Neoclassicismo. Que viva de guardar alheio gado;

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1 Arcadismo / Neoclassicismo Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado; De tosco trato, d' expressões grosseiro, Dos frios gelos, e dos sóis queimado. Tenho próprio casal, e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs, de que me visto. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela!

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5 Arcadismo em portugal Bocage fase árcade O ledo passarinho, que gorjeia D'alma exprimindo a cândida ternura, O rio transparente, que murmura, E por entre pedrinhas serpenteia: O Sol, que o céu diáfano passeia, A Lua, que lhe deve a formosura, O sorriso da aurora alegre e pura, A rosa, que entre os zéfiros ondeia; A serena, amorosa Primavera, O doce autor das glorias que consigo, A deusa das paixões, e de Citera: Quanto digo, meu bem, quanto não digo, Tudo em tua presença degenera, Nada se pode comparar contigo.

6 Bocage Pré-romântico Oh retrato da Morte, oh Noite amiga, Por cuja escuridão suspiro há tanto! Calada testemunha de meu pranto, De meus desgostos secretária antiga! Pois manda Amor que a ti somente os diga, Dá-lhes pio agasalho no teu manto; Ouve-os, como costumas, ouve, enquanto Dorme a cruel, que a delirar me obriga. E vós, oh cortesãos da escuridade, Fantasmas vagos, mochos piadores, Inimigos, como eu, da claridade! Em bandos acudi aos meus clamores; Quero a vossa medonha sociedade, Quero fartar meu coração de horrores.

7 Bocage - Satírico "Aqui dorme Bocage, o putanheiro; Passou vida folgada, e milagrosa; Comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro". Eis Bocage, em quem luz algum talento: Saíram dele mesmo estas verdades Num dia, em que se achou cagando ao vento.

8 Soneto da dama cagando Cagando estava a dama mais formosa, E nunca se viu c* de tanta alvura; Porém o ver cagar a formosura Mete nojo à vontade mais gulosa! Ela a massa expulsou fedentinosa Com algum custo, porque estava dura; Uma carta d'amores de alimpadura Serviu àquela parte malcheirosa: Ora mandem à moça mais bonita Um escrito d'amor que lisonjeiro Afetos move, corações incita: Para o ir ver servir de reposteiro À porta, onde o fedor, e a trampa habita, Do sombrio palácio do alcatreiro!

9 Arcadismo no brasil Tomás Antônio Gonzaga -Marília de Dirceu Minha bela Marília, tudo passa; A sorte deste mundo é mal segura; Se vem depois dos males a ventura, Vem depois dos prazeres a desgraça. A devorante mão da negra Morte Acaba de roubar o bem, que temos; Até na triste campa não podemos Zombar do braço da inconstante sorte. Ah! enquanto os Destinos impiedosos Não voltam contra nós a face irada, Façamos, sim façamos, doce amada, Os nossos breves dias mais ditosos. Um coração, que frouxo A grata posse de seu bem difere, A si, Marília, a si próprio rouba, E a si próprio fere. Ornemos nossas testas com as flores. E façamos de feno um brando leito, Prendamo-nos, Marília, em laço estreito, Gozemos do prazer de sãos Amores. Sobre as nossas cabeças, Sem que o possam deter, o tempo corre; E para nós o tempo, que se passa, Também, Marília, morre. A mesma formosura É dote, que só goza a mocidade: Rugam-se as faces, o cabelo alveja, Mal chega a longa idade. Que havemos de esperar, Marília bela? Que vão passando os florescentes dias? As glórias, que vêm tarde, já vêm frias; E pode enfim mudar-se a nossa estrela. Ah! Não, minha Marília, Aproveite-se o tempo, antes que faça O estrago de roubar ao corpo as forças E ao semblante a graça.

10 Cartas Chilenas Não cuides, Doroteu, que vou contar-te por verdadeira história uma novela da classe das patranhas, que nos contam verbosos navegantes, que já deram ao globo deste mundo volta inteira. Uma velha madrasta me persiga, uma mulher zelosa me atormente e tenha um bando de gatunos filhos, que um chavo não me deixem, se este chefe não fez ainda mais do que eu refiro. Tem pesado semblante, a cor é baça, o corpo de estatura um tanto esbelta, feições compridas e olhadura feia; tem grossas sobrancelhas, testa curta, nariz direito e grande, fala pouco em rouco, baixo som de mau falsete; sem ser velho, já tem cabelo ruço, e cobre este defeito e fria calva à força de polvilho que lhe deita. Ainda me parece que o estou vendo no gordo rocinante escarranchado, as longas calças pelo embigo atadas, amarelo colete, e sobre tudo vestida uma vermelha e justa farda.

11 Princípios românticos idealização da mulher Os teus olhos espalham luz divina, A quem a luz do Sol em vão se atreve: Papoula, ou rosa delicada, e fina, Te cobre as faces, que são cor de neve. Os teus cabelos são uns fios d'ouro; Teu lindo corpo bálsamos vapora. Ah! Não, não fez o Céu, gentil Pastora, Para glória de Amor igual tesouro. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela! Os seus compridos cabelos, Que sobre as costas ondeiam, São que os de Apolo mais belos; Mas de loura cor não são. Têm a cor da negra noite; E com o branco do rosto Fazem, Marília, um composto Da mais formosa união.

12 Cláudio Manuel da Costa Já rompe, Nise, a matutina aurora O negro manto, com que a noite escura, Sufocando do Sol a face pura, Tinha escondido a chama brilhadora. Que alegre, que suave, que sonora, Aquela fontezinha aqui murmura! E nestes campos cheios de verdura Que avultado o prazer tanto melhora! Só minha alma em fatal melancolia, Por te não poder ver, Nise adorada, Não sabe inda, que coisa é alegria; E a suavidade do prazer trocada, Tanto mais aborrece a luz do dia, Quanto a sombra da noite lhe agrada.

13 Princípios do Indianismo Frei Santa Rita Durão Caramuru Perde o lume dos olhos, pasma e treme, Pálida a cor, o aspecto moribundo; Com mão já sem vigor, soltando o leme, Entre as salsas escumas desce ao fundo. Mas na onda do mar, que, irado, freme, Tornando a aparecer desde o profundo, - Ah! Diogo cruel! - disse com mágoa, E sem mais vista ser, sorveu-se na água. Basílio da Gama O Uraguai Fumam ainda nas desertas praias Lagos de sangue tépidos e impuros Em que ondeiam cadáveres despidos, Pasto de corvos. Dura inda nos vales O rouco som da irada artilheria. MUSA, honremos o Herói que o povo rude Subjugou do Uraguai, e no seu sangue Dos decretos reais lavou a afronta. Ai tanto custas, ambição de império! E Vós, por quem o Maranhão pendura

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