DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO. Homologação de Decisão Estrangeira. Prof. Renan Flumian
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- Gabriella Amaral Aveiro
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1 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Homologação de Decisão Estrangeira Prof. Renan Flumian
2 1. Homologação de decisão estrangeira - A sentença judicial é um ato soberano - A sentença, como todo ato soberano, incide apenas dentro do território nacional - Mas existem fatos ou relações jurídicas que interessam a mais de um país 2. Efeito da homologação: a sentença, já apta a produzir efeitos no país prolator, passa a produzir efeitos em outro país também 2.1. Previsão legal: art. 961 NCPC 3. Previsão Legal da homologação: art. 15 da LINDB e 963 do NCPC
3 4. Competência: STJ (art. 105, I, i, da CF) 5. Peculariedades: (i) o procedimento homologatório não examina o mérito da sentença estrangeira (v. SEC 651-FR e SEC AR). Ao STJ cabe apenas a análise dos requisitos formais e, sob um viés mais subjetivo, a análise sobre a violação ou não da ordem pública brasileira (art. 17 da LINDB) (ii) art. 961, 3º, NCPC a autoridade judiciária brasileira pode deferir pedidos de urgência e realizar atos de execução provisória no processo de homologação de decisão estrangeira (iii) a sentença estrangeira poderá ser homologada parcialmente (art. 961, 2º, NCPC
4 (iv) denegação da homologação por vício formal não obsta que a parte interessada renove o pedido, uma vez sanado o vício verificado (o rechaço da homologação não faz coisa julgada material) - Art. 960 NCPC: o estado estrangeiro interessado na homologação deve entrar com ação de homologação de decisão estrangeira (v) Todo tipo de sentença (declaratória, constitutiva ou condenatória) e a sentença arbitral são objeto de homologação - Art. 961, 5º, do NCPC: a sentença estrangeira de divórcio consensual não depende de homologação para produzir efeitos no Brasil - Os títulos executivos extrajudiciais oriundos do exterior também não dependem de homologação do STJ para serem executados (art. 515, 2º e 3º,
5 - Não é possível a homologação de sentença estrangeira na parte em que ordene a desistência de ação judicial proposta no Brasil (CF, art. 5º, XXXV) 7. Procedimento Homologatório brasileiro - O art. 15 da LINDB deve ser conjugado com o Regimento Interno do STJ, conforme dispõe o art. 960, 2º, do NCPC. Agora temos o 963 NCPC 7.1. Requisitos para homologação: a) formalidades externas (963, III e 15, c) - a sentença tem de ser válida e eficaz em seu país de origem. Seguindo o mesmo raciocínio, o procedimento arbitral tem de estar de acordo com o compromisso arbitral ou cláusula compromissória para ser considerado válido
6 b) competência do juízo prolator (963, I) - a sentença tem que ser prolatada por juiz competente segundo as regras de competência do direito processual internacional c) citação e revelia (963, II) - cabe ao STJ checar se a citação das partes envolvidas foi regularmente efetuada ou se a revelia foi corretamente configurada com supedâneo na legislação do país onde a sentença foi prolatada - tal regra tem por base os princípios constitucionais do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório (art. 5º, LIV e LV, da CF) - se o réu tem domicílio no Brasil, o único meio de citá-lo é mediante carta rogatória (Inf. 543 STJ)
7 d) trânsito em julgado (963, III) - a sentença só será aqui homologada se tiver transitado em julgado no país onde foi prolatada (S. 420 do STF) e) tradução juramentada (963, V) - art. 224, CC: necessário que documentos redigidos em língua estrangeira sejam traduzidos para o português para terem efeitos legais no País f) não ofender a coisa julgada brasileira - art. 963, IV, NCPC
8 g) não ofender a ordem pública - arts. 963, VI e 17 da LINDB Conceito: - Ordem Pública (sentido amplo): são os valores compartilhados por uma dada sociedade num determinado corte temporal - Ordem Pública (sentido jurídico): são as regras e princípios basilares de um certo ordenamento jurídico Função: - defender o sistema de valores de um determinado país (instrumento reativo). Trata-se da chamada exceção de ordem pública
9 - mesmo se o DIPr brasileiro indicar o direito estrangeiro como aplicável ao caso misto, o juiz poderá afastá-lo para proteger a ordem pública Conclusão: leis estrangeiras, atos ou negócios jurídicos celebrados no exterior (contrato, casamento, testamento etc.) e sentenças estrangeiras serão impedidos de irradiar efeitos no Brasil se atentarem contra a ordem pública h) homologação - é o ato final do procedimento homologatório - a sentença estrangeira só ganhará a chancela da homologação quando o STJ verificar que todos os requisitos determinados pela lex fori foram observados
10 - SEC 868-US: A simplicidade das sentenças estrangeiras, a exemplo das proferidas nos EUA, não inibe a homologação cabível, quando presentes seus requisitos Importante: a execução da sentença estrangeira depois de homologada é de competência dos juízes federais (arts. 109, X, CF e 965 NCPC) - os laudos arbitrais, para no Brasil irradiarem seus efeitos, também dependem da chancela homologatória conferida pelo STJ
11 - os países podem confeccionar tratado para regular de maneira específica como o procedimento de homologação pode ocorrer. Só que na ausência de tratado não se exigirá a promessa de reciprocidade para homologação da sentença estrangeira (art. 26, 2º, NCPC) - é possível a homologação pelo STJ de sentença eclesiástica de anulação de matrimônio, confirmada pelo órgão de controle superior da Santa Sé ( 1º do art. 216-A do RISTJ) Inform. 574 STJ
12 Assinale a alternativa correta: a) o laudo arbitral estrangeiro não precisa ser homologado para irradiar efeitos no Brasil b) a sentença declaratória estrangeira não precisa ser homologada para irradiar efeitos no Brasil c) o trânsito em julgado não é um requisito do procedimento homologatório d) o procedimento homologatório não examina o mérito da sentença estrangeira
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