DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO. Introdução, Fontes e Regras de Conexão I. Prof. Renan Flumian

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1 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Introdução, Fontes e Regras de Conexão I Prof. Renan Flumian

2 1. Introdução 1.1. DIPr: ramo do direito que tem como principal função resolver os conflitos de leis no espaço 1.2. Conflito de Leis no Espaço: situação de existência de duas ou mais leis aplicáveis ao mesmo fato ou relação jurídica e ao menos uma destas lei é estrangeira - Situação que se afigura cada vez mais cotidiana em função do atual cosmopolitismo humano impulsionado pela globalização econômica, cultural e política 1.3. Função do DIPr: auxilia o juiz nacional na determinação do direito aplicável aos casos, a ele submetido, que contenham elementos estrangeiros

3 - Essa situação pode ocasionar a flexibilização do princípio da territorialidade das leis na medida em que prescreve, em determinados casos, a aplicação do direito estrangeiro pelo juiz nacional 1.4. Natureza das Normas de DIPr: de direito público (se dirigem ao juiz - o administrador da justiça em nome do Estado) mesmo que indiquem a aplicação de normas de direito material de natureza privada

4 Atualidade: a grande característica da matéria é a busca de harmonização e de uniformização mediante a produção convencional internacional ( direito internacional privado convencional e institucional ), até mesmo pela dita soft law Direito Int. Privado Convencional: é aquele que provém de tratados e convenções Direito Int. Privado Institucional: é aquele que provém da produção normativa de blocos regionais de integração, como a União Europeia e o Mercosul

5 2. Regras de conexão: são normas indiretas, pois não resolvem os problemas materiais e nem as questões processuais, apenas resolvem o conflito de leis no espaço. Melhor dizendo, não solucionam o caso, apenas indicam a solução, isto é, a(s) norma(s) jurídicas a ser(em) aplicada(s) para resolvê-lo - As normas diretas preveem fatos e apontam soluções (resolvem diretamente o problema) - As normas indiretas não preveem fatos mas indicam a lei a ser aplicada (resolvem indiretamente o problema) Importante: utilizadas nos casos que envolvem relação jurídica ou fato dotados de elemento estrangeiro

6 3. Art. 7º da LINDB - Regra de Conexão: lex domicilii - Abrangência: a lei do país de domicílio da pessoa vai determinar as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família º do art. 7º da LINDB - Regra de Conexão: lex loci celebrationis - Abrangência: o casamento é regido, no que tange às suas formalidades, pela lei do país que for celebrado - Assim, o casamento realizado no exterior, que respeitou a lei do país de constituição do matrimônio, terá validade no Brasil se não ofender a ordem pública

7 - Art do CC obrigatoriedade de registro no Brasil do casamento de brasileiros realizado no exterior no prazo de 180 dias contados da volta de um ou ambos cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio ou, em sua falta, no 1º Ofício da capital do estado em que passarem a residir º do art. 7º da LINDB - Exceção à lex loci celebrationis - Abrangência: nubentes estrangeiros podem no Brasil casar com base em sua lei da nacionalidade, desde que perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes

8 - Consagra indiretamente a lei da nacionalidade dos nubentes como regra de conexão. Assim, o casamento é regido, no que tange às suas formalidades, pela citada lei, mas o regime de bens continua sendo regulado pela lei do domicílio dos nubentes, consoante determina o artigo 7º, caput, da LINDB º do art. 7º da LINDB - 1º domicílio conjugal invalidade do casamento -Abrangência: se o domicílio dos nubentes for diverso, usa-se a lei do primeiro domicílio conjugal (regra de conexão subsidiária). Do contrário, aplica-se a lei do país do domicílio conjugal atual

9 - Importante: 1º domicílio conjugal não é sempre o país onde o casamento foi realizado, pois os nubentes podem contratar matrimônio em um país e estabelecer-se em outro º do art. 7º da LINDB - 1º domicílio conjugal regime de bens - Abrangência: se o domicílio dos nubentes for diverso, usa-se a lei do primeiro domicílio conjugal (regra de conexão subsidiária). Do contrário, aplica-se a lei do país do domicílio conjugal atual - Inf. 544, STJ: em ação de divórcio e partilha de bens de brasileiros, casados e residentes no Brasil, o juiz brasileiro tem competência para, reconhecendo o direito à meação e a existência de bens situados no exterior, fazer incluir seus valores na partilha

10 Assinale a alternativa incorreta segundo a LINDB: a) a regra de conexão lex domicilii regula a capacidade das pessoas b) a regra de conexão lex domicilii regula a personalidade das pessoas c) a regra de conexão lex domicilii regula os direitos de família d) a regra de conexão lex domicilii regula as obrigações