UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIA AMBIENTAL RUAN VARGAS

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIA AMBIENTAL RUAN VARGAS MAPEAMENTO DA VULNERABILIDADE A EVENTOS EXTREMOS NO MUNICÍPIO DE MARICÁ, RJ Ruan Vargas 2016

2 RUAN VARGAS MAPEAMENTO DA VULNERABILIDADE A EVENTOS EXTREMOS NO MUNICÍPIO DE MARICÁ, RJ Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Bacharelado em Ciência Ambiental como requisito parcial para a conclusão do curso. Orientador: Prof. Fabio Ferreira Dias Ruan Vargas 2016

3 V297 Vargas, Ruan Mapeamento da vulnerabilidade a eventos extremos no município de Maricá, RJ / Ruan Vargas. Niterói : [s.n.], f. Trabalho de Conclusão de Curso(Bacharelado em Ciência Ambiental) UniversidadeFederal Fluminense, Gerenciamento costeiro. 2.Linha de costa. 3.Evento extremo. 4.Faixas de recuo. 5.Vulnerabilidade. I.Título. CDD

4 RUAN VARGAS MAPEAMENTO DA VULNERABILIDADE A EVENTOS EXTREMOS NO MUNICÍPIO DE MARICÁ, RJ Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para obtenção do grau de Bacharel em Ciência Ambiental Definido e aprovado em: / / Banca examinadora: Prof... Orientador Universidade Federal Fluminense Prof... Membro Universidade Federal Fluminense Prof... Membro Instituição a que pertence

5 AGRADECIMENTOS A todos os meus familiares. Ao meu amigo e professor orientador Fabio Ferreira Dias pela oportunidade do estudo, pelas aulas, pelos ensinamentos, pela paciência, pelos trabalhos de campo realizados e por ter me aceitado como seu aluno orientando. A todos os professores do curso de Bacharelado em Ciência Ambiental da UFF pelas aulas e ensinamentos durante todo o período de graduação. A Paulo Renato Gomes Osilieri por toda ajuda no laboratório e nos trabalhos de campo realizados durante as diversas etapas do trabalho. Aos amigos do NEAC UFF, Thalita Rodrigues da Fonseca, Laiana Lopes e Elenice Rodrigues pelos auxílios durante o período de trabalho e durante todo o período de graduação. Ao meu amigo geógrafo, em especial, Leonardo Quintanilha de Castro por toda ajuda e apoio durante o período de trabalho. Aos meus amigos Alexandre Costa de Alencar, Guilherme Vargas dos Santos e Luiz Acassio Gonçalves da Silva pelos incentivos e apoios. A todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho.

6 Quede água? Agora é encararmos o destino e salvarmos o que resta. É aprendermos com o nordestino que pra seca se adestra. E termos como guias os indígenas e determos o desmate, e não agirmos que nem alienígenas no nosso próprio habitat. Lenine e Carlos Rennó

7 RESUMO Maricá é um município da zona costeira localizado na região metropolitana do estado do Rio de Janeiro. A orla marítima representa uma unidade geográfica especialmente vulnerável a fenômenos naturais ligados à dinâmica costeira, denotados por processos de erosão e deposição praial, inundação costeira, incidência de ventos intensos, marés meteorológicas entre outros. A presente proposta visou aplicar uma metodologia que permita levantar a vulnerabilidade a eventos extremos no município de Maricá, levando em consideração a problemática que o município enfrenta em relação à destruição de construções antrópicas pelo impacto das ondas. Para isso, o litoral da área de estudo foi dividido em setores objetivandose delimitar a linha de costa, fazer perfis topográficos das praias, análise de sedimentos e mapear o uso do solo. Primeiro foi feito a delimitação da linha de costa no software ARCGIS 10.1 entre as datas de 1970 e 2005, e depois em um período entre 2010 e Depois os perfis de praias foram feitos em campo em duas datas distintas com o auxílio de dois GPS geodésicos, juntamente com a coleta de sedimentos. A análise dos sedimentos foi feita no laboratório de sedimentologia da UFF para determinar o tamanho médio dos grãos presentes nas praias. O mapeamento do uso do solo foi feito com base na metodologia do USGS para determinação das áreas urbanas de baixa, média e alta densidade. Uma visita de campo foi feita durante um evento extremo ocorrido no dia 12 de junho de 2016 para determinar o alcance das ondas de tempestade e para entrevistas a bombeiros salva vidas e moradores. Os setores de Itaipuaçú, Francês e Barra de Maricá receberam alto grau de vulnerabilidade, e os setores APA, Guaratiba e Ponta Negra receberam médio grau de vulnerabilidade a eventos extremos. Palavras-chave: Vulnerabilidade, evento extremo, linha de costa, gerenciamento costeiro, faixas de recuo.

8 ABSTRACT Maricá is a municipality in the coastal zone located in the metropolitan region of the state of Rio de Janeiro. The seafront is a particularly vulnerable geographical unit to natural phenomenon related to coastal dynamics, denoted by erosion and beach deposition, coastal flooding, incidence of high winds, storm tides and other. This proposal aimed to apply a methodology to raise the vulnerability to extreme events in the city of Maricá, taking into account the problems that the city faces in relation to the destruction of anthropogenic constructions by the impact of the waves. For this, the coast of the study area was divided into sectors aiming to define the coastline, make topographic profiles of beaches, sediment analysis and mapping land use. First it was done the delimitation of the coastline in ArcGIS 10.1 software between the dates 1970 and 2005, and then in a period between 2010 and After the beaches profiles have been made in the field on two different dates with the help of two geodesic GPS, along with the collection of sediment. Analysis of the sediment was taken in UFF`s Sedimentology Laboratory to determine the average size of the grains present on beaches. The mapping of land use was made based on the USGS methodology for determining the low urban areas, medium and high density. A field visit was made during an extreme event occurred on June 12, 2016 to determine the reach of storm waves and interviews with firefighters save lives and residents. The sectors of Itaipuaçú, Francês and Barra de Maricá received a high degree of vulnerability, and the APA sectors, Guaratiba and Ponta Negra received average degree of vulnerability to extreme events. Keywords: Vulnerability, extreme event, coast line, coastal management, setbacks.

9 LISTA DE FIGURAS Figura 1- Sistema praial Figura 2- Balanço sedimentar do sistema praial Figura 3 Localização de Maricá Figura 4 Geologia de Maricá Figura 5 - Presença de Beachrocks na praia de Jaconé Figura 6 Mapa geomorfológico Maricá Figura 7 Regiões hidrográficas RJ Figura 8 Barreiras holocênica (próxima ao oceano) e pleistocênica (próxima a lagoa) na APA de Maricá Figura 9 Localização PESET Figura 10 Vista do litoral de Maricá de cima da Pedra do Elefante no PESET Figura 11 Localização APA de Maricá Figura 12 Vista de dentro da APA de Maricá Figura 13 Onda com arrebentação do tipo plunging em Maricá, associada à ondulação de sudoeste em um evento de ressaca no dia 12 de junho de Figura 14 - Distribuição da frequência de ondas, altura (m) das ondas no eixo horizontal e a porcentagem (%) da frequência no eixo vertical Figura 15 - Orla com ocupação de baixa densidade Figura 16 - Orla com ocupação de alta densidade Figura 17 Metodologia de Wiegel para classificação de praias em exposta, semi-exposta e protegida Figura 18 Estação geodésica do IBGE com o GPS geodésico em operação em Maricá Figura 19 - Distribuição espacial das amostras de sedimentos coletadas Figura 20 Divisão do litoral em setores para classificação da vulnerabilidade a eventos extremos Figura 21 Mosaico com as ortofotos do IBGE de 2005 montado para a delimitação da linha de vegetação Figura 22 Mosaico com as aerofotos georreferênciadas de 1970 do DRM montado para a delimitação da linha de vegetação Figura 23 Comparação das linhas de vegetação no setor Itaipuaçú Figura 24 Comparação das linhas de vegetação no setor Francês Figura 25 Comparação das linhas de vegetação no setor APA Figura 26 Comparação das linhas de vegetação no setor Barra de Maricá Figura 27 Comparação da linha de vegetação no setor Guaratiba Figura 28 Comparação das linhas de vegetação no setor Ponta Negra Figura 29 Linhas de vegetação em Itaipuaçú Figura 30 - Linhas de vegetação no Francês Figura 31 Linhas de vegetação na APA de Maricá Figura 32 Linhas de vegetação na Barra de Maricá Figura 33 Linhas de vegetação na Barra de Guaratiba Figura 34 Linhas de vegetação em Ponta Negra Figura 35 Uso do solo em Itaipuaçú Figura 36 Uso do solo no Francês Figura 37 Uso do solo na APA Figura 38 Uso do solo na Barra de Maricá Figura 39 Uso do solo em Guaratiba Figura 40 Uso do solo em Ponta Negra

10 Figura 41 Perfis de praia em setembro de Altura ortométrica (m) no eixo vertical e distância percorrida (m) no eixo horizontal. A: Perfil Itaipuaçú. B: Perfil Francês. C: Perfil APA. D: Perfil Barra de Maricá. E: Perfil Guaratiba. F: Perfil Ponta Negra Figura 42 Perfis de praia em dezembro de Altura ortométrica (m) no eixo vertical e distância percorrida (m) no eixo horizontal.a: Perfil Itaipuaçú. B: Perfil Francês. C: Perfil APA. D: Perfil Barra de Maricá. E: Perfil Guaratiba. F: Perfil Ponta Negra Figura 43 Perfis de praia em abril de Altura ortométrica (m) no eixo vertical e distância percorrida (m) no eixo horizontal.a: Perfil Itaipuaçú. B: Perfil Francês. C: Perfil APA. D: Perfil Barra de Maricá. E: Perfil Guaratiba. F: Perfil Ponta Negra Figura 44 Distribuição granulométrica das amostras coletadas. Diâmetro da partícula (eixo x) e peso em porcentagem (eixo y) A: Recanto de Itaipuaçú. B: Itaipuaçú. C: Francês. D: APA. E: Barra de Maricá. F: Guaratiba. G: Ponta Negra Figura 45 Interpolação IDW do diâmetro médio dos sedimentos amostrados. Unidade de medida do diâmetro médio em phi Figura 46 - Representação dos pesos de acordo com o Quadro 1 sobre as localidades visitadas in situ em relação ao alcance das ondas em evento extremo Figura 47 Impacto das ondas na Av. Litorânea em Itaipuaçú no evento extremo do dia 12 de junho de Figura 48 Ondas atingindo quiosques e chegando próximo a Av. Beira Mar Figura 49 Ondas chegando a Av. Beira Mar em Itaipuaçú Figura 50 Av. Beira Mar no Francês impactada pelas ondas Figura 51 Av. Beira Mar impactada pelas ondas de evento extremo no Francês Figura 52 Vista do posto do salva-vidas da Defesa Civil no Francês Figura 53 Pneus colocados próximos ao posto salva-vidas para conter o impacto das ondas no Francês Figura 54 Quiosque construído na areia antes do cordão frontal na praia do Francês Figura 55 Vista da Rua 12 na Barra de Maricá atingida pelas ondas Figura 56 Vista da Rua 13 na Barra de Maricá atingida pelas ondas Figura 57 Localização das Ruas 12 e 13 na Barra de Maricá Figura 58 Vista de dentro do quiosque na Barra de Maricá Figura 59 Vista da praia de Guaratiba de dentro do quiosque Figura 60 Redução da faixa de areia em Ponta Negra Figura 61 Acesso a praia em Ponta Negra interditado devido à destruição do calçadão Figura 62 Mapeamento da vulnerabilidade a eventos extremos em Maricá, RJ... 67

11 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Indicadores de vulnerabilidade a eventos extremos de ressaca Quadro 2 Classificação da vulnerabilidade Quadro 3 Declividades dos perfis de praia de setembro de Quadro 4 Declividades dos perfis de praia de dezembro de Quadro 5 Declividades dos perfis de praia de abril de Quadro 6 Média do tamanho dos sedimentos e localização das amostras coletadas Quadro 7 Classificação das amostras Quadro 8 Declividades dos perfis de praias e médias dos sedimentos Quadro 9 Classificação das praias de acordo com a metodologia de Wiegel Quadro 10 Variáveis de ondas e ventos do dia 12 de junho de Quadro 11 Condições de maré do dia 12 de junho de Quadro 12 Pressão atmosférica do dia 12 de junho de Quadro 13 Distribuição dos pesos para os setores estudados Quadro 14 Classificação da vulnerabilidade a eventos extremos... 66

12 SUMÁRIO 1 - INTRODUÇÃO Objetivo geral Objetivos específicos Justificativa do estudo Referencial teórico Sistema praial e zona costeira Erosão costeira e eventos extremos Vulnerabilidade e risco ambiental Caracterização da área de estudo Geologia Geomorfologia Unidades de conservação Dinâmica atmosférica e oceânica METODOLOGIA Variação histórica da linha de costa Delimitação das linhas de vegetação Mapa de vulnerabilidade a eventos extremos Mapeamento do uso do solo Classificação de praias Grau de vulnerabilidade a eventos extremos RESULTADOS E DISCUSSÃO Variação histórica da linha de costa Delimitação das linhas de vegetação Mapa de vulnerabilidade a eventos extremos Mapeamento do uso do solo Classificação de praias Grau de vulnerabilidade a eventos extremos CONCLUSÃO REFERÊNCIAS ANEXOS... 77

13 INTRODUÇÃO Maricá é um município da zona costeira localizado na região metropolitana do estado do Rio de Janeiro com uma área territorial de 362, 571 km², de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2016). Segundo Muehe (1998, apud LINS-DE- BARROS, 2003) a paisagem costeira do município é marcada pela presença de extensos arcos praias, associados a cordões litorâneos e lagunas à retaguarda dos cordões. Embora as belezas naturais se façam presente na região, o município é um exemplo de degradação ambiental em sua área costeira, pois foi alvo de uma intensa urbanização em sua orla nas ultimas décadas no qual resultou, pelo fato de não ter sido implementada uma gestão do espaço adequada, em destruição e prejuízos socioambientais e econômicos. A partir da década de 1970, com a construção da ponte Rio-Niterói (concluída em 1976) e, em 1996 com a auto-estrada Via- Lagos, todos os municípios da Região dos Lagos do Rio de Janeiro sofreram um forte crescimento populacional (LINS-DE-BARROS, 2005). Atualmente, com exceção do segmento que corresponde à Área de Proteção Ambiental (APA) considerada integralmente como non-aedificandi pelo decreto nº 7320 de 1984, no qual em seu Art. 3 é explicitado que o parcelamento de terras para fins urbanos na APA de Maricá é proibido, assim como na faixa marginal de proteção do sistema Lagunar de Maricá (lagoas de Guarapina, Padre, Barra, Maricá e Brava), o estreito cordão litorâneo do município vem passando por intenso processo de ocupação e expansão urbana, sendo uma das principais causas da erosão costeira (LINS-DE-BARROS, 2005). A orla marítima representa uma unidade geográfica especialmente vulnerável a fenômenos naturais ligados à dinâmica costeira, denotados por processos de erosão e deposição praial, inundação costeira, incidência de ventos intensos, marés meteorológicas entre outros. No entanto, diante da complexa interação dessas variáveis, a orla marítima pode apresentar características distintas em sua extensão, dada por feições geomorfológicas costeiras representadas por diferentes tipos de praias, dunas e desembocaduras. Tal distinção e complexidade remetem à ocorrência de trechos costeiros que apresentam diferentes respostas aos processos naturais e atividades antrópicas, em relação à erosão costeira (MAZZER et al; 2008).

14 13 A erosão costeira é um fenômeno mundial (BIRD, 1985), e também predomina na costa brasileira (SOUZA et al; 2005), estando relacionada à elevação do nível do mar ou não, ocasiona efeitos que remetem à vulnerabilidade costeira. Dados relativos à década de 1990 mostravam que, já naquela época, 70% das praias arenosas do planeta estavam em erosão, 20% em deposição e apenas 10% se encontravam em relativa estabilidade (BIRD, 1999 apud SOUZA, 2009). As razões para essa predominância de erosão ou retrogradação da linha de costa no mundo foram atribuídas a causas naturais e antrópicas. Entretanto, a maioria dos autores acreditava e ainda acredita que a principal causa esteja mesmo relacionada à elevação do nível do mar durante o último século. De acordo com Bruun & Schwartz (1985 apud Souza 2009), por exemplo, concluíram que entre 10 e até 100% das causas da erosão observada nas praias arenosas do planeta podem ser atribuídas à elevação atual do nível do mar. O fenômeno de erosão torna-se um problema para o homem (risco natural - natural hazard) quando este constrói algum tipo de referencial fixo (estrada, prédio ou outro tipo de construção permanente) que se interpõe na trajetória de recuo da linha de costa. Deste modo o problema de erosão, conforme apontado por vários autores é de certa maneira causado pelo homem, pois se ninguém morasse próximo à linha de costa este problema não existiria (LEC, 2015). De acordo com Muehe e Rosman (2011) em maio de 2001 ocorreu uma ressaca de alta intensidade, com ondas altas, fortes ventos e maré de sizígia no qual deixou vestígios de sua passagem ao longo de toda a orla costeira, com recuo da escapa da pós praia da ordem de um decâmetro ou um pouco mais. As praias sofrem diversas pressões oriundas de atividades e intervenções antrópicas sobre elas ou na zona costeira, mas também pressões naturais importantes, como a elevação do nível relativo do mar e os reflexos das mudanças climáticas. Essas pressões, em conjunto, estabelecem um cenário de degradação ambiental e situações de risco à erosão costeira, que devem se intensificar nas próximas décadas, transformando a linha de costa em espaços de manejo crítico (SOUZA, 2009). A presente proposta visou aplicar uma metodologia que permita levantar a vulnerabilidade a eventos extremos no município de Maricá, levando em consideração a problemática que o município enfrenta em relação à destruição de construções antrópicas pelo impacto das ondas, com seu mais de 30 km de linha de costa, no qual conheceu um

15 14 crescimento do número de casas muito rápido nos últimos 30 anos, sem levar em consideração os danos que podem ocorrer com uma possível subida do nível do mar, fato não levado em consideração pela prefeitura Objetivo geral Identificar o grau de vulnerabilidade a eventos extremos de tempestade no litoral do município de Maricá Objetivos específicos Determinar a variação da posição das linhas de vegetação costeira Mapear o uso do solo Definir o grau de exposição da orla Propor uma classificação de vulnerabilidade a eventos extremos Justificativa do estudo O presente estudo tem como justificativa o fato de diversos pontos do litoral do Estado do Rio de Janeiro apresentarem algum tipo de problema em relação à subida momentânea do nível do mar. Muehe (2011) diz que a orla vem sendo ocupada em diferentes intensidades, geralmente sem ter uma distância segura em relação ao mar, provocando perdas de bens materiais durante tempestades extremas. Devido às previsões climáticas para as próximas décadas, esse risco pode se potencializar. A realidade de municípios como Niterói e Maricá, por exemplo, não é diferente. A praia de Piratininga em Niterói sofre frequentemente com a destruição de construções feitas pelo homem como o próprio calçadão da orla da praia. Uma reportagem publicada pelo repórter Matheus Rodrigues no site de notícias do Globo (G1) no dia 28 de abril de 2016 informa que o calçadão fora destruído na madrugada deste dia por ondas de tempestade. Icaraí, outro bairro de Niterói, também já sofreu com a elevação momentânea do nível do mar em eventos de tempestade. Na reportagem publicada em maio de 2011 no site de notícias do Globo (G1), é relatado a destruição de parte da orla do litoral pela força das ondas e a chegada da água do mar nas ruas transversais à orla.

16 15 Lins-de-Barros et al; (2003) apresenta em seu estudo os efeitos de uma ressaca que ocorreu nos dias 7 e 9 de maio de 2001 nas regiões sul e sudeste do Brasil. Maricá foi atingido por esse evento extremo no qual obteve um prejuízo de quase 2 milhões de reais pela destruições de casas, quiosques, muros e aterros. Em outra reportagem, publicada no jornal online MaricáInfo em 12 de junho de 2016, é relatado os efeitos causados pelas ondas de tempestade no litoral do município informando que a água do mar chegara a Avenida Beira-Mar e consequentemente atingiu os quiosques. Contudo, o município de Maricá apresenta em literaturas e em mídias o fato de sofrer com danos causados pela força das ondas que eventualmente podem chegar às construções na orla terrestre e a retaguardas de barreiras frontais Referencial teórico Sistema praial e zona costeira Praias são ambientes costeiros contíguos aos mares, oceanos, estuários e outros corpos hídricos. Formam- se, basicamente, de material inconsolidado mineral, comumente areias (fina, média, grossa) e podem ser compostas também por lodo (silte, argila) cascalhos, pedras roladas, seixos, calhaus, conchas de moluscos, restos de corais e algas calcárias (CETESB, 2007). O sistema praial pode ser dividido em 4 zonas principais de acordo com a sua morfologia: pós-praia, face da praia, antepraia e costa-afora (KOMAR, 1976 apud SILVA, I, 2008, p. 214). Pós-praia, zona mais interna do continente, situa-se acima do limite máximo de maré alta de sizígia, e por isso está normalmente fora do limite de atuação das ondas, porém essa zona pode ser atingida eventualmente por ondas de eventos extremos de ressaca. A zona face da praia é a faixa de praia no qual sofre com a ação direta das ondas e marés e que se situa entre o limite mínimo de atuação das ondas nos períodos de maré baixa e o nível máximo de maré alta de sizígia. A zona antepraia é a zona em que os sedimentos do fundo marinho são movimentados pelas ondas, correspondendo às áreas de surfe e arrebentação. E a zona costaafora se situa a partir do limite de atuação das ondas no fundo marinho (KOMAR, 1976 apud SILVA, I, 2008, p. 214).

17 16 Já Souza et al; (2005) divide o sistema praial em pós-praia, estirâncio e face litorânea. Também divide a praia de acordo com a morfologia e os processos que ali ocorrem como mostra a Figura 1 a seguir: Figura 1- Sistema praial. Fonte: Souza et al; (2005) Condicionantes geológicos, geomorfológicos e oceanográficos locais podem fazer com que as praias oceânicas variem as suas características físicas granulométrica (sedimentos) e morfológicas, assim como suas características bióticas. As condicionantes oceanográficos são responsáveis pela determinação do clima de onda da praia (SOUZA, 2009). O Decreto Federal 5300/2004 que regulamenta a lei 7661/88 (Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro) define zona costeira como sendo um espaço geográfico de interação do ar, do mar e da terra, incluindo seus recursos renováveis ou não, abrangendo uma faixa marítima e outra terrestre, sendo considerada patrimônio nacional pela Constituição Federal de De acordo com Neves e Muehe (2008) a zona costeira é influenciada por agentes oceânicos, atmosféricos e continentais, tornando-a uma zona sensível as mudanças climáticas. Processos costeiros podem ser entendidos como a ação de agentes que, provocando erosão, transporte e sedimentação, fazem com que a configuração do litoral seja frequentemente modificado (MUEHE, 2012, p.257).

18 17 Segundo Christopherson (2012, p. 502) os agentes do sistema costeiro são as marés, as ondas, ventos, correntes oceânicas e eventuais impactos de tempestades. Christopherson (2012, p. 502) define maré como oscilações diárias do nível do mar, com amplitudes muito variáveis dependendo da região do globo terrestre. Existem dois tipos de marés: maré de sizígia e de quadratura. A maré de sizígia é a maré no qual ocorre uma maior amplitude de maré (diferença entre marés altas e baixas consecutivas), e a de quadratura é quando há uma menor amplitude de marés consecutivas, sendo que a maré de sizígia ocorre nas fases da lua cheia e nova, e a de quadratura ocorre na fase da lua quarto crescente e quarto minguante Erosão costeira e eventos extremos De acordo com o Ministério do Meio Ambiente - MMA (2007), a erosão pode ser entendida como um fenômeno no qual ocorre um desgaste do ambiente pela ação de forças exógenas. A erosão costeira (ou marinha) está relacionada com a força das ondas do mar. O fenômeno de recuo da linha de costa (erosão) pode ser analisado em várias escalas temporais e espaciais. Essencialmente o comportamento de um determinado trecho da linha de costa é resultado do balanço de sedimentos para este trecho. O balanço de sedimentos de uma praia é a aplicação do principio da continuidade ao transporte e deposição de sedimentos (ganhos ou perdas de sedimentos). Assim se para um determinado trecho da linha de costa, o balanço de sedimentos é positivo, a linha de costa avança mar adentro, se este balanço é negativo a linha de costa irá recuar em direção ao continente. Se o balanço é zero, a posição da linha de costa se mantém fixa (LEC, 2015). O homem pode também influenciar diretamente no balanço sedimentar da praia por diversas atividades como retirada de areia em rios ou em obras de engordamento de praias. Assim, quando o balanço sedimentar na praia for negativo (a perda de sedimentos é maior do que o ganho de sedimentos), haverá um déficit sedimentar, predominando a erosão da praia, ocorrendo uma diminuição de sua largura e a retração da linha de costa. Se o saldo for positivo (a perda de sedimentos é menor do que o ganho de sedimentos), a praia tenderá a crescer em largura pela deposição predominante de sedimentos, e a linha de costa progradará. Quando o balanço é igual a zero, o sistema praial fica em equilíbrio (SOUZA, 2009).

19 18 O transporte longitudinal natural de sedimentos, no qual ocorre devido a obliqüidade de incidência das ondas, leva à modificação do perfil de uma praia, com erosão em uma extremidade do arco praial e acumulação de sedimentos na outra. Entretanto, o estado do mar é fundamental para determinar esse transporte. Após uma tempestade (ressaca), a praia apresenta erodida, com reduzido estoque de areia, no qual foi transportada para dentro do oceano formando bancos (MUEHE, 2012). Os campos de dunas são os principais sumidouros de sedimentos na costa brasileira, resultantes da imensa transferência de sedimentos da praia para o continente, retirando definitivamente sedimentos que fazem parte do equilíbrio no balanço sedimentar do sistema praia-antepraia, implicando, ao longo do tempo, na ruptura desse equilíbrio e resultando em erosão costeira (NEVES & MUEHE, 2008). Como diz Silva et. al; (2012) Dunas costeiras associadas às barreiras arenosas constituem-se em elementos marcantes na paisagem do litoral do estado do Rio de Janeiro. Figura 2- Balanço sedimentar do sistema praial. Fonte: Souza (2009) O problema da erosão costeira, com a intensa urbanização (muitas das vezes irregulares) das orlas, principalmente a partir da década de 1970, passou a ser tratado não apenas pelos estudos voltados para a compreensão dos processos físicos, mas também sob um enfoque sócio-econômico tendo em vista os impactos causados nas construções urbanas e eventuais danos. Com isso, os prejuízos financeiros decorrentes dos danos em construções situadas inadequadamente no espaço dinâmico das praias trouxeram para o meio acadêmico, assim como para os debates políticos, a necessidade de se pensar o planejamento urbano para

20 19 as orlas costeiras de maneira integrada à noção atual de gerenciamento costeiro (LINS-DE- BARROS, 2005). No litoral do Estado do Rio de Janeiro o processo de erosão costeira é decorrente da interferência entre ondulações de tempestade (swell) e a ocupação urbana inadequada da zona de pós-praia (backshore) e da face da praia (shoreface). Soma-se a esse fato, a mobilização de sedimentos de praia pelos ventos para formação de dunas obliquas e a implantação de obras de engenharia, entre estas, construções de barragens e de guias correntes (jetty) que agravam esse processo (CASTRO et al; 2011). Em geral, as consequências da erosão costeira ou praial são percebidas como problema quando ameaçam os usos e as atividades humanas de forma a causar prejuízos econômicos. Entretanto, mesmo quando ela ocorre em locais não habitados pelo homem, deve ser motivo de preocupação do poder público e de cientistas, porque terrenos naturais serão perdidos, podendo levar ao colapso de importantes ecossistemas costeiros que já foram comprometidos em áreas urbanizadas (SOUZA, 2009). A grande exposição do litoral de Maricá às ondas de tempestade do quadrante sul associadas à penetração de frentes frias, torna o mesmo especialmente vulnerável a eventos extremos (MUEHE, 2011). Os processos erosivos deixam marcas e assinaturas nas praias, que são denominados indicadores de erosão costeira (SOUZA, 2009). Almeida et al; (2013) diz que as taxas de variação da linha de costa constituem um dos melhores marcadores dos índices de erosão costeira quando esta atinge estágios avançados Vulnerabilidade e risco ambiental Segundo o MMA (2007), vulnerabilidade é o grau de suscetibilidade em que um componente do meio, de um conjunto de componentes ou de uma paisagem apresenta em resposta a uma ação, atividade ou fenômeno. Para Kuhnen (2009) vulnerabilidade é uma condição externa à pessoa, no qual há uma potencialidade do risco, e por esta razão estão intimamente ligados, sendo um existindo em relação ao outro.

21 20 O Intergovernmental Oceanographic Commission (IOC), órgão vinculado à UNESCO, diz que o termo vulnerabilidade refere-se apenas para o estado ou a estrutura das comunidades costeiras que estão mais propensos a ser afetado ou prejudicado por um evento ou perigo devido a um ou mais desastres costeiros (coastal hazards) (IOC, 2009). Já para Deschamps (2004 apud ESTEVES, 2011) vulnerabilidade pode ser entendida como a probabilidade de o indivíduo (ou grupo) ser afetado negativamente por um evento natural ambiental. Nicolodi e Petermann (2010) diz que o conceito de risco está relacionado a um acontecimento que pode acontecer ou não, mas a existência de risco só se constitui quando há valoração de algum bem, material ou imaterial, pois a noção de risco está associada a perdas. Ainda de acordo com Nicolodi e Petermann (2010), o risco natural está relacionado a processos e eventos de origem natural ou induzida por atividades humanas. Devido ao fato da natureza destes processos ser bastante diversa nas escalas de tempo e espaço, o risco natural pode se apresentar com diferentes graus de perdas e danos (impactos negativos), em função da intensidade (magnitude), do alcance espacial e do tempo de atividade dos processos considerados. Para Esteves (2011) O risco pode ser encarado como uma situação de perigo ou possibilidade de perigo. A vulnerabilidade da zona costeira pode ser avaliada considerando diferentes fatores, como o aumento do nível do mar, erosão costeira e tempestades (RIBEIRO et al; 2013). Há diversos trabalhos na literatura referentes à vulnerabilidade da zona costeira. Ribeiro et al; (2013) apresenta a evolução da vulnerabilidade a erosão costeira na praia de Massaguassú, SP, ao longo de 40 anos. Rodrigues et al; (2015) apresenta em seu estudo a vulnerabilidade a variações de curto prazo na praia de Itaipu, RJ, em relação às mudanças nas condições do mar. Guerra (2014) estudou a vulnerabilidade costeira de frentes urbanas ao impacto de eventos de alta energia na Praia dos Diários em Fortaleza, CE. Já Lima (2012) objetivou em

22 21 seu estudo, identificar setores de risco em função da vulnerabilidade ao impacto de eventos de alta energia na praia da Caponga no município de Cascavel, também em CE Caracterização da área de estudo O município de Maricá localiza-se na região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro fazendo fronteira com os municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Tanguá e Saquarema (Figura 3). Possuía uma população de habitantes para o ano de 2010 e uma população estimada de habitantes para o ano de O município conta com uma área de unidade territorial de 362, 571 quilômetros quadrados e uma densidade demográfica de 351,55 habitantes por quilômetro quadrado (IBGE, 2016). Figura 3 Localização de Maricá Geologia De acordo com Almeida & Junior (2007), em toda faixa litorânea do município destaca-se a presença de depósitos lagunares, depósitos flúvio-lagunares, depósitos praiais marinhos e depósitos eólicos no qual são formados principalmente por areias quartzosas de coloração esbranquiçada, razoavelmente selecionadas com matriz síltica a argilosa nas paleopraias, geralmente associando-se com presença de feldspato ou minerais máficos. Esta unidade apresenta seus contatos bem definidos com as rochas cristalinas pré-cambrianas.

23 22 O litoral situado a oeste da ponta de Cabo Frio sofre uma brusca inflexão possuindo um alinhamento leste-oeste e é denominado litoral dos Cordões Litorâneos (MUEHE, 1998 apud ALMEIDA & JUNIOR, 2007). Em termos regionais, o litoral dos Cordões Litorâneos apresenta duas unidades geológicas principais: a primeira unidade é composta por rochas cristalinas onde se tem as maiores elevações e a segunda unidade é de base sedimentar, constituindo as planícies costeiras que apresentam tendência de aumento na direção leste, formando no contato oceanocontinente, extensos arcos de praia (ALMEIDA & JUNIOR, 2007). De acordo com Fernandes et al; (1989) a geologia da área de estudo está divida em duas partes básicas, segundo a configuração morfológica. A primeira é caracterizada pelas rochas ígneas e metamórficas do Pré-Cambriano Médio e Superior; e a segunda caracterizada por sedimentos atuais dos vales e baixada derivadas da erosão das rochas, transportados por rios e depositados em lagos e vales. Figura 4 Geologia de Maricá. Fonte: CPRM. De acordo com Silva & Cunha (2001, apud TROTTA, 2004) o Complexo Búzios é caracterizado por um agrupamento de rochas supracrustais das sucessões Búzios e Palmital, formadas durante o Neoproterozóico em ambiente sedimentar de fundo oceânico.

24 23 As sucessões Búzios e Palmital são formadas predominantemente por paragnaisses, e podem ser divididas em três associações de metassedimentos: quartzo- feldspáticos, pelíticos aluminosos e calcissilicáticos (TROTTA, 2004). Segundo Nascimento (2003) o Complexo Paraíba do Sul é composto essencialmente por metassedimentos detríticos, pelito-grauvaqueanos, granada-biotita-sillimanita, gnaisses, quartzo-feldspáticos. De acordo com CPRM (2012) o Complexo Rio Negro corresponde a um agrupamento de rochas gnáissicas e migmatíticas de caráter magmático. Inclui gnaisses de composição básica a intermediária. A Suíte Desengano é considerada como granitóides pré a sin-colisionais, levemente deformados, exibindo foliação milonítica (SILVA & CUNHA, 2001 apud TROTTA, 2004). O município conta também com a presença de rochas denominadas Beachrocks, na praia de Jaconé, costa leste de Maricá, que segundo Mansur et al; (2011) são depósitos sedimentares de praia cimentados pela precipitação em geral carbonática e cuja litificação usualmente se dá na zona intermarés. Figura 5 - Presença de Beachrocks na praia de Jaconé Geomorfologia Maricá possui diversas feições geomorfológicas, sendo algumas terrestres e outras aquáticas. De acordo com o Instituto Estadual do Ambiente - INEA (2016), o município apresenta as seguintes feições: planícies fluviais e fluvio-marinhas, cordões arenosos, dunas,

25 24 restingas, lagoas, colinas, morros, serras isoladas e locais, e serras escarpadas. A Figura 6 a seguir representa as feições morfológicas presentes no município: Figura 6 Mapa geomorfológico Maricá. Fonte: INEA Segundo o INEA (2011) o município está inserido na Região Hidrográfica V Baía de Guanabara (Figura 7), no qual há um predomínio de planícies fluviais e fluviomarinhas de até 20 m. As colinas ( m) e morros ( m) apresentam-se dispersos nesta região e os cordões arenosos e dunas se fazem presente mais expressivamente no litoral de Maricá (na APA de Maricá).

26 25 Figura 7 Regiões hidrográficas RJ. A lagoa, de uma forma geral, é caracterizada por uma depressão de formas variadas, de profundidades pequenas, podendo conter água doce ou salgada de acordo com o IBGE (1993). O sistema lagunar do município de Maricá é formado por um conjunto de quatro lagoas conectadas sendo a primeira mais a oeste, a Lagoa de Maricá, passando pela Lagoa da Barra, Lagoa do Padre e Lagoa de Guarapina, sendo esta mais a leste em Ponta Negra, cobrindo aproximadamente uma área de 34,87 quilômetros quadrados (CRUZ et al; 1996). Segundo Bomfim et al; (2010) a formação paleogeográfica da Lagoa de Maricá, assim como dos demais sistemas lagunares e cordões arenosos da Região dos Lagos, está ligada à elevação do nível do mar durante o Quaternário. Duas barreiras arenosas separadas por pequenas lagunas colmatadas e pela imponente lagoa de Maricá, localizada na retaguarda da barreira arenosa interna caracterizam a geomorfologia do litoral de Maricá (SILVA et al;2012). As dunas e cordões arenosos são feições marcantes na paisagem do litoral do município, principalmente na APA de Maricá. Segundo Silva et al; (2014) o litoral conta com a presença de duas barreiras arenosas (Figura 8), uma mais interna e antiga (formada no Plestoceno por volta de 4000 A.P.) e outra mais externa e recente (formada no Holoceno

27 26 durante a última transgressão marinha) separadas por uma série de pequenas lagunas colmatadas e pelas lagoas de Maricá, Barra, Padre e Guarapina. De acordo com o IBGE (1993) dunas são depósitos de sedimentos (areia móveis) feitos pela ação eólica dominante, no qual a formação de dunas só é possível onde há um grande estoque de areia disponível para ser trabalhado pelo vento. As planícies fluviais e fluvio-marinhas são dominantes na paisagem do município. As planícies são terrenos mais ou menos planos onde o processo de agradação supera o de degradação (IBGE, 1993). As planícies fluviais são originadas pelos depósitos deixados pelos rios. Já as planícies fluvio-marinhas sofrem influência tanto dos rios como do mar. Figura 8 Barreiras holocênica (próxima ao oceano) e pleistocênica (próxima a lagoa) na APA de Maricá. Fonte: Silva et al; (2014) Unidades de conservação Maricá conta com uma série de áreas protegidas em seu território, tanto unidades de conservação (UC) de proteção integral quanto de uso sustentável. De acordo com o INEA (2015), as seguintes UCs se fazem presente no município: Área de Relevante Interesse Ecológico Espraiado, Refúgio da Vida Silvestre Municipal das Serras de Maricá, Área de Proteção Ambiental Municipal das Serras de Maricá, Monumento Natural Pedra de Inoã e Monumento Natural Pedra de Itaocaia.

28 27 Unidade de conservação é definida como: Espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. (BRASIL, 2000) Além dessas UCs mencionadas, o município conta ainda com outras duas unidades, o Parque Estadual da Serra da Tiririca (Figura 9) e a Área de Proteção Ambiental (APA) de Maricá (Figura 11). O Parque Estadual da Serra da Tiririca (PESET) abrange os municípios de Niterói e Maricá e foi criado pela Lei Estadual nº 1.901, em 29 de novembro de Atualmente, após passar por diversos processos de ampliação o PESET possui uma área de hectares sendo a maior parte dessa área localizada em Niterói (INEA, 2015). Figura 9 Localização PESET.

29 28 Figura 10 Vista do litoral de Maricá de cima da Pedra do Elefante no PESET. A APA de Maricá foi criada em 1984 pelo decreto N 7230 de De acordo com o decreto N de 4 de dezembro de 2007 (plano de manejo da APA de Maricá), um de seus objetivos é proteger é as formações geológicas e geomorfológicas da região, assim como garantir a auto-regulação do meio ambiente. As duas barreiras arenosas (Figura 8) como dito por Silva et al; (2014) se encontram dentro dos limites da APA de Maricá. De acordo com Silva et al; (2012) a APA de Maricá encontra-se atualmente ameaçada com a possibilidade de se construir um resort no entorno das barreiras arenosas, o que tem sido pretendido por um grupo estrangeiro ligado ao setor.

30 29 Figura 11 Localização APA de Maricá. Figura 12 Vista de dentro da APA de Maricá Dinâmica atmosférica e oceânica O Estado do Rio de Janeiro sofre influência do centro de alta pressão Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul, no qual resulta em ventos oriundos dos quadrantes leste e nordeste (AMARANTE et al; 2002). Na Baixada Litorânea ocorre clima quente e úmido sem inverno pronunciado, com chuvas no verão e estiagem no inverno, possui temperaturas médias regularmente elevadas e suas variações são pequenas, oscilando entre 22 e 23C (ALMEIDA & JUNIOR, 2007).

31 30 O litoral de Maricá é influenciado por dois fatores, sendo o primeiro ventos predominantes do quadrante nordeste com variações para norte e para leste, formados pelo Anticiclone do Atlântico Sul (AAS) (PINHO, 2003 apud SILVA et al; 2012) o que, associado à orientação do litoral neste trecho (leste-oeste), contribui para a geração de ondas predominantes de sudeste. O segundo fator são massas de ar polar (massa Polar atlântica mpa) que se originam nas proximidades do continente Antártica, ao sul nas altas latitudes, deslocando-se para norte, onde, a frente desta massa (fria) ao entrar em contato com a massa tropical local gera tempestades ocasionais e, conseqüentemente, ondas de tempestades que causam grande instabilidade morfológica e sedimentológica na costa (MUEHE, 1975; SILVA, 2006; SILVA et al., 2008a; SILVA et al., 2008b apud SILVA et al; 2012). Segundo Silva (2006, apud BAPTISTA et al;, 2014) a dinâmica costeira de Maricá é determinada principalmente pela incidência de ondas de alta energia associada à formação de correntes responsáveis por amplas variações na largura e morfologia das praias. A praia de Itaipuaçú (costa oeste de Maricá) é caracterizada pela incidência de ondas de alta energia, provenientes principalmente do quadrante Sudeste associada às condições de tempo bom e, Sul e Sudoeste, relacionadas com passagens de frente frias ocasionando os períodos de ressaca, sendo que a forma de arrebentação das ondas provenientes de Sul e Sudoeste são predominantemente do tipo plunging seguida por colapsing e spilling (SILVA et al; 2008). Figura 13 Onda com arrebentação do tipo plunging em Maricá, associada à ondulação de sudoeste em um evento de ressaca no dia 12 de junho de 2016.

32 31 Figura 14 - Distribuição da frequência de ondas, altura (m) das ondas no eixo horizontal e a porcentagem (%) da frequência no eixo vertical. Fonte: Osilieri (2016). 2 - METODOLOGIA Variação histórica da linha de costa As modificações no posicionamento da linha de costa foram investigadas com o uso de fotografias aéreas e imagens de satélite de datas diferentes. Ortofotos de 2005 na escala de 1:25000 obtidas no site do IBGE e aerofotos na escala de 1:25000 não ortorretificadas de 1970 do acervo do Departamento de Recursos Minerais RJ (DRM) foram analisadas no software ARCGis As aerofotos adquiridas no DRM foram georreferenciadas com base nas ortofotos do IBGE no referencial geodésico WGS Delimitação das linhas de vegetação Como referência da posição da linha de costa foi utilizada a linha de vegetação e cordão frontal como utilizado por Dias et al; (2009). As aerofotos e ortofotos foram analisadas delimitando-se as linhas de vegetação no software ARCGis 10.1 para seis regiões do litoral, sendo elas: Itaipuaçú, Francês, APA de Maricá, Barra de Maricá, Guaratiba e Ponta Negra. Depois as linhas foram comparadas para estabelecimento do sentido migratório da costa total (litoral todo) de acordo com o método utilizado por Almeida et al; (2003) pela equação TVLC = SD / ELC no qual: SD = área acrescida (AC) - área erodida (AE); ELC =

33 32 extensão da linha de costa de 1970; TVLC = Taxa de variação da linha de costa. Imagens de satélites do Google Earth Pro em um período de tempo entre 2010 e 2015 também foram analisadas, delimitando as linhas de vegetação para comparação no comportamento da vegetação entre períodos mais longos (1970 e 2005) e períodos mais curtos (2010 a 2015) Mapa de vulnerabilidade a eventos extremos Mapeamento do uso do solo Para a elaboração do mapa de vulnerabilidade a eventos extremos, foi feito o mapeamento do uso do solo do litoral de Maricá no software Arcgis 10.1 tendo como base as ortofotos de 2005 do IBGE na escala de 1: As classes do uso do solo mapeadas (lagoa, vegetação arbórea, vegetação herbácea, área urbana de baixa densidade, área urbana de média densidade, área urbana de alta densidade, praia ou duna, área inundável) foram definidas por fotointerpretação. A densidade urbana (baixa, média e alta) foi representada de acordo com a metodologia da United States Geological Survey USGS (2016), no qual a baixa densidade (Figura 15) representa apenas algumas construções, geralmente isoladas ou espalhadas por toda uma área que consiste em topografia natural. Já a alta densidade (Figura 16) representa muitas construções por unidade de área com pouco ou nenhum espaço verde. A média densidade representa aquelas condições que se situam entre a baixa e alta densidade. Em termos de análise concreta, a quantificação deste risco (vulnerabilidade a eventos extremos) deve ser função da densidade populacional (neste caso considerando-se a densidade urbana) das áreas em estudo. Áreas de maior densidade populacional têm um maior risco (Coelho, 2005). Figura 15 - Orla com ocupação de baixa densidade. Fonte: USGS (2016).

34 33 Figura 16 - Orla com ocupação de alta densidade. Fonte: USGS (2016) Classificação de praias Para poder ter uma idéia da agressividade do clima de ondas em termos de erosão e da capacidade de mobilização dos sedimentos da zona submarina, utilizou-se a metodologia de Wiegel (1964) (Figura 17) adaptada por Muehe (2001), classificando a praia em exposta, semi-exposta ou protegida. Figura 17 Metodologia de Wiegel para classificação de praias em exposta, semi-exposta e protegida. Fonte: Muehe (2001) Para fazer a classificação das praias (exposta, semi-exposta e protegida) foram feitos perfis topográficos da praia em Itaipuaçu, no Francês, na APA, Barra de Maricá, Guaratiba, e em Ponta Negra utilizando o GPS Geodésico para o levantamento das altitudes geométricas, sendo convertidas para ortométricas (anexo 1). Em relação à obtenção das coordenadas geográficas, foram usados dois GPS Geodésicos. Um deles ficou posicionado em um ponto de coordenadas conhecidas, em uma estação geodésica em Maricá (anexo 1), e o outro foi utilizado para coleta das coordenadas de interesse em campo. Os perfis topográficos foram

35 34 feitos em duas datas distintas, sendo o primeiro em setembro de 2014 e o segundo em abril de Também foi utilizado o perfil de Osilieri (2016) feito em dezembro de Calculouse a declividade de cada perfil de praia pela fórmula ( hi hf D ) Tang 1, onde: hi = altitude ortométrica inicial, hf = altitude ortométrica final e D = distância percorrida. Figura 18 Estação geodésica do IBGE com o GPS geodésico em operação em Maricá. Para análise granulométrica dos sedimentos, foram coletadas sete amostras de sedimentos ao longo da praia de Maricá, abrangendo desde o Recanto de Itaipuaçu até Ponta Negra, em um sentido oeste-leste. As amostras foram coletadas na zona de pós-praia juntamente com suas coordenadas geográficas (Figura 19). Após a coleta, as amostram foram preparadas e processadas no Laboratório de Análises Sedimentológicas no Instituto de Geociências da UFF para a análise das frações presentes em cada uma delas. Para isso, cada amostra foi lavada várias vezes para a retirada do sal marinho presente nos sedimentos. Depois ficaram em uma estufa para secagem das mesmas, num período de 48 horas. Após a secagem, elas foram processadas em um equipamento de análise sedimentológica (anexo 1) para a obtenção dos tamanhos dos grãos das amostras. Depois dessa primeira análise utilizou-se o programa Gradistat versão8 (que funciona no Excel) para calculo dos diâmetros médios dos grãos. Desse jeito as classes granulométricas puderam ser determinadas de acordo o método de Udden-Wentworth presente em Suguio

36 35 (1973). Os diâmetros médios das amostras foram interpolados pelo método Inverso Ponderado da Distância (IDW) no ARCGis 10.1 para uma distribuição espacial dos sedimentos ao longo do litoral de Maricá. Figura 19 - Distribuição espacial das amostras de sedimentos coletadas Grau de vulnerabilidade a eventos extremos O grau de vulnerabilidade a eventos extremos foi feito apenas para os setores de Itaipuaçú, Francês, APA, Barra de Maricá, Barra de Guaratiba e Ponta Negra (Figura 20), no qual a divisão do litoral em setores foi definida pelas características fisiográficas do litoral e por uma subdivisão por bairros. O setor de Itaipuaçú corresponde a um trecho retilíneo não muito longo do litoral. O setor do Francês foi demarcado devido a sua peculiaridade fisiográfia; pela presença de uma curva no litoral em direção às Ilhas Maricás devido à refração das ondas causa pelas ilhas. O setor da APA foi demarcado pelas características únicas dessa região, com a presença de duas barreiras costeiras. Após o setor APA, a configuração fisiográfica do litoral permanece constante, por isso essa região foi dividida em três setores levando em consideração os bairros ali presentes. O setor Barra de Maricá corresponde ao bairro Barra de Maricá. O setor Barra de Guaratiba corresponde ao bairro Barra de Guaratiba. E o setor Ponta Negra corresponde aos bairros Cordeirinho e Ponta Negra. O grau de vulnerabilidade foi definido de acordo com os seguintes indicadores: variação da linha de costa (comparação entra as linha de vegetação de 1970, 2005 e 2010 a 2015), uso do solo (densidade urbana baixa, média e alta, ausência de construções, construções próximas as restingas), grau de exposição da orla (abrigada, semi-exposta e

37 36 exposta), e a identificação do alcance das ondas de alta energia do evento extremo ocorrido no dia 12 de junho de 2016 por registros fotográficos e entrevistas semi-estruturadas a bombeiros salva-vidas do estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), salva-vidas da Defesa Civil de Maricá, moradores e donos de quiosques através de trabalho de campo realizado nesse dia nas localidades de Itaipuaçú, Francês, Barra de Maricá, Guaratiba e Ponta Negra. A região da APA não foi visitada, pois não há construções antrópicas próximas ao cordão frontal dessa região, além do estoque de areia. O Anexo II mostra os registros fotográficos do evento extremo ocorrido no dia 12 de junho de O seguinte Quadro 1 representa os indicadores utilizados: Quadro 1 Indicadores de vulnerabilidade a eventos extremos de ressaca INDICADORES CARACTERIZAÇÃO VARIÁVEIS PESO Variação da linha de vegetação costeira (1970 Essa variação indica que a área sofre influência de Sentido oceano 0 e 2015) ondas de alta energia. Caracteriza-se uma retrogradação quando essa Poucas variações 1 linha migra para o Sentido Continente 2 continente, ou uma progradação, quando essa linha migra no sentido do oceano. Uso do solo Caracteriza as áreas urbanas na orla da praia indicando as Ausência construção (dunas) de 0 construções que podem sofrer com os impactos das ondas, indicando principalmente as áreas urbanas construídas em lugares baixos e planos no litoral ou nos cordões frontais. As dunas por sua vez, não apresentam risco, pois são estruturas de preservação de desastres e proteção à vida humana e propriedades contra a ação das ondas e marés de tempestades (Martins et al; 2004, apud Kuriyama & Mochizuki, 1999). As áreas planas costeiras sem construções antrópicas e com vegetação de restinga são áreas que também sofrem com o impacto das ondas, porém sem apresentar risco. Construções junto as restinga (áreas baixas e planas) e área urbana de baixa densidade próxima a praia e restinga Área urbana de alta densidade próxima a praia e restinga 1 2

38 37 Grau de exposição da orla (Declividade + Granulometria) Alcance das ondas de alta energia em evento extremo Indica a agressividade do clima de ondas em termos de erosão e da capacidade de mobilização dos sedimentos da zona submarina (Muehe, 2001). Indica as localidades que podem sofrer um maior dano em relação aos eventos extremos de ressaca. Protegida 0 Semi-exposta 1 Exposta 2 Redução da faixa de areia do sistema praial Até o cordão frontal 1 0 Além do cordão frontal (ruas e casas) 2 Figura 20 Divisão do litoral em setores para classificação da vulnerabilidade a eventos extremos. Os indicadores, assim como as variáveis, foram analisados para cada setor do litoral de Maricá (Figura 20). O grau de vulnerabilidade a eventos extremos é definido de acordo com o somatório dos pesos obtidos para cada região, representado no seguinte Quadro 2. Os pesos podem variar em um intervalo de 0 a 8, sendo esse intervalo divido por três partes iguais em que de 0 a 2 corresponde a vulnerabilidade baixa (0% a 33%), 3 a 5 a vulnerabilidade média (34% a 66%) e 6 a 8 a vulnerabilidade alta (67% a 100%).

39 38 Quadro 2 Classificação da vulnerabilidade VULNERABILIDADE INTERVALO BAIXA 0 a 2 MÉDIA 3 a 5 ALTA 6 a 8 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Variação histórica da linha de costa Primeiramente para poder delimitar as linhas de vegetação de 2005 (ortofotos) e 1970 (aerofotos), foram feitos mosaicos com as imagens. A Figura 21 a seguir ilustra o mosaico feito com as ortofotos: Figura 21 Mosaico com as ortofotos do IBGE de 2005 montado para a delimitação da linha de vegetação. Já o mosaico das aerofotos de 1970 ficou da seguinte maneira:

40 39 Figura 22 Mosaico com as aerofotos georreferênciadas de 1970 do DRM montado para a delimitação da linha de vegetação Delimitação das linhas de vegetação As linhas de vegetação costeira de 1970 e de 2005 dos setores (Figura 20) Itaipuaçú, Francês, APA, Barra de Maricá, Guaratiba e Ponta Negra ficaram da seguinte maneira: Figura 23 Comparação das linhas de vegetação no setor Itaipuaçú.

41 40 Figura 24 Comparação das linhas de vegetação no setor Francês Figura 25 Comparação das linhas de vegetação no setor APA.

42 41 Figura 26 Comparação das linhas de vegetação no setor Barra de Maricá. Figura 27 Comparação da linha de vegetação no setor Guaratiba.

43 42 Figura 28 Comparação das linhas de vegetação no setor Ponta Negra. A área calculada para a área acrescida (AC) foi de ,81m2 aproximadamente, enquanto que a área calcula para a área erodida (AE) foi de ,26 m2. A taxa de variação de linha de costa (TVLC) ficou representa pela seguinte equação: TVLC = (AC AE) 32000, sendo o valor referente à extensão, em metros, da linha de costa do ano de O resultado obtido para TVLC totalizou um valor de -5,10 m, em um período de 35 anos (1970 a 2005); ou -145,71mm por ano. Apesar da AE ser maior que a AC, segundo a metodologia do USGS (2016) o litoral de Maricá se enquadra como uma costa estabilizada. Sendo assim foi assumido como uma costa com poucas variações da linha de costa. As linhas de costa analisadas apresentaram poucas variações, porém as imagens de satélites analisadas em um período entre 2010 e 2015 no Google Earth Pro mostram uma dinâmica mais expressiva dessa vegetação. As Figuras 29, 30, 31, 32, 33, e 34 a seguir mostram essa dinâmica:

44 43 Figura 29 Linhas de vegetação em Itaipuaçú. Figura 30 - Linhas de vegetação no Francês.

45 44 Figura 31 Linhas de vegetação na APA de Maricá. Figura 32 Linhas de vegetação na Barra de Maricá.

46 45 Figura 33 Linhas de vegetação na Barra de Guaratiba. Figura 34 Linhas de vegetação em Ponta Negra. Nota-se que a região costeira é altamente dinâmica. Essas variações da linha de vegetação ocorrem devido à ação das próprias ondas que as atingem e as destroem, porém essa vegetação pode se recuperar ou não ao longo do tempo. Em épocas de ressaca ou marés

47 46 meteorológicas com condições climáticas (atmosféricas e oceânicas) favoráveis, no qual a maré de sizígia (maré que ocorre durante a lua cheia ou nova no qual a amplitude da maré baixa e maré alta é maior em relação às marés de quadratura) se combina com uma agitação momentânea do oceano devido as chegadas de frentes frias, por exemplo, faz com que as ondas cheguem com maior energia na costa destruindo a vegetação. Silva et al; (2008) ressalta, em relação a essa dinâmica da vegetação costeira, os depósitos de leques de arrombamento (ou Washover fans ), que são comumente encontrados em barreiras arenosas em costas influenciadas por eventos meteorológicos de alta energia. Esses leques de arrombamento são formados quando ondas de tempestade de alta energia conseguem transportar a areia para a vegetação de restinga Mapa de vulnerabilidade a eventos extremos Mapeamento do uso do solo O mapeamento do uso do solo, feito através das ortofotos do IBGE de 2005 para as localidades de Itaipuaçú, Francês, APA, Barra de Maricá, Guaratiba e Ponta Negra ficaram da seguinte maneira: Figura 35 Uso do solo em Itaipuaçú.

48 47 Figura 36 Uso do solo no Francês. Figura 37 Uso do solo na APA.

49 48 Figura 38 Uso do solo na Barra de Maricá. Figura 39 Uso do solo em Guaratiba.

50 49 Figura 40 Uso do solo em Ponta Negra. As praias da Barra de Maricá, Guaratiba e Ponta Negra são as praias no qual possuem uma orla com áreas urbanas de alta densidade. Lins-de-barros (2005) em seu estudo sobre o litoral de Maricá também achou resultados parecidos, sendo as localidades da Barra de Maricá e Ponta Negra com densidade de construções altas e em Guaratiba média densidade. De acordo com Correia et al; (2014) o município de Maricá obteve um crescimento populacional expressivo de 273% entre os anos de 1991 e 2010, o que realça o fato da maioria das regiões estudadas no presente trabalho ser consideradas pelo mapeamento do uso do solo com ocupação de alta densidade. Correia et al; (2014) ainda lembra que o município possui ainda mais acréscimos populacionais no verão, pelo fato de existirem muitas ocupações de segunda residência (veranistas) Classificação de praias Em relação à classificação das praias em exposta, semi-exposta e abrigada, os perfis de praia feitos em setembro de 2014 ficaram do seguinte modo:

51 50 Figura 41 Perfis de praia em setembro de Altura ortométrica (m) no eixo vertical e distância percorrida (m) no eixo horizontal. A: Perfil Itaipuaçú. B: Perfil Francês. C: Perfil APA. D: Perfil Barra de Maricá. E: Perfil Guaratiba. F: Perfil Ponta Negra. As declividades calculadas para cada perfil encontram-se no seguinte Quadro 3: Quadro 3 Declividades dos perfis de praia de setembro de PERFIL DECLIVIDADE (GRAUS) A - ITAIPUAÇU 3,23 B - FRANCÊS 4,41 C APA 2,82 D BARRA 2,71 E GUARATIBA 3,36 F - PONTA NEGRA 3,38 modo: Os perfis de praia feitos por Osilieri (2016) em dezembro de 2014 ficaram do seguinte

52 51 Figura 42 Perfis de praia em dezembro de Altura ortométrica (m) no eixo vertical e distância percorrida (m) no eixo horizontal.a: Perfil Itaipuaçú. B: Perfil Francês. C: Perfil APA. D: Perfil Barra de Maricá. E: Perfil Guaratiba. F: Perfil Ponta Negra. Fonte: Adaptado de Osilieri (2016). As declividades calculadas para cada perfil encontram-se no seguinte Quadro 4: Quadro 4 Declividades dos perfis de praia de dezembro de 2014 PERFIL DECLIVIDADE (GRAUS) A ITAIPUAÇU 5,46 B FRANCÊS 5,21 C APA 4,87 D BARRA 3,09 E GUARATIBA 2,87 F PONTA NEGRA 3,34 Os perfis de praia de abril de 2015 ficaram do seguinte modo:

53 52 Figura 43 Perfis de praia em abril de Altura ortométrica (m) no eixo vertical e distância percorrida (m) no eixo horizontal.a: Perfil Itaipuaçú. B: Perfil Francês. C: Perfil APA. D: Perfil Barra de Maricá. E: Perfil Guaratiba. F: Perfil Ponta Negra. As declividades calculadas para cada perfil estão no seguinte Quadro 5: Quadro 5 Declividades dos perfis de praia de abril de 2015 PERFIL DECLIVIDADE (GRAUS) A ITAIPUAÇU 5,82 B FRANCÊS 6,93 C APA 5,24 D BARRA 4,10 E GUARATIBA 5 F PONTA NEGRA 3,78

54 53 Através da análise granulométrica das sete amostras coletadas ao longo da praia de Maricá (Figura 19), obtiveram-se as frações presentes em cada amostra. A Figura 44 a seguir ilustra essa distribuição, representando os diâmetros das partículas (em micrometro e em phi) encontrados e sua porcentagem correspondente: Figura 44 Distribuição granulométrica das amostras coletadas. Diâmetro da partícula (eixo x) e peso em porcentagem (eixo y) A: Recanto de Itaipuaçú. B: Itaipuaçú. C: Francês. D: APA. E: Barra de Maricá. F: Guaratiba. G: Ponta Negra. Com as frações presentes de cada amostra pôde-se determinar o diâmetro médio de cada uma delas. O Quadro 6 a seguir informa o diâmetro médio das amostras junto com suas coordenadas de coleta em campo.

55 54 Quadro 6 Média do tamanho dos sedimentos e localização das amostras coletadas. COORDENADAS SIRGAS 2000 MÉDIA (D50) AMOSTRA µm phi Mm LATITUDE LONGITUDE RECANTO ITAIPUAÇÚ 2079,8-1,056 2, S 43 S ITAIPUAÇÚ 1158,9-0,213 1, , S 42, O FRANCÊS 847,7 0,238 0, , S 42, O APA 880,3 0,184 0, , S 42, O BARRA 837,1 0,257 0, , S 42, O GUARATIBA 703,6 0,507 0, , S 42, O PONTA NEGRA 597 0,744 0,597 22, S 42, O Com o diâmetro médio das amostras pôde-se classificá-las de acordo com o método de Udden-Wentworth, como mostra o Quadro 7 a seguir: Quadro 7 Classificação das amostras CLASSIFICAÇÃO UDDEN - WENTWORTH AMOSTRA CLASSE CATEGORIA RECANTO ITAIPUAÇÚ SEM CLASSE GRÂNULO ITAIPUAÇÚ AREIA MUITO GROSSA FRANCÊS AREIA GROSSA APA AREIA GROSSA BARRA DE MARICÁ AREIA GROSSA GUARATIBA AREIA GROSSA PONTA NEGRA AREIA GROSSA Percebe-se de acordo com o Quadro 6 que os sedimentos no Recanto de Itaipuaçú possuem um diâmetro médio maior do que o restante da praia, que vai diminuindo em direção a Ponta Negra, costa leste de Maricá. Silva et al; (2008) também achou um resultado como

56 55 esse, mostrando em seu trabalho que a costa oeste de Maricá possui uma granulometria maior em relação a costa leste. Após essas análises dos sedimentos amostrados, foi feita a interpolação dos diâmetros médios de cada amostra pelo método IDW (Inverso Ponderado da Distância) para uma representação espacial granulométrica da praia, resultando no seguinte mapa: Figura 45 Interpolação IDW do diâmetro médio dos sedimentos amostrados. Unidade de medida do diâmetro médio em phi. Com os perfis de praia e a média das amostras calculadas, a classificação das praias de acordo com o método de Wiegel pôde ser feita. O Quadro 8 a seguir sintetiza os resultados para cada localidade estudada, representando as declividades e a média dos sedimentos encontradas.

57 56 Quadro 8 Declividades dos perfis de praias e médias dos sedimentos. DECLIVIDADE (GRAUS) LOCAL 09/ / /2015 MÉDIA (PHI) Recanto X X X - 1,056 Itaipuaçú Itaipuaçú 3,23 5,46 5,82-0,213 Francês 4,41 5,21 6,93 0,238 APA 2,82 4,87 5,24 0,184 Barra de Maricá 2,71 3,09 4,10 0,257 Guaratiba 3,36 2,87 5 0,507 Ponta Negra 3,38 3,34 3,78 0,744 O Quadro 9 a seguir informa a classificação das praias: Quadro 9 Classificação das praias de acordo com a metodologia de Wiegel. PRAIA CLASSIFICAÇÃO ( DECLIVIDADE + MÉDIA) Itaipuaçú EXPOSTA Francês EXPOSTA APA EXPOSTA Barra de Maricá EXPOSTA Guaratiba EXPOSTA Ponta Negra EXPOSTA A classificação das praias como exposta foi igual para todos os perfis de praia feitos nas três datas distintas Grau de vulnerabilidade a eventos extremos Nos dias 11 e 12 de junho de 2016 ocorreu um evento extremo de ressaca no município de Maricá e em outros pontos do litoral do RJ. No dia 12 de junho as localidades de Itaipuaçú, Francês, Barra de Marica, Guaratiba e Ponta Negra foram observadas in situ. Através da metodologia aplicada (Quadro 1), a Figura 46 a seguir ilustra o peso que cada localidade recebeu:

58 57 Figura 46 - Representação dos pesos de acordo com o Quadro 1 sobre as localidades visitadas in situ em relação ao alcance das ondas em evento extremo. A praia de Itaipuaçú obteve peso 2, pois a água do mar atravessou o cordão frontal chegando na Av. Beira Mar de acordo com o relato do salva-vidas do CBERJ no qual trabalha no local há 12 anos e pelo registro fotográfico tirado no dia como mostra a Figura 47 a seguir: Figura 47 Impacto das ondas na Av. Beira Mar em Itaipuaçú no evento extremo do dia 12 de junho de 2016.

59 58 A reportagem citada anteriormente do jornal online MaricaInfo (2016) e outra reportagem publicada no site de notícias Lei Seca Maricá no dia 11 de junho de 2016 também ilustram o ocorrido em Itaipuaçú: Figura 48 Ondas atingindo quiosques e chegando próxima a Av. Beira Mar. Fonte: MaricaInfo, Figura 49 Ondas chegando a Av. Beira Mar em Itaipuaçú. Fonte: Leiseca Maricá, A praia do Francês também obteve peso 2, pois a água do mar chegou até a Av. Beira Mar. As fotografias a seguir tiradas no dia do evento extremo ilustram o ocorrido:

60 59 Figura 50 Av. Beira Mar no Francês impactada pelas ondas. Figura 51 Av. Beira Mar impactada pelas ondas de evento extremo no Francês. Em contato com um salva-vidas da Defesa Civil em um posto no Francês, no qual trabalha na localidade há 15 anos, foi informado que o próprio posto em que trabalha já fora destruído diversas vezes por ondas de eventos extremos, e também informou que as ondas conseguem chegar às ruas.

61 60 Figura 52 Vista do posto do salva-vidas da Defesa Civil no Francês. Figura 53 Pneus colocados próximos ao posto salva-vidas para conter o impacto das ondas no Francês. Figura 54 Quiosque construído na areia antes do cordão frontal na praia do Francês. Na Barra de Maricá a água do mar também chegou até a Av. Litorânea, atravessando o cordão frontal e consequentemente recebendo peso 2. Nesse local foram constatados impactos

62 61 nas ruas 12 e 13, transversais a Av. Litorânea. As Figuras 55 e 56 a seguir registradas no dia do evento extremo ilustram o ocorrido: Figura 55 Vista da Rua 12 na Barra de Maricá atingida pelas ondas. Figura 56 Vista da Rua 13 na Barra de Maricá atingida pelas ondas.

63 62 Figura 57 Localização das Ruas 12 e 13 na Barra de Maricá. Fonte: Google Maps (2016). Em contato com o dono de um quiosque localizado no cruzamento da Av. Litorânea e a Rua 13, no qual trabalha no local há 22 anos, foi informado que o Quiosque já sofrera com o impacto das ondas em eventos extremos passados, resultando em sua destruição. Figura 58 Vista de dentro do quiosque na Barra de Maricá. Em Guaratiba foi constatado apenas a diminuição da faixa de areia, recebendo peso 0. A Figura 59 a seguir ilustram o ocorrido no local:

64 63 Figura 59 Vista da praia de Guaratiba de dentro do quiosque. Em contato com o dono do quiosque na praia, no qual é morador do local há 52 anos, foi informado que as ondas já atingiram o quiosque em eventos passados, ocasionando danos. Por fim, em Ponta Negra, foi constatada a redução da faixa (peso 0) de areia e destruição do calçadão da orla, tendo seu acesso interditado. Figura 60 Redução da faixa de areia em Ponta Negra.

65 64 Figura 61 Acesso a praia em Ponta Negra interditado devido à destruição do calçadão. Em contato com um salva-vidas do CBERJ do local, foi informado que o problema de destruição do calçadão é recorrente, sendo destruído e reformado várias vezes em eventos extremos passados. Em relação às condições meteorológicas e oceânicas do dia 12 de junho de 2016, os Quadros 10, 11 e 12 a seguir informam a direção e altura das ondas; direção e velocidade do vento; maré e pressão atmosférica: Quadro 10 Variáveis de ondas e ventos do dia 12 de junho de 2016 ONDA VENTO DIREÇÃO SSW SSW e SW ALTURA (m) 3,6 a 4 X VELOCIDADE (m/s) X 5,9 a 7,7 As informações do Quadro 10 anterior foram obtidas do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

66 65 Quadro 11 - Condições de maré do dia 12 de junho de 2016 MARÉ DE QUADRATURA (LUA CRESCENTE) HORA ALT. (m) 03:17 0,6 07:19 0,9 15:43 0,5 20:28 0,9 As informações do Quadro 11 anterior foram obtidas no site da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) da Marinha, sendo os valores de maré da estação maregráfica da Ilha Fiscal, RJ. Quadro 12 Pressão atmosférica do dia 12 de junho de 2016 HORA PRESSÃO (hpa) 00: ,8 12: ,3 18: ,8 As informações do Quadro 12 anterior foram obtidas no DHN cuja estação de medição é a de Ilha Rasa, RJ. De acordo com o Quadro 10, o evento extremo ocorrido no dia 12 de junho de 2016 foi caracterizado por ondulações e ventos do quadrante Sudoeste e por uma maré de quadratura de acordo com o Quadro 11. Essa configuração está em consonância com o estudo de Silva et al; (2008) em que o autor diz que ondas provenientes do quadrante Sul e Sudoeste está relacionado com períodos de ressaca. Também relatado por Lins-de-Barros et al; (2003), o evento extremo ocorrido em 2001 no qual deixou Maricá com um prejuízo de aproximadamente 2 milhões de reais, foi caracterizado por ventos intensos de sudoeste gerando ondas de 4,5 a 5 metros de altura.

67 66 Tendo todos os indicadores já definidos para a classificação da vulnerabilidade a eventos extremos no litoral de maricá, o Quadro 13 a seguir representa a distribuição dos pesos de acordo com as variáveis (Quadro 1) para os setores estudados: Quadro 13 Distribuição dos pesos para os setores estudados INDICADORES SETOR Variação Uso do Grau de Alcance TOTAL da linha de vegetação solo exposição das ondas ITAIPUAÇÚ FRANCÊS APA BARRA DE MARICÁ GUARATIBA PONTA NEGRA Por fim, a classificação quanto ao grau de vulnerabilidade a eventos extremos para cada setor estudado está representado no seguinte Quadro 14: Quadro 14 Classificação da vulnerabilidade a eventos extremos SETOR ITAIPUAÇÚ FRANCÊS APA BARRA MARICÁ GUARATIBA PONTA NEGRA DE CLASSIFICAÇÃO ALTA ALTA MÉDIA ALTA MÉDIA MÉDIA A Figura 62 a seguir ilustra a vulnerabilidade a eventos extremos no litoral de Maricá:

68 67 Figura 62 Mapeamento da vulnerabilidade a eventos extremos em Maricá, RJ Muehe (2011) classificou em seu trabalho a área de Itaipuaçú como de risco moderado, em uma classificação de seguro, risco moderado e risco elevado, assim como também mostrou a baixa ocupação da barreira arenosa no local. Já Lins-de-Barros (2005) classificou em seu estudo a área de Itaipuaçú como de risco muito elevado e Osilieri (2016) como vulnerabilidade alta. No presente trabalho, o grau de vulnerabilidade para a praia de itaipuaçú foi definido como alto. O setor Francês obteve uma vulnerabilidade alta e a APA como médio. Esses dois setores foram classificados como de risco baixo e seguro nos estudos de LINS-DE-BARROS (2005) e MUEHE (2011). Osilieri (2016) classificou a região do Francês como vulnerabilidade muito alta e a região da APA como moderada. O setor da Barra de Maricá, no presente estudo, foi classificado com vulnerabilidade alta, sendo um resultado parecido com a de Lins-de-Barros (2005) no qual a autora classificou a região como de risco muito elevado. Osilieri (2016) também apresentou em seu estudo uma classificação de alta vulnerabilidade, devido ao fato de não existirem dunas e a densidade urbana ser alta.

69 68 Os setores de Guaratiba e Ponta Negra foram classificados com vulnerabilidade média, estando em consonância como o resultado de Muehe (2011) no qual o autor classificou essas regiões como de risco moderado. No presente estudo não houve setores com classificação de baixa vulnerabilidade, embora em outros trabalhos haja regiões com classificações de risco baixo ou seguro. 4 CONCLUSÃO Maricá é um município da zona costeira do Estado do Rio de Janeiro no qual obteve um crescimento populacional muito grande nas ultimas décadas e que resultou no adensamento urbano principalmente na orla terrestre, suprimindo os cordões frontais e restingas do sistema praial. Apesar de o litoral ter sido considerado como estável em relação à variação histórica da linha de costa, o sistema praial é muito dinâmico, o que pode ocasionar em eventos extremos de tempestade a chegada da água do mar nessas construções na orla terrestre, ocasionando danos. Devido ao fato das praias de Maricá terem sido classificadas todas como expostas, a vulnerabilidade a evento extremos dessas construções se potencializa ainda mais. Todos os setores estudados do litoral foram classificados com uma vulnerabilidade média ou alta, o que merece uma atenção maior para questões de gerenciamento costeiro e para prevenção de possíveis danos. Hoje, devido a essa problemática, o município de Maricá pretende construir um recife artificial na praia da Barra de Maricá, ponto crítico do litoral, para tentar minimizar os danos ocasionados pelos eventos extremos de tempestade e desenvolver o turismo local com a formação de ondas de surf. O principal problema em relação à vulnerabilidade a eventos extremos é a presença de construções (casas, quiosques, calçadão e etc) dentro do sistema praial e consequentemente sujeitas à dinâmica natural do ambiente. Faixas de recuo (ou setbacks ) deveriam existir em Maricá para evitar que construções sejam feitas em cima dos cordões frontais e restingas, evitando assim danos futuros. A falta de informação ou estudo, ou até mesmo a inexistência de um gerenciamento costeiro nos município pode ocasionar essa problemática.

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77 76 SILVA, A. L. C; SILVA, M. A. M & SANTOS, C. L. Comportamento morfológico e sedimentar da praia de Itaipuaçú (Maricá, RJ) nas últimas três décadas. Revista Brasileira de Geociências, v. 38, p , Disponível em: < 14.pdf > Acesso em: 14 jun SILVA, I, R. Ambientes Costeiros. In: SILVA, A.J. de C. L; ARAGÃO, M. A. N. F; MAGALHÃES, C, A, J. (orgs.). Ambientes de Sedimentação Siliclástica do Brasil. São Paulo, ed. BECA, 2008, p SOUZA, C. R. de G. A Erosão nas Praias do Estado São Paulo: causas, conseqüências, indicadores de monitoramento e risco. In: Vera L. R. Bononi; Nelson A. Santos Júnior (Org.). Memórias do Conselho Científico da Secretaria do Meio Ambiente: a síntese de um ano de conhecimento acumulado. São Paulo (SP): Instituto de Botânica / SMA, 2009, p Disponível em: < > Acesso em: 25 ago SOUZA, C.R.G; SUGUIO, K & OLIVEIRA, A.M.S. P.E. (orgs.). Quaternário do Brasil. São Paulo, Ed. Holos, 2005, 382 p. SUGUIO, K. Introdução a sedimentologia. São Paulo: Edgard Blucher, TROTTA, M. C. Análise estrutural dos diques e brechas tectônicas da região leste do gráben da guanabara, estado do rio de janeiro. Monografia (Graduação em Geologia) Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ, Instituto de Geociências, Departamento de Geologia, Disponível em: < > Acesso em: 7 jul USGS - United States Geological Survey. Coastal Classification Atlas, Disponível em: < > Acesso em: 24 jul USGS - United States Geological Survey. Coastal Vulnerability Index (CVI), Disponível em: < > Acesso em: 24 jul

78 77 ANEXOS ANEXO I Estação geodésica de Maricá Equipamento utilizado para a análise granulométrica das amostras coletadas no laboratório de sedimentologia da UFF.

79 Conversão de altura geométrica para ortométrica. 78

80 ANEXO II Registros fotográficos das condições do mar no evento extremo no dia 12 de junho de

81 80

82 81

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