ENCONTRO DE CONSELHEIROS 2011 TÓPICOS ESPECIAIS DO IFRS
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1 ENCONTRO DE CONSELHEIROS 2011 TÓPICOS ESPECIAIS DO IFRS Apresentação: Artemio Bertholini, PhD. Costa do Sauípe junho/2011 1
2 CONTEÚDO CPC 01 - Redução ao Valor Recuperável de Ativos CPC 10 - Pagamento Baseado em Ações CPC 33 e 25 - Benefícios a Empregados e Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes 2
3 CPC 01 Redução ao Valor Recuperável de Ativos 3
4 CONCEITO Também conhecido como impairment, o conceito é de que nenhum ativo pode ser apresentado por valor maior que seu valor de venda ou sua capacidade de geração de caixa. Um ativo está desvalorizado, portanto, quando seu valor contábil excede seu valor recuperável. 4
5 APLICAÇÃO PRÁTICA Normalmente aplicável aos itens registrados como ativos não circulantes: a)investimentos b)imobilizado c)intangível Os itens que compõem o ativo circulante usualmente já dispõem de tratamento clássico, tais como: Ativos financeiros (perdas na realização ou retorno CPC 38) Contas a receber (provisão para créditos de liquidação duvidosa) Estoques (absolescência/valor líquido de realização inferior ao custo) Outros ativos correntes (fluxo de caixa futuro ao valor presente inferior ao custo) 5
6 OUTROS ATIVOS PARA OS QUAIS USUALMENTE NÃO SE APLICAM OS CONCEITOS DE IMPAIRMENT Ativos decorrentes de contratos de construção Ativos fiscais diferidos Ativos decorrentes de benefícios fiscais a empregados Ativos biológicos 6
7 CONTABILIZAÇÃO DA PROVISÃO PARA REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS No momento da constituição ou de seus acréscimos: Registro em Despesas (Resultados do ano) e Contra-partida em Provisões (Retificadora de Ativos) Eliminação da provisão ou sua reversão, nos casos admitidos: Exatamente o inverso, com exceção das situações onde a reversão não é aceitável (ex.: goodwill em investimentos) 7
8 A APLICAÇÃO DO CONCEITO NA AQUISIÇÃO DE INVESTIMENTOS SOCIETÁRIOS A aquisição de um investimento societário, consoante o CPC 15, resulta na seguinte distribuição do valor de aquisição: a)valor do patrimônio líquido da investida (PL contábil) b)valor justo (fair value) de ativos e passivos da investida diferentes dos valores de livros, tais como: Ativos Tangíveis (imóveis e outros bens) Ativos Intangíveis (marcas, patentes, direitos de exploração) Passivos e contingências Efeito do I. Renda Diferido sobre tais ajustes c)goodwill = o que excede os valores refletidos em a) e b) acima APLICAÇÃO DO CONCEITO: Abrange os Ativos Tangíveis e Intangíveis citados em b) acima e para o c) Goodwill 8
9 LAUDOS DE AVALIAÇÃO PARA SUPORTE DO TRATAMENTO CONTÁBIL Desejável que o laudo seja elaborado por técnicos especializados independentes, formatados em relatórios adequadamente elaborados e acompanhados, conforme aplicável às circunstâncias, de cálculos econômicos envolvendo o fluxo de caixa de benefícios futuros descontado ao valor presente. Exemplos: Imóveis e construções (engenheiros/arquitetos/construtores) Máquinas/equipamentos (engenheiros mecânicos, elétricos, hidráulicos etc.) Recursos minerais (geólogos) Recursos florestais (agrônomos) Financial advisors para os fluxos de caixa Importante a norma não requer que os laudos sejam produzidos por técnicos especializados externos à organização. São aceitáveis, portanto, laudos internos que suportem adequadamente as conclusões quanto ao teste do impairment, 9 sujeito à aplicação anual.
10 DIVULGAÇÃO A norma requer uma adequada divulgação dos testes de impairment especificando detalhadamente como foram aplicados, quem os aplicou, os resultados alcançados, a prática contábil adotada e os reflexos nas demonstrações contábeis. 10
11 CPC 10 Pagamento Baseado em Ações 11
12 CONCEITO O objetivo é estabelecer procedimentos para reconhecimento e divulgação, das transações com pagamento baseado em ações, especificamente, os efeitos no resultado e no balanço patrimonial, incluindo despesas associadas com transações nas quais opções de ações são outorgadas a empregados 12
13 APLICAÇÃO PRÁTICA A aquisição de ativos ou contratação de serviços é normalmente liquidada através de um sacrifício de ativo (caixa ou equivalentes) ou pela assunção de um passivo Ocorrendo a quitação através de ações próprias, poderá não ocorrer alteração do patrimônio líquido (despesa) ou um acréscimo no mesmo (cancelamento de passivo) 13
14 EXEMPLO HIPOTÉTICO I QUITAÇÃO SIMPLES DE UM PASSIVO COM FORNECEDOR NO VALOR DE $ 100 COM EMISSÃO DE NOVAS AÇÕES 14
15 ANTES DA QUITAÇÃO Ex I ATIVO PASSIVO Caixa 50 Fornecedores 200 Recebíveis 150 Instrumentos 120 Outros 100 Outros Imobilizado 700 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social 400 Ações em Tesouraria - Reserva de Lucros Total Total
16 APÓS QUITAÇÃO Ex I ATIVO PASSIVO Caixa 50 Fornecedores 100 Recebíveis 150 Instrumentos 120 Outros 100 Outros Imobilizado 700 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social 500 Ações em Tesouraria - Reserva de Lucros Total Total
17 EXEMPLO HIPOTÉTICO I Consequências: Acréscimo do PL pelo ingresso de um novo acionista diluição de controle, mas não de patrimônio Melhora na relação PL / Passivo Sem reflexo no resultado do exercício 17
18 EXEMPLO HIPOTÉTICO II QUITAÇÃO SIMPLES DE UM PASSIVO COM FORNECEDOR NO VALOR DE $ 100 PORÉM COM UTILIZAÇÃO DE AÇÕES EM TESOURARIA 18
19 ANTES DA QUITAÇÃO Ex II ATIVO PASSIVO Caixa 50 Fornecedores 200 Recebíveis 150 Instrumentos 120 Outros 100 Outros Imobilizado 700 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social 400 Ações em Tesouraria (100) Reserva de Lucros Total Total
20 APÓS QUITAÇÃO Ex II ATIVO PASSIVO Caixa 50 Fornecedores 100 Recebíveis 150 Instrumentos 120 Outros 100 Outros Imobilizado 700 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social 400 Ações em Tesouraria - Reserva de Lucros Total Total
21 EXEMPLO HIPOTÉTICO II Consequências: Acréscimo do PL pelo ingresso de um novo acionista sem diluição de controle Melhora na relação PL / Passivo Sem reflexo no resultado do exercício 21
22 EXEMPLO HIPOTÉTICO III QUITAÇÃO SIMPLES DE UM BONUS/PRÊMIO A UM EXECUTIVO POR ALCANCE DE META/DESEMPENHO NO VALOR DE $ 100 COM PAGAMENTO EM AÇÕES (EMISSÃO DE NOVAS OU USO DE AÇÕES EM TESOURARIA) 22
23 ANTES DA QUITAÇÃO Ex III (porém com despesa reconhecida) ATIVO PASSIVO Caixa 50 Fornecedores 200 Recebíveis 150 Instrumentos 120 Outros 100 Outros 80 Bônus/Prêmio a Pagar 100 Imobilizado 700 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 500 Capital Social 400 Ações em Tesouraria (100) Reserva de Lucros Total Total
24 APÓS QUITAÇÃO Ex III ATIVO PASSIVO Caixa 50 Fornecedores 200 Recebíveis 150 Instrumentos 120 Outros 100 Outros 80 Bônus/Prêmio a Pagar Imobilizado 700 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social 400 Ações em Tesouraria - Reserva de Lucros Total Total
25 Consequências: EXEMPLO HIPOTÉTICO III Recomposição do PL aos níveis anteriores ao reconhecimento da despesa com bônus/prêmio Ingresso de um novo acionista (executivo beneficiário do bônus/prêmio). Não há diluição dos acionistas anteriores pela utilização das ações em tesouraria Melhora na relação PL / Passivo Com reflexo no resultado do exercício 25
26 EXEMPLO HIPOTÉTICO IV Nos exemplos anteriores, as transações ilustradas tinham um valor conhecido e se liquidavam no mesmo exercício. É muito comum, no entanto, estabelecer-se benefícios auferidos ao longo de um período e condicionados ao atendimento de certas premissas. Em situações do gênero, tanto os reflexos em resultados como as modificações patrimoniais (PL) serão reconhecidos ao longo dos exercícios em que os benefícios esperados fluirão. 26
27 EXEMPLO HIPOTÉTICO IV Tomemos como exemplo, uma situação em que a Companhia outorga uma certa quantidade de opções aos seus funcionários chave, desde que estes se mantenham empregados durante 3 anos, pelo valor justo a ser apurado ao final do terceiro ano. No primeiro ano haverá um reconhecimento de despesa, portanto, onerando o resultado do período, tendo como contrapartida uma conta de Patrimônio Líquido com o título Instrumentos Patrimoniais Outorgados, por 1/3 do valor das ações ao final do primeiro ano. 27
28 EXEMPLO HIPOTÉTICO IV No segundo e no terceiro anos, o procedimento se repete, no entanto, o cálculo deverá considerar o valor justo de tais opções ao final do segundo e terceiro ano. Portanto, ao final de cada um dos três anos, a apuração dos resultados registrará as despesas correspondentes a cada ano, tendo como contrapartida o saldo acumulado da conta de Patrimônio Líquido 28
29 Consequências: EXEMPLO HIPOTÉTICO IV Requer ampla divulgação do programa de outorga de opções de ações e seus eventuais limitadores, como exemplo: % do capital passível de ser outorgado Suspensão temporária do programa na ocorrência de lucros insuficientes para obrigações societárias pré-existentes Características das ações por serem outorgadas Período de carência para aplicação do programa etc. 29
30 QUESTÕES RELACIONADAS Discussão acadêmica - Quem deveria arcar com o ônus da despesa oriundo do pagamento baseado em ações (a empresa ou seus acionistas?) Operações de Combinações de Negócios CPC 15 para obtenção de controle, não são abrangidas pelo CPC 10 A outorga de direitos para subscrever ações adicionais, a preço inferior ao valor justo, a acionistas já existentes não caracteriza uma transação onde se aplica o CPC 10, mesmo que o acionista seja um executivo que participe de um programa de stock option 30
31 CPC 33 E 25 Benefícios a Empregados e Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes 31
32 CONCEITO DE BENEFÍCIOS A EMPREGADOS O CPC 33 tem por objetivo definir a contabilização e a divulgação de benefícios a empregados, os quais, além daqueles tradicionais (salários, férias anuais, licença médica, participação anual nos resultados etc.), também podem incluir bônus e benefícios monetários e não monetários como pensões, seguros de vida, seguro saúde, participação nos resultados etc. em período pós-emprego. 32
33 O PRINCÍPIO QUE REGE AS NOVAS REGRAS O custo dos benefícios concedidos a empregados deve ser registrado no período em que a entidade recebe os serviços deste empregado e não quando os benefícios são pagos ou se tornam exigíveis (A conceituação parece simples, no entanto, sua aplicação prática ainda gera muitas dúvidas e interpretações divergentes) 33
34 BENEFÍCIOS PÓS-EMPREGO Pensões, assistência médica e seguro de vida em grupo são os mais comuns. É fundamental a distinção entre Planos de contribuição definida e Planos de benefício definido. Planos de contribuição definida as despesas são registradas no período em que as contribuições são exigidas. Planos de benefício definido a obrigação é registrada pelo valor líquido oriundo de: O valor presente dos pagamentos futuros previstos Ganhos e perdas atuariais diferidos e o custo do serviço passado O valor justo dos ativos do plano na data do balanço 34
35 BENEFÍCIOS PÓS-EMPREGO Interpretações divergentes têm ocorrido com relação aos benefícios pós-emprego, como manutenção de planos de saúde ou seguros de vida em grupo, nos quais o funcionário tem o direito de continuar a fazer parte, às suas expensas, mesmo que aderindo a um novo emprego em outras empresas. A linha de entendimento mais rigorosa postula o reconhecimento, sob a forma de provisão imediata, dos potenciais acréscimos (parte da empresa) nos custos futuros dos planos de saúde ou de vida em grupo, com a manutenção de seus ex-funcionários em tais planos. 35
36 VERBAS RESCISÓRIAS COM PDVs Como regra geral, verbas rescisórias somente são registradas quando a Entidade tem a intenção expressa de promover desligamentos de funcionários antes da data de sua aposentadoria e antes mesmo de quitar integralmente as verbas rescisórias em virtude da oferta de um programa de demissão voluntária. Assim, tomada a decisão quanto aos desligamentos, a provisão é registrada de imediato como despesa corrente, acompanhada das estimativas de todos os encargos correlatos (taxas previdenciárias, multa sobre os saldos de FGTS etc.). 36
37 VERBAS RESCISÓRIAS SEM PDVs No caso de desligamentos não amparados por PDV (Programa de Demissão Voluntária) o entendimento mais corrente é que as normas não requerem qualquer registro prévio para os possíveis desligamentos, o que vale para o principal e para seus acessórios. O registro contábil ocorre, portanto, em bases correntes, ou seja, à medida em que os desligamentos ocorrem. Interpretações mais rigorosas têm ensejado, no entanto, a constituição de provisões para as verbas rescisórias e seus encargos, com base na experiência pregressa da Entidade, ou seja, utilizando-se estimativas que tem como base o turnover historicamente conhecido, mesmo não havendo um PDV. 37
38 PASSIVOS CONTINGENTES CONCEITUAÇÃO GERAL O reconhecimento, sob a forma de Provisão, deve ser feito somente quando há uma obrigação legal ou não formalizada como resultado de eventos passados, em que se considera provável uma futura saída de recursos e que seja factível se praticar uma estimativa confiável quanto ao valor da potencial obrigação. A apuração do valor resulta, portanto, da melhor estimativa possível para liquidação, na data do balanço. 38
39 REVISÃO PERIÓDICA DAS PROVISÕES PARA CONTINGÊNCIAS Devem ser feitas, no mínimo, anualmente; Além dos casos tradicionais envolvendo litígios, discussões de natureza trabalhista, previdenciária, fiscal etc. também podem ser enquadradas neste grupo aqueles relacionados com contratos onerosos, garantias, reestruturações operacionais já definidas, ônus com restauração de áreas degradadas etc.; Um passivo contingente cujo desfecho negativo ainda se situa nas hipóteses de possível ou remota não requerem o registro de provisão, sendo opcional sua divulgação. 39
40 40
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