CURCEP PROFª Drª CAMILA M PASQUAL ALUNO(A)

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1 CURCEP PROFª Drª CAMILA M PASQUAL ALUNO(A) CLARO ENIGMA, DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro-MG, em 31 de outubro de 1902, de uma família de fazendeiros em decadência. As paisagens e cidades do estado natal, como também as lembranças de cenas de sua vida familiar servirão de inspiração para muitos de seus poemas. Passou sua primeira infância ao lado de seu pai, um pequeno fazendeiro, e de sua mãe que cuidava dos afazeres domésticos. Em diversos textos, ele lamenta o fim melancólico desse passado: OS URUBUS NO TELHADO E virá a companhia inglesa e por sua vez comprará tudo E por sua vez perderá tudo e tudo volverá a nada e secado o ouro escorrerá ferro, secos os morros de ferro taparão o vale sinistro onde não mais haverá privilégios, e se irão os últimos escravos, e virão os primeiros camaradas; e a besta Belisa renderá os arrogantes corcéis da monarquia, e a vaca Belisa dará leite no curral vazio para o menino doentio, e o menino crescerá sombrio, e os antepassados no cemitério se rirão se rirão porque os mortos não choram. Drummond estudou na cidade de Belo Horizonte e depois com os jesuítas, no Colégio Anchieta de Nova Friburgo, de onde foi expulso por "insubordinação mental". De volta a Itabira, leciona Geografia e Português. Tempos depois, em Belo Horizonte, iniciou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro. Ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em Farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925, mas não se sentia atraído pela profissão. Fundou com outros escritores A Revista, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do Modernismo em Minas. Em 1928, incentivado por Mário de Andrade, publica na Revista de Antropofagia, "No meio do caminho", um dos poemas mais polêmicos da literatura brasileira, que ele relembra, ao afirmar que essa "pedra no meio do caminho" será a única herança que deixará como legado quando chegar a noite semfim: De tudo quanto foi meu passado caprichoso na vida restará, pois o resto se esfuma, uma pedra que havia em meio do caminho. Neste mesmo ano de 1928, nasce aquela que seria a grande paixão da sua vida, sua filha única, Maria Julieta, que lhe daria três netos. Em 1930, publica seu primeiro livro: Alguma poesia. Ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se par ao Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até Passou depois a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em Drummond era um perito em imitar assinaturas alheias, habilidade que usava para poupar trabalho a seus chefes. Desde 1954 colaborou como cronista no Correio da Manhã e, a partir do início de 1969, no Jornal do Brasil. Durante todo esse tempo, Drummond dedicou-se intensamente à produção literária na qual destacou-se como grande poeta e também como excelente contista e cronista. Em 1987, foi homenageado pela escola de samba, Estação Primeira de Mangueira, campeã do carnaval, com o samba-enredo O reino das palavras. No dia 5 de agosto desse mesmo ano, morre-lhe a amada filha, vítima de câncer, o que abala terrivelmente o poeta, já idoso e doente. Ele revela aos amigos que não quer mais viver. Doze dias depois, morre o maior poeta brasileiro, Carlos Drummond de Andrade, aos 84 anos. OBRAS 1

2 Dentre seus mais de sessenta livros publicados destacamos: Alguma poesia (1930); Brejo das almas ; Sentimento do mundo; José; A rosa do povo; Claro enigma (1951); Boitempo I e II; A paixão medida; Corpo; O amor natural. Muitas obras do poeta foram traduzidas para o espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, sueco, tcheco e outras línguas. Drummond foi seguramente, por muitas décadas, o poeta mais influente da literatura brasileira em seu tempo, tendo também publicado diversos livros em prosa. OBRA, ESTILO E TEMÁTICA É na temática da poesia do pós-modernismo que se percebe uma nova postura artística dos jovens autores como Drummond: passa-se a questionar a realidade com mais vigor e, fato extremamente importante, o artista se questiona como indivíduo e como artista em sua tentativa de explorar e de interpretar o estar-no-mundo. O resultado é uma literatura mais construtiva e politizada, que não quer e não pode se afastar das profundas transformações ocorridas nesse período. Temas em Destaque 1. Muitos poemas de Drummond funcionaram, na época, como denúncia da opressão que marcou o período da Segunda Grande Guerra. A temática social, resultante de uma visão dolorosa e penetrante da realidade, predomina em Sentimento do mundo (1940) e em A rosa do povo (1945). Nestas obras, a consciência do tenso momento histórico produz a indagação filosófica sobre o sentido da vida como se vê em: A UM VARÃO QUE ACABA DE NASCER Todos vêm tarde. A terra anda / morrendo sempre, /e a vida, se persiste, / passa descompassada, / e nosso andar é lento, / curto nosso respiro, / e logo repousamos / e renascemos logo. (Renascemos? Talvez.) / Crepita uma fogueira / que não aquece. Longe. / Todos vêm cedo, todos / chegam fora do tempo, / antes, depois. Durante, / quais os que aportam? Quem / respirou o momento, / vislumbrando a paisagem / de coração presente? / Quem amou e viveu? / Quem sofreu de verdade? / Como saber que foi / nossa aventura, e não / outra, que nos legaram? / No escuro prosseguimos... "Desistindo de qualquer tipo de participação, hipótese geradora de A rosa do povo, Carlos de Drummond de Andrade chega ao seu livro mais depurado, Claro enigma (1951), afirmando uma condição ausente, fruto da descoberta principal que lhe traz a madureza: a de que o mundo é pura ilusão." (Miguel Sanches Neto) 2. "Les événements m'ennuient" 1, a epígrafe que abre o livro, de autoria do poeta francês Paul Valéry, prenuncia a temática que será dominante em Claro Enigma: a melancolia, a postura desencantada de um eu lírico que precisa enfrentar a vida sem falseamentos, sem ilusões. Os dois apenas, entre céu e terra, sentimos o espetáculo do mundo, feito de mar ausente e abstrata serra. E calcamos em nós, sob o profundo instinto de existir, outra mais pura vontade de anular a criatura. "Os acontecimentos me entediam" é a resposta do sujeito cansado do que é aparente, do meramente visível. É a tentativa drummondiana de romper com a poesia factual, engajada que conhecera em meados dos anos 40, em A Rosa do Povo. Entretanto, embora eloquente, a citação do poeta francês não corresponde completamente à realidade, pois Drummond não foge totalmente dos temas mais palpitantes da vida. A experiência do cotidiano aparece em cada verso do livro, ainda que escamoteada por uma expressão que não se entrega ao lirismo fácil, graças a uma visão pessimista do tempo e dos homens. Assim, o poeta vez ou outra abre espaço para o lirismo. 1 "os acontecimentos me entediam". 2

3 3. A lira romântica de Drummond está bem afinada neste livro, como pode ser comprovado pela leitura de poemas como "Campo de flores", "Rapto", "Tarde de maio" entre outros. Mas, porque me tocou um amor crepuscular, há que amar diferente. De uma grave paciência ladrilhar minhas mãos. E talvez a ironia tenha dilacerado a melhor doação. Há que amar e calar. Para fora do tempo arrasto meus despojos e estou vivo na luz que baixa e me confunde. (Campo de Flores) O sentimento amoroso, nos primeiros livros de Drummond, recebia um tratamento irônico. Mais tarde, o poeta procura capturar a essência desse sentimento e encontra nele como Camões e outros as contradições, que se revelam no antagonismo entre o definitivo e o passageiro, o prazer e a dor. No entanto, essas contradições não destituem o amor de sua condição de sentimento maior. A ausência do amor é a negação da própria vida. O amor-desejo, a paixão, vai aparecer com mais frequência nos últimos livros. 4. A mineiridade do poeta é apresentada em poemas vazados da nostalgia que contam episódios antigos da terra natal do autor. Trata-se da série reunida na seção nomeada "Selo de Minas", que, com os versos de "Morte das casas de Ouro Preto", "Museu da Inconfidência" ou "Os bens e o sangue", registraram, a partir de diversos acontecimentos, algo muito específico: a percepção de feitos que, na história de Minas, antes de entediarem, terminaram provocando o espanto diante da frágil identidade entre o presente e o passado. MORTE DAS CASAS DE OURO PRETO Sobre o tempo, sobre a taipa, a chuva escorre. As paredes que viram morrer os homens, que viram fugir o ouro, que viram finar-se o reino, que viram, reviram, viram, já não veem. Também morrem. 5. O tempo, como tema poético e filosófico, é outro tema que confere unidade à poesia de Drummond: o tempo passado, o presente e o futuro. O passado surge como uma antítese para a realidade presente. A infância, a adolescência, a terra natal apresentam-se como referências da atmosfera cultural e afetiva vivida pelo poeta. A ironia, que inicialmente predominava nas visões do passado, com o tempo, vai-se transformando em impressões e recordações expressas em poemas que reinterpretam com novos olhos o objeto de suas memórias. Por fora do tempo arrasto meus despojos / e estou vivo na luz que baixa e me confunde. Na verdade, toda a trajetória literária do poeta é marcada pela tentativa de conhecer-se a si mesmo e aos outros homens, através da volta ao passado que renasce nas reminiscências da infância, da adolescência e da terra natal; da adesão ao presente que se concretiza no comprometimento do poeta com a sua realidade histórica (poesia social); e da projeção num mundo possível que aparece na expectativa de um mundo melhor, resultante da cooperação entre todos os homens. 6. Da análise de sua experiência individual, da convivência com outros homens e do momento histórico em que viveu, resulta a constatação de que o ser humano trava uma luta constante para sair do isolamento, da solidão. Neste contexto, entre outros temas, o eu lírico questiona a existência de Deus. 3

4 7. A metalinguagem, que consiste na reflexão sobre o próprio ato de escrever, é reiteradamente tomada como objeto das preocupações do poeta como mostra o poema: REMISSÃO Tua memória, pasto de poesia, tua poesia, pasto dos vulgares, vão se engastando numa coisa fria a que tu chamas: vida, e seus pesares. Mas, pesares de quê? perguntaria, se esse travo de angústia nos cantares, se o que dorme na base da elegia vai correndo e secando pelos ares, e nada resta, mesmo, do que escreves e te forçou ao exílio das palavras, senão contentamento de escrever, enquanto o tempo, em suas formas breves ou longas, que sutil interpretavas, se evapora no fundo de teu ser? Linguagem Todo Enigma se funda num mistério, no intuito de não ser claro. O título do livro constitui um oximoro, uma contradição entre o adjetivo claro, que pressupõe nitidez e facilidade de entendimento, e o substantivo enigma, que remete à ideia de mistério, obscuridade, dificuldade de compreensão. Como o título prenuncia, as contradições permeiam a obra: o eu poético ora aparece recluso, fechado em si mesmo, ora se desnuda e se revela com ares mundanos. Uma característica do estilo barroco, o fusionismo, ou seja, a tentativa de equilibrar as oposições claro-escuro, encontro-desencontro, aceitação-negação é sugerida por este título, que nos remete a um eu lírico de sentimentos indecifráveis, obscuros. Um enigma claro é um enigma esvaziado de sentido, morto, um falso enigma, é a negação da semântica como recurso de definição do eu. Em Claro Enigma, Drummond, mais reflexivo e filosófico, consolida sua estética vasculhando o vazio dos sentimentos do mundo moderno e do homem contemporâneo. É um livro rigoroso no apuro da versificação, no emprego das intertextualidades, nas citações, na revelação das raízes e ramificações de sua lírica. Em boa parte da obra, Drummond se afasta do estilo livre e coloquial dos modernistas, afirma seu amor pela poesia de Dante e Camões, e busca uma forma mais elaborada, sem abandonar o lirismo e a agudeza de sua melhor poesia. O poeta se mostra mais atento à métrica e à forma dos versos, atitude que a crítica da época interpretou como um retrocesso, mas logo revelou em Drummond a plena consciência dos riscos de alienação existentes na arte pela arte. A releitura de formas antigas fortificou seus versos. Com uma dicção mais tradicional, o poeta revisita formas clássicas como o soneto. Os tercetos e dísticos; a intertextualidade com poetas clássicos e mitos greco-romanos; influências das poesias clássica e simbolista. Entretanto, ele não abandona os recursos modernistas como o verso livre; os períodos longos e prosaicos; a metapoesia; a metalinguagem; a influência do Surrealismo e seu universo onírico, imaginativo. (UFPR -2015) Leia, atentamente, o seguinte poema: 4

5 Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar? amar e esquecer, amar e malamar, amar, desamar, amar? sempre, e até de olhos vidrados, amar? Que pode, pergunto, o ser amoroso, sozinho, em rotação universal, senão rodar também, e amar? amar o que o mar traz à praia, e o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha, é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia? Amar solenemente as palmas do deserto, o que é entrega ou adoração expectante, e amar o inóspito, o áspero, um vaso sem flor, um chão de ferro, e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina. Este o nosso destino: amor sem conta, distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas, doação ilimitada a uma completa ingratidão, e na concha vazia do amor a procura medrosa, paciente, de mais e mais amor. Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita. O poema Amar integra a segunda parte, Notícias Amorosas, do livro Claro enigma, de Carlos Drummond de Andrade. Sobre esse poema, assinale a alternativa correta. a) As indagações repetitivas, nas duas primeiras estrofes, reiteram a inviabilidade do amor diante de um mundo em que tudo é perecível. b) O poeta estabelece uma intensidade da manifestação do amor com relação ao belo diferente da intensidade do amor dispensado ao grotesco. c) Para acentuar a condição inexorável de amar, o poema enumera coisas que, por sua concretude e delicadeza naturais, justificam o amor que já recebem. d) O poema postula uma condição universal, na qual se fundem o sujeito, a ação praticada e os objetos a que essa ação se dirige. e) A última estrofe é a chave explicativa desse soneto e reitera a ineficácia do amor diante de um mundo caótico e insensível. UFPR 2014 O poema Legado integra a primeira parte do livro Claro enigma (1951), a que o autor denominou Entre lobo e cão. LEGADO Que lembrança darei ao país que me deu tudo que lembro e sei, tudo quanto senti? Na noite do sem-fim, breve o tempo esqueceu minha incerta medalha, e a meu nome se ri. E mereço esperar mais do que os outros, eu? Tu não me enganas, mundo, e não te engano a ti. Esses monstros atuais, não os cativa Orfeu, a vagar, taciturno, entre o talvez e o se. 5

6 Não deixarei de mim nenhum canto radioso, uma voz matinal palpitando na bruma e que arranque de alguém seu mais secreto espinho. De tudo quanto foi meu passo caprichoso na vida, restará, pois o resto se esfuma, uma pedra que havia em meio do caminho. Considerando o poema, sua relação com o livro, e a poética de Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa correta. a) O livro Claro enigma é considerado pela crítica como um marco na redefinição da poesia de Drummond por instaurar diálogo com as poéticas clássicas. b) Se anos antes Drummond havia escrito no meio do caminho tinha uma pedra, no verso final de Legado observa-se a opção por uma expressão mais coloquial. c) O poema Legado tematiza a identidade nacional, vinculando-se aos modelos e perspectivas próprios do movimento Antropofágico. d) O poema Legado tematiza a inconstância do eu do poeta e das coisas do mundo e inaugura a vertente autobiográfica da poesia de Drummond. e) O último terceto trai a norma clássica de um soneto, pois apresenta a síntese do poema, da biografia e da trajetória poética de Carlos Drummond de Andrade. Claro enigma, composto de 42 poemas marcados reiteradamente pela presença do conflito eu X mundo, divide-se em seis partes: 1.Entre Lobo e Cão; 2.Notícias Amorosas; 3.O Menino e os Homens; 4.Selo de Minas; 5.Os Lábios Cerrados e 6. A Máquina do Mundo. PARTE I ENTRE LOBO E CÃO (18 poemas) É a parte mais extensa do livro. O título deste conjunto de poemas remete para a oscilação do eu poético entre dois extremos: a solidão e a companhia. O Lobo, animal predador, esquivo e voraz, representa o lado do poeta avesso ao convívio social, que se orienta pela ordem do anjo do destino determinando desde seu nascimento que ele fosse gauche, marginalizado, torto, solitário. O Cão, o animal doméstico amigo do homem, é o apelo ao convívio, à solidariedade, às relações de amizade e amor. DISSOLUÇÃO O primeiro poema do livro dá o tom de melancolia e conformismo que surgirá reiteradamente em diversos textos da obra Escurece, e não me seduz / tatear sequer uma lâmpada. / Pois que aprouve ao dia findar, / aceito a noite. REMISSÃO Remissão significa clemência, perdão, mas também pode significar o ato de enviar, ou o ato de abrandar-se. Nota-se, já no primeiro verso do texto a presença da metalinguagem: Tua memória, pasto de poesia. Portanto, o poema é uma reflexão sobre o próprio ato de escrever, de fazer poesia, atividade que foi o alimento, o pasto, da vida do autor. O poeta perdoa-se: o ato de escrever é a sua salvação. 6

7 Drummond encara a si mesmo e a sua obra com autocrítica, vivencia a maturidade existencial e poética com tranquilidade: Tua memória, pasto de poesia, tua poesia, pasto dos vulgares, vão se engastando numa coisa fria A que tu chamas: vida, e seus pesares. Mas, pesares de quê? perguntaria, se esse travo de angústia nos cantares [...] enquanto o tempo, em suas formas breves ou longas, que sutil interpretavas, se evapora no fundo de teu ser? OFICINA IRRITADA Neste poema metalinguístico, o poeta propõe-se a fazer poesia de impacto, não que deleite os ouvidos, não que console os aflitos, não que acalme o espírito, ou que dê prazer ao leitor. O eu poético quer que seu poema torture, assuste, perturbe e faça o leitor sofrer ao ser forçado a pensar, como um tiro perdido num muro, e cause surpresa como um cão mijando, ou como um enigma que se desvenda. Eu quero compor um soneto duro como poeta algum ousara escrever. Eu quero pintar um soneto escuro, seco, abafado, difícil de ler. Quero que meu soneto, no futuro, não desperte em ninguém nenhum prazer. E que, no seu maligno ar imaturo, ao mesmo tempo saiba ser, não ser. Esse meu verbo antipático e impuro há de pungir, há de fazer sofrer, Tendão de Vênus sob o pedicuro. Ninguém o lembrará: tiro no muro, Cão mijando no caos, enquanto Arcturo, claro enigma, se deixa surpreender. PARTE II Notícias Amorosas (7 poemas) Esta parte é constituída de sete poemas. Em Carlos Drummond de Andrade, a história não é determinada por um sentido profético ou messiânico, mas pelo amor, pelo poder do amor. Principalmente o amor maduro, real, baseado na racionalidade, na interpretação objetiva da existência num mundo real. AMAR O sentimento do amor pode modificar a história, recuperar o remorso histórico que a memória nos traz. O homem é incapaz de fugir do sentimento amoroso, seja ele dirigido a quem ou ao que quer que seja, seja ele de que forma for. A necessidade de amar gera uma busca incessante de mais e mais amor. Este o nosso destino: amor sem conta, distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas, 7

8 doação ilimitada a uma completa ingratidão, e na concha vazia do amor a procura medrosa, paciente, de mais e mais amor. Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa, amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita. ENTRE O SER E AS COISAS O eu lírico busca um amor concreto, vivo, palpável, pois o amor espiritual é esquivo, vago e corrosivo, causa sofrimentos. O amor real nasce numa praia, à vista das ondas do mar e deixa suas marcas indeléveis como hieróglifos misteriosos gravados na rocha. Esse amor sofrido é como uma fogueira que aquece o frio do fim da vida. Onda e amor, onde amor, ando indagando ao largo vento e à rocha imperativa, e a tudo me arremesso, nesse quando amanhece frescor de coisa viva. Às almas, não, as almas vão pairando, e, esquecendo a lição que já se esquiva, tornam amor humor, e vago e brando o que é de natureza corrosiva. N água e na pedra amor deixa gravados seus hieróglifos e mensagens, suas verdades mais secretas e mais nuas. E nem os elementos encantados sabem do amor que os punge e que é, pungindo, uma fogueira a arder no dia findo. PARTE III O menino e os homens (4 poemas) Esta parte é composta de quatro poemas em que Carlos Drummond de Andrade relembra e homenageia alguns poetas e escritores que de uma forma ou de outra marcaram presença na sua vida e na sua obra. UM VARÃO QUE ACABA DE NASCER O poema traz reflexões sobre o significado de viver, sobre a aventura de existir, de conviver com os outros e amar, sobre os mistérios que envolvem o fato de que a todos como a tudo estamos presos. O poema é dedicado a Pedro Nava, literato e amigo do poeta, que veio ao mundo para amar sem motivo/ e motivar o amor/ na sua desrazão... Chegas, e um mundo vai-se / como animal ferido, / arqueja. Nem aponta / uma forma sensível, / pois já sabemos todos / que custa a modelar-se / uma raiz, um broto... / No escuro prosseguimos. / Num vale de onde a luz / se exilou, e no entanto / basta cerrar os olhos / para que nele trema, / remoto e matinal, o crepúsculo. Sombra!... / É sonho, sonho. Ilhados,/ pendentes, circunstantes, / na fome e na procura / de um eu imaginário / e que, sendo outro, aplaque / todo este ser em ser, / adoramos aquilo / 8

9 que é nossa perda./ E morte e evasão e vigília. PARTE IV Selo de Minas (5 poemas) Nos cinco poemas desta parte, que se desdobram em dezesseis, Drummond passeia com a memória pelo passado de Minas Gerais e de sua infância. Relembra e revê poeticamente o misticismo das igrejas, as construções que o tempo vai destruindo, cenas que se misturam com as lembranças da infância, as histórias da família e a vocação para a reflexão, a introspecção e a poesia. EVOCAÇÃO MARIANA A igreja era grande e pobre. Os altares, humildes. Havia poucas flores. Eram flores de horta. Sob a luz fraca, na sombra esculpida (quais as imagens e quais os fiéis?) ficávamos. Do padre cansado o murmúrio de reza subia às tábuas do forro, batia no púlpito seco, entranhava-se na onda, minúscula e forte, de incenso, perdia-se. Não, não se perdia... Desatava-se do coro a música deliciosa (que esperas ouvir à hora da morte, ou depois da morte, nas campinas do ar) e dessa música surgiam meninas a alvura mesma cantando. De seu peso terrestre a nave libertada, como do tempo atroz imunes nossas almas, flutuávamos no canto matinal, sobre a treva do vale. PARTE V Os lábios cerrados (6 poemas) Cerrar os lábios é fazer silêncio, pensar, lembrar. Os poemas trazem à mente do poeta imagens dos familiares, especialmente do pai, que não estão mais entre os vivos, e faz reflexões sobre o tempo e a morte. Os lábios cerrados lembram os mortos, os que se calaram. "Cada dia que passa incorporo mais esta verdade, de que eles não vivem senão em nós e por isso vivem tão pouco; tão intervalado; tão débil." Os seis poemas que compõem esta parte abordam especificamente as lembranças familiares. O eu poético dedica-se a ressuscitar os que se foram através da memória. E porque as lembranças são rápidas, cada vez menos frequentes e mais passageiras, os que se foram vivem cada vez menos, cada vez com menos intensidade na mente dos vivos. CONVÍVIO Viver pouco ou mal na lembrança de quem está vivo é, não obstante, uma espécie de vida.... Ter e não ter em nós um vaso sagrado, um depósito, uma presença contínua, 9

10 esta é nossa condição, enquanto, sem condição, transitamos e julgamos amar e calamo-nos. Ou talvez existamos somente neles, que são omissos, e nossa existência, apenas uma forma impura de silêncio, que preferiram. PARTE VI A Máquina do mundo (2 poemas) Nesta última parte de Claro enigma, o poeta reflete sobre as tentativas, quase sempre frustradas, que fez no passado, de entender o homem e sua presença no mundo. Agora, maduro e desencantado, arrepende-se dessa procura pelo entendimento universal, e despreza a chance que tem de, finalmente, compreender esses mistérios. Os questionamentos que percorreram todo o livro concentram-se aqui em dois poemas: "A máquina do mundo" e "Relógio do Rosário". O poema A máquina do mundo é, ao mesmo tempo, uma meditação profunda e uma espécie de épica íntima sobre a passagem do tempo e o conhecimento da vida como acontecimento breve e muitas vezes fortuito. Escrito em tercetos (estrofes de três versos), como a "Divina comédia", de Dante e em versos decassilábicos brancos (sem rima), o poema faz uma releitura do Canto X, de "Os Lusíadas", de Camões: na Ilha dos amores, a deusa Tétis, portando uma miniatura do planeta (a máquina do mundo), revela para Vasco da Gama os segredos do tempo e do espaço e profetiza as futuras glórias portuguesas. Esse poema que encerra Claro Enigma é considerado por grande parte da crítica um dos maiores poemas de Drummond. Muitas foram as análises publicadas sobre ele desde que foi publicado em E a grandiosidade do mesmo não está na cópia do topos da máquina do mundo, mas na ressignificação que esse recebe no interior do poema drummondiano. A postura do eu lírico em relação a toda explicação existencial e cósmica do universo que a máquina oferece: Abriu-se majestosa e circunspecta não condiz com a postura do homem clássico, cuja concepção de mundo e de tempo era fechada conforme os ciclos da natureza. Estruturado em 32 estrofes de três versos, o poema de Drummond retoma a tradição no nível formal, estabelecendo uma relação intertextual com a epopeia de Dante. A situação inicial de Dante na selva escura é a mesma do eu lírico drummondiano: E como eu palmilhasse vagamente/ uma estrada de Minas, pedregosa,. Contudo, em Claro Enigma, não se trata de uma repetição da tópica clássica. Alcides Villaça (2006, p. 90) retoma a leitura de Alfredo Bosi que, para explicar o poema, divide o poema A máquina do mundo em seis partes: (a) o encontro no meio do caminho [1-12]; (b) a abertura da máquina do mundo e o anúncio de sua fala [13-35]; (c) o discurso do mundo [36-48]; (d) a epifania do Universo [49-69]; (e) a recusa do eu [70-90]; (f) o fechamento do mundo e a volta do eu à condição de caminhante [91-96]. Primeiro momento versos 1 a 12. Caminhando lenta e vagamente ao entardecer pela longa e pedregosa estrada da vida, o homem se sente desiludido. O eu poético se arrepende de um dia ter procurado, em vão, entender os mistérios da existência e do universo e já não se preocupa mais em encontrar as respostas para as perguntas que já se fez, e para as quais sabe não haver respostas. Mesmo contra a sua vontade, a máquina do tempo aparece e se propõe a revelar-lhe todos os mistérios. Segundo momento versos 13 a 35. Calma e discretamente, sem alarde, nem ruídos, nem pirotecnia, para não perturbar a mente já cansada de pensar, a máquina do mundo se abre para o caminhante e, em silêncio o convida a aplicar todos os sentidos na contemplação da natureza mítica das coisas. O universo, abarcando a Natureza e a História, abre-se ao viajante e oferece-lhe o segredo de seu enigma, outrora procurado em vão. 10

11 Terceiro momento versos 36 a 48. A máquina cósmica, aconselha, convida e quase ordena ao caminhante, que desistira de procurar respostas e se desiludira e se trancara em si mesmo, que tente mais uma vez olhar e sondar os sublimes e misteriosos segredos do mundo, para obter uma completa explicação da vida. Quarto momento versos 49 a 69. Numa fantástica epifania, finalmente é oferecida para o viajante a completa revelação da ordem universal, o esclarecimento de todos os enigmas, a explicação e o significado do aparente caos. Coloca-se diante dele a possibilidade de saber a verdade sobre a vida e a morte, e sobre tudo que existe. Quinto momento versos 70 a 90. Como não acreditava mais que as trevas do desconhecimento pudessem ser iluminadas, como se sentia outro em relação ao que fora e ao em que acreditava antigamente, como se fechara em si mesmo feito uma flor murcha, o viajante baixou os olhos e, cansado, desprezou a oferta que fora feita à sua inteligência. 11

12 CURCEP PROFª Drª CAMILA M PASQUAL ALUNO(A) TESTES CLARO ENIGMA, DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE 01. É incorreto afirmar sobre a obra de Carlos Drummond de Andrade que: a) seu posicionamento individualista o afasta da problemática do homem comum, do dia-a-dia; b) uma de suas temáticas é a reflexão em torno da própria poesia; c) a lembrança de Itabira aparece em parte de sua obra; d) ocorre-lhe, algumas vezes, a mostragem de uma angústia proveniente de acreditar que não há saída para a problemática existencial; e) a ironia madura é uma das características marcantes de sua poesia. 02. Sobre Carlos Drummond de Andrade é correto afirmar que: a) é o nome inquestionável na consolidação da poesia moderna no Brasil, pela síntese que logrou realizar entre várias contradições históricas do país; b) predomina, em seus poemas, uma linguagem erudita, com termos raros, compatível com os tópicos existenciais, mas inadequada para os temas do cotidiano; c) publicou uma série de livros de poesia e de crônicas que tratam predominantemente de temas provincianos, o que localiza sua obra na vertente regionalista da literatura brasileira; d) se dedicou à construção de uma linguagem objetiva e rigorosa, voltada para a expressão literária da paisagem tropical; e) sua poesia se caracteriza pelo lirismo de tom irônico e melancólico, registro de um inconformismo em relação à escassez de leitores de poesia no Brasil. 03. Carlos Drummond de Andrade: a) foi um poeta que tratou de assuntos brasileiros a regionais, dando-lhe um caráter exótico e folclórico; b) versejou sempre de acordo com a poética tradicional, respeitando métrica e rima; c) atingiu a maturidade poética através da precisão da linguagem e do aprofundamento da visão de mundo; d) tem como polos poéticos o eu e o mundo; no primeiro sobressaem os conflitos com a família e a província; no segundo sobressai o amor, caracterizado pela carência; e) sem explorar as profundezas do eu, preocupa-se com o social, canta a solidariedade e interroga sobre o sentido da vida. 04. Carlos Drummond de Andrade: a) dedicou-se, na sua carreira literária, exclusivamente à poesia; b) sua obra poética fixou-se no passado e nas memórias, não acompanhando a evolução da poesia moderna brasileira; c) utiliza em muitos de seus poemas o verso livre, correspondendo aos ideais renovadores instaurados em 1922; d) distancia-se do mundo revelando-se um poeta indiferente, frio e calculista frente às transformações que o mundo apresenta; e) despreocupa-se da realidade circunstante e valoriza apenas o sentimento, principal característica do ser humano. 05. Carlos Drummond de Andrade: a) ao utilizar a palavra "gauche", esquerda, revela sua militância política na poesia engajada e participante, de esquerda; b) questiona reiteradamente em seus poemas as oposições sujeito-sociedade e província-metrópole; c) ao filiar-se ao movimento modernista do livro libertou-se das preocupações com a elaboração formal dos poemas; d) só produz textos metalinguísticos na primeira fase de sua obra; 12

13 e) através da ironia e do humor evita que o eu-lírico se isole, proporcionando-lhe a comunhão com o mundo exterior. 06. Avalie as seguintes afirmações: 01. A poesia de Carlos Drummond de Andrade já foi interpretada pelos críticos como um encontro entre a timidez e o pessimismo irônico. O poeta mineiro lutou contra essas suas características pessoais, buscando envolver-se social e politicamente com a grave situação internacional da década de Seu nascimento literário foi anunciado por um "anjo torto", que lhe determinou "ser gauche na vida", sempre encontrar "uma pedra no meio do caminho", o que o faz perguntar-se: "E agora José?". 03. Carlos Drummond de Andrade insere-se ao lado de Cecília Meirelles, Jorge de Lima e Murilo Mendes, na segunda geração modernista, que pode ser responsabilizada por uma alteração nos rumos da poesia da fase heroica do Modernismo. 04. À liberdade temática, à opção pela expressão nova, ao antilirismo e ao antiacademismo dos jovens de 22, Drummond preferiu a lírica convencional, a poesia repetitiva, cuja temática marcou-se, exclusivamente, pelo engajamento político. 05. A captação de dados e situações da realidade cotidiana, interiorizados para responder aos questionamentos de Drummond sobre o "estar-no-mundo", em todas as fases de sua poesia, recusa a poesia fácil e ingênua, feita só de emoções. Estão corretas as assertivas: a) 1, 2 e 3; b) 2, 3, 4 e 5; c) 3, 4 e 5; d) 1, 2, 3 e 5; e) 1, 3 e Assinale a alternativa incorreta. a) Drummond foi um mestre dos versos livres, em poemas longos, onde os versos se sucedem misturando vozes e ritmos. b) O autor mostra seu domínio da versificação tradicional, na composição também de estruturas rígidas como os sonetos. c) Carlos Drummond de Andrade tem na diversidade dos recursos uma das bases da riqueza de sua obra. d) O poeta compõe poemas em prosa, registra 'ao vivo' diálogos, o que dá aos textos uma atmosfera de teatro e produz outras rupturas no campo dos gêneros literários. e) Genial na poesia, Drummond não alcançou o mesmo nível estilístico e temático nas crônicas e contos. 08. Analise as seguintes observações sobre a temática da poesia de Drummond, especialmente em Claro enigma. I. Voltado exclusivamente para dentro de si, curtindo suas amargas memórias, Drummond se mostra indiferente ao que acontece ao seu redor e ao próprio ato da criação poética. II. A temática dominante, embora não exclusiva, nos poemas de Claro enigma, é a individualidade do autor, poeta da ordem e da consolidação, ainda que sempre, e fecundamente, contraditórias. III. Torturado pelo passado, assombrado com o futuro, ele se detém num presente dilacerado por este e por aquele, testemunha lúcida de si mesmo e do transcurso dos homens, de um ponto de vista melancólico e cético. IV. Enquanto ironiza os costumes e a sociedade, asperamente satírico em seu amargor e desencanto, entrega-se com empenho e requinte construtivo à comunicação estética desse modo de ser e estar. Estão corretas somente: a) 1, 2 e 3; b) 2, 3 e 4; c) 3 e 4; d) 1, 3 e 4; e) 2 e Leia com atenção o texto a seguir, extraído de Claro enigma, de Carlos Drummond de Andrade. DISSOLUÇÃO Escurece, e não me seduz tatear sequer uma lâmpada. 13

14 Pois que aprouve ao dia findar, aceito a noite. E com ela aceito que brote uma ordem outra de seres e coisas não figuradas. Braços cruzados. Vazio de quanto amávamos, mais vasto é o céu. Povoações surgem do vácuo. Habito alguma? E nem destaco minha pele da confluente escuridão. Um fim unânime concentra-se e pousa no ar. Hesitando. E aquele agressivo espírito que o dia carreia consigo já não oprime. Assim a paz, destroçada. Vai durar mil anos, ou extinguir-se na cor do galo? Esta rosa é definitiva, ainda que pobre. Imaginação, falsa demente, já te desprezo. E tu, palavra. No mundo, perene trânsito, calamo-nos. E sem alma, corpo, és suave. Segundo o texto, podemos afirmar que: a) A poesia definiu-se na vida de Drummond, como uma espécie de companheira constante, a quem ele recorria sempre que era preciso e possível tentar uma conversa com o mundo; b) O poeta, diante das maravilhas da vida, não aceita passivamente as amarguras que as horas da noite lhe trazem; c) Vendo-se um corpo sem alma, o poeta tenta valorizar o sentimento para que a ascensão espiritual, através da metafísica, torne o sofrimento mais suave e suportável; d) A proposta de Drummond parece ser a de, através da poesia, escavar o real mediante um processo de interrogações e negações que acaba revelando o vazio à espreita do homem; e) O poeta apresenta-nos a família, situando-a no cenário de um Brasil rural, onde predominava ainda a forte atmosfera patriarcal. 10. Ainda sobre o poema da questão anterior, assinale a única alternativa que não tem sustentação no texto. a) Neste texto estão expressas as coordenadas do mais relevante momento poético de Carlos Drummond de Andrade: a imagem da noite, a decomposição, a desagregação. b) O eu lírico está dominado pelo entusiasmo, julgando tudo de um ponto de vista presente, de quem retornou do exílio, cansado, mas disposto a não se resignar ao sem-sentido de tudo. c) Com imagens do vazio e do nada, que são constantes em Claro enigma, esse poema insere o leitor na temática filosófica, existencial que permanecerá ao longo da obra. d) o poeta aceita a noite sem esboçar o menor gesto de luta, colocando-se como habitante de povoações do vácuo, recusando a esse território impreciso qualquer conotação metafísica Leia com atenção o poema Oficina irritada, nas páginas anteriores, para responder às questões 11 a 13 a seguir. 11. sobre o poema Oficina irritada, é correto afirmar que: a) a temática do texto gira em torno do mau-humor, da irritação que o poeta sente por ter que escrever poemas agradáveis; b) apesar de se propor a fazer um poema rude, o eu poético se manifesta de forma delicada, sem utilizar nenhuma expressão mais dura; c) o texto é um soneto metalinguístico, em versos decassílabos, que trata do próprio fazer poético; d) as rimas em todas as estrofes seguem a mesma disposição de alternância representadas por ABABAB, embora as sílabas rimadas não sejam iguais em todos os versos; e) o formato do poema não obedece às normas da composição poética tradicional, visto que o autor, como poeta modernista se rebela contra a falta de liberdade criativa. 12. Ainda sobre o poema Oficina irritada, podemos afirmar que: a) a unidade entre forma e conteúdo é observada já a partir do título e da enunciação motivacional expressa pelo eu lírico no 1º e 3º versos; 14

15 b) a proposta dos versos 3 e 4 é concretizada no próprio poema, hermético, ilógico, sem apresentar nenhuma condição de ser compreendido; c) o oxímoro, presente no último verso, título da obra de onde foi extraído o poema, deixa evidente a intenção de nitidez proposta nos versos 1 e 3; d) a proposta de fazer um poema seco se materializa na ausência total de figuras de linguagem, o que torna o texto extremamente árido; e) a oficina a que se refere o título tem eco na ironia bem humorada do penúltimo verso. 13. No poema Oficina irritada, o autor utiliza o recurso da intertextualidade: a) com a Ilíada de Homero, ao se referir ao tendão de Vênus; b) com a História da Inglaterra, ao citar o rei Artur; c) com a mitologia clássica lembrando Cérbero, o cão guardião das portas do inferno; d) com a obra Um tiro no muro escuro, de Ágatha Christie; e) com a tragédia, Hamlet, de Shakespeare, lembrando a célebre frase To be or not to be. 14. Avalie as seguintes afirmações sobre a obra Claro enigma, de Carlos Drummond de Andrade: 01. O sombrio retrato da existência, que vem em Claro enigma, é feito do sentimento de culpa que oprime o poeta e da visão crepuscular que dá o tom da obra: a noção da impossibilidade, estabelecida entre o transitório e o definitivo, a essência das coisas e seu fracasso diante do tempo. 02. Na obra é também marcante o retorno de um tema fundamental: o amor, descrito como vivência dolorosa. Amor que antes aparecia travestido de ironia, e que nesse momento cede lugar a recorrentes imagens de violência e mutilação. 03. A negatividade, a abolição de toda a crença, o apagar-se de toda a esperança traduzem-se pela expressão da dor, do vazio, da angústia, da consciência da queda que aprisiona todo ser vivo. 04. No aspecto formal, Claro enigma revela uma preocupação nunca antes demonstrada pelo poeta acerca dos aspectos versificatórios do poema com relação ao aproveitamento de ritmos e métricas de caráter clássico e parnasiano. Podemos afirmar que estão corretas: a) As afirmações 1,2 e 3, apenas; b) apenas as afirmações 2, 3 e 4; c)as afirmações 1 e 2, somente; d) todas as afirmações; e) somente as afirmações 1, 3 e 4. Leia com atenção o poema a seguir para responder às questões. SER quedas abstrato? O filho que não fiz hoje seria homem. Ele corre na brisa, sem carne, sem nome. Às vezes o encontro num encontro de nuvem. Apoia em meu ombro seu ombro nenhum. Interrogo meu filho, objeto de ar: em que gruta ou concha Lá onde eu jazia, responde-me o hálito, não me percebeste contudo chamava-te como ainda te chamo (além, além do amor) onde nada, tudo aspira a criar-se. O filho que não fiz faz-se por si mesmo. 15. Analise as seguintes assertivas sobre o poema SER. 01. Carlos Drummond relembra o filho que morreu logo após o nascimento, embora no texto não apareçam explicitamente as circunstâncias em que ocorreu sua morte. 02. Nos dois primeiros versos o poeta apresenta a ideia fixa que o persegue: houve um filho que não foi feito e que hoje seria homem. A expressão no condicional hoje seria homem revela a natureza aérea, imaterial do filho que se manifesta no terceiro e quarto versos corre na brisa, sem carne, sem nome. 15

16 03. O poema realiza-se em dois níveis: no nível das palavras que tomaram forma, e na manifestação desse ser éreo 2 que constitui o filho e que o poeta imagina existir em um reino diferenciado. 04. O poema é explicitamente social, pois Drummond investiga a realidade através de sua palavra que desvela as aparências, em busca de uma saída, de um sentido para a vida. Estão corretas apenas as afirmativas: a) 1, 2 e 3; b) 2, 3 e 4; c) 1, 3 e 4; d) 1 e 4.; e) 2 e Ainda sobre o poema SER, avalie as afirmativas a seguir: 01. A relação chave do poema, o sentido profundo do texto é a manifestação desse filho que, na sua fenomenologia, torna-se, de súbito, todas as coisas que aspiram a criar-se ou que, perdidas, exprimem a eterna aspiração humana de permanecer como essência. 02.O poeta sabe que não vai se livrar da dor. A certeza de que o mundo está errado o massacra, sobretudo porque ele não ignora que o erro está nele também. 03. O poema termina declarando que o mundo está torto e que o indivíduo se mostra insuficiente e impotente para mudar as coisas e incapaz de aceitá-las 04. Na construção do estranho quadro da família, onde a invenção se cola ao real, o poema ser, fala de um filho inexistente em que o sentido é o da falta e a ênfase dada ao vazio, modela o eu retorcido do poeta. Podemos afirmar que apenas estão corretas as afirmativas: a) 1 e 2; b) 2 e 3; c) 1 e 4; d) 3 e 4.; e) 1 e 3. TEXTO AMAR Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar? amar e esquecer, amar e malamar, amar, desamar, amar? sempre, e até de olhos vidrados, amar? Que pode, pergunto, o ser amoroso, sozinho, em rotação universal, senão rodar também, e amar? amar o que o mar traz à praia, o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha, é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia? Amar solenemente as palmas do deserto, o que é entrega ou adoração expectante, 3 e amar o inóspito 4, o áspero, um vaso sem flor, um chão de ferro, e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina. Este o nosso destino: amor sem conta, distribuído pelas coisas pérfidas 5 ou nulas, doação ilimitada a uma completa ingratidão, e na concha vazia do amor à procura medrosa, 2 Que é de bronze ou cobre. 3 Expectante: que espera; que está na expectativa. 4 inóspito: áspero, rude. 5 Pérfido: desleal, traiçoeiro. 16

17 paciente, de mais e mais amor. Amar a nossa falta mesma de amor,e na secura nossa amar a água implícita 6,e o beijo tácito 7, e a sede infinita. 17. A partir do poema AMAR, é correto afirmar que: a) o tom da indagação que percorre o poema se desmancha na certeza de que o indivíduo deve resistir ao amor, sentimento questionável, duvidoso, diante da grande certeza que é a vida; b) o tema sugere otimismo, característica do autor dos versos, Carlos Drummond de Andrade que entre tantas outras qualidades, possui uma certa malandragem. Isso significa que as certezas da vida traduzem claramente uma ideia de conforto; c) destaca-se no poema a importância da memória que se apresenta de um lado como constituinte histórico, e, por outro, como memória pessoal do autor; d) Segundo o texto, na relação amorosa, as contradições são, no mínimo, multiplicadas por dois. Às aflições do indivíduo, às suas inquietações particulares vão somar-se a insegurança diante do outro e a frustração que a ameaça do desencontro anuncia; e) Rompendo com tantas convenções a respeito do amor, Drummond mostra várias de suas faces, mas, quase sempre, quebrará no leitor a ilusão de que esse sentimento possa conduzir à paz. 18. Lendo o poema entre o SER E AS COISAS nas páginas anteriores e baseados nele, podemos afirmar que: a) o poema revela uma boa dose de crença na possibilidade do sentimento quando a experiência amorosa está associada à maturidade; b) Ao enfatizar o caráter doloroso do amor, o poema destaca toda a força corrosiva do sentimento: o ser que ama, acima de tudo, sofre, e a dor é o sintoma que fica; c) o poema externa maior serenidade no amor, ao constatar que o tempo, que nega muito ao homem, parece um pouco mais condescendente quando essa relação surge na idade avançada; d)a imagem do amor crepuscular, como é apresentado no texto, não é tão importante na poesia de Drummond; e) depois da derrapagem na curva perigosa dos cinquenta, quando a paixão assume o movimento de um animal a passear o peito de quem ama, o amadurecimento, de algum modo, parece propiciar a convivência num terreno menos acidentado. 19. Freud, retomando uma ideia-força de Schopenhauer, afirmou, em Além do princípio do prazer: "Se como experiência, sem exceção alguma, temos de aceitar que todo ser vivo morre por fundamentos internos, voltando ao inorgânico, poderemos dizer: o objetivo de toda a vida é a morte." Com base nessa afirmação, assinale a alternativa quer NÃO apresente um fecho de poema escrito sob o signo do não. a) E calamos em nós, sob o profundo instinto de existir, outra mais pura vontade de anular a criatura.(fraga e sombra) b) Eis-me a dizer: assisto além, nenhum, aqui, mas não sou eu, nem isto.(sonetilho do falso Fernando Pessoa) c) De tudo quanto foi meu passo caprichoso na vida, restará, pois o resto se esfuma, uma pedra que havia em meio do caminho.(legado) d) O agudo olfato, o agudo olhar, a mão, livre de encantos, 6 Implícito: que está envolvido em algo, mas não de maneira clara; subentendido. 7 Tácito: subentendido. 17

18 se destroem no sonho da existência. (A ingaia ciência) e) Mas as coisas lindas muito mais que lindas essas ficarão. (Memória) GABARITO 1) A 2) A 3) C 4) C 5) E 6) D 7) E 8) B 9) D 10) B 11) C 12) A 13) E 14) D 15) A 16) C 17) E 18) B 19) E 20) B 18

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