PERSPECTIVAS NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL QUANTO À EFETIVIDADE DO MANDADO DE INJUNÇÃO

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1 PERSPECTIVAS NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL QUANTO À EFETIVIDADE DO MANDADO DE INJUNÇÃO Área: DIREITO Categoria: PESQUISA Jéssica Aparecida Defacci UNIOESTE, campus de Francisco Beltrão, Leandro Petry Pedro UNIOESTE, campus de Francisco Beltrão, Resumo Este trabalho analisa se as decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em sede de mandado de injunção, com o fim de viabilizar o exercício de direitos e liberdades constitucionais e de prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, inclusive com eficácia erga omnes, ferem ou não o princípio da separação dos poderes. O estudo é realizado tendo em vista que a Suprema Corte, até 2007, conferia ao mandado de injunção os mesmos efeitos da ação de inconstitucionalidade por omissão. Inicialmente, demonstra-se qual a expectativa do constituinte de 1988 quando da introdução do instituto no ordenamento jurídico. Em seguida, explana-se o conceito do mandado de injunção, as normas por ele tuteláveis, os requisitos processuais do instituto e alguns aspectos de seu procedimento. Na seqüência, verificam-se os entendimentos doutrinários e os posicionamentos do STF quanto aos efeitos da decisão do mandado de injunção, bem como a relação destes com o princípio da separação dos poderes. Por fim, estudam-se algumas decisões proferidas pelo STF em mandados de injunção no ano de 2007, demonstrando alguns fatores que provocaram a aparente inversão de posicionamento desta Corte e o estágio atual da divergência da doutrina sobre a matéria. Palavras-chave: Mandado de Injunção. Supremo Tribunal Federal. Efeito Concretista.

2 PERSPECTIVAS NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL QUANTO À EFETIVIDADE DO MANDADO DE INJUNÇÃO Resumo Área: Direito Categoria: PESQUISA Este trabalho analisa se as decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em sede de mandado de injunção, com o fim de viabilizar o exercício de direitos e liberdades constitucionais e de prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, inclusive com eficácia erga omnes, ferem ou não o princípio da separação dos poderes. O estudo é realizado tendo em vista que a Suprema Corte, até 2007, conferia ao mandado de injunção os mesmos efeitos da ação de inconstitucionalidade por omissão. Inicialmente, demonstra-se qual a expectativa do constituinte de 1988 quando da introdução do instituto no ordenamento jurídico. Em seguida, explana-se o conceito do mandado de injunção, as normas por ele tuteláveis, os requisitos processuais do instituto e alguns aspectos de seu procedimento. Na seqüência, verificam-se os entendimentos doutrinários e os posicionamentos do STF quanto aos efeitos da decisão do mandado de injunção, bem como a relação destes com o princípio da separação dos poderes. Por fim, estudam-se algumas decisões proferidas pelo STF em mandados de injunção no ano de 2007, demonstrando alguns fatores que provocaram a aparente inversão de posicionamento desta Corte e o estágio atual da divergência da doutrina sobre a matéria. Palavras-chave: Mandado de Injunção. Supremo Tribunal Federal. Efeito Concretista. 1. INTRODUÇÃO A Constituição da República Federativa do Brasil (CF), promulgada em 1988, traduz em muitos de seus dispositivos o anseio da população por uma mudança significativa nos rumos socioeconômicos do país. Entretanto, não raras vezes, o confronto do texto constitucional com a realidade frustra o cidadão, pois alguns dispositivos constitucionais acabam tornando-se promessas carentes de concretização. Nesse contexto, o presente trabalho tem como objeto o estudo do mandado de injunção, instrumento processual inserido no ordenamento jurídico pela CF, cuja finalidade é viabilizar o exercício de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, que necessitem de norma regulamentadora. A preocupação, assim, do constituinte, é conferir efetividade a todos os preceitos constitucionais. Não obstante a intenção do poder constituinte, em muitos julgados, o Supremo Tribunal Federal (STF) frustrou as expectativas da sociedade com relação ao novo remédio constitucional, ao lhe conferir os mesmos efeitos pertinentes à ação direta de inconstitucionalidade por omissão, ou seja, apenas se declarava a mora do Poder Legislativo,

3 dando-lhe ciência para a adoção das providências necessárias, sob a justificativa de salvaguarda ao princípio da separação dos Poderes. Entretanto, recentes decisões proferidas pelo STF no segundo semestre de 2007, no sentido de viabilizar, inclusive com efeitos erga omnes, o direito constitucional referente ao exercício de greve pelos servidores públicos, fazem ressurgir acaloradas discussões sobre o tema. Logo, a problemática jurídica que se impõe diz respeito aos seguintes questionamentos: as novas decisões do STF no sentido de viabilizar o exercício de direitos e liberdades constitucionais e as prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, transformar-se-ão em meros precedentes ou constituem verdadeira inversão de posicionamento? Confirmado o novo posicionamento existe afronta ao princípio da separação dos poderes? Como objetivo geral para a análise da problemática, propõe-se verificar a efetividade do mandado de injunção a partir das decisões proferidas no âmbito do Supremo Tribunal Federal, à luz da teoria da separação dos poderes. Outrossim, à luz da doutrina, pretende-se identificar sua natureza, seus requisitos e procedimento, bem como examinar se as recentes decisões proferidas pelo STF conferem a esperada efetividade ao mandado de injunção e sob quais fundamentos. Para tanto, na primeira parte deste artigo demonstra-se como o mandado de injunção está tutelado nas normas constitucionais e infraconstitucionais. Posteriormente, analisam-se entendimentos doutrinários e posicionamentos do Supremo Tribunal Federal quanto aos efeitos da decisão do mandado de injunção, especialmente por força do julgamento da questão da legitimidade do direito de greve dos servidores públicos, tendo como pressuposto o princípio da separação dos poderes. No mais, procura-se demonstrar alguns fatores que provocaram a inversão de posicionamento da Suprema Corte. 2. O MANDADO DE INJUNÇÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO O mandado de injunção foi inserido no ordenamento jurídico brasileiro pela Constituição Federal de 1988, a qual em seu artigo 5º, inciso LXXI, determina que: conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade à soberania e à cidadania. Conforme adverte Pfeiffer (1999, p. 24) é importante anotar que os membros da Assembléia Nacional Constituinte de 1988 sempre se preocuparam com a implementação de mecanismos que conferissem força vinculativa efetiva a todos os preceitos constitucionais. Temer (1999, p. 204) destaca que nas Constituições Federais anteriores a de 1988, já existiam normas que demandavam legislação integrativa e regulamentadora, de maneira que se o legislador ficasse inerte, tais normas jamais se tornariam operativas. O mesmo ocorria com as normas denominadas programáticas. Em virtude dessa realidade, o Constituinte de 1988 criou, ao lado da ação de inconstitucionalidade por omissão, o mandado de injunção, cuja inspiração decorre do pressuposto de que: A vontade constituinte corporifica-se no instante em que se promulga a Constituição. Se houve manifestação da vontade popular soberana por meio de uma Assembléia Constituinte, entende-se que ela deva ser cumprida. Ou seja, as normas

4 constitucionais devem adquirir eficácia plena para sua efetiva aplicação. Nesse passo, destaca-se a conceituação do instituto em tela, o qual para Alexandre de Moraes (2004, p. 180) constitui-se em uma ação constitucional de caráter civil e de procedimento especial, que visa suprir uma omissão do Poder Público, no intuito de viabilizar o exercício de um direito, uma liberdade ou uma prerrogativa prevista na Constituição Federal. Para José Afonso da Silva (2003, p. 446) o mandado de injunção é uma ação constitucional colocada à disposição daquele que se considere titular de direitos, liberdades ou prerrogativas, cujo exercício esteja inviabilizado pela falta de norma regulamentadora exigida ou suposta pela Constituição. Assim, infere-se que o mandado de injunção possui natureza jurídica de ação judicial de procedimento especial, hábil a possibilitar a fruição de direitos, liberdades ou prerrogativas constitucionais, dependentes de norma regulamentadora. Tendo em vista a expressa previsão constitucional (CF, art. 5º, LXXI) de que o mandado de injunção somente poderá ser utilizado quando a causa de impedimento da fruição do direito, liberdade ou prerrogativa for a ausência de regulamentação do conteúdo da norma constitucional em que estejam previstos, faz-se necessário explicitar qual a espécie de normas constitucionais são passíveis de tutela pelo mandado de injunção. A respeito da matéria, Pfeiffer (1999, p. 41) acentua que o mandado de injunção visa proteger os direitos contidos em normas constitucionais, que embora vigentes e válidas, não possuem, ainda, condições de plena aplicabilidade porque aguardam a edição de regulamentação infraconstitucional. Conforme José Afonso da Silva (2004, pp ), em sua monografia intitulada Aplicabilidade das Normas Constitucionais, as normas constitucionais dividem-se em três categorias: i) normas de eficácia plena, as quais, desde a entrada em vigor da Constituição, produzem ou podem produzir todos os seus efeitos essenciais; ii) normas de eficácia contida, cuja principal característica é a possibilidade de atuação restritiva por parte da competência discricionária do Poder Público, nos termos que a lei estabelecer ou nos termos de conceitos gerais nelas enunciados (SILVA, 2004, p. 116); iii) normas de eficácia limitada que não produzem, com a simples entrada em vigor, todos os seus efeitos essenciais, porque o legislador constituinte, por qualquer motivo, não estabeleceu, sobre a matéria, uma normatividade para isso bastante, deixando essa tarefa ao legislador ordinário ou a outro órgão do Estado (SILVA, 2004, pp ). André Ramos Tavares (2008, pp ) assevera que a espécie de norma que autoriza a interposição de mandado de injunção é a norma constitucional de eficácia limitada, ou seja, aquela pendente de regulamentação pelo legislador ordinário. Desta forma, não se pode ajuizar o writ se a norma for auto-aplicável, tampouco quando se pretende que haja nova legislação para modificar outra já existente, ou, ainda, para obter pronunciamento sobre a interpretação de lei. Segundo argumenta Temer (1999, pp ) a falta de atuação administrativa não permite o ajuizamento do mandado de injunção, sendo este possível somente diante da necessidade de norma regulamentadora integrativa. O autor explica que: no caso de normas constitucionais do tipo a saúde é direito de todos e dever do Estado... (CF, art. 205) não se legitima a utilização deste instrumento constitucional. É que, no caso, o que se demanda é a construção de hospitais, escolas, contratação de médicos, professores, aquisição de aparelhagem necessária etc. Trata-se de atividade administrativa que dispensa legislação regulamentadora.

5 Destarte, conforme o autor, não são todas as normas constitucionais de eficácia limitada que autorizam a propositura da ação em comento, devendo o Poder Judiciário analisar o caso concreto, a fim de verificar se estão presentes na norma constitucional os contornos mínimos para a declaração do direito e se já se caracterizou a omissão do Poder competente para produzir a regulamentação. Em caso de ausência de qualquer desses requisitos tem-se a improcedência do mandado de injunção. Considerando todo o exposto, infere-se que são objeto do mandado de injunção as normas constitucionais de eficácia limitada que, em sentido amplo, são aquelas dependentes de regulamentação ulterior para produção plena de seus efeitos. Ainda quanto ao objeto do mandado de injunção, existe acirrada discussão doutrinária acerca da abrangência da expressão: direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, constante do art. 5º, inciso LXXI. Para Manoel Gonçalves Ferreira Filho (2008, p. 315) em razão da parte final do artigo supra, qual seja inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, o alcance do mandado de injunção é restrito, portanto, não abrangeria, por exemplo, os direitos sociais, os quais somente poderiam ser tutelados pela ação de inconstitucionalidade por omissão. Contrariamente, Celso Ribeiro Bastos (1990, p. 222), para quem o mandado de injunção presta-se a tutelar apenas os direitos inscritos no Título II Dos direitos e garantias fundamentais, que trata não só de direitos e deveres individuais, mas também dos coletivos e sociais, incluídos os direitos de nacionalidade, os políticos e os relativos à soberania nacional. Pfeiffer (1999, p. 56), por outro lado, é adepto da posição de que o mandado de injunção presta-se a viabilizar o exercício de qualquer direito constitucional, desde que a causa de sua inobservância seja apenas sua não-regulamentação. Com relação às categorias de normas previstas no art. 5º, inciso LXXI da Constituição, explica-se que as liberdades constitucionais relacionam-se com as liberdades públicas, através das quais se protege a esfera individual contra o mau uso do poder pelo Estado (PFEIFFER, 1999, p. 57). Outrossim, as prerrogativas inerentes à cidadania e à soberania estão relacionadas aos direitos políticos fundamentais. Neste prisma, a soberania a que o artigo faz referência é a soberania política, estabelecida no art. 14 da Constituição, que será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos. Por outro lado, a cidadania está ligada às normas que definem a aquisição e perda do gozo pleno dos direitos políticos. As prerrogativas inerentes à nacionalidade, por sua vez, estão dispostas no art. 12 da Constituição Federal (PFEIFFER, 1999, p. 57). Tendo em vista tal discussão doutrinária, Machado (2004, p. 74) destaca que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Mandado de Injunção nº 107-DF, concluiu que: a mesma razão que justifica a concessão do mandado de injunção aos direitos e garantias previstos nesse art. 5º, existe com relação aos outros direitos e garantias constitucionais (inclusive os sociais) cujo exercício seja inviabilizado pela falta de norma regulamentadora. Em que pese a existência de interpretações restritivas quanto ao alcance do mandado de injunção, a doutrina e a jurisprudência do STF, posicionam-se majoritariamente no sentido de que todo e qualquer direito inserido na Constituição Federal, desde que necessite de integração legislativa para sua fruição, deve ser tutelado pelo mandado de injunção. O item seguinte trata dos aspectos processuais do remédio constitucional em tela. 2.2 ELEMENTOS PROCESSUAIS DO MANDADO DE INJUNÇÃO

6 O mandado de injunção carece de legislação específica, o que torna controversos muitos de seus elementos processuais. Desta forma, destaca-se a doutrina majoritária, bem como a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal quanto aos requisitos, legitimidade ad causam, competência e procedimento do mandado de injunção. Os requisitos necessários para o exercício da tutela injuncional são: i) a ausência de norma regulamentadora de uma previsão constitucional; ii) a inviabilização do exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. O autor assinala que é necessário um nexo de causalidade entre a omissão normativa do Poder Público e a inviabilidade do exercício do direito, liberdade ou prerrogativa (MORAES, 2004, p. 182). Consoante Hely Lopes Meirelles (2003, p. 254): O direito resguardado pela via do mandado de injunção é aquele desde logo assegurado pela Constituição, porém pendente de regulamentação. Se a Carta Política simplesmente faculta ao legislador a outorga de um direito, sem ordená-lo, o mandado de injunção é juridicamente impossível (STF, MI n DF, Rel. Min. Moreira Alves, RT 677/235; MI n MG, Rel. Min. Sydney Sanches, ADV 1994, ementa ; MI n DF, Rel. Min. Sydney Sanches, ADV 1995, ementa ). Desta forma, conclui-se que a falta de norma regulamentadora e a existência de um direito constitucional inviabilizado em razão dessa ausência de regulamentação, constituem-se pressupostos de admissibilidade do mandado de injunção. Com relação à legitimidade para a causa, Silva (2003, pp ) preleciona que o sujeito ativo é aquele que se considere titular daqueles direitos, liberdades ou prerrogativas inviáveis por falta de norma regulamentadora exigida ou suposta pela Constituição. Pedro Lenza (2007, p. 764) menciona a admissão do mandado de injunção coletivo pelo Supremo Tribunal Federal, sendo legitimadas para propositura da ação, por analogia, as mesmas entidades do mandado de segurança, as quais estão enumeradas no art. 5º, inciso LXX. Afirma que o requisito será a falta de norma regulamentadora que torne inviáveis os direitos, liberdades ou prerrogativas dos membros ou associados (indistintamente). Ainda quanto à legitimidade ativa, Carlos Augusto Alcântara Machado (2004, p ) afirma que quando o mandado de injunção visa a tutela de direitos difusos e coletivos, o Ministério Público é parte legítima para a propositura da ação. O sujeito passivo, consoante posicionamento majoritário no STF, será a pessoa que tenha o dever de elaborar a norma regulamentadora (NOVELINO, 2007, pp ). Alexandre de Moraes (2004, p. 183) ensina que somente as pessoas estatais podem atuar no pólo passivo da ação originada por mandado de injunção. O autor esclarece que os particulares não se revestem de legitimidade passiva para o processo injuncional, porque não possuem o dever de editar normas para o exercício do direito postulado. Conclui, destarte, pela impossibilidade de formação de litisconsórcio passivo, necessário ou facultativo, entre particulares e entes estatais. No mesmo sentido é o posicionamento da Suprema Corte, o qual, segundo Machado (2004, p. 100), resume-se no julgamento do MI nº DF (Rel. Min. Moreira Alves, DJU, de , p. 1164), senão vejamos: Em face da natureza mandamental do mandado de injunção (...) ele se dirige às autoridades ou órgãos públicos que se pretendem omissos quanto à regulamentação que viabiliza o exercício dos direitos e liberdades constitucionais (...), não se configurando, assim, hipótese de cabimento de litisconsórcio passivo entre essas

7 autoridades e órgãos públicos que deverão, se for o caso, elaborar a regulamentação necessária, e particulares que, em favor do impetrante do mandado de injunção vierem a ser obrigados ao cumprimento da norma regulamentadora, quando vier esta, em decorrência de sua elaboração, a entrar em vigor. Destarte, conclui-se que a legitimidade ativa para impetrar o mandado de injunção é atribuída à pessoa física ou jurídica que tenha direito, liberdade constitucional ou prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania inviabilizados pela falta de norma regulamentadora. A legitimidade passiva, por sua vez, segundo entendimento majoritário do STF e da doutrina, somente pode ser atribuída às autoridades ou órgãos públicos competentes pela elaboração da norma regulamentadora faltante, não se admitindo a existência de litisconsórcio passivo. A Constituição Federal estabelece a competência originária para o processo e julgamento do mandado de injunção nos artigos 102, I, q e 105, I, h, respectivamente para o Supremo Tribunal Federal e para o Superior Tribunal de Justiça. Ainda, dispõe sobre a competência para conhecer do mandado de injunção em matéria recursal nos artigos 102, II, a e 121, 4º, V, respectivamente para o Supremo Tribunal Federal e para o Tribunal Superior Eleitoral. Conforme Machado (2004, p. 81), o legislador constituinte fixou, quanto ao mandado de injunção, a competência originária do Supremo Tribunal Federal e a do Superior Tribunal de Justiça ratione personae. O autor refere que esta conclusão pode ser extraída do julgamento do MI nº 107 DF Liminar Questão de Ordem d. em RTJ 133/31, em que o relator, ex-ministro Moreira Alves acentua que a competência foi fixada em razão da condição dos Poderes, órgãos, entidades ou autoridades a que seja imputada a omissão regulamentadora, o que, segundo a técnica processual, se dá, quando essas pessoas estão em causa, participando, portanto, da relação jurídica processual, na defesa de interesse jurídico. Carlos Roberto Siqueira Castro (2005, p. 737) salienta que a extensão da competência para processar e julgar o mandado de injunção às instâncias de primeiro grau, está explícita no art. 105, I, h, quando este refere órgãos da Justiça Militar, da Justiça do Trabalho, da Justiça Eleitoral e da Justiça Federal, os quais desdobram-se em juízos monocráticos e colegiados, nos termos dos artigos 106, 111, 118 e 122 da Constituição Federal. Para o autor não seria adequado que a ação constitucional, destinada a proteger o cidadão em face de omissões regulamentares do Poder Público, fosse monopólio do STF e do STJ, pois como é sabido ambos são sediados em Brasília, o que dificultaria a impetração do mandamus em virtude dos altos custos. No que se refere à atribuição de competência à Justiça Federal para processamento e julgamento do mandado de injunção, Machado (2004, p. 83) afirma que a Carta Magna definiu a Competência da Justiça Federal (dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais) e, em nenhum momento fez menção ao mandado de injunção (art. 108, I e II, e art. 109). Para Pfeiffer (1999, p. 135): Como em todas as hipóteses em que a edição de regulamentação é encargo de órgão ou autoridade da administração federal, caso não se trate de matéria trabalhista, eleitoral ou militar, a competência para a apreciação do mandado de injunção é

8 atribuída ao STJ e, em nenhum momento, a Constituição especifica quando se daria a competência da Justiça Federal para processar e julgar o mandado de injunção, não parece haver espaço para a mesma, salvo se editada lei específica disciplinando-a. No que tange à competência em âmbito estadual, Machado (2004, pp ) diz que a resposta quanto às indagações a respeito de qual seria o órgão para o processamento e julgamento do mandado de injunção quando a elaboração da norma regulamentadora incumbisse a Governador do Estado, Assembléia Legislativa, Tribunal de Justiça, Prefeito ou Câmara Municipal, ou, às autoridades estaduais ou municipais em geral, está na definição da competência pelas Constituições Estaduais para os Tribunais de Justiça e pelas Leis de Organização Judiciária para os Juízes de Direito. No que tange ao procedimento do mandado de injunção, passa-se a expender algumas considerações. Como afirmado no item anterior, inexiste lei específica para regrar o trâmite processual do mandado de injunção. Assim, conforme determinação do art. 24, 1º, da Lei nº 8.038/90, serão observadas para o mandado de injunção, no que couber, as normas do mandado de segurança, enquanto não for editada legislação específica. Ademais, serão observadas também as normas do Código de Processo Civil. Embora exista prazo para a propositura do mandado de segurança (120 dias contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado), conforme o artigo 18 da Lei 1.533/51, Francisco Antônio de Oliveira (1993, p. 111) ensina que não há prazo preclusivo para a impetração do mandado de injunção. Para o autor, inexiste razão lógica ou jurídica para que se libere a autoridade de cumprir a sua obrigação. Ademais, refere que a palavra sempre que consta da redação do art. 5º, LXXI, da CF/88 foi utilizada pelo constituinte como uma forma de afirmar que o instituto não seria submetido a prazo preclusivo. Quanto à instrução probatória, o mandado de segurança e o mandado de injunção seguem caminhos diversos, já que no primeiro não se admite produção de provas no curso do processo. Já no mandado de injunção, embora as partes não estejam dispensadas de instruírem, desde logo, a inicial e as informações com documentos, haverá casos em que será necessária a dilação probatória (OLIVEIRA, 1993, pp ). Em sentido oposto, Hely Lopes Meirelles (2003, p. 257) afirma que é vedada a dilação probatória no mandado de injunção, devendo o direito alegado ser comprovado com a inicial (TJRJ, MI n. 11/89, Rel. Des. Renato Maneschy, RT 674/175). No mandado de injunção, assim como do mandado de segurança, Oliveira (1993, p. 120) diz ser o advogado indispensável para a propositura de ambos. Isto porque, existe rigorismo processual, cujo não cumprimento implica em indeferimento da inicial. As conclusões do autor decorrem do artigo 133 da Constituição Federal, bem como do art. 8º da Lei 1.533/51, o qual determina o indeferimento da inicial quando não for caso de mandado de segurança ou lhe faltar qualquer dos requisitos prescritos naquela Lei. No que tange aos honorários advocatícios, a Súmula 512 do Supremo Tribunal Federal preceitua que: Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de Mandado de Segurança (OLIVEIRA, 1993, p. 135). Com relação às custas processuais, Oliveira (1993, p. 133) assevera que devem ser aplicadas ao impetrante as mesmas regras daquele que se utiliza da ação popular para defender interesse público. Assim, em havendo sucumbência do impetrante, as custas serão dispensadas, salvo comprovada a má-fé, conforme o art. 5º, LXXIII, Constituição Federal.

9 Alexandre de Moraes (2004, p.183) ensina que existe entendimento pacífico no Supremo Tribunal Federal pela impossibilidade da concessão de medida liminar em mandado de injunção, por esta ser imprópria ao instituto. Em suma, pode-se concluir que embora as matérias tuteladas pelo mandado de injunção e pelo mandado de segurança sejam substancialmente diversas, ambos seguem o procedimento do mandado de segurança, o qual foi instituído pela Lei nº 1.533/51, sendo feitas adaptações em se tratando do mandado de injunção. Desta forma, ao contrário do que ocorre no mandado de segurança: i) para a propositura do mandado de injunção não há prazo preclusivo; ii) para alguns autores, admitese, em determinados casos, a dilação probatória; iii) é incabível no mandado de injunção a concessão de liminar. Outrossim, tal como acontece no mandado de segurança: i) o advogado é imprescindível para a propositura da ação; ii) não há pagamento de honorários advocatícios. Cumpre agora esclarecer sobre os efeitos da sentença de procedência do mandado de injunção e eventual afronta ao princípio da separação dos Poderes. 3. MANDADO DE INJUNÇÃO COMO INSTRUMENTO DE EFETIVIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 3.1 EFEITOS DA SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA DO MANDADO DE INJUNÇÃO A partir de considerações expressas nos votos dos Ministros do Supremo Tribunal e de várias orientações doutrinárias, Alexandre de Moraes (2004, p. 185) identificou os seguintes posicionamentos em relação aos efeitos do mandado de injunção: i) posição concretista, a qual se subdivide em concretista geral e concretista individual que, por sua vez, se subdivide em concretista individual direta e concretista individual intermediária; e ii) não concretista. Pela posição concretista, o órgão julgador emite decisão de natureza constitutiva, na qual declara a existência da omissão administrativa ou legislativa, e implementa o exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa constitucional até a regulamentação da respectiva norma (MORAES, 2004, p. 186). Essa posição pode ser desdobrada em duas espécies: concretista geral e concretista individual. Consoante posição concretista geral, o Poder Judiciário, por meio de decisão com efeitos erga omnes, implementará o exercício da norma constitucional até que sobrevenha a regulamentação faltante (MORAES, 2004, p. 186). Nesse aspecto, Moraes (2004, p. 187) destaca que o STF na decisão do mandado de injunção nº 107-3, entendeu que caso fosse conferida à decisão do mandado de injunção efeitos erga omnes, estaria o Supremo, juiz ou Tribunal que decidisse a injunção, ocupando a função do Poder Legislativo, o que seria claramente incompatível com o sistema de separação de poderes. Pela posição concretista individual, a decisão do Poder Judiciário só produzirá efeitos para o autor do mandado de injunção, que poderá exercitar plenamente o direito, liberdade ou prerrogativa prevista na norma constitucional (MORAES, 2004, p. 187). A posição concretista individual, no Supremo Tribunal Federal, se subdivide em direta e intermediária.

10 Segundo Moraes (2004, p. 187), pela posição concretista individual direta, o Poder Judiciário, imediatamente ao julgar procedente o mandado de injunção, implementa a eficácia da norma constitucional ao autor. Pela posição concretista individual intermediária, consoante ensina Moraes (2004, pp ), o Poder Judiciário fixa ao Congresso Nacional o prazo de cento e vinte dias para a elaboração da norma regulamentadora, findo o prazo, caso a inércia permaneça, o órgão julgador deverá fixar as condições necessárias ao exercício do direito ao impetrante. A esta corrente filia-se Moraes, por entender que inexiste prejuízo ao princípio da separação de poderes, quando o Judiciário, após julgar procedente a injunção, determinar um prazo não inferior ao processo legislativo sumário, que poderá alcançar no máximo 100 dias para que a norma constitucional seja regulamentada, antes de efetivamente viabilizá-la. Flávia Piovesan (1995, p. 138) entende que a interpretação mais adequada quanto aos efeitos do mandado de injunção, é a de que o Poder Judiciário deve tornar viável, no caso concreto, o exercício do direito, liberdade ou prerrogativa constitucional, inviabilizado por ausência de norma regulamentadora. Para a autora, no mandado de injunção, cabe ao Poder Judiciário editar normas individuais, a fim de preencher uma lacuna inconstitucional, e não eliminar esta lacuna, por meio de norma geral e abstrata, o que se constitui atribuição do Poder Legislativo. Muito embora a teoria concretista individual seja a de maior aceitação no âmbito doutrinário, Pfeiffer (1999, p. 97) alerta que as principais críticas que vem sendo a ela endereçadas residem na circunstância da regulamentação somente para o caso concreto implicar em risco ao princípio da isonomia e ser de difícil compatibilização com a função desempenhada pelo Supremo Tribunal Federal. Pfeiffer (1999, pp ) entende que embora o julgamento do mandado de injunção seja atribuído normalmente aos plenários, o que diminuiria consideravelmente a chance de coexistência de decisões díspares, não se pode desconsiderar que as funções desses órgãos, sobretudo do Supremo Tribunal Federal, não se harmonizam com a análise de centenas ou milhares de ações individuais, o que dificultaria a operacionalização desta corrente. Desta forma, para o autor, a solução que melhor se coaduna com as atribuições do Supremo Tribunal Federal é a de conferir a todos aqueles que estão na mesma situação do impetrante os efeitos da decisão do mandado de injunção. Consoante posicionamento não concretista, a decisão do mandado de injunção possui cunho declaratório, uma vez que o Poder Judiciário declara a inconstitucionalidade por omissão do órgão competente, dando-lhe ciência para que adote as providências necessárias à realização da norma constitucional. Assim, os efeitos do mandado de injunção tornam-se idênticos aos da ação de inconstitucionalidade por omissão (PFEIFFER, 1999, p. 80). A posição não concretista, a partir do julgamento do mandado de injunção nº 107-DF, é a adotada pela jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal. No referido mandado, por meio do voto do ex-ministro Moreira Alves, Relator, firmou-se o entendimento de que a injunção é ação outorgada ao titular do direito, garantia ou prerrogativa a que alude o art. 5º, LXXI, dos quais o exercício está inviabilizado pelo falta de norma regulamentadora, e é ação que visa obter do Poder Judiciário a declaração de inconstitucionalidade por omissão se estiver caracterizada a mora em regulamentar por parte do Poder, órgão, entidade ou autoridade de que ele dependa, com a finalidade de que se lhe dê ciência dessa declaração, para que se adotem as providências necessárias, à semelhança do que ocorre com a ação de inconstitucionalidade por omissão (MACHADO, 2004, p. 109).

11 Entretanto, conforme alerta Machado (2004, p. 111), este posicionamento restritivo adotado em inúmeros acórdãos pelo Supremo, sofreu atenuação. Assim, nas decisões dos mandados de injunção nº 283-DF ( RTJ 135/883), nº 284-DF ( RTJ 139/712) e nº DF ( DJU de 1º-7-94 p.17495) o Supremo Tribunal Federal adotou posição mais avançada, que consistiu em: i) reconhecer a omissão legislativa inconstitucional; ii) fixar um prazo para a elaboração da norma regulamentadora e, se já fixado e inobservado; iii) assegurar a possibilidade de ajuizamento, nos termos do direito comum ou ordinário, de ação de reparação de natureza econômica (perdas e danos) para o ressarcimento do prejuízo sofrido pelo impetrante, em virtude da ausência da norma regulamentadora. Piovesan (1995, pp ) destaca o julgamento do mandado de injunção nº (DJ, , JSTF, LEX 167, novembro de 1992, p ) como um precedente inédito, uma vez que o Supremo ao analisar o pedido de entidade beneficente de assistência social acerca da efetivação do contido no art. 195, 7º da Constituição, que determina a isenção de contribuição para a seguridade social das entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei, declarou a mora do Congresso Nacional, fixando-lhe o prazo de seis meses para elaboração da norma regulamentadora faltante, caso o prazo passasse sem que fosse elaborada a legislação, o impetrante passaria a gozar da imunidade. Outrossim, a autora exemplifica, também, o julgamento do mandado de injunção nº (DJ , JSTF, LEX 158, fevereiro de 1992, p ), em que o Supremo Tribunal Federal não viabilizou de imediato o exercício do direito constitucional em relação ao disposto no art. 8º, 3º do ADCT, porém reconheceu ser possível ao impetrante, mediante ação adequada, obter contra a União, sentença líquida de reparação. Contudo, as decisões concretistas foram excepcionais, uma vez que o posicionamento dominante no Supremo Tribunal Federal é o não concretista (MORAES, 2004, p. 189). Em face dessas exposições doutrinárias e jurisprudenciais, pode-se concluir que os efeitos conferidos ao mandado de injunção, de forma geral, podem ser: i) análogos ao da ação de inconstitucionalidade por omissão, quando o Poder Judiciário apenas declara a omissão, cientificando o órgão competente para que este elabore a legislação faltante (posição não concretista); ii) o Poder Judiciário viabiliza o direito com eficácia erga omnes, suprindo a omissão do legislador (posição concretista geral); iii) o Poder Judiciário viabiliza, no caso concreto, o exercício do direito, liberdade ou prerrogativa constitucional, carente de regulamentação (posição concretista individual). 3.2 O MANDADO DE INJUNÇÃO E O PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES Piovesan (1995, p. 150) assinala a existência de constitucionalistas que acreditam ser o mandado de injunção socialmente ineficaz, sob a justificativa de que o instituto teria exorbitado a limitação dos Poderes, pois o Poder Judiciário não poderia interferir em atos de exclusiva competência do Legislativo. Argumenta-se, também, que não se pode transferir o encargo de editar leis de um poder constituído com esta função precípua (Poder Legislativo) a outro despreparado para tanto (Poder Judiciário). Atualmente, segundo ensina Machado (2004, p. 122), desenvolve-se a tese das funções típicas e atípicas dos poderes estatais, os quais convivem em harmonia. Assim, por exemplo, o Executivo exerce tipicamente a função administrativa, mas pode exercer, juntamente e de forma não predominante, as funções legislativas e jurisdicionais. O mesmo pode ocorrer com o Legislativo e o Judiciário.

12 Neste prisma, Moraes (2004, p. 188) assevera que a Constituição ao determinar a independência e harmonia entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, adotou a teoria do check and balances, (...) pois ao mesmo tempo que previu diversas e diferentes funções estatais para cada um dos Poderes, garantindo-lhes prerrogativas para o bom exercício delas, estabeleceu um sistema complexo de freios e contrapesos para harmonizá-los em prol da sociedade. Assim, poderá o Poder Legislativo sustar a executoriedade de lei delegada editada pelo Chefe do Poder Executivo que exorbite os limites constitucionais (CF, art. 49, V); o Senado Federal processará e julgará o Presidente da República e os Ministros do Supremo Tribunal Federal em crimes de responsabilidade (CF, art. 52, I) e igualmente deverá aprovar por maioria absoluta de seus membros a indicação presidencial para o cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal. Todos esses instrumentos encontram-se previstos no sistema de freios e contrapesos constitucionais, visando impedir o arbítrio estatal. No mesmo sentido, Pfeiffer (1999, pp ) pondera que por meio do mandado de injunção o Judiciário exerce o controle de uma inatividade dos outros poderes, sem, contudo, a eles se sobrepor, uma vez que se aplica o princípio de freios e contrapesos. A par disso, o autor destaca que a regulamentação produzida pelo Poder Judiciário diante da omissão do órgão ou autoridade competente, possui caráter subsidiário e provisório, ou seja, será imediatamente substituída pela regulamentação do ente moroso, quando este a elaborar. Outrossim, Piovesan (1995, p. 151) argumenta que no mandado de injunção não se transfere o encargo de legislar ao Poder Judiciário, uma vez que não lhe cabe a elaboração de normas gerais e abstratas, mas apenas tornar viável, no caso concreto, o exercício de direitos e liberdades constitucionais. Desta forma, estaria o Judiciário exercendo sua função típica, qual seja, responder satisfatoriamente ao caso concreto. Ademais, Pfeiffer (1999, p.112) assevera que ainda que o Judiciário desempenhasse função legislativa no mandado de injunção, existe autorização constitucional para tanto, fundamentada no próprio art. 5º, LXXI, da Constituição Federal. O autor afirma que a possível formulação de um preceito para viabilizar o exercício do direito constitucional obstado não deveria causar estranheza e celeuma, quando se nota que a Constituição autoriza diversas outras hipóteses de exercício atípico de funções por um dos poderes do Estado. Destarte, infere-se que embora Supremo Tribunal Federal, como visto no ponto anterior, adote majoritariamente a teoria não concretista, a qual fundamenta-se, principalmente, na salvaguarda da tripartição dos poderes, a maior parte da doutrina posiciona-se no sentido de que a viabilização do direito, liberdade ou prerrogativa via mandado de injunção, não se constitui usurpação da função legislativa, mas sim atribuição atípica do Poder Judiciário, a qual se coaduna com o sistema de freios e contrapesos instituído pela Constituição. Tendo em vista que o Supremo Tribunal Federal e parte da doutrina, com o propósito de resguardar o princípio da separação dos poderes, atribui ao mandado de injunção os mesmos efeitos conferidos à ação de inconstitucionalidade por omissão, no item seguinte demonstrar-se-á que estes institutos possuem características diversas. 3.3 DIFERENÇAS ENTRE O MANDADO DE INJUNÇÃO E A AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO

13 Conforme observa Machado (2004, pp. 128), a ação direta de inconstitucionalidade por omissão e o mandado de injunção assemelham-se, tão-somente, no fato de que ambos são propostos diante da ausência de norma regulamentadora infraconstitucional. A ação direta de inconstitucionalidade por omissão foi delineada no art. 103, 2º da Constituição de 1988, nos seguintes termos: Art (...) 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida a tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. Da leitura do artigo transcrito, pondera Machado (2004, p. 129), emerge a primeira diferença entre os institutos, pois o mandado de injunção não pode ser ajuizado diante da falta de medida, entendida esta não só com relação à falta de norma regulamentadora, como também ações administrativas ou falta de providências materiais necessárias à concretização da vontade da Constituição, mas sim diante da falta de norma regulamentadora, o que faz a ação de inconstitucionalidade por omissão mais abrangente do que o mandado de injunção. Nesse sentido, Piovesan (1995, p. 161) ressalta que na ação de inconstitucionalidade por omissão objetiva-se suprir uma lacuna na ordem jurídica para conferir efetividade aos dispositivos constitucionais, enquanto no mandado de injunção objetiva-se tornar viável um direito subjetivo lesado. Quanto à legitimação ativa, Bacha (1998, p. 199) assevera que o mandado de injunção poderá ser proposto por qualquer pessoa física ou jurídica, titular dos direitos, liberdades ou prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Por outro lado, a ação direta de inconstitucionalidade por omissão somente poderá ser proposta pelas pessoas, órgãos e entidades enumeradas no art. 103 da Constituição Federal. Ainda, verifica-se que a competência, no caso da ação de inconstitucionalidade por omissão, segue o modelo concentrado, ou seja, cabe apenas ao Supremo Tribunal Federal, originariamente, o seu processamento e julgamento, enquanto no mandado de injunção, adotase o modelo difuso, pois se observa o critério do Poder, órgão ou entidade responsável pela norma regulamentadora, conforme a Constituição Federal, Constituições Estaduais e Leis de Organização Judiciária (MACHADO, 2004, pp ) Por fim, Piovesan (1995, p.164) destaca que os efeitos da decisão no mandado de injunção são inter partes e da ação de inconstitucionalidade por omissão são erga omnes. Outrossim, a autora assinala que a ação direta de inconstitucionalidade por omissão, nos moldes em que é prevista, possibilita apenas que o Supremo Tribunal Federal declare inconstitucional a omissão de medida para tornar efetiva a norma constitucional, dando ciência ao órgão competente para que adote as providências necessárias. Por outro lado, no mandado de injunção o Poder Judiciário deve tornar viável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais, e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à cidadania e à soberania. Com efeito, a ação direta de inconstitucionalidade por omissão e o mandado de injunção, embora tenham sido concebidos pelo legislador Constituinte para conferir efetividade às normas constitucionais que necessitam de regulamentação infraconstitucional para a produção plena de seus efeitos, são institutos distintos e inconfundíveis, sendo, portanto, inconcebível a atribuição de efeitos equivalentes às decisões neles proferidas. Entretanto, as decisões proferidas em sede de mandado de injunção pela Suprema Corte deste país, conferindo efeitos idênticos àqueles delineados pela Constituição para a ação de inconstitucionalidade por omissão, conduziu à descrença no instituto e acirradas críticas

14 doutrinárias, uma vez que a declaração da omissão, cientificando o órgão competente do dever de legislar, não se faz medida hábil a viabilizar o exercício dos direitos e liberdades constitucionais, ou prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, ou seja, o writ carece de efetividade. Neste cenário, eis que surgem as decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal no dia 25 de outubro de 2007, nos mandados de injunção nº 670, nº 708 e nº 712, as quais acenaram para uma evolução no entendimento do Tribunal quanto à efetividade do writ. Estas decisões e a repercussão por elas causada, serão objeto da discussão proposta por este trabalho. Assim, pretende-se verificar o porquê dessa aparente inversão de posicionamento, e ainda, se o posicionamento adotado pelo Supremo Tribunal Federal está ferindo ou não o princípio da separação dos poderes. 3.4 MANDADO DE INJUNÇÃO FRENTE AO NOVO POSICIONAMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Conforme anteriormente anotado, o Supremo Tribunal Federal conferia ao mandado de injunção efeitos meramente declaratórios, ou seja, apenas se reconhecia a mora, dando ciência ao órgão competente para a elaboração da norma regulamentadora faltante, solução preconizada pela Constituição para a ação direta de inconstitucionalidade por omissão. Entretanto, no julgamento do MI 695-MA, o qual tinha por objeto a ausência de norma regulamentadora do aviso prévio proporcional (art. 7º, XXI da CF/88), o Supremo Tribunal Federal proferiu manifestação no seguinte sentido: (...) não fosse o pedido da inicial, limitado a requerer a comunicação ao órgão competente para a imediata regulamentação da norma, seria talvez a oportunidade de reexaminar a posição do Supremo em relação à natureza e à eficácia do mandado de injunção, nos termos do que vem sendo decidido no MI 670/ES (v. Inf.430/STF e MI 695/MA, rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 1º , Inf. 457/STF). (LENZA, 2007, p.767) O possível reexame da posição não concretista, anunciado no mandado de injunção nº 695-MA, concretizou-se por ocasião do julgamento do mandado de injunção nº 721-DF, em 30 de agosto de 2007, no qual a Suprema Corte estabeleceu que o mandado de injunção tem caráter de ação mandamental e não simplesmente declaratória da omissão, devendo a decisão produzir efeito inter partes. Portanto, revela-se a adoção da posição concretista individual direta. Veja-se a ementa: MANDADO DE INJUNÇÃO - NATUREZA. Conforme disposto no inciso LXXI do artigo 5º da Constituição Federal, conceder-se-á mandado de injunção quando necessário ao exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Há ação mandamental e não simplesmente declaratória de omissão. A carga de declaração não é objeto da impetração, mas premissa da ordem a ser formalizada. MANDADO DE INJUNÇÃO - DECISÃO - BALIZAS. Tratando-se de processo subjetivo, a decisão possui eficácia considerada a relação jurídica nele revelada. APOSENTADORIA - TRABALHO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS - PREJUÍZO À SAÚDE DO SERVIDOR - INEXISTÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR - ARTIGO 40, 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Inexistente a disciplina específica da aposentadoria especial do servidor, impõe-se a adoção, via pronunciamento judicial, daquela própria aos trabalhadores em geral - artigo 57, 1º, da Lei nº 8.213/91.

15 Por serem esclarecedoras acerca da possível mudança de posicionamento do Supremo, colacionam-se trechos das razões de decidir do Ministro Marco Aurélio no mandado de injunção supra mencionado: A natureza da citada ação constitucional mandado de injunção -, procedente a causa de pedir versada na inicial, leva o pronunciamento a ganhar contornos mandamentais, a ganhar eficácia maior, a ponto de viabilizar, consideradas as balizas subjetivas da impetração, o exercício do direito, da liberdade constitucional ou das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.(...) (...) ao agir, o Judiciário não lança, na ordem jurídica, preceito abstrato. Não, o que se tem, em termos de prestação jurisdicional, é a viabilização, no caso concreto, do exercício do direito, do exercício da liberdade constitucional, das prerrogativas ligadas à nacionalidade, soberania e cidadania. O pronunciamento judicial faz lei entre as partes, como qualquer pronunciamento em processo subjetivo, ficando, até mesmo, sujeito a uma condição resolutiva, ou seja, o suprimento da lacuna regulamentadora por quem de direito, Poder Legislativo. É tempo de refletir sobre a timidez inicial do Supremo quanto ao alcance do mandado de injunção, ao excesso de zelo, tendo em vista a separação e harmonia entre os Poderes. É tempo de se perceber a frustração gerada pela postura inicial, transformando o mandado de injunção em ação simplesmente declaratória do ato omissivo, resultando em algo que não interessa, em si, no tocante à prestação jurisdicional, tal como consta no inciso LXXI do art. 5º da Constituição Federal, ao cidadão. (...) Busca-se o Judiciário na crença de lograr a supremacia da Lei Fundamental, a prestação jurisdicional que afaste as nefastas conseqüências da inércia do legislador. Conclamo, por isso, o Supremo, na composição atual, a rever a óptica inicialmente formalizada, (...). Reforçando o posicionamento concretista, porém com efeitos gerais, no dia 25 de outubro de 2007, o Supremo Tribunal Federal conclui o julgamento de três mandados de injunção (MI 670, MI 708 e MI 712), impetrados, respectivamente, pelo Sindicato dos Servidores Policiais Civis do Espírito Santo - SINDIPOL, pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de João Pessoa - SINTEM, e pelo Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário do Estado do Pará - SINJEP, em que se pretendia fosse garantido aos seus associados o exercício do direito de greve previsto no art. 37, VII, da CF. O Tribunal, por maioria, conheceu dos mandados de injunção e propôs a solução para a omissão legislativa com a aplicação, no que couber, da Lei 7.783/89, que dispõe sobre o exercício do direito de greve na iniciativa privada. Exemplificativamente, por ser no mesmo sentido das demais decisões, transcreve-se a decisão proferida no MI 712-PA: O Tribunal, por maioria, nos termos do voto do Relator, conheceu do mandado de injunção e propôs a solução para a omissão legislativa com a aplicação da Lei nº 7.783, de 28 de junho de 1989, no que couber, vencidos, parcialmente, os Senhores Ministros Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio, que limitavam a decisão à categoria representada pelo sindicato e estabeleciam condições específicas para o exercício das paralisações. Votou a Presidente, Ministra Ellen Gracie. Não votou o Senhor Ministro Menezes Direito por suceder ao Senhor Ministro Sepúlveda Pertence, que proferiu voto anteriormente. Ausente, justificadamente, a Senhora Ministra Cármen Lúcia, com voto proferido em assentada anterior. Plenário, O voto do Ministro Celso de Mello no mandado de injunção nº 712-PA, expõe alguns dos fundamentos invocados para a concretização do direito de greve aos servidores públicos, com efeitos erga omnes. Abaixo, por serem de suma importância, seguem alguns trechos do referido voto:

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