EDUCAÇÃO CRISTÃ LIBERTADORA

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3 Girlene Falcão Pereira EDUCAÇÃO CRISTÃ LIBERTADORA Um olhar cristão para a prática integral

4 Copyright 2014 por Girlene Falcão Pereira Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) PEREIRA, Girlene Falcão. Educação cristã libertadora: Um olhar cristão para a prática integral. Rio de Janeiro: Contextualizar, Gerência editorial e de produção Editora Contextualizar Capa Deivinson Bignon 1ª edição: Inverno/2014 É proibida a reprodução total ou parcial do texto deste livro por quaisquer meios (mecânicos, eletrônicos, xerográficos, fotográficos etc), a não ser em citações breves, com indicação da fonte bibliográfica. Este livro está de acordo com as mudanças propostas pelo novo Acordo Ortográfico, em vigor desde janeiro de A Editora Contextualizar é uma empresa prestadora de serviços de edição e impressão de livros e periódicos, estando completamente isenta de qualquer responsabilidade moral, civil ou criminal sobre o conteúdo publicado por seus clientes. A responsabilidade integral por todo o conteúdo das obras é única e exclusivamente de seus autores. Apoio cultural: Contatos contato@contextualizar.com.br Rua Antônio Gonçalves, 21 Porto Velho São Gonçalo RJ CEP:

5 EDUCAÇÃO CRISTÃ LIBERTADORA 5 SUMÁRIO PREFÁCIO 11 INTRODUÇÃO 13 1 O ENSINO ATRAVÉS DAS ÉPOCAS 15 2 EDUCAÇÃO RELIGIOSA OU CRISTÃ 19 3 UM TODO OU A SOMA DAS PARTES 27 4 O PROFESSOR COMO UM FACILITADOR 31 5 PROPOSTA DO MODELO PRÁTICO INTEGRAL (PARTE 1) 35 6 PROPOSTA DO MODELO PRÁTICO INTEGRAL (PARTE 2) DICAS DE ESTRATÉGIAS E RECURSOS PARA AS AVALIAÇÕES 57 8 ANEXOS 59 CONCLUSÃO 65 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 67

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7 EDUCAÇÃO CRISTÃ LIBERTADORA 7 Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender Paulo Freire

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9 EDUCAÇÃO CRISTÃ LIBERTADORA 9 Dedico esta minha primeira obra ao meu amado esposo, Luiz Ricardo da Costa P. Batista, que é pastor e também escritor, por seu amor vivencial que reflete a imagem de Cristo; e à minha amada Comunidade Batista em Rio do Ouro, Magé-RJ.

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11 EDUCAÇÃO CRISTÃ LIBERTADORA 11 PREFÁCIO Temos em nossas mãos um texto desafiador, criativo e importante para nossa leitura no que se refere à educação e, principalmente, no seio da igreja. Nesta obra, Girlene nos desafia a sairmos para a práxis cristã, isto é, fazermos discípulos com identidade, a partir da reflexão como teoria e prática como serviço. Uma obra excelente para todos que almejam o amadurecimento pessoal e de sua comunidade de fé. É desafiador atender tudo que Girlene propõe, uma vez que promete um olhar mais humanista, libertador, integral e prático, no qual cada um é um; faz parte de um todo, por ser uma pessoa completa. Os capítulos que seguem, Girlene discorre de forma brilhante e corajosa, nos desafiando a elaborar uma educação cristã à luz do evangelho de Jesus Cristo, a luz do evangelho integral. Igualmente, ela nos lembra que a visão de Educação Cristã não está relacionada simplesmente com a Classe de Escola Bíblica, que falar de Educação é pensar de forma ampla no ensino da igreja como um todo, onde todos se desenvolvem integralmente; mantendo um olhar muito além de uma revista (lição), mas, um olhar que se volte para cada membro, um ser humano integral. Encontra-se diante de nós um texto simples, contudo, complexo em seu chamado; simples de ler, mas desafiador em praticar; já que Girlene, de uma forma profunda, nos convida a sair da inércia, nossa zona de paralisação, e partirmos para a mudança. Assim, o texto é simples, mas, complexo, pois oferece alternativas para mudar, e mudar sempre será desafiador. Mude! Mude você! Mude seu mundo! Pr. Luiz Ricardo da Costa, seu esposo. Magé, 05 de Agosto de 2014.

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13 EDUCAÇÃO CRISTÃ LIBERTADORA 13 INTRODUÇÃO Falar de educação é falar de algo que divinamente pode mudar a vida das pessoas (Girlene Falcão). Aeducação é a melhor forma para se construir um mundo melhor, para se construir pessoas melhores e apostar que ainda há esperança para o futuro. Todavia, assim como tudo pode ser usado para o bem, tudo também pode ser usado para o mal e, com a educação, não seria diferente. A educação pode ser usada pelo homem de forma divina ou de forma maléfica. Podemos perceber que, através dos séculos, a educação sempre foi muito mais bancária do que libertadora, ou seja, mais voltada para o controle do ser humano do que para a libertação do mesmo. Para manter a sociedade controlada, a educação se tornou um sistema de controle fechado que, por anos, tem alienado a relação ensino-aprendizagem. Neste livro abordarei, baseada na Educação Libertadora do século XX, a proposta da Educação Cristã Libertadora que seria uma tentativa de unir a visão da Educação Libertadora com os ensinos de Jesus Cristo. Nesta tentativa proporei um modelo chamado de Modelo Cristão da Prática Integral, que dá ênfase na educação mais assertiva, prática e integral do aluno, porém, acima de tudo, cristã. A proposta do livro é fazer o leitor perceber a importância de uma educação vivencial baseada no texto bíblico de Gálatas 2.20, que diz: Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim. Nesse sentido, a educação proposta pelo professor teria que ser vivida e não simplesmente falada, baseando-se no fato do distanciamento que se dá quando falamos daquilo que não vivemos. Faço a prática deste modelo como facilitadora em minha Classe de Escola Bíblica para Adultos. Ele

14 14 GIRLENE FALCÃO PEREIRA tem gerado muita união e coesão do grupo e, com isso, temos conseguido implementar as atividades práticas abordadas neste livro. Além desse aspecto mais específico, sou líder da Educação Cristã de minha igreja e tenho implementado o ensino em todas as áreas e não somente na Escola Bíblica. Espero que esta literatura edifique a sua vida como leitor e que sirva para abrir novos horizontes, novas pesquisas, e novas reflexões sobre a Educação Cristã no Brasil. Boa leitura!

15 EDUCAÇÃO CRISTÃ LIBERTADORA 15 1 O ENSINO ATRAVÉS DAS ÉPOCAS Na época clássica da cultura grega, a educação era vivenciada de uma forma mais libertadora. O ensino, por exemplo, não tinha um caráter institucionalizado, os mestres davam aulas a seus discípulos nas casas, em espaços livres, faziam caminhadas e trabalhavam a ideia de que a educação não se faz somente dentro de um local específico, mas sim na vida. Educação, para os antigos, era em qualquer lugar, era na vida como um todo. Eles partiam do pressuposto de que não era o lugar que fazia a educação e sim a educação que transformava os lugares. É interessante também ressaltar que as matérias não e- ram divididas como são hoje. Eram juntas, como que se uma completasse a outra, como se fizesse parte de um todo. As matérias se dialogavam, se relacionavam, tinham sentido para o aluno, não eram soltas, sem relação, eram unificadas. E as matérias não eram apenas de Lógica ou Gramática, tinha uma presença muito forte das artes, da música, da poesia, dos jogos, incluindo jogos simples como: pião, cartas, dominó etc, junto com as outras matérias, ou seja, o aprendizado não era apenas concreto, mas também trabalhava a capacidade de abstração do aluno, tornando-o, assim, não somente um bom matemático, mas também trabalhava a sensibilidade e a reflexão crítica de seus alunos. E o interessante da época era que os alunos podiam exercer a práxis, isto é, unir a teoria e a prática nas discussões sociais na chamada ágora, ou praça pública, onde eram discutidos livremente entre a comunidade, os problemas sociais mais relevantes. Outro fato interessante era que não havia a famosa grade curricular (nome até certo ponto bem propício para mostrar o quanto nossa educação atual é aprisionadora), as matérias eram livres, conforme a expressividade do mestre, não havia um