenvolvidas em escolas de 2º graus sob controle das universidades, onde se definiria uma política de informática na educação. Do ponto de vista Constitucional, a educação inspirou-se nos ideais liberais, aparentemente democráticos, incorporando os lemas considerados importantes, conforme estabelece o art. 176 da Constituição Federal [...] a educação inspirada no princípio de unidade nacional e nos ideais de liberdade e solidariedade humana, é direito de todos e dever do Estado, será dada no lar e na escola (BRASIL, 1988). No entanto, serão negados, na prática, os recursos necessários para a sua implantação. Nesta época, no Brasil, uma parte substancial da sua população pertencente às classes subalternas sequer teve acesso à escola por vários fatores. Além disso, havia uma política educacional que tinha a 44

45 Programas e projetos implementados pelo Governo Federal pretensão de suprir um quadro de carências, que se traduzia na pura e simples exclusão da escola ao grande contingente populacional pela falta de promover condições reais de permanência na escola. A partir de meados dos anos de 1970, o esgotamento do chamado milagre econômico aportava para um conjunto de bons resultados no campo da economia. Existia alto nível no crescimento econômico da produção, tinha-se gerado poupança e assegurado razoável estabilidade monetária, diminuindo-se os efeitos da inflação divulgados pela propaganda governamental. Isto contribuiu decisivamente para que o projeto de educação implantado em 1964 perdesse seu caráter nacional, voltando ao desenvolvimento de ações e programas dirigidos às áreas mais pobres do país (região Nordeste e Norte, mas especificamente na zona rural). O Governo Federal Ernesto Geisel introduziu, na política educacional do país, mecanismos de coordenação das políticas e programas sociais, objetivando ajudar aos carentes, por meio de projetos que levaram a uma pulverização de recursos, passando a financiar atividades ligadas a área social para atender às necessidades de regiões ou locais bastantes diferenciados e específicos. O ensino supletivo, criado pelo Parecer do CE, teve como finalidade suprir a escolarização regular para os adolescentes e adultos que não tinham seguido ou concluído o curso regular em idade própria. Assim, o supletivo proporcionaria, mediante repetida volta à escola, estudos de aperfeiçoamento e ou atualização para os que pudessem seguir o ensino regular no todo ou em parte. A Lei incentivava a procura de novos modelos de organização escolar, e esta flexibilidade ensejou diversas experiências mais ou menos significativas. São funções básicas do ensino supletivo: a) Suplência suprir a escolarização regular para os adolescentes e adultos que não tenham seguido ou concluído o curso. É a escolarização intensiva ou extensiva; b) Suprimento proporcionar, mediante repetida volta à escola, estudos de aperfeiçoamento ou atualização para os que tenham seguido o ensino regular no todo ou em parte. c) Aprendizagem formação metódica no trabalho, a cargo das empresas ou de instituições por estas criadas e mantidas, a exemplo do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), ambos criados na década de 40. d) Qualificação visa efetivamente à profissionalização, sem preocupação com a educação geral. É o preparo profissional proporcionando aos não aprendizes, tecnicamente falando, em níveis inferiores, idênticos ou superiores níveis de aprendizagem. Aula 5 45

46 Estrutura e Funcionamento do Ensino Os cursos supletivos no Brasil procuram, mediante a complementaridade e a equivalência entre o ensino regular e o ensino supletivo, dissimular a sua função de garantidor dos interesses das classes dominantes, ou seja, destinar ensinos distintos para as classes sociais distintas, legitimando a desigualdade dos padrões de escolarização existentes, em termos de duração e de conteúdo. As funções de suplência e suprimentos permitem dissimular o fato importantíssimo da existência do setor autônomo da aprendizagem destinados a jovens da classe trabalhadora para continuar a pertencer a ela, ou seja, uma prática quotidiana de reproduzir a estrutura de classes mediante educação sistemática. Esses são os argumentos para explicar as contradições de carências conjunturais no nosso país. Nesse sentido, foram implantados inúmeros programas de impacto político-social que envolvia toda a comunidade, a exemplo do PRODECOR Programa Nacional de Desenvolvimento de Comunidades Rurais, 1976; PIASS - Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento do Nordeste, 1976; PRODASEC Programa de Ações sócio-educativas e Culturais para as Populações Carentes do Meio Urbano, 1980; PRONASEC Programa de Ações Sócio- Educativas e Culturais para as populações Carentes do Meio Rural, 1980 e o Programa de Educação Pré-escolar, em A propósito deste projeto, Barreto e Arelaro escreveram que o [...] apoio prestado por este projeto à mais precária das redes de ensino do País constitui, entretanto, um esforço sobremodo modesto diante das dimensões apresentadas pelos seus problemas estruturais (1986, p. 8). Nesse período, a educação foi uma das políticas sociais que serviu à cooptação das classes subordinadas. A prioridade deixa de ser em torno do crescimento econômico e passa a ser regida como instrumento para atenuar a situação social, criando a ilusão de que, mediante o planejamento e a administração, é possível promover a participação de todos no bem comum. Nessa época, uma ciranda de projetos já citados resultou numa fragmentação da política educacional e na pulverização de recursos. Em 1975, o governo retomou a chamada municipalização do ensino. Tal estratégia justificou-se pelo fato de transferir aos municípios os encargos, cada vez maiores, com o ensino de 1º grau que se tornou obrigatório a partir dos 7 anos aos 14 anos. Cabia aos municípios promover, anualmente, o levantamento da população que alcançasse a idade escolar para proceder a sua chamada para matrícula. O Art. 58, parágrafo único estabelece que [...] as providências de que trata este artigo visarão à progressiva passagem para a responsabilidade municipal de encargos e serviços de educação, especialmente de 1º 46

47 Programas e projetos implementados pelo Governo Federal grau, que pela sua natureza possam ser realizados mais satisfatoriamente pelas administrações locais. A responsabilidade desse grau de ensino é do município que deve atender à população em idade escolar de 7 a 14 anos, incentivando, assim, a municipalização do ensino. A municipalização do ensino foi a política adotada pelo governo federal e pelos governos estaduais, desde os idos de 1970, para promover a implantação de projetos, como o Projeto de Coordenação e Assistência Técnica ao ensino Municipal PROMUNICÍPIO e o Programa de Expansão e Melhoria da educação no Meio Rural do Nordeste EDURURAL justificado pelo MEC como uma necessidade de descentralizar e democratizar o sistema de ensino, transferindo para a esfera municipal. A criação desses projetos se constituiu num marco significativo da municipalização da ação federal na área da educação que foram geridos e gestados pela instância federal, com forma de intermediação política e administrativa do município, tornando-se um poderoso instrumento de políticas educacionais voltadas para o meio rural, cuja rede de ensino, na sua grande maioria, é da alçada municipal. Esses planos e programas tiveram a finalidade de atender e suprir a carência de uma parte substancial da população localizada no Nordeste, em virtude da precária situação do ensino pertencente à zona rural, com as seguintes prioridades: melhoria das condições de ensino, melhoria da rede física e o fortalecimento do processo de planejamento, de forma a garantir a continuidade do processo de expansão e melhoria da educação no meio rural. Em relação à elaboração dos planos, o governo federal organizou o I Plano Nacional de Desenvolvimento ( ) e propôs, segundo Demo (1997), que para esse plano o aproveitamento dos recursos humanos, como fator de produção e consumo [...] e o 1º grau, aparece claramente a meta de intensificar a preparação da mão-de-obra e de expandir as oportunidades de emprego. No II Plano de Educação e Cultura, elaborado para o período de , estava prevista a necessidade de atualização de conhecimento científico e técnico, a expansão seletiva da pós-graduação, recomendando também o uso extensivo das telecomunicações na transmissão de programas extensivos à população. A política educacional se fundamentou em dois grandes objetivos: implementação do processo de desenvolvimento e a criação de uma sociedade democrática. Assim, a educação deveria ser eficiente para transformar o homem em agente produtivo na sociedade. Propunha uma visão tecnicista: o plano tinha como objetivo assegurar meios de plena afirmação do homem brasileiro; promover sua integração na sociedade; capacitá-lo Aula 5 47

48 Estrutura e Funcionamento do Ensino para o desenvolvimento do país e garantir a democratização do acesso à educação e do sucesso individual e social. A educação sofre uma queda substancial no seu crescimento e na determinação da qualidade do ensino por vários fatores: os movimentos populares adquiriram nova postura, realizando inúmeras greves; a intensa atuação da Igreja progressista junto às camadas subalternas e a negação conduzida pelo Estado, que passa a privilegiar as políticas de saúde e habilitação que disputam as verbas destinadas à educação. Poderíamos questionar: de fato, o que mudou no cenário educacional neste período? É incontestável que os governos militares demonstraram uma preocupação acerca da democratização de vagas, aumento na construção de prédios escolares, aumento no número de matrícula. No entanto, o nível de ensino que mais cresceu foi o de pós-graduação em É possível dizer que as pressões políticas exercidas por parte de uma clientela intelectualizada tenha sido responsável pelo crescimento do ensino de pós-graduação no Brasil. Assim sendo, o topo da pirâmide cresce, antes que haja suficiente cobertura dos níveis inferiores. No III Plano Nacional de Desenvolvimento, de 1980 a 1985, foram asseguradas, para a educação, cinco prioridades, a saber: a educação no meio rural; a educação nas periferias urbanas; o desenvolvimento cultural; o planejamento participativo e o aperfeiçoamento da capacitação e alocação de recursos para os municípios. Propagou-se, nesse período, uma educação voltada para a redução das desigualdades sociais por meio de estratégias de atuação nos setores de baixa renda da população, especialmente na zona rural e nas periferias, permanecendo desafiadoras as taxas de escolarização, índice de repetência e evasão, difícil adequação do sistema de ensino às particularidades da clientela da zona periférica e da rural. Um projeto articulado por parte do Ministério da Educação promoveu ações e programas de 1º grau diretamente com os municípios, por meio de convênios tendo separado parte da quota federal do Salário-Educação para financiar programas municipais numa ação direta do MEC-Município, [...] na verdade foi um esforço sistemático para fortalecer as bases políticas de sustentação do governo federal junto aos governos municipais (MELO, 1993, p.18). O Programa de Educação para todos, criado pelo Decreto nº /83, passou a destinar 25% da quota federal do salário-educação aos municípios, configurando-se como veículo privilegiado por meio do MEC que criou mecanismos para transferência e controle dos mesmos. Assim, a instância estadual ficou reduzida à mera repassadora de informações puramente formais, restritas a uma declaração quanto à adequação dos projetos municipais. Estabeleceu também a ampliação e o redirecionamento dos Programas Nacional de 48

49 Programas e projetos implementados pelo Governo Federal Alimentação Escolar (PANAE); do livro Didático (PNLD) e da Merenda Escolar (PNME), como mecanismos para amenizar, no interior da escola, os problemas pertinentes à reprovação, evasão e as desigualdades sociais que, sem dúvida, interferem no processo ensino-aprendizagem. A partir de 1982, com a primeira eleição direta para governadores, o governo federal, através do MEC, perdeu, em definitivo, sua liderança como instância estratégica de articulação da política nacional de educação. Munidos de legitimidade, os novos governadores dispunham de autonomias para implementar políticas educacionais próprias. O governo federal acabou com a Cota Federal do Salário-Educação, pois tinha grande poder de intervenção, utilizando novas formas de ação direta junto aos municípios. Guionar N. de Melo, afirma que, em 1983, o Decreto , reservou 25% dos 30% que constituem a cota federal do Salário de Educação para financiamento a programas municipais, mediante convênios diretos com o MEC e as prefeituras. Tecnicamente esses programas deveriam ser avaliados pelo Conselho Estaduais de Educação (CEE), mas, em função da carência dos municípios e das práticas político-clientelistas que os orientaram, grande parte dos convênios foi submetido a uma aprovação meramente formal. A escola, ao longo dos anos, é a persistência dos excludentes, continua excluindo grande parte da população, distribuindo-a conforme sua situação econômica. Assim, a taxa de analfabetismo da população de mais de 15 anos representa 19% da população. Nessa faixa etária, dos que ingressam na escola, apenas 58% conseguem chegar à segunda série do 1º grau e os demais são reprovados e se evadem precocemente. Para Cunha, o ensino de primeiro grau brasileiro retém um número grande de crianças na fase de escolarização obrigatória: dos que ingressam na primeira série só os aprovados têm a probabilidade de 82% de chegarem à quarta série e 48% de chegarem à oitava série. Esses percentuais são agravados se comparados entre a zona urbana e rural, caracterizando muito bem o papel da exclusão social que a escola assume, sem levar em conta a exclusão anterior ao ingresso da criança por falta de vagas nesta época em questão. Em 1986, o Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Educação no Município representa um redirecionamento na forma de o MEC se relacionar com os municípios. Esse programa procurava amenizar a situação da escola, mas não significava que conseguiam resolver, por entender que a questão era de ordem meramente social. Diante da situação exposta, o Brasil foi apontado como o país latino-americano mais importante na produção de ciências. Contraditoriamente, expõe realizações sem relevo na educação básica. Dados demonstram que, nas séries iniciais do ensino de 1º grau, os problemas vão desde os que nunca freqüentaram a escola, aos que saem sem completar sequer o ano letivo, enquanto que a Aula 5 49

50 Estrutura e Funcionamento do Ensino qualidade do ensino demonstra a incapacidade do sistema em resolver esses problemas, gerando alta taxa de repetência e evasão. A crise do ensino brasileiro exige, portanto, a elaboração de diretrizes político-econômicas voltadas para o aumento de recursos destinados à educação; para a diminuição das diferenças entre as regiões; revisão curricular; melhoria das condições de trabalho e de salário dos professores, bem como de sua qualificação. Segundo dados publicados no Plano Decenal de Educação para Todos de 1993, o Brasil vem enfrentando sérios problemas econômicos que trouxeram, como conseqüência, o nível crescente de desigualdade social e regional, onde o número de pessoas vivendo na absoluta pobreza aumentou de 29,5 para 39,2 milhões, estando a maior parte concentrada na Região Nordeste (56%). A acentuação das desigualdades reflete as condições de acesso à escola, e de extensão da escolaridade, por motivo da incorporação de crianças e jovens na idade escolar ao mercado de trabalho. Neste sentido, o país deverá levar à frente um projeto político de inclusão das camadas populares, penalizadas no direito de usufruir dos bens culturais produzidos pela escola ao longo da história do Brasil. Isto implicará em recursos financeiros, vontade política e pessoal qualificado. ATIVIDADES Consulte o site do MEC para entender os aspectos pertinentes à Lei nº no que se refere à obrigatoriedade à profissionalização nas escolas públicas de modo a compreender as mudanças estabelecidas pela homologação dessa lei. Entreviste pessoas da comunidade que relate sobre a época do regime militar acerca da escola pública. 50

51 Programas e projetos implementados pelo Governo Federal COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES Aula 5 Como forma de atenuar a situação das comunidades localizadas na zona rural, os municípios receberam verbas do governo federal e do Banco Mundial, recursos para a construção, reforma de estabelecimentos de ensino e para formar professores que foram, através do curso de formação intitulado LOGOS II, habilitados, pois a grande maioria da zona rural era leigo. Além disso, os recursos também serviram para elaboração de cartilhas específicas para a zona rural, como forma de resolver os problemas pedagógicos (métodos de alfabetização) dentre outras ações que, porventura, vocês ouviram dos professores e ou diretores das escolas visitadas. O problema de centralização ou descentralização de verbas ou ampliação das liberdades de Estados e Municípios terá que ser encarado ao nível político como renegociação da distribuição do poder, exigindo novas lideranças com metas e objetivos concretos, capazes de resolver o problema de democratização do ensino. Decerto, num país como o nosso, de exclusão, é preciso buscar canais mais abertos à democratização, sem considerar o neoliberalismo como alternativa possível, já que este certamente contribuirá para maior exclusão da maioria da população, buscando entender as determinações históricas que explicam as mudanças em todos os setores da vida social. Isto vai provocar a luta pela volta ao estado de direito, a recuperação da sociedade civil e o caminhar para uma abertura calculada. A institucionalização democrática do País custou caro à educação, sobretudo do ponto de vista da gestão que, sob a tutela do MEC, criou a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) e o incentivo ao processo de municipalização do ensino de primeiro grau. Isto foi concebido mais como prefeiturização das escolas do que como descentralização de decisões com a participação das instâncias locais, ou seja, a reconcentração de poder em nível municipal, agravando a situação da educação do País. Ademais, a política de educação prevista pelo governo militar demonstrou decadência em todos os níveis: o ensino de 1º grau apresentou altas taxas de repetências e evasão principalmente nas séries iniciais; o ensino de 2º grau, definido como profissionalizante, não apresentou características concretas de sua finalidade e, por isso, contou com poucas verbas, uma vez que a política do MEC concentrou esforços no ensino de 1º grau; as escolas técnicas perderam seu caráter vocacional e de nível de 51

52 Estrutura e Funcionamento do Ensino instrução, ou seja, não conseguiram transmitir a noção de uma profissão, além do que não houve absorção do contingente de formados no mercado de trabalho e, por fim, o ensino superior, após a reforma de 1969, mudou a forma. As universidades começaram a conviver com verbas insuficientes e, a partir de 1984, os sinais de crise tornaram-se visíveis por meio da proibição de contratação de funcionários e professores, baixos salários e a falta de condições materiais para a pesquisa e a extensão, culminando tudo isso com a avalanche de aposentadorias. CONCLUSÃO Acirram-se as questões acerca do público e do privado. O ensino público passa por um processo de descrédito por parte da população que vem até nossos dias: para muitos o ensino é de baixa qualidade, prejudicado pelas greves sucessivas que, ao invés de colocar a população a favor do público, reforça o ensino privado. As longas greves contribuem para importantes mudanças no plano ideológico, que só beneficiam o privativismo: a idéia de que o público é ruim, e o particular é bom; de que a administração pública não tem competência para prestar serviço público. RESUMO Caros alunos, o Brasil empenhou-se na promoção de políticas educacionais voltadas para minimizar situações de carências na qualificação profissional dos docentes, no fracasso escolar do 1º grau (em particular nas séries iniciais), na elaboração de métodos pedagógicos e nas condições de infra-estrutura, dentre outras. Vários projetos e programas não devem ser esquecidos: Mobral; Ensino supletivo; SACI, PRODECOR, EDURURAL, PROMUNICIPIO, PIASS, PRODASEC, PRONASEC, FUNDAÇÃO EDUCAR e os planos voltados exclusivamente para as escolas localizadas na zona rural, numa perspectiva de universalizar o ensino e democratizar oportunidades educativas para as classes menos favorecidas, num esforço nacional de sanar problemas educacionais. Entretanto, a solução está longe de ser 52

53 Programas e projetos implementados pelo Governo Federal AUTO-AVALIAÇÃO Aula 5 Quais os projetos educacionais eu conheço? Serei capaz de distingui-los? PRÓXIMA AULA Na próxima aula, veremos sobre a educação e a legislação do ensino brasileiro REFERÊNCIAS BARRETO, Elba S. de S.; ARELARI, Lisete R. A municipalização do ensino de primeiro grau: teses controvertidas. Em Aberto. Brasília. 1986, 29. p BARROS, Samuel Rocha. Estrutura e funcionamento do ensino de 2º Grau. De acordo com a reforma do ensino de 1º e 2º Graus: Lei 5.692/ ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, BERGER, Manfredo. Educação e dependência. 4 ed. São Paulo: DIFEL, 1984 CUNHA, Luis Antônio. Educação e desenvolvimento social no Brasil. São Paulo: Moraes, DEMO, Pedro. A nova LDB. Ranços e avanços. São Paulo: Papirus, FREITAG, Bárbara. Escola, Estado e sociedade. São Paulo: Moraes, GERMANO, José Willigton. Estado militar e educação no Brasil ( ). São Paulo: Cortez, GHIRALDELLI JUNIOR, Paulo. História da Educação. São Paulo: Cortez, MELLO, Guiomar Namo de. Cidadania e competitividade: desafios educacionais do terceiro milênio. 2 ed. São Paulo: Cortez, RIBEIRO, Maria Luisa Santos. História da educação brasileira. A organização escolar. 14 ed. Campinas: São Paulo, ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da educação no Brasil ( ). 14 ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes,

54 Estrutura e Funcionamento do Ensino SOARES, Maria José Nascimento. Educação municipal em Simão Dias: reconstituição histórica ( ) p. Dissertação (Mestrado em Educação) Pós-Graduação em Educação. Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão, SODRÉ, Nelson Werneck. A história militar do Brasil. 3 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, WARDE, Mirian Jorge. Educação e estrutura social. A profissionalização em questão. 3 ed. rev. São Paulo,

55 Programas e projetos implementados pelo Governo Federal A EDUCAÇÃO E A CONSTITUIÇÃO Aula 6 META Demonstrar a evolução dos objetivos e finalidades da educação nas diferentes Constituições brasileiras. OBJETIVOS Ao final da aula, o aluno deverá: relacionar as finalidades da educação nas Constituições brasileiras. PRÉ-REQUISITOS Buscar no site artigos em relação à educação nas Constituições Federais do Brasil para lê-los. Assembléia legislativa. (Fonte:

56 Estrutura e Funcionamento do Ensino INTRODUÇÃO Bem vindos a nossa sexta aula. Depois de estudarmos acerca das políticas educacionais brasileiras e dos projetos implementados pelo Governo Federal, veremos agora sobre os objetivos e finalidades da educação no Brasil. Durante muito tempo, os direitos sociais em especial, a educação foram motivos de muitas reivindicações do povo, no sentido de legitimar direitos por meio da elaboração de artigos a serem contemplados nas Constituições. Entretanto, somente na Constituição de 1824 é que a instrução pública é ampliada para a população brasileira. Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA) - Plácido de Castro/Acre Brasil. (Fonte: 56

57 A educação e a Constituição CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA Aula 6 A Constituição é a lei fundamental de uma nação que contém as normas referentes à formação dos poderes públicos, forma de governo, distribuição de competências, direitos e deveres dos cidadãos com a finalidade de assegurar a ordem estabelecida entre os cidadãos que participam de uma determinada nação. As primeiras Constituições brasileiras pouco enfatizaram a preocupação com a educação, modificando esta situação nas últimas cartas com regulamentações mais específicas. Para Souza, [...] o que se teve nas primeiras Constituições de 1824 e 1891 foram referências em passant ao tema, sem nenhuma intenção de valorizá-lo (2001, p. 19). Nesse sentido, abordaremos os principais tópicos apresentados nas Constituições Brasileiras: 1824 instrução primária gratuita e aberta a todos os cidadãos (Art. 179); Lei do ensino primário de 1827, em que os professores deveriam ensinar os princípios da moral cristã e da doutrina da religião católica omissão em relação à gratuidade do ensino primário; descentralização; liberdade de ensino e laicidade a educação é direito declarado na constituição (Art. 149); ensino primário integral gratuito e de freqüência obrigatória, extensiva aos adultos (Art. 150); o papel da família e dos poderes públicos tornam-se evidentes; o governo federal elabora diretrizes (autonomia e descentralização); ensino religioso (Art. 153); aplicação de recursos para a educação (Art. 156); elaboração do Plano Nacional de Educação (Art. 150) é dever do Estado contribuir, direta e indiretamente, para o estímulo e desenvolvimento (Art. 128) de todos; ensino primário obrigatório e gratuito (Art. 130); ensino religioso (Art. 133); centralização administrativa e padronização curricular Estado e família direito e dever de educar (Art. 166 e 167); ensino religioso com matrícula facultativa para os alunos e obrigatória para a escola (Art. 168); ensino primário gratuito (Art. 168); definição de princípios estabelecidos em Lei (Art. 168); financiamento com vinculação constitucional (Art. 169); elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional educação como direito de todos; liberdade de ensino; igualdade de oportunidades; gratuidade universal primário; no secundário e superior, gratuidade àqueles que comprovassem insuficiência de meios educação inspirada no princípio da unidade nacional (Art. 176); definição de princípios e normas (Art. 176). 57

58 Estrutura e Funcionamento do Ensino 1988 educação: direito de todos e dever do Estado e da família (Art. 205); o dever do Estado será garantir o ensino fundamental obrigatório e gratuito e é direito público subjetivo (Art. 208); ensino religioso (Art. 210); ensino ministrado com bases nos princípios estabelecidos em Lei (Art. 206); autonomia universitária; gestão democrática (art. 206); aplicação de recursos para a educação (Art. 212); elaboração do Plano Nacional de Educação (Art. 214). A Constituição nascida no período de transição mediou a passagem da nação do regime ditatorial para o democrático e trouxe, no seu bojo, avanços e inviabilidades, direcionando-a a uma série de reformas. Em relação à educação, essa foi quantitativamente contemplada nos art. 205 até o art Contudo, vale salientar que a Constituição de 1988 arrola os deveres do Estado e ainda os casos cabíveis para o direito público subjetivo da criança em idade escolar e casos de impedimento de matrícula. ATIVIDADES Leia, na Constituição Federal do Brasil de 1988, o capítulo Da Educação e estabeleça um comparativo dos princípios estabelecidos na Lei 9.394/96. COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES Caro aluno, verifique que, ao comparar o Art. 206 da Constituição Federal e o Art. 3º da Lei 9.393/96, não existem alterações nos respectivos artigos. 58

59 A educação e a Constituição CONCLUSÃO Aula 6 Dessa forma, podemos afirmar que o Brasil demorou muito a legitimar e planificar uma educação para todos os cidadãos de modo a atender aos interesses de fato, como estabelece os artigos da Constituição Brasileira, em que define seus princípios, competências e formas organizativas dos sistemas de ensino e que só em 1996 foi de fato regulamentado pela Lei 9.394/96. RESUMO As primeiras Constituições brasileiras pouco enfatizaram a preocupação com a educação. Mas, como vimos, a partir de 1934, a educação ganhou regulamentações mais específicas. Ensino primário integral e gratuito, por exemplo, foi referendada pela Constituição de 1934 e nas demais a de 1937, 1946, 1967, 1969 e a de Esta última, além de se referir à educação como um direito de todos e dever do Estado e da família (Art. 205), ainda garantiu autonomia universitária e a elaboração do Plano Nacional de Educação (Art. 214). AUTO-AVALIAÇÃO Os princípios educacionais, previstos no Art. 206 da CF, são colocados em prática? PRÓXIMA AULA Na próxima aula, estudaremos sobre o MEC e o Conselho Nacional de Educação 59

60 Estrutura e Funcionamento do Ensino REFERÊNCIAS CARNEIRO, Moacir Alves. A LBD fácil. Leitura crítica-compreensiva: artigo a artigo. Pretrópolis: Vozes, FREITAG, Bárbara. Escola, Estado e sociedade. São Paulo: 1986 GERMANO, José Willigton. Estado militar e educação no Brasil ( ). São Paulo: Cortez, GHIRALDELLI JUNIOR, Paulo. História da Educação. São Paulo: Cortez, PELLANDA, Nize Maria Campos. Ideologia, educação e repressão no Brasil pós Porto Alegre: Mercado Aberto, RIBEIRO, Maria Luisa Santos. História da educação brasileira. A organização escolar. 14 ed. Campinas: São Paulo, SOUZA, Paulo Nathanael Pereira. LDB e a educação superior. Estrutura e Funcionamento. 2 ed. São Paulo: Pioneira,

61 A educação e a Constituição O MEC, O CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO E A EDUCAÇÃO BÁSICA Aula 7 META Apresentar as competências do Ministério da Educação em relação à política nacional. OBJETIVOS Ao final da aula, o aluno deverá: conhecer o trâmite legal em relação aos órgãos governamentais de toda a política educacional da União através de seus órgãos normativos e executivos. PRÉ-REQUISITOS Conhecimento sobre estrutura administrativa da educação básica. Ler o capítulo VI da obra Estrutura e funcionamento da Educação Básica, de Lopes Faustini. (Fonte:

62 Estrutura e Funcionamento do Ensino INTRODUÇÃO Olá, chegamos a nossa sétima aula. Já aprendemos sobre as concepções de educação que, no Brasil, foi determinada pela LDB como um processo formativo desenvolvido na vida familiar, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e nas manifestações culturais e vimos também que a política educacional brasileira esteve pautada nos interesses da classe dominante, apesar das reivindicações de um Plano Nacional da Educação e das lutas em prol da ampliação da escolarização do povo brasileiro, através das várias reformas empreendidas pelo Governo Federal para diminuir situações de carências educacionais, como o MOBRAL, SACI, PIASS, etc. Finalmente, vimos, na aula passada, que o Brasil demorou muito a legitimar e planificar uma educação para todos os cidadãos de modo a atender aos interesses de fato, como estabelece os artigos da Constituição Brasileira, em que define seus princípios, competências e formas organizativas dos sistemas de ensino. Nesta aula, conheceremos mais sobre a estrutura administrativa da Educação que é composta, basicamente, por dois órgãos superiores: o Ministério da Educação e Cultura- MEC e o Conselho Nacional de Educação- CNE. (Fonte: 62

63 O MEC, o Conselho Nacional de Educação e a Educação Básica O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA Aula 7 O MEC tem suas origens no Decreto nº , de 14 de novembro de 1930, sob a responsabilidade de seu primeiro titular na área de educação, o Sr. Francisco Luís da Silva Campos. A lei 1.920, de 25 de julho de 1953, determina outra designação: Ministério da Educação e Cultura e passou ainda por várias outras denominações objetivando atender aos interesses dos governantes que sob a forma de Decreto sofreu diversas mudanças estruturais em relação às competências desse ministério. O Decreto de 2.890, de 21 de dezembro de 1998, por exemplo, estabeleceu uma nova configuração nas mudanças institucionais e administrativas, entre as quais se destacam: transformação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais em autarquia; extinção da Fundação de Assistência ao Estudante, tendo sido sua competência transferida para o Fundo nacional de Desenvolvimento da Educação; extinção da Secretaria de Política Educacional e de Avaliação e informação Educacional e extinção das Delegacias Estaduais do Ministério, mantendo somente representações nos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Assim, várias reformas foram sendo estabelecidas pelo Governo Federal a fim de reestruturar o Ministério da Educação e adequar seu sistema administrativo à nova organização do ensino. Atualmente, o Ministério da Educação e do Desporto (MEC) possui jurisdição maior sobre a educação e ensino, atuando diretamente nas suas áreas de competência: - Política Nacional de educação e política nacional do desporto; - Educação Pré-escolar - Educação em geral (exceto o ensino militar), compreendendo: ensino fundamental, ensino médio, ensino superior, ensino supletivo, educação tecnológica, educação especial, educação a distância. - Pesquisa educacional - Pesquisa e extensão universitária - Magistério - Coordenação de programas de atenção especial a crianças e adolescentes. Desse modo, o MEC possui diversos órgãos administrativos ligados ao ministro para auxiliar no desenvolvimento das matérias de sua competência. O Conselho Nacional de Educação, outro órgão administrativo, exerce a função normativa e de supervisão. É composta por 24 conselheiros que são escolhidos e nomeados pelo presidente da República. Suas funções são consideradas de interesse público relevante e suas atribuições são: subsidiar a elaboração do Plano Nacional de Educação e acompa- 63

64 Estrutura e Funcionamento do Ensino nhar sua execução; manifestar-se sobre as modalidades de ensino; assessorar o Ministério no diagnóstico dos problemas relacionados aos sistemas de ensino; emitir pareceres; manter intercâmbios com os diferentes sistemas de ensino, etc. Esse conselho possui duas Câmaras; Câmaras de Educação Básica e Câmara de Educação Superior. ATIVIDADES Elabore um quadro contendo as atribuições de cada órgão do sistema de ensino, com base nos artigos da LDB 9.394/96. COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES Com base no Título IV Da organização da Educação Nacional, nos Art. 8º ao 20º, você extraiu as principais atribuições dos sistemas de ensino federal, municipal, estadual seja do público e do privado com a possibilidade de regulamentação. Contudo, vale salientar que em relação às escolas comunitárias, esse inciso tem uma nova redação prevista na Lei nº /2005. CONCLUSÃO Em relação às competências dos sistemas de ensino em nível federal, estadual e municipal é muito importante verificar sempre que possível no site do MEC e CNE as alterações decorrentes de mobilizações dos professores e setores competentes nos que se refere às Diretrizes operacionais para a educação, por exemplo: educação indígena, jovens e adultos, educação do campo, dentre outras. 64

65 O MEC, o Conselho Nacional de Educação e a Educação Básica RESUMO Aula 7 O Ministério da Educação e do Desporto (MEC) possui jurisdição maior sobre educação e ensino, atuando diretamente nas suas áreas de competência: Política Nacional de educação e política nacional do desporto; Educação Pré-Escolar; Educação em geral (exceto o ensino militar), compreendendo: ensino fundamental, ensino médio, ensino superior, ensino supletivo, educação tecnológica, educação especial, educação a distância; Pesquisa educacional; Pesquisa e extensão universitária; Magistério e a Coordenação de programas de atenção especial a crianças e adolescentes. Compete ao CNE subsidiar a elaboração do Plano Nacional de Educação e acompanhar sua execução; manifestar-se sobre as modalidades de ensino; assessorar o Ministério no diagnóstico dos problemas relacionados aos sistemas de ensino; emitir pareceres; manter intercâmbios com os diferentes sistemas de ensino, etc. AUTO-AVALIAÇÃO Quais são as ações empreendidas por mim frente às incumbências de docente, estabelecidas no Art.13 da LDB? PRÓXIMA AULA Na próxima aula, apresentaremos a LDB 9.394/96, seu contexto e principais aspectos da tramitação REFERÊNCIAS CABRAL NETO, Antônio (org.). Política educacional. Desafios e tendências. Porto Alegre: Sulina, FAUSTINI, Lopes A et al. Estrutura e funcionamento da educação básica. Leitura. São Paulo: Pioneira,

66 Estrutura e Funcionamento do Ensino FREITAG, Bárbara. Escola, Estado e sociedade. São Paulo: Moraes, ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da educação no Brasil ( ). 14 ed. Petrópolis: Vozes, SAVIANI, Dermeval. A nova lei da educação: trajetória, limites e perspectivas. Campinas: Autores Associados, SOUZA, Paulo Nathanael Pereira. LDB e a educação superior. Estrutura e Funcionamento. 2 ed. São Paulo: Pioneira,

67 O MEC, o Conselho Nacional de Educação e a Educação Básica A LDB 9.394/96 - CONTEXTO E PRINCIPAIS ASPECTOS DA TRAMITAÇÃO Aula 8 META Apresentar os artigos da Lei referentes à educação básica e ao ensino superior OBJETIVOS Ao final da aula, o aluno deverá: interpretar e analisar os procedimentos da tramitação do projeto da LDB. PRÉ-REQUISITOS Fazer uma leitura geral do processo de tramitação da Lei. Educação infantil. (Fonte:

68 Estrutura e Funcionamento do Ensino INTRODUÇÃO O Projeto da LDB teve uma longa tramitação que foi de 1989 até 1996, recebendo emendas das mais variadas até a sua aprovação. Ensino superior. (Fonte: 68

69 A LDB 9.394/96 - contexto e principais aspectos da tramitação A LDB 9.394/96 Aula 8 Com o advento da nova Constituição Brasileira, em 1988, toda estrutura jurídica do país deveria adequar-se à nova ordem legal gerada pela Carta Magna, não sendo diferente com a educação, onde os princípios constitucionais estabelecidos nos artigos 205 e 217 fundamentaram o norteamento do processo para elaboração e aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, começando com o projeto do deputado Otávio Elísio cujo relator fora o deputado Jorge Hage na Comissão de Educação, Cultura e Desporto, no período de 1989/90. Tal projeto foi importante pelo fato de ter sido constituído a partir de contribuições dos setores da sociedade educacional organizada, como ANDE [Associação Nacional de Desporto para deficiente], ANDES[Sindicato Nacional DOS Docentes das Instituições de Ensino Superior], ANPAE [Associação Nacional de Políticas e Administração da Educação], ANPED [Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação], CEDES [Centro de Estudos Educação e Sociedade], FASUBRA [Federação dos Sindicatos de Trabalhadores das Universidade Brasileiras], UNE [União Nacional dos Estudantes], SBPC [Sociedade Brasileira para o Progresso das Ciências], UBES [União Brasileira de Estudantes Secundaristas]. Além disso, ainda contou com o mestre Dermeval Saviane (Unicamp/SP) por meio de contribuição publicada na Revista ANDE em 1989, entre outros expoentes do pensamento educacional do Brasil. No primeiro semestre de 1989, o projeto foi apresentado na Câmara de deputados com as seguintes especificações: destacou a educação como dever do Estado e da Família, apresentou definição de sistemas estaduais e municipais de ensino, propôs nova configuração do então Conselho Federal de Ensino que passara chamar-se Conselho Nacional de Educação, tipificou instituições educacionais sem fins lucrativos, tratou da Educação de Jovens e Adultos, além de ter capitulado a Educação Infantil e recursos públicos para a educação. Após dois anos, o projeto do relator, Jorge Hage, foi aprovado em de 1990 nas Comissões Permanentes da Câmara e no plenário em maio de 1993, sendo encaminhado ao senado onde, já se iniciara, em 1992, outro projeto de autoria do senador Darcy Ribeiro com apoio do Ministério da Educação, atropelando o projeto inicial no momento em que se vivia o pós impeachment do presidente Collor e ascensão de Itamar Franco à presidência da República. O Projeto de Darcy Ribeiro produzido em conjunto com os senadores Marco Maciel e Mauricio Correia era sucinto em contraposição ao projeto da Câmara já aprovado tendo o senado Cid Sabóia de Carvalho ofere- 69

70 Estrutura e Funcionamento do Ensino cido um substitutivo que ao retomar, o senador Darcy Ribeiro produziu novo substitutivo recebendo centenas de emendas sendo aprovado no senado e encaminhado à Câmara em março de 1996 gerando uma intensa negociação ante a existência de projetos distintos nas duas casas legislativas para ao final o substitutivo Darcy Ribeiro incorporar diversas modificações e ser aprovado em redação final em 17 de dezembro de 1996 sendo sancionado sem vetos pelo presidente. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, aprovada em 20 de dezembro de 1996, distingue educação de ensino. Por considerar a educação como dever da família e do estado, esta Lei amplia a obrigatoriedade do ensino para todo o fundamental e cria possibilidades jurídicas concretas para punição àqueles que negligenciarem na oferta do ensino obrigatório. Além disso, estabelece atribuições da União, Estados e Municípios e Distrito Federal. Ao tratar de organização nacional, chega a especificar as incumbências das escolas e docentes no âmbito do sistema educacional; torna obrigatória a gestão democrática no ensino público propondo parâmetros para sua implementação e, por fim, tipifica as instituições privadas de ensino subdividindo-as em várias categorias. Ao abordar as modalidades de ensino, suprime da legislação os primeiros e segundo graus, substituindo-os por fundamental e médio, incluindo-os no conjunto da educação básica juntamente com a educação infantil. Ainda sobre a educação básica, estabelece normas gerais de organização e funcionamento internos que merecem a atenção dos educadores(as) para toda a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio; propõe normas gerais para o antigo supletivo com novo nome: Educação de Jovens e Adultos. Por outro lado, cria capítulos próprios sobre o antigo supletivo com novo nome Educação Jovens e Adultos e a Educação Profissional. A Educação especial assume o conceito para o ensino endereçado aos portadores de necessidades especiais, tantos os suposto deficientes como os superdotados, O legislador aprovou também um título específico para os profissionais de ensino onde estabelece a normatização para a formação e o exercício dos profissionais do magistério no país e outro tratando de recursos financeiros na educação desde sua origem até a sua aplicação incluindo o que constitui e o que não constitui despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino no Brasil. Assim, a lei 9.394/96 traz regras que ampliam a atuação do Estado e da sociedade na oferta da educação escolar para os brasileiros, ora descentralizando, ora detalhando de maneira que só sua aplicação plena ao longo dos anos permitirá sua avaliação concreta de sua eficácia. 70

71 A LDB 9.394/96 - contexto e principais aspectos da tramitação CONCLUSÃO Aula 8 As mobilizações em torno da elaboração de uma nova LDB com a sociedade civil marcaram, inicialmente, a participação efetiva de setores organizados, oportunizando contribuições de todas as regiões brasileiras num efetivo desejo de planificar uma educação que atendessem aos interesses dos cidadãos. A LDB trouxe avanços em relação às modalidades de ensino, formação dos profissionais da educação, especificando um título exclusivo para tratar da matéria, além de apontar a implantação do processo democrático nas escolas, dandolhes autonomia para elaboração de seu Projeto Político Pedagógico em parceria com a sociedade civil, como determina o Art. 12 da lei 9.394/96. Além disso, aborda as regras que ampliam a atuação do Estado e da sociedade na oferta da educação escolar para os brasileiros numa perspectiva descentralizadora. RESUMO Caros alunos, a LDB foi gestada pelos setores da sociedade civil organizada. Diante dos interesses conjunturais, várias emendas foram ora acrescidas, ora retiradas pela comissão dos relatores responsáveis pelo material de educação nas suas comissões (deputados e senadores) que foram submetidas à apreciação posteriormente sintetizada pelo senador Darcy Ribeiro, atendendo aos interesses da conjuntura social daquela época. Por causa disso, essa Lei foi contemplada com o seu nome, uma forma de homenagem do Presidente da República ao Senador. Nela figuram as regras que ampliam a atuação do Estado, dos municípios e da sociedade civil no que se reporta ao dever da família na oferta da educação escolar, em particular no ensino fundamental, para os brasileiros, ora descentralizando, ora detalhando de maneira que só sua aplicação plena ao longo dos anos permitirá sua avaliação concreta de sua eficácia chegando a acionar o Poder Judiciário para exigir a matrícula de alunos nas respectivas escolas municipais e estaduais. 71

72 Estrutura e Funcionamento do Ensino ATIVIDADES Agora que você conhece o trâmite da LDB, vamos estudar, paulatinamente, cada artigo sob a forma de um estudo dirigido, as questões básicas que permeiam toda a educação básica tratada na Lei Para tal atividade,consulte o site 1. Qual o conceito da educação expresso na LDB? 2. Quais as finalidades da educação, segundo a LDB? 3. O ensino deverá ser ministrado baseado em que princípios? Comente. 4. Como será efetivado o dever do Estado com a educação? Comente. 5. Como se estabelece o acesso ao ensino fundamental enquanto direito público subjetivo? COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES Você deve ter identificado os artigos 1º, 2º, 3º, 4º e 5º com seus respectivos parágrafos e incisos para entender as questões acima apresentadas. AUTO-AVALIAÇÃO Eu consigo estabelecer, a partir da concepção de educação vista na primeira aula, um comparativo entre minha idéia inicial sobre a educação com a proposta nesta legislação? PRÓXIMA AULA Organização e funcionamento da Educação Básica 72

73 A LDB 9.394/96 - contexto e principais aspectos da tramitação REFERÊNCIAS Aula 8 BRZEZINKI, Iria (org). LDB interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo: Cortez, CABRAL NETO, Antônio (org.) Política educacional. Desafios e tendências. Porto Alegre: Sulina, CARNEIRO, Moacir Alves. A LBD fácil. Leitura crítica-compreensiva: artigo a artigo. Petrópolis. Rio de Janeiro: Vozes, DEMO, Pedro. A nova LDB: ranços e avanços. São Paulo: Papirus, 1997 DORNAS, Roberto G. P. Diretrizes e Bases da Educação Nacional: comentários e anotações. Belo Horizonte: Modelo Editorial, FAUSTINI, Lopes A et al. Estrutura e funcionamento da educação básica. Leitura. São Paulo: Pioneira, 1998 FREITAG, Bárbara. Escola, Estado e sociedade. São Paulo: Pioneira, 1986 ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da educação no Brasil ( ). 14 ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, SAVIANI, Dermeval. A nova lei da educação: trajetória, limites e perspectivas. Campinas: Autores Associados, SOUZA, Paulo Nathanael Pereira. LDB e a educação superior. Estrutura e Funcionamento. 2 ed. São Paulo: Pioneira,

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75 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA Aula 9 META Apresentar a concepção de ensino e educação básica exposta na LDB nos art. 1º ao 20º; OBJETIVOS Ao final desta aula, o deverá: analisar os artigos que compõe a educação básica, suas competências e níveis de responsabilidade do Estado brasileiro. PRÉ-REQUISITOS Reler os aspectos da tramitação da LDB e o estudo dirigido sobre a concepção de ensino, proposto na aula anterior. Educação básica. (Fonte:

76 Estrutura e Funcionamento do Ensino INTRODUÇÃO Aprofundando a questão da educação na LDB, em particular, a educação básica e suas modalidades de ensino. Um breve panorama será apresentado para que vocês possam se sentir instigados em aprofundar os artigos dessa lei tão importante para a reivindicação de direitos e cumprimentos de deveres enquanto profissionais e também como cidadão que fiscaliza os investimentos da União, dos Estados e Municípios em relação ao material de investimento na educação escolar. (Fonte: 76

77 Organização e funcionamento da educação básica EDUCAÇÃO BÁSICA Aula 9 É de conhecimento de todos que o poder público, mediante ação judicial, pode ser acionado pela sociedade para se fazer valer o cumprimento dos artigos estabelecidos na LDB. A falta deste, não auxilia nas mudanças em nível de formação do ser. Mas, amplia apenas os dados estatísticos do atendimento à educação básica, uma forma de mascarar realidades com investimentos mais efetivos no nível de qualificação, formação e competências da escola enquanto instituição promotora dessa ação. CONCLUSÃO Esses artigos determinam claramente as responsabilidades da União, dos Estados e municípios em matéria de atendimento à educação básica, definido cada ação, inclusive para as instituições de ensino privado no sentido de regulamentar as categorias previstas no Art. 20, inciso I a IV. Como é de conhecimento de todos os brasileiros, o poder público mediante ação pode ser acionado pela sociedade civil para se fazer valer o cumprimento dos artigos estabelecidos na LDB. A falta deste, não auxilia nas mudanças em nível de formação do ser. Mas, amplia apenas os dados estatísticos do atendimento à educação básica, uma forma de mascarar realidades com investimentos mais efetivos no nível de qualificação, formação e competências da escola enquanto instituição promotora dessa ação. RESUMO Em se tratando das responsabilidades os Art. 9º, 10, 11, 12, 13 regulamentam claramente as responsabilidades de cada instância, cabendo, portanto, aos setores responsáveis os cumprimentos do que se determina a LDB Em matéria de responsabilidade, queremos ressaltar o art. 13 que trata especificamente da incumbência do docente, inciso I a VI, cabendo a cada profissional de educação, repensar sua ação enquanto sujeito de responsabilidades sociais. No Art. 19, os diferentes níveis classificam-se por categorias administrativas, a saber: instituição de ensino público e privado. As instituições de ensino privado são mantidas e administradas por pessoas físicas e jurídicas de direito privado enquanto que as públicas são criadas e mantidas pelo Poder Público. 77

78 Estrutura e Funcionamento do Ensino ATIVIDADES 1. Quais são os direitos e deveres dos pais e responsáveis, segundo a LDB? 2. Quais são as condições expressas a LDB, em relação à liberdade de ensino? 3. Cite as incumbências da União na LDB. 4. Quais as incumbências dos Estados e dos Municípios na LDB? 5. Cite as incumbências dos estabelecimentos de ensino e dos professores segundo a LDB. 6. Quais são os princípios da gestão democrática? Comente. 7. Como é composto o sistema federal, estadual e municipal de ensino? COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES A partir da consulta realizada no site, espero que tenham encontrado os artigos 6º. 7º, 8º. 9º, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19 e 20 que dispõem acerca do Direito à educação e do dever de educação (Título III) e da Organização da Educação Nacional (Título IV), que definem os critérios organizacionais das instituições públicas e privadas no território brasileiro. AUTO-AVALIAÇÃO Analise as formas de organização da escola em que você atua e apresente as responsabilidades que se apresentam no conjunto dos professores que atuam e como a escola se organiza em termo de elaborar sua proposta pedagógica. PRÓXIMA AULA Organização e finalidades da Educação Básica no Brasil 78

79 Organização e funcionamento da educação básica REFERÊNCIAS Aula 9 BRZEZINKI, Iria (org). LDB interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo: Cortez, CABRAL NETO, Antônio (org.) Política educacional. Desafios e tendências. Porto Alegre: Sulina, CARNEIRO, Moacir Alves. A LBD fácil. Leitura crítica-compreensiva: artigo a artigo. Petrópolis. Rio de Janeiro: Vozes, DEMO, Pedro. A nova LDB: ranços e avanços. São Paulo: Papirus, DORNAS, Roberto G. P. Diretrizes e Bases da Educação Nacional: comentários e anotações. Belo Horizonte: Modelo Editorial, FAUSTINI, Lopes A et al. Estrutura e funcionamento da educação básica. Leitura. São Paulo: Pioneira, 1998 SAVIANI, Dermeval. A nova lei da educação: trajetória, limites e perspectivas. Campinas: Autores Associados, Da nova LDB ao Plano Nacional de Educação: por uma outra política educacional. Campinas: Autores Associados, Educação brasileira. Estrutura e sistema. 7 ed. Campinas: Autores Associados,

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81 ORGANIZAÇÃO E FINALIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL Aula 10 META Apresentar os objetivos da Lei com os expressos em regimentos de uma escola pública e de uma escola privada. OBJETIVOS Ao final desta aula, o aluno deverá: analisar a organização e incumbência da educação básica no Brasil e no Estado de Sergipe, particularmente sua escola ou na comunidade em que reside. PRÉ-REQUISITOS Reler as aulas anteriores. (Fonte:

82 Estrutura e Funcionamento do Ensino INTRODUÇÃO A LDB, ao regulamentar o papel da União, dos Estados, dos Municípios e Distrito Federal, definiu as incumbências de cada instância de modo a atender rigorosamente a educação básica em todo o território nacional. (Fonte: 82

83 Organização e finalidades de educação básica no Brasil FINALIDADE DA EDUCAÇÃO BÁSICA Aula 10 A Educação Básica tem por finalidade [...] desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posterior (Art. 22 da LDB ), sendo organizado em séries anuais, ciclos e outros a depender da forma de organização da instituição escolar. A educação básica é composta dos níveis: fundamental e médio, mas que atendam ao previstos nos inciso I a VII com suas respectivas alíneas. Cabendo, portanto, ao profissional de educação ficar atento a legislação em vigor, consultando sempre o site que dispõe sobre a normalização da Educação Básica, neste particular o site para ficar informado a respeito das atualizações realizadas pelo governo federal. CONCLUSÃO Em se tratando da educação básica, dever do Estado, como está previsto no Capítulo II, Seção I das disposições Gerais (Art. 22 a 38) está inclusive normalizada as regras comuns aos estabelecimentos de ensino em relação à carga horária, dias letivos, formas de organização (promoção, seriação, freqüência, currículos, transferências, avaliações) sendo essa ultima prevista no art. 24, inciso V sobre a verificação de aprendizagem pontuar alguns critérios a serem observados durante o processo.na elaboração dos currículos, observaram-se as alterações previstas na Lei de 1/12/2003 e na lei , de 09/01/2003, na perspectiva de alterar em seus regimentos os aspectos legais destas leis. Neste capítulo, a legislação aborda a educação infantil (art. 29 a 31); o ensino fundamental (Art. 32 a 34) observar atentamente a Lei , de 2006 e a Lei 9.475, de 22/7/1997, que alteram os artigos desse capítulo; o ensino médio (Art. 35 a 36); e a educação de jovens e adultos (Art. 37 a 38). 83

84 Estrutura e Funcionamento do Ensino RESUMO A educação básica, dever do Estado descrita no Capítulo II, compostos dos Art. 22 a 38, define todas as formas de organização das instituições de ensino público e privado de modo que sejam observadas as alterações previstas nas leis que revogam alguns artigos, a exemplo da Lei de 01/12/2003 que apresenta nova redação para a educação física, integrada à proposta pedagógica da escola como componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno; e retrata sobre o cumprimento de jornada de trabalho igual ou superior a 6 horas ; da Lei , de 09/01/2003 que inclui, nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, a obrigatoriedade do ensino sobre a História e Cultura Afro-Brasileira ; da Lei , de 2006 que obriga a duração do ensino fundamental ser de 9 anos, ao invés de 8, iniciando aos seis anos de idade ; e da Lei 9.475, de 22/7/1997 que apresenta o ensino religioso de matrícula facultativa, como parte integrante da formação do cidadão e constituinte das disciplinas dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurando o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil. vedas quaisquer formas de proselitismo). ATIVIDADES Para realização deste estudo, consulte o site indicado anteriormente, neste módulo de estudo. Ao identificar os artigos, releiam atentamente cada um, especialmente se você atua em um dessas modalidades de ensino. Verifique se você atende ao que se encontra determinado nessa legislação 1. Quais as finalidades da educação básica e como ela poderá ser organizada? 2. Quais as regras comuns da organização do ensino fundamental e médio, segundo a LDB? 3. Como devem ser organizados os currículos do ensino fundamental e médio? 4. Quais as diretrizes previstas na LDB para os conteúdos curriculares da educação básica? 5. Qual a finalidade da educação infantil e como será oferecida? 6. Comente sobre o papel da avaliação na educação infantil. 7. Como podem ser organizados os ciclos do ensino fundamental? 8. Como será organizada a jornada de trabalho no ensino fundamental? 84

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