Fontes de Informação em Psicologia

Transcrição

1 WORKSHOP USO DE EVIDÊNCIAS EM PSICOLOGIA Fontes de Informação em Psicologia Maria Imaculada Cardoso Sampaio 07 de abril de de 2011

2 WORKSHOP USO DE EVIDÊNCIAS EM PSICOLOGIA Vamos falar de: Quando utilizar evidências? Onde estão as melhores evidências? Como identificar boas evidências? Como ler boas evidências? Como gerar boas evidências?

3 Evidências no tratamento clínico

4 WORKSHOP USO DE EVIDÊNCIAS EM PSICOLOGIA Evidências na definição de políticas de saúde

5 WORKSHOP USO DE EVIDÊNCIAS EM PSICOLOGIA Evidências na definição de políticas de saúde

6 Evidências na gestão pública

7 Práticas Baseadas em Ciências Sociais Colaboração Campbell, organização internacional criada segundo o modelo da Colaboração Cochrane. Fundada em 2000, na Filadélfia (Pensilvânia) como apoio aos políticos, gestores e demais profissionais na tomada de decisão com informação qualificada em relação aos programas, oferece serviços e ações para as áreas de Educação, Serviços Sociais, Psicologia, Criminologia, Economia. Sánchez-Meca, J.; Boruch, R. F.; Petrosino, A.; & Rosa, A. I. (2002). La Colaboración Campbell y la práctica basada en la evidencia. Papeles del Psicólogo, 83,

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9 WORKSHOP USO DE EVIDÊNCIAS EM PSICOLOGIA O que são boas evidências? Revisões sistemáticas Ensaios controlados Estudos de caso Opiniões pessoais Relatos de experiência O que varia é o grau de credibilidade de cada um desses estudos

10 WORKSHOP USO DE EVIDÊNCIAS EM PSICOLOGIA Hierarquia Tradicional das Evidências 1) Revisões sistemáticas e metanálises 2) Ensaios clínicos aleatorizados (randomizados) com resultados definitivos (intervalos de confiança que não se sobreponham ao limiar do efeito clinicamente significativo) 3) Ensaios clínicos aleatorizados (randomizados) não definitivos (estimativa pontual que sugere um efeito clinicamente significativo, mas com intervalos de confiança que superam o limiar para esse efeito) 4) Estudos de coorte 5) Estudos de caso controle 6) Estudos transversais 7) Relatos de casos Greenhalgh, T. 2008). Como ler artigos científicos: fundamentos da medicina baseada em evidências. 3.ed. Porto Alegre: Artmed.

11 WORKSHOP USO DE EVIDÊNCIAS EM PSICOLOGIA Evidências vêm despertando o interesse no país

12 WORKSHOP USO DE EVIDÊNCIAS EM PSICOLOGIA ONDE BUSCAR BOAS EVIDÊNCIAS NA ÁREA DE PSICOLOGIA PsycInfo MedLine Web of Science Biblioteca Cochrane PSICODOC BVS-Psi e BVS ULAPSI Portais de texto completo: SciELO, PePSIC e RedAlyc

13 O que precisamos saber para usar as bases de dados? Termos organizados, segundo um método, no qual é possível especificar as relações entre conceitos com o propósito de facilitar o acesso à informação. O mais reconhecido internacionalmente na área da Psicologia é o Thesaurus of Psychological Index Terms, editado pela American Psychological Association (APA), desde 1973.

14 No Brasil - Terminologia Psi, disponível na BVS-Psi ( Apresenta o termo principal, a versão em inglês e espanhol, o termo que, embora equivalente, não deve ser utilizado, o termo geral, o específico e os termos relacionados. Terminologias

15 DECS - BIREME Utilizado pela rede BVS e por grande parte das revistas que estão no SCIELO

16 Operadores Lógicos ou Booleanos AND = combina dois ou mais termos selecionados para busca quando se quer que ambos estejam presentes em cada um dos registros recuperados. Ex.: anxiety and stress São recuperados os registros indexados nos dois conceitos ansiedade e stress.

17 Operadores Lógicos ou Booleanos OR = operador que amplia o resultado da busca, permitindo que sejam recuperados registros com pelo menos um dos termos selecionados para busca. Ex.: anxiety or stress São recuperados os registros tanto sobre ansiedade como sobre stress.

18 Operadores Lógicos ou Booleanos NOT = operador que indica exclusão de um determinado termo na busca, restringindo a pesquisa. Ex.: anxiety not stress São recuperados apenas os registros sobre ansiedade.

19 Operadores de Proximidade Variam de acordo com a base de dados Fonte: ISI Proceedings:

20 Operadores de Proximidade

21 PsycINFO Desenvolvida pela American Psychological Association APA ( PsycINFO reúne um conjunto de bases de dados que organiza e dissemina artigos, livros, teses e outros documentos de na área da Psicologia e campos correlacionados, desde 1887 até o presente. Cobre cerca de 1300 periódicos em 25 línguas diferentes. O acesso é restrito, mediante assinatura.

22 PsycINFO 06 de setembro de 2010 A consulta ao vocabulário controlado (tesauro) torna a busca mais específica e seletiva

23 PsycINFO Cadeia do termo Depressão Pós-Parto. Termos não utilizados, termo geral e os termos relacionados

24 PsycINFO Estratégia de busca mais geral, mas com limitação de campo (uso do tesauro)

25 279 registros recuperados PsycINFO

26 PsycINFO Estratégia de busca com utilização de operadores booleanos e de truncagem, sem limite do campo

27 Tesauro de Psicologia Elemento de truncagem

28 BVS-Psi Estratégia de busca

29 BVS-Psi

30 Texto completo no SciELO

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32 Alto número de registros recuperados

33 Resumo estruturado: informação organizada

34 Recuperação de muitos registros Revisão sistemática com metanálise

35 Restringir utilizando a pesquisa avançada de caiu para 332

36 Como ler boas evidências? Existem roteiros para se analisar artigos! Greenhalgh, Trisha. (2008). Como ler artigos científicos. 3. ed. Porto Alegre: Artmed. Como gerar boas evidências dos nossos estudos? Resumos elaborados de acordo com as normas. Estudos bem delineados. Metodologias bem descritas. Resultados apresentados corretamente e de forma completa.

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38 Como fazer boas evidências? Gerando bons artigos científicos!

39 Partes importantes do artigo: Resumo Um bom resumo possibilita uma maior divulgação do artigo no meio acadêmico (bases de dados, eventos). O resumo esclarece sobre as principais partes do artigo. Objetivo: problema apresentado de modo afirmativo, não incluir referências. Método: participantes, material, procedimentos especiais. Resultados: mais importantes em resposta aos objetivos. Discussão/Conclusão ou considerações finais.

40 Partes importantes do artigo científico INTRODUÇÃO Na introdução, os autores devem descrever o problema estudado, inserindo o assunto, evidenciado por meio de citações pesquisas e teorias anteriores que se relacionam com a questão. Perguntas que a introdução deve responder o que as pesquisas anteriores ensinaram? o que a presente pesquisa adicionará? por que essa adição será importante? por que será necessária a realização da pesquisa? já existe uma ou mais revisões sistemáticas do assunto? foi discutida a necessidade da pesquisa baseada nos resultados desta revisão?

41 INTRODUÇÃO Perguntas que a introdução deve responder (continuação) como a hipótese e o delineamento experimental se relacionam com o problema? (No caso de estudos experimentais); foram incluídos artigos históricos ou clássicos? foram incluídos estudos nacionais? foram incluídos artigos publicados nos países latinoamericanos? foi obedecida uma cronologia na apresentação das ideias revisadas? quais são os objetivos (gerais e/ou específicos) do trabalho? Qual é o problema que está sendo respondido? o problema e as hipóteses foram justificados teoricamente?

42 Partes importantes do artigo: Metodologia É a parte do artigo que demonstra como a pesquisa foi desenvolvida. Em seu desenvolvimento é respondida a pergunta: como o problema do trabalho foi estudado? São descritos os materiais (instrumentos, aparatos) e os procedimentos utilizados A finalidade é mostrar o quê e como foi feito o estudo para chegar aos resultados obtidos.

43 Partes importantes do artigo: Metodologia A metodologia usualmente é apresentada na ordem cronológica que o trabalho foi desenvolvido. É dividida em subseções. Normalmente essas subseções incluem descrições dos participantes, dos equipamentos (ou materiais) e do procedimento. No caso de experimentos complexos uma descrição mais detalhada, pode ajudar o leitor a encontrar informações específicas. Se for uma pesquisa experimental deve permitir que os procedimentos sejam repetidos por outro pesquisador, nas mesmas condições descritas, replicar o experimento, obtendo os mesmos resultados.

44 Partes importantes do artigo: Resultados Os resultados da pesquisa são a essência do trabalho científico e devem ser descritos no tempo pretérito. Os resultados mostram o que o autor encontrou quando estudou o problema. O tratamento estatístico utilizado deve ser descrito. Os resultados devem ser apresentados de forma clara, objetiva, lógica e precisa, recorrendo-se ao uso de figuras ou tabelas para melhor ilustração das informações. Ou então, simplesmente descrever em texto os dados encontrados. Tabelas e figuras devem ser apresentadas de acordo com normas nacionais e/ou internacionais.

45 Partes importantes do artigo: Resultados Os resultados da pesquisa são a essência do trabalho científico e devem ser descritos no tempo pretérito. Os resultados mostram o que o autor encontrou quando estudou o problema. O tratamento estatístico utilizado deve ser descrito. Os resultados devem ser apresentados de forma clara, objetiva, lógica e precisa, recorrendo-se ao uso de figuras ou tabelas para melhor ilustração das informações. Ou então, simplesmente descrever em texto os dados encontrados. Tabelas e figuras devem ser apresentadas de acordo com normas nacionais e/ou internacionais.

46 Partes importantes do artigo: Discussão ou Considerações Finais ou Conclusões É importante manter uma ordem lógica na apresentação dos resultados obtidos. Por exemplo: Precisar o significado dos resultados obtidos em função das hipóteses e dos objetivos apontadas na introdução. Enfatizar os resultados mais relevantes. Explicar o alcance dos resultados obtidos. Relacionar e confrontar os resultados obtidos com os de estudos similares, previamente publicados. Explicar os resultados negativos também. Resumir as conclusões. Apresentar recomendações do estudo e para outros estudos possíveis.

47 A contradição acompanha toda idéia nova. Risco de nos tornarmos evidencistas. A melhor revisão sistemática possível não permite desprezar a prática clínica (experiência profissional). O ideal é a busca do equilíbrio: uso de uma boa evidência juntamente com a expertise do profissional.

48 A melhor evidência científica não pode eliminar a prática tradicional da Psicologia. Os avanços da informática não podem levar a diminuição da qualidade na coleta de dados de pesquisa. A tomada de decisão não pode prescindir da experiência do profissional. Os pacientes são diferentes. Cada ser humano é único. Não se pode generalizar pessoas. Os guias são para os pacientes comuns. O que é um paciente comum? A individualidade de alguns pacientes neutraliza os resultados de grandes estudos. Não é possível, com certeza, aplicar os benefícios de um grande estudo a um paciente particular.

49 Os protocolos, normas, guias e outros instrumentos não podem ser usados como verdade absoluta, mas como pautas adaptáveis a cada caso individual. A PBE não pode se converter em receita de bolo, para fazer tudo igual, nem em uma clonagem de procedimentos para uso sem reflexão. Há que se tomar cuidado com as evidências patrocinadas por laboratórios farmacêuticos. Muitos dos estudos controlados que geram as evidências são realizados em circunstâncias diferentes do lugar onde a Psicologia é aplicada.

50 Muito obrigada!!!